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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO – IFPI CAMPUS TERESINA CENTRAL CURSO: TECNOLOGIA EM ALIMENTOS DICIPLINA: MICROSCOPIA PROFESSORA: FLOR DE MARIA MENDES CAMARA FRAUDES EM ALIMENTOS Alexandra Brito Apolinário Filho Camila Chaves Eliete Teixeira Irismar Santos Tháila Pimentel Teresina, 2018 Piauí SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO A falta de tempo para o preparo de alimentos é uma das principais alterações ocorridas, e este fato acarreta em hábitos alimentares não adequados para a saúde, sendo que o mesmo leva ao consumo excessivo de alimentos de qualidade muitas vezes não comprovada. Os produtos industrializados e/ou pré-preparados são amplamente utilizados durante as refeições, e com o aumento do consumo por parte da população observa-se que centenas de produtos são lançadas e comercializadas, anualmente para suprir esta demanda. Com o mercado em expansão abre-se a possibilidade de garantir maiores ganhos, porém, visando a redução de custos observa-se a adoção de fraudes na composição dos alimentos comercializados. Scartezini (2011) complementa que a lógica capitalista possui como meta obter lucro e não a saúde do consumidor. Teixeira et al. (2014) classifica fraudes como alterações, adulterações e falsificações realizadas em produtos alimentícios, sendo que estas objetivam obter maiores lucros, ocultação de más condições estruturais e sanitárias dos produtos, atribuindo requisitos que não possuem. Existem vários documentos que comprovam que desde a Idade Média já havia, casos que são muito comuns, de fraudes com pesos e medidas e com adulteração de alimentos e bebidas. O problema das fraudes é bem antigo, e com o desenvolvimento tecnológico e a evolução do mundo estes fenômenos também foram evoluindo. Os fraudadores são muito espertos e criativos, são bem informados, são submisso e adaptável a novas situações, e assim novos fraudes sempre aparecem, e se aproveitam de cada nova oportunidade. “Como acontece na maioria dos crimes, as fraudes podem ser explicadas pela coexistência de três fatores primários: a existência de golpistas (fraudadores), disponibilidade de vítimas vulneráveis (consumidores) e a ausência de um controle rigoroso e eficaz” (PALODI, 2009). 2. OBJETIVO Identificar fraudes por adulteração intencionais em alimentos. 3. METODOLOGIA 3.1 Material Peneiras; Beckers; Estereomicroscópio; Microscópio binocular; Amostras de café moído; Amostras de sal. 3.2 Procedimento Recebeu-se as amostras de sal e café moído e efetuou-se o quarteamento. Cada parte do quarteamento foi feita a inspeção visual. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na amostra de café foram identificados alguns elementos constituintes da fraude sendo estes colocados intencionalmente, os elementos identificados foram: flocos de milho e sementes de mamão (figuras: 1 e 2). Figuras 1 e 2: Café adulterado com flocão de milho e semente de mamão. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC, 2013), entre os produtos utilizados para a adulteração do café torrado e moído são relatados com maior frequência o milho, cevada, triguilho, açúcar mascavo e soja, além de cascas e paus que são resíduos oriundos do seu beneficiamento. A detecção de impurezas e da adulteração do café torrado e moído tem sido uma preocupação dos pesquisadores e órgãos de fiscalização que buscam garantir ao consumidor a qualidade do produto. A adulteração é considerada uma fraude, pois ocorre pela mistura intencional de materiais estranhos ao café, normalmente de baixo custo, que comprometem a sua qualidade e podem causar danos à saúde do consumidor, além do prejuízo econômico. A Instrução Normativa nº 16 de 24 de maio de 2010 (BRASÍL, 2010) estabelece com 1% o percentual máximo em conjunto de impurezas (cascas e paus), sedimentos (pedras, torrões e areias) e matérias estranhas (milho, centeio, açúcar, cevada, sementes de açaí) permitido no café torrado em grão e torrado e moído e que, quando analisada isoladamente, o percentual de substâncias estranhas permitido no café é de 0,1%. Segundo a Normativa, se forem detectados níveis de impurezas acima do percentual permitido, o café será considerado “fora de tipo” (BRASIL, 2010). Entretanto, a IN 16 foi anulada, sem embasamentos técnicos consubstanciados, no dia 27 de fevereiro de 2013. Já no sal foram encontrados bolinhas de sílica e açúcar granulado (figuras 3). Tanto açúcar como as bolinhas de sílica colocados no sal foram visualizadas sem a necessidade do uso do microscópico já que tinham sido colocadas lá intencionalmente sem o cuidado de serem mascarados. Figura 3: Sal adulterado com sílica e açúcar granulado. 5. CONCLUSÃO Diante dos resultados nenhuma das amostras estão condizentes em relação a integridade do seu produto, no caso do sal refinado ele está impróprio por apresentar sílica gel em sua composição, que é um material que poderá causar danos à saúde humana. Portanto, é importante que as empresas responsáveis desses produtos estejam cientes da deficiência do controle de qualidade da matéria produzida que será destinada ao consumidor, assim, irão tentar manter a integridade do alimento para não causar danos à saúde e nem vender produtos que em sua composição não condiz com a sua embalagem. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ. Anos 80: liberdade de preços e combate à fraude. Jornal do Café, Rio de Janeiro, v.12, n.138, p.8- 9, maio 2003. BRASIL. Instrução Normativa nº 16, de 24 de maio de 2010. Estabelece o Regulamento Técnico para o Café Torrado em Grão e Café Torrado e Moído, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem. Brasília, 2010. Disponível em: <httpp://www.mp. sp. gov.br./portal/cao_consuidor/legislação/leg-produtos_humanos/IN-16-2010-MAPA.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2018. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 8, de 11 de junho de 2003. Disponível em: <httpp://WWW.abic.com.br/publique/media/CONS_leg_instnormativa08-03.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2018. SCARTEZINI, N. T. Insegurança alimentar nas cidades. 2011. 54f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2011. TEIXEIRA, M. V.; FRANCEZ, Y.; COLA, A. P.; OLIVEIRA, D. V.; SILVA, E.; MUTRAN, T. J. Detecção da presença de amido em queijos do tipo prato e mozarela. Revista Science in Health, v.5, n.2, mai./ago., 2014. p.79-85.
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