Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 1 1. NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO 1.1 - VETOR TENSÃO Objetivos: - Definir vetor tensão e suas componentes - Definir e identificar estado triplo de tensão - Introduzir convenções relacionadas às tensões Para definir vetor tensão, vamos supor um corpo elástico, vinculado isostaticamente, em equilíbrio. Sob a ação de um sistema de forças ele se deforma. Em um plano cuja normal é "n", aparecerão forças internas necessárias para manter o equilíbrio da parte isolada do corpo (porção da esquerda), Figura 1. A distribuição destas forças é qualquer. Imaginemos um ponto P, situado neste plano e uma área ∆A, ao seu redor. Nesta área atuarão forças que serão equivalentes a uma resultante e a um momento (Figura 1). A resultante e o momento dependerão do plano que contém P. Para cada plano teremos uma resultante e um momento, normalmente diferentes. Figura 1 Vamos indicar por Mn e Fn o sistema equivalente dependente do plano cuja normal é "n". Ao quociente da força resultante pela área chamaremos de tensão média. Se a área ∆A vai diminuindo a tendência do binário, Mn, é desaparecer, pois o braço de alavanca do binário tende a se anular. No limite vamos obter o vetor tensão que será definido como: )/(F =T n0n lim ∆Α∆Α→ A força Fn pode ser decomposta em suas componentes Fnn e Fnt Figura 2. Vamos definir tensão normal como: )/(F = nn0n lim ∆Ασ ∆Α→ e tensão tangencial como: )/(F = nt0n lim ∆Ατ ∆Α→ Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 2 Figura 2 Caso seja adotado um sistema referencial prévio, de tal forma que um de seus eixos coincida com a normal ao plano e os outros estejam no próprio plano, a força Fnt será decomposta dando, por conseguinte, duas tensões tangenciais (Figura 3). Figura 3 Os materiais obedecem mais às componentes do vetor tensão do que o próprio vetor. Assim, para cada plano passante por P, o vetor tensão dará origem a três componentes: uma tensão normal e duas tangenciais. Mas, para se definir um estado triplo de tensão, é necessário o conhecimento das tensões que atuam em três planos mutuamente perpendiculares através do mesmo ponto. Lembremos, fazendo uma analogia, que para se definir um estado plano, é necessário o conhecimento das tensões que atuam em dois planos perpendiculares através do ponto. A identificação de um estado triplo de tensão é feita quando as tensões atuantes nos três planos perpendiculares através do ponto, não podem estar situadas em um mesmo plano. Já no estado plano, todas as tensões atuantes nos dois planos perpendiculares que definem o estado plano através do ponto, estão situadas num mesmo plano. A Figura 4 indica as tensões atuantes em três planos perpendiculares através do mesmo ponto. As seis faces são definidas pelas direções de suas normais. Uma face positiva é aquela cuja normal está no sentido positivo do eixo coordenado. Os eixos x, y e z, seguem a regra da mão direita. Uma tensão normal σx na direção x, atuante na face positiva, é positiva quando seu sentido coincide com o sentido de x positivo. Se a mesma tensão atua em uma face negativa, ela é positiva quando seu sentido coincide com o sentido de x negativo. Todas as tensões normais apresentadas na Figura 4 são positivas. O índice da tensão