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NUTRIÇÃO NO PACIENTE CRÍTICO BRASPEN Journal 2018; 33 (S1) Nutrição adequada é fundamental para a recuperação do paciente crítico. Alterações metabólicas no paciente crítico • Hiperglicemia (gliconeogenese + resistência a insulina) • Catabolismo proteico • Oxidação de ácidos graxos Avaliação subjetiva global é uma ferramenta importante para avaliação do estado nutricional do doente crítico. Avaliação Nutricional Produção: fígado Meia vida: 3 semanas Responsável por 75% da pressão coloidosmótica plasmática Paciente crítico: ↓ albumina plasmática (↓ produção de albumina e ↑ síntese de proteínas de fase aguda) Albumina Albumina não é um bom marcador do estado nutricional no paciente crítico Calorias ? • Calorimetria indireta • Fórmulas Calorimetria indireta • Avalia o gasto energético do paciente • Informa o substrato oxidado preferencialmente • Quociente respiratório (QR): HCO=1; Proteínas = 0,8; Lipídio = 0,7 Calorias fórmula de bolso • 20 – 25 Kcal/Kg/dia • Iniciar com 1/3 da meta • Atingir a meta em 4-7 dias Nutrição trófica 15 mL/hora ou 360 mL/dia • Para manter o trofismo do enterócito JAMA 2012;307(8):795-803 N Engl J Med 2015;372:2398-408 Proteínas 1,2 - 2,0 g/Kg/dia • Restante das calorias: 70% carboidratos + 30% Lipídios Se IMC > 30: ↑ oferta proteica • Se IMC > 30 → > 2 g/Kg/dia • Se IMC > 40 → > 2,5 g/kg/dia Proteínas • Se hemodiálise = ↑ de aporte proteicio • IR sem HD = limitação proteica • IR com HD = necessidade de proteínas • Perda de proteínas na HD = 10 -15 g/dia Proteínas Indicação para suporte nutricional? Expectativa de jejum > 72 horas Momento do início • Iniciar em 48 horas (nutrição enteral precoce) Iniciar logo após a estabilização hemodinâmica inicial (marcadores de perfusão tecidual normais, não necessariamente sem droga vasoativa) Escolha da via A via enteral é preferencial Nutrição enteral: • Possível na maior parte dos pacientes • Menor morbidade infecciosa • Menor custo • Redução na permanência hospitalar Escolha da via A via enteral é preferencial CI para nutrição enteral: • TGI não funcionante • Oclusão intestinal • Intolerância grave (distensão abdominal, SNG ↑ débito, ↑ resíduo gástrico, diarréia ou vômitos incoercíveis) Emteral Enteral Parenteral • Nutrição posição gástrica • mais fácil • menor rigor asséptico • não necessita infusão contínua • Maior risco de aspiração • Nutrição pós-pilórica • maior taxa de sucesso em aporte calórico • menor refluxo • necessita infusão contínua • Menor risco de aspiração Gástrica vs Pós-pilórica Posição da sonda Gástrica vs Pós-pilórica Não existe relação entre ruídos hidro-aéreos e integridade da mucosa ou capacidade absortiva e sucesso em introdução da dieta enteral. Obrigatório protocolo ↓ risco de aspiração • Cabeceira elevada 30° • Em pacientes de alto risco: • Nutrição pós-pilórica • NE contínua • Procinéticos: metoclopramida, eritromicina Fatores que impedem o aporte nutricional adequado Causa mais frequente (45%): volume residual Segunda maior causa (41%): retirada acidental da sonda. Outras causas: pausa para procedimentos e testes diagnósticos McClave et al, Crit Care Med 1999; 27: 1252-1256 Complicações da NE • Diarréia ( > 3 evacuações por dia). Causas: dieta hiperosmolar, antibióticos, ↑ taxa de infusão, colite pseudomembranosa, isquemia intestinal. • Gastroparesia • Aspiração pulmonar • Obstrução da SNE Isquemia intestinal não oclusiva Isquemia intestinal induzida por NE em pacientes com instabilidade hemodinâmica. Nutrição ↑ consumo intestinal de O2 Nutrição parenteral indicações • TGI não funcionante • Obstrução intestinal • Intolerância grave a NE (distensão abdominal, SNG ↑ débito, ↑ resíduo gástrico, diarréia ou vômitos incoercíveis) • Metas calóricas não atingidas com NE (após 7-10 dias) New Engl J Med 2011; 365: 506 – 517 NP precoce (até 2 dias) vs tardia (3-8 dias) • ↑ sobrevida • ↓ tempo de intenação • ↓ Infecção • ↓ colestase • ↓ tempo de VM • ↓ tempo de diálise • ↓ custos NP tardia Se desnutrição e impossibilidade de usar o TGI = iniciar NP imediatamente Complicações da NP • Infecção • Atrofia intestinal • Disfunção hepática Imunonutrição • Glutamina • Arginina • Omega-3 Glutamina • Aminoácido mais abundante • Nutriente preferidos dos enterócitos • NE = só queimado • NP = não usar de rotina Glutamina = ↑ mortalidade Arginina • Aminoácido • Precursora do óxido nítrico → PA • imunidade • Considerar em cirurgia, trauma, queimados • Não usar na sepse grave & choque séptico → PA Ácidos graxos ômega-3 canola, linhaça, peixe • Ácidos graxos ômega-3 = inflamação • Ácidos graxos ômega - 6 = ↑ inflamação • Alguns autores sugerem ômega-3 na SDRA • Omega-3 = pode causar sangramentos Probióticos → sem indicação Probióticos Fibras solúveis → usar em pacientes com NE apresentando diarréia. Não usar fibras insolúveis em pacientes críticos. Atenção: Não usar fibras solúveis e insolúveis em risco de isquemia intestinal ou dismotilidade grave. Fibras Glicemia 140 - 180 mg/dL Controle glicêmico LEMBRETE ↑ administração de carboidratos ↑ produção de CO2 Pode ser ruim em DPOC e pacientes em VM com desmame difícil
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