normal Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 3 corresponde ao do eixo paralelo a ela. Assim, σx é uma tensão normal à face cuja normal é x. As tensões normais são positivas se são trativas. As tensões tangenciais, τ, possuem dois índices. O primeiro designa a normal ao plano sobre o qual atua e o segundo, o eixo coordenado ao qual é paralela. Assim, τxy é uma tensão tangencial que atua no plano x, na direção y. Uma tensão tangencial atuante em uma face positiva será positiva quando seu sentido segue o do eixo coordenado do segundo índice. Se esta tensão atua em uma face negativa, será positiva quando seu sentido segue o sentido contrário ao eixo coordenado do segundo índice. Todas as tensões tangenciais indicadas na Figura 4 são positivas. Figura 4 1.2 - IGUALDADE DAS TENSÕES TANGENCIAIS Objetivo: - Demonstrar a igualdade das tensões tangenciais. τxy = τyx τxz = τzx (1.1) τyz = τzy Imaginemos um estado complexo de tensões definido abaixo, Figura 5. Figura 5 Para demonstrarmos a igualdade das tensões tangenciais, imaginemos um elemento, como o abaixo (Figura 6) onde foram colocadas somente as tensões que produzem momentos em relação à x: Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 4 Figura 6 A somatória dos momentos em relação à x fornece: zyyzzyzyyzyz 02 dz.dxdy 2 dz.dxdy 2 dy.dxdz 2 dy.dxdz ττττττ =∴=−−+ Analogamente: τxy = τyx τxz = τzx 1.3 - REPRESENTAÇÃO TENSORIAL. Objetivos: - Definir tensor tensão. - Enunciar as propriedades da matriz. - Representar, matricialmente, os estados triplos, duplo e mono-axial de Tensão. - Identificar na matriz, as tensões normais principais. A matriz tensor tensão é definida do seguinte modo: em cada linha se colocam as tensões atuantes em um dos três planos que definem o estado de tensão: 1ª linha - plano x; 2ª linha - plano y; 3ª linha - plano z. As tensões em cada coluna são colocadas conforme suas direções, mantendo sempre a ordem: direção x, y e z. Por exemplo: 1ª linha e 3ª coluna, tensão τxz - atua na face x, na direção z. 3ª linha e 2ª coluna, tensão τzy - atua na face z, na direção y. Assim teremos: zzyzx yzyyx xzxyx T σττ τστ ττσ = (1.2) Como as tensões tangenciais são iguais duas a duas - equação (1.1), a matriz é simétrica em relação a sua diagonal principal. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 5 Em um estado plano de tensões, as tensões atuantes em uma face (y, por exemplo) são todas nulas. Isto implica na matriz em se ter uma linha e uma coluna nulas: zzx xzx 0 000 0 T στ τσ = Este mesmo raciocínio pode-se estender ao estado mono-axial de tensão, onde teremos, unicamente, uma tensão normal, que será principal. z00 000 000 T σ = ) Pode ser demonstrado que, em qualquer estado de tensão em um ponto, um elemento pode ser orientado de forma que as tensões tangenciais se anulam sobre suas faces. As três direções assim obtidas são chamadas direções principais e as tensões normais, segundo estas direções, são denominadas de tensões normais principais (t.n.p.). Elas são representadas, simbolicamente, por σ1, σ2, σ3 e entre elas é válida a condição seguinte: 321 σσσ ≥≥ Assim, nas faces onde atuam as tensões normais principais (t. n. p.), as tensões tangenciais são nulas. A identificação de uma t.n.p., na matriz do tensor tensão, é feita considerando o fato de serem nulas as tensões tangenciais atuantes na mesma linha (mesma face). Isto implica em se anularem as tensões tangenciais atuantes em uma linha e em uma coluna (igualdade das tensões tangenciais). Logo a t.n.p. ficará no cruzamento destas: zzy yzy x 0 0 00 T στ τσ σ = 1.4 - REPRESENTAÇÃO ATRAVÉS DO CÍRCULO DE MOHR Objetivos: - Esboçar e interpretar os círculos de Mohr para o estado triplo. - Representar graficamente o estado triplo, pelas suas t.n.p. - Definir tensões tangenciais principais (t. t. p.) através dos círculos de Mohr - Determinar as intensidades das tensões tangenciais principais utilizandopropriedades do círculo de Mohr. - Calcular a tensão tangencial máxima em problemas tridimensionais. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 6 Os estados planos e mono-axial de tensão são casos particulares do estado triplo onde uma ou duas tensões normais principais são nulas. A representação gráfica para o estado triplo consiste em três círculos cujas interseções com o eixo horizontal, definem as tensões normais principais (Figura 7). Figura 7 Pode-se demonstrar que as condições de tensão em qualquer plano que passe através de um ponto, estão também incluídas na área hachurada entre o círculo maior e os outros dois (Figura 7). No estado plano, uma das t.n.p. coincide com a origem e no mono- axial, coincidem duas. Dadas as três t.n.p. do estado triplo, pela combinação duas a duas, construímos os três círculos de Mohr correspondentes. Os raios destes três círculos de Mohr são as tensões tangenciais principais (t.t.p.) que são representadas por: τ1,2, τ1,3 e τ2,3 (Figura 7). Suas intensidades são: 2 2 2 32 3,2 31 3,1 21 2,1 σστ σστ σστ −= −= −= (1.3) A t. t. p., τ1,3 , será sempre a de maior intensidade. As tensões normais que atuam nos planos das t. t. p. são: 1,2 21 1,3 31 2,3 32 de plano , 2 OC de plano , 2 OB de plano , 2 AO τσσ τσσ τσσ += += += (1.4) ) O estado plano de tensão é um caso particular do estado triplo onde uma t.n.p. é nula É preciso observar que nem sempre a tensão tangencial máxima do estado plano, já estudado, corresponde à tensão tangencial maior do estado triplo. Acontece que agora nossos conceitos são mais amplos. Por uma questão didática, quando se estudou o estado plano, falou-se em somente um círculo de Mohr, quando na realidade são três. Por isto, o conceito de tensão tangencial máxima ficou incompleto. Se verificarmos, na Figura 7, o plano Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 7 em que atua a tensão tangencial principal (t.t.p.), τ1,3, faz ângulos de 45º com os planos onde atuam σ1 e σ3 respectivamente. A1ém disto, esta tensão está situada no mesmo plano de σ1 e σ3. Logo sua direção será a interseção destes dois planos (Figura 8). Analogamente para τ1,2 e τ2,3 (Figura 9). Figura 8 Figura 9 São dois os planos que satisfazem as condições acima descritas; eles são perpendiculares entre si. Em um atua a t.t.p. positiva e no outro a negativa. Interessa-nos somente a intensidade e a direção desta tensão e não o seu sentido. Por isto colocamos a seta nas duas extremidades do segmento (ela tanto pode estar em um sentido como no outro). 1. 5 - CASO PARTICULAR IMPORTANTE Objetivo: - Determinar as t.n.p. de um estado triplo, quando se conhece uma delas, sem o desenvolvimento da equação do terceiro grau, utilizando as propriedades do estado plano de tensões. A maioria dos casos que encontramos em engenharia, a posição de um dos planos principais e a t.n.p. que nele atua podem ser encontrados previamente. Então as duas t.n.p. restantes podem ser determinadas utilizando-se as propriedades do estado plano (Figura 10). Com efeito: Figura 10 Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 8 As tensões normal e tangencial que atuam no plano inclinado podem ser calculadas, através das equações de equilíbrio da estática, projetando as forças na direção normal ao plano e sobre o próprio plano. É claro que a força atuante na direção “z” não alterará as equações acima. É como se ela não existisse. Assim procedendo, obteremos as mesmas equações para “σn” e “τn” encontradas para o estado plano. Estas equações podem ser também interpretadas através do círculo de Mohr já estudado em “estado plano de tensões”. Resumindo, o estado de tensão da Figura 10 fica assim: σz é uma t.n.p.. O estado plano σy, σx e τxy fornecerá as outras duas t.n.p. O plano θ da Figura 10 é um dos planos paralelos à z, ou seja, paralelos a uma direção normal principal. Os planos x (θ = 0º) e y (θ = 90º) também são. Assim os pontos situados no círculo de Mohr determinado por σx, σy e τxy, representam valores de σ e τ atuantes em planos θ, paralelos a uma direção normal principal (z): planos que giram em torno de z. Do exposto acima podemos concluir que: ) Cada ponto da circunferência que passa por σ1 e σ3 (Figura 7) corresponde a valores de σ e τ que atuam em planos paralelos à direção 2. Analogamente para as outras circunferências. Os pontos situados na área hachurada (Figura 7) correspondem a valores de σ e τ que atuam em planos inclinados em relação às direções principais 1, 2 e 3. 1.6 - O ESTADO GERAL DE TENSÃO EM UM PONTO Objetivos: - Calcular as tensões normal e tangencial atuantes em um plano, quando se conhecem as tensões atuantes em três planos perpendiculares através do ponto. - Definido o estado de tensão através de um ponto, calcular as tensões normais principais (t.n.p.). - Definir o elipsóide das tensões. - Definir planos e tensões octaédricas e calculá-las em função das t.n.p. Através do diagrama do corpo livre (Figura 11), onde são colocadas as tensões atuantes em três planos perpendiculares através do ponto, pretende-se determinar a tensão normal e tangencial atuantes em um plano cuja normal é "n", através do mesmo ponto. Dados: face x: σx , τxy , τxz face y: τyx , σy , τyz face z: τzx , τzy , σz Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 9 n cos zn, m cos yn, l cos xn, ^ ^ ^ == == == γγ ββ αα , , , face ABC = dA face OAB = dA.n face OBC = dA.l face OCA = dA.m Pede-se: σn e τnt Figura 11 Seja T G o vetor tensão que atua no plano “n”. A direção de T G não coincidirá com a de "n", necessariamente. Quando isto acontecer, "n" será uma direção normal principal e T G será a própria t.n.p., pois, neste caso, sua projeção sobre o plano será nula (as tensões tangenciais atuantes na face serão nulas). As componentes de T G nas direções x, y e z são: Tx , Ty e Tz, respectivamente. Como o elemento está em equilíbrio, são válidas as equações da estática. Assim: n.dA.m.dA.l.dA.dA.T 0F zxyxxx x ττσ ++= =∑ simplificando e lembrando-se que: τyx = τxy , τzx = τxz temos: n.m.l.T n.m.l.T :amentelogana n.m.l.T zzyzxz yzyyxy xzxyxx σττ τστ ττσ ++= ++= ++= (1.5) Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 10 Vetorialmente, podemos escrever, lembrando que G G G i , j e k são os unitários das direções x, y e z respectivamente: G G G G T T i T j T kx y z= + +. . . O unitário da normal “n” é: k.nj.mi.lN GGGG ++= Sendo σn, a projeção de GT sobre “n”: n.Tm.Tl.TN.T zyxn ++== GGσ (1.6) Por outro lado: 2 nt 2 n 2T τσ += Logo: 2 n 2 nt T στ −= (1.7) A intensidade do vetor T é: 2 z 2 y 2 x TTTT ++= (1.8) As equações (1.5) são gerais e válidas para qualquer plano “n” mesmo que este seja o plano onde atua uma tensão normal principal. Neste caso, o vetor G T coincidirá com a normal e não teremos tensões tangenciais. Façamos então T = σp e assim: n.T m.T l.T pz py px σ σ σ = = = As equações (1.5) tornam-se: n.m.l.l. xzxyxp ττσσ ++= ou: 0n).(m.l. 0n.m).(l. 0n.m.l).( pzzyzx yzpyyx xzxypx =−++ =+−+ =++− σσττ τσστ ττσσ (1.9) Resolvendo (1.9) para calcular um dos cosenos diretores, por exemplo, l, temos:)( )( )( )(0 )(0 0 l pzzyzx yzpyyx xzxypx pzzy yzpy xzxy σσττ τσστ ττσσ σστ τσσ ττ − − − − − = A solução trivial 0,0,0 não serve pois l2 + m2 + n2 = 1. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 11 Uma solução não trivial para as direções dos cosenos dos planos principais existirá somente se o denominador for nulo. Este sistema terá uma solução diferente de zero, se o determinante dos coeficientes de 1, m e n for nulo. Logo: 0 )( )( )( pzzyzx yzpyyx xzxypx = − − − σσττ τσστ ττσσ (1.10) O desenvolvimento deste determinante dará origem à equação cúbica abaixo: 0)2 ().().( yzxzxy 2 xyz 2 xzy 2 yzx zyxp 2 yz 2 xz 2 xyzyzxyx 2 pzyx 3 p =+−− −−−−−+++++− ττττστστσ σσσστττσσσσσσσσσσσ (1.11) Pode ser demonstrado que as três raízes da equação (1.11) são reais, pois a matriz é real e simétrica. Estas serão os valores das tensões normais principais. Levando cada valor em troca na equação (1.9) e acrescentando ainda a relação l2 + m2 + n2 = 1, pois no sistema de equações lineares e homogêneas (1. 9) uma equação é combinação linear das outras duas, obtém-se três conjuntos de cosenos diretores que localizarão as normais aos três planos onde atuam as tensões normais principais. Como a matriz (1.10) é simétrica, as três direções principais são sempre tri-ortogonais. Concluímos que: ) Existem três planos, mutuamente perpendiculares, onde atuam as tensões normais principais. É evidente que as t. n. p., que são as raízes da equação cúbica (1.11), são determinadas pela natureza do estado de tensão em um ponto e não dependem do sistema de referência admitido. Assim, ao girarmos o sistema original, x, y, z, os valores dos coeficientes da equação (1.11) não deverão alterar-se. Devido a isto, estes coeficientes são chamados de invariantes do estado de tensão. São eles: 321 zzyzx yzyyx xzxyx 3 323121 2 yz 2 xz 2 xyzyzxyx2 zyx321zyx1 I I ```I σσσ σττ τστ ττσ σσσσσστττσσσσσσ σσσσσσσσσ == ++=−−−++= ++=++=++= Se I3 = 0, uma das raízes da equação (1. 11) será nula. Neste caso, o estado de tensão é plano. Se I2 = I3 = 0, duas raízes da equação (1.11) serão nulas. O estado de tensão correspondente é monoaxial. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 12 Se os eixos de referência, x, y e z, coincidem com as direções das tensões normais principais, as equações (1.5) continuam sendo válidas com as seguintes modificações: 0 , 3z yzxzxy2y 1x σσ τττσσ σσ = ==== = Logo: 3 z 3 2 y 2 1 x 1 T =n . T =m . T =l . σσ σσ σσ nT mT lT z y x = = = Mas: l2 + m2 + n2 = 1 Teremos então: 1 2 3 2 2 2 2 2 1 2 =++ σσσ zyx TTT Se Tx, Ty e Tz são considerados como as coordenadas das extremidades do vetor tensão, o lugar geométrico das extremidades do vetor é um elipsóide (Figura 12), cujos semi- eixos são as tensões normais principais. Este elipsóide é denominado de elipsóide das tensões. Figura 12 Pode-se concluir, examinando a Figura 12, que duas das t. n. p. são as tensões normais máxima e mínima no ponto. A outra t.n.p. é intermediária em valor. Um caso particular de tensões é o das chamadas tensões octaédricas. Em primeiro lugar, vamos definir planos octaédricos como sendo aqueles cujas normais fazem ângulos iguais com as direções normais principais. São em número de oito (Figura 13). As tensões que atuam nos planos octaédricos são as tensões octaédricas. Logo: Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 13 Figura 13 )( 3 1)( 9 3 )kji( 3 3).kji( 3 3 N.T )33(T ,)33(T ),33(T nm31=l 13l 1nml 321321oc 321oc oc 3z2y1x 2222 σσσσσσσ σσσσ σ σσσ ++=++= ++++= = === ==±∴=∴=++ GGGGGG GG (1.12) Como 1321 I=++ σσσ , um invariante: )()()( 3 1 T 3 3T )kji( 3 3T )( 3 1I 3 1 2 13 2 32 2 21oc 2 oc 2 oc 2 3 2 2 2 1 321 zyx1oc σσσσσστ στ σσσ σσσ σσσσ −+−+−= −= ++= ++= ++== GGGG (1.13) 1.7 - COMPLEMENTAÇÃO Objetivos: - Definir cisalhamento puro no estado triplo - Definir estado de tensão hidrostático. O estado de cisalhamento puro existe se um sistema particular de eixos Oxyz pode ser determinado satisfazendo a seguinte condição: σx = σy = σz = 0. Este sistema particular de eixos existe, se, e somente se, o primeiro invariante das tensões, I1 = 0. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 14 Matricialmente: 0 ou 0 0 0 zyzx yzxyyx xzxyx zyzx yzyx xzxy ττ τσστ ττσ ττ ττ ττ −= Em ambos os casos, I1 = 0. Por definição, um estado é hidrostático se: σx = σy = σz = -p , e todas as tensões tangenciais desaparecem. Matricialmente: p00 0p0 00p − − − Um estado de tensão qualquer pode ser separado em um estado de cisalhamento puro mais um estado de tensão hidrostático. De fato: = zzyzx yzyyx xzxyx σττ τστ ττσ p00 0p0 00p − − − + )p( )p( )p( zzyzx yzyyx xzxyx + + + σττ τστ ττσ (Estado hidrostático) (Cisalhamento Puro) Desde que: ( )σx p+ + ( )σy p+ + ( )σ z p+ = 0 Ou: 1zyx I.3 1)( 3 1p −=++−= σσσ BIBLIOGRAFIA HIGDON e outros. Mecânica dos Materiais. 3ª ed. Guanabara Dois FEODOSIEV, I. Resistencia de Materiales .Editorial Mir. Moscou. DALLY & RILEY. Experimental Stress Analysis. McGraw-Hill. 2ª ed. Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 15 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS ¾ Exercício 1.1 – (Para recordar estado plano de tensão) Determinar as tensões normal e tangencial que aparecem no cordão de solda do tubo de parede fina indicado abaixo. Dados: Diâmetro médio do tubo = 30 cm Espessura da parede = 0,8 cm Pressão interna aplicada = 100 kgf/cm2 N = 30000 kgf; T = 800000 kgf.cm.; Ângulo da solda = 30º Tensão normal admissível no cordão de solda = 900 kgf/cm2 Tensão tangencial admissível no cordão de solda = 600 kgf/cm2 Solução: A=π . Dm . e = 75,36 cm2 , Ip = π.(Re4 - Ri4)/2 = 16980 cm4 Análise de um ponto na face externa: Calculando a tensão normal devido a N temos: 2N cm kgf398 36,75 30000 ==σ Calculando as tensões devido a pressão interna p temos: cm kgf1876 cm kgf1336938398 : resultante oa~Tens cm kgf938 2 cm kgf1876 e R.p 2x 2y 2 c l2c = =+= ==== σ σ σσσ Cálculo da tensão tangencial resultante devido ao torque: cm kgf726 16980 4,15.800000 I r.T 2 p xy ===τ Círculo de Mohr: 60059450sen77550senR 900210450cos775160650cosROC 70= 775 726= sen775=R 1606=OC N N <=== >=+=+= τ σ θθ D Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 16 A solda não suporta o carregamento !!! Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 17 ¾ Exercício 1.2 Para os pontos A e B da peça indicada abaixo, da seção quadrada sob torção- solicitaçãoaxial, pede-se: 1 - definir os estados de tensão de A e B. 2 - tensões normais principais. 3 - tensão tangencial principal maior. T = 500 kgf.cm P = 1000 kgf Lado a = 2cm α = 0,208 Solução: 1) σN= P/A τA=T/α.a.b2 σN= 250 kgf/cm2 τA= 300 kgf/cm2 2) B: σ1=250 , σ2=σ3=0 , A: σ1=450 , σ2=0 , σ3=-200 3) B: τ1,3=125 A: τ1,3=325 Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 18 ¾ Exercício 1.3 Para o eixo de seção circular maciça indicado abaixo, sob T = 1000 kgf.cm, pede-se: 1 - definir o estado de tensão do ponto A. 2 - matriz do tensor tensão de A. 3 - círculos de Mohr de A. 4 - cálculo das tensões normais principais de A. 5 - cálculo das tensões octaédricas de A. Raio = 2 cm Ip = 25,12 cm4 τxy = -80 kgf/cm2 Solução: 1) 2 ) 0 80 0 80 0 0 0 0 0 − − 3) 4 ) σ1=80 ; σ2=0 , σ3=-80 5) σOCT=0 τOCT= 65,6 Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 19 ¾ Exercício 1.4 Um vaso cilíndrico de ferro fundido com diâmetro médio de 0,2 m possui paredes de espessura h = 10 mm. A pressão dentro do vaso é p = 4 MN/m2. O vaso é também comprimido por forças N = 200 kN. Determinar o estado de tensão de um ponto situado próximo à face interna. Solução: MPa26 4000 040 0012- ) m/MN( 12 ,4 ,40= ,m/MN32 10.10..2,0 10.200 m/MN20 m/MN40 10.10 1,0.4 h R.p 1,3 2 32 1 2 3 3 N 2 L 2 3C =− −=−=−=−= ==== − − τ σσσπσ σσ Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 20 ¾ Exercício 1.5 Um anel de aço de seção circular é encaixado contra um eixo de um material rígido, sem pressão de contato. Se o anel é resfriado de 40º C, pede-se definir o estado de tensão de um ponto do anel em contado com o eixo. Solução: Para o anel: E = 2.106 kgf/cm2 α= 125.10-7 /ºC ν = 0,3 d= 1,6 cm A= 2 cm2 ) cm kgf( 78 ,0 ,6,976 , cm kgf6,976 cm kgf78=p )3,05,12( 10.2 p)p3,0( 10.2 140.125.10 =anel do ncialcircunfere deformação t= p5,12 6,1 20p e R.p 23212 266 7- x eso~tens −==== +=+= === σσσσ σ ε∆αεσ Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 21 ¾ Exercício 1.6 Para a viga esquematizada ao lado, pede-se: 1 - definir os estados de tensão de A e B. 2 - representação matricial de A e B. 3 - tensões normais principais de A e B, 4 - tensão tangencial principal maior de A e B. Dados: α = 0,232; η = 0,859 Solução: == === = ==→= = ===→→= ===→= 149.859,0 4,1724.3.232,0/480../ /20 5,4.2 )75,0.5,1.2(80 . 20 0. 0= /533 5,4 5,1.20.80 12 2.3=I 533 /1673.2/1000//167 2 2 B A 2 3 22 AB A s AA B N baTT cmkgf Ib VMV cmkgf I MY M cmkgfANcmkgf ττ ατ ττ τ σ σσ σσ 1) 2) 7000149 000 14900 :B , 1674,1920 4,19200 000 :A − − 3) 30 0 730 B; 2,126 0 2,293 A 3 2 1 3 2 1 −= = = −= = = σ σ σ σ σ σ . 4) A: τ1,3=210 B: τ1,3= 380 Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 22 ¾ Exercício 1.7 Definir o estado de tensão do ponto A da Figura abaixo, calculando as tensões normais principais deste ponto. O cubo é feito de material deformável e o anteparo de material rígido. Coeficiente de Poisson do material do cubo = 0,3 p = 600 kgf/cm2 Solução: )(kgf/cm 600 , 180 ,0 180 0))(( E 1 0 2 321 xzyxx −=−== −=∴=+−∴= σσσ σσσνσε = −= ++−−= cm/kgf8,253 cm/kgf260 )kji( 3 3).k 3 3600j 3 3180i0( 2 oct 2 oct oct τ σ σ GGGGGG Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 23 ¾ Exercício 1.8 Definir o estado de tensão para o ponto A do sistema abaixo, calculando as tensões normais principais para este ponto. Determinar ainda as tensões octaédricas de A. p = 600 kgf/cm2 Coeficiente de Poisson = 0,4 Solução: σx= σz ( )[ ] [ ]ε σ ν σ σ νσ σ σ σ σ x x z x z x E E kgf cm = = − − = − + = − ∴ = = − = − 0 1 600 1 240 400 400 6002 2 , 1 3 ( / ) ( ) ( )σ σ τ σ oct oct oct oct i j k i j k T = − − − + + = − = − = − = 3 3 400 400 600 3 3 466 7 228752 466 7 104 62 2 2 G G G G G G . , , , Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 24 ¾ Exercício 1.9 Um eixo de cobre é ajustado sem pressão dentro de uma camisa de aço. Após, é aplicada uma pressão de 500 kgf/cm2 contra o eixo. Pede-se: 1 - definir o estado de tensão para os pontos A e B. 2 - determinar a tensão tangencial principal maior para A e B. 3 - determinar as tensões octaédricas de A e B. Módulo de elasticidade do cobre = 1.106 kgf/cm2. Coeficiente de Poisson = 0,33 Módulo de elasticidade do aço = 2.106 kgf/cm2. Coeficiente de Poisson = 0,30 Raio externo = 10,5 cm Raio interno = 10,0 cm Solução: 1) Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 25 ( )[ ] ( )[ ]ε εcA cB P P P P P P P cm = ∴ − − − − = − − − + = = 1 1.10 kgf 6 0 33 500 1 2 10 20 0 3 1 34 330 20 3 15 25 6 2 , . , , , , / Para o ponto A temos: Para o ponto B temos: σ1 = σ2 = -15,25 kgf/cm2 σ1 = 305 kgf/cm2 , σ2 = 0 σ3 = -500 kgf/cm2 σ3 = -15 ,25 kgf/cm2 Cálculo das tensões octaédricas e da tensão tangencial máxima para o ponto A. 2 1,3 2 oct 2 oct 2 octoct 222 oct kgf/cm 5,242 kgf/cm 228= T= 177 3 5003,153,15 kgf/cm 2895002.)3,15( 3 1=T N.T )k+j+i( 3 1=N 3 1).k500-j15,3-i(-15,3=T 3 1nml = −−=−−−= =+= === τ τστσ σ GG GGGGGGGG Analogamente para o ponto B temos: σ τ τ oct oct = = = 96 7 148 4 1601 3 , , , kgf / cm kgf / cm kgf / cm 2 2 2 Unidade 1 – NOÇÕES SOBRE ESTADO TRIPLO DE TENSÃO Página 26 ¾ Exercício 1.10 Um anel de latão de 130 mm de diâmetro externo encaixa-se perfeitamente dentro de um anel de aço de 130 mm de diâmetro interno, quando a temperatura dos dois anéis é de 10ºC. Sabendo-se que a temperatura dos anéis é aumentada para 50º C, determinar: 1 - estado de tensão de A e B. 2 - tensões normais principais de A e B. Dados: Espessura do anel de aço = 3 mm Espessura do anel de latão = 6 mm E ν α Latão 103 GN/m2 0,33 20,9.10-6/ºC Aço 200 GN/m2 0,30 11,7.10-6/ºC σ c p p= − = −655 10 83, σ c p p= =653 2167, Solução: δL = variação do raio do latão δA = variação do raio do aço ( ) ( ) ( ) 26 99 AALL ALAL m/MN74,1p 40.10.7,119,2030,067,21 10.200 133,083,10 10.103 1p .R ,.R t)(R = −= +++−− == −=+ − εδεδ ∆ααδδ σ1 = 0 MPa σ1 = 37,7 MPa σ2 = -1,74 MPa σ2 = 0 MPa σ3 = -18,8 MPa σ3 = -1,74 MPa
Compartilhar