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Síntese Objetivos Aula 6

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Introdução ao Estudo do Direito
Aula 6 – Teoria do ordenamento jurídico.
I - Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas.
EM FUNÇÃO DA SANÇÃO
Lei perfeita (leges perfectare): É uma lei que tem eficácia social porque recebe uma observação geral e tem conseqüências. Traz um fato transgressor recebendo uma sanção de igual nível.
Lei mais que perfeita (leges plus quam perfectare): Recebe uma sanção mais gravosa, que vai além do fato trangressor. Geralmente trata-se das normas penais e são as mais observadas e as menos transgredidas.
Lei menos que perfeita (leges minus quam perfectare): Traz uma sanção que não se adequa ao fato transgressor. Ocorre com atos anuláveis, que possui efeitos passados e não produz futuros.
Lei imperfeita (leges imperfectare): Não traz uma sanção (punição) e, por isso, não tem eficácia social.
EM FUNÇÃO DA FORMA
Escritas: são as leis, os tratados, os regulamentos e as jurisprudências.
Não-escritas: os costumes.
EM FUNÇÃO DA FONTE PRODUTORA DA NORMA
Legislativa: produz as leis.
Constitucional: produz os costumes de poder social.
Jurisprudencial: produz as jurisprudências
Doutrinal: produz as doutrinas autorizadas
Convencional: produz os tratados internacionais e os contratos coletivos de trabalho.
EM FUNÇÃO DA ORDEM JURÍDICA A QUE PERTENCEM
Nacionais: que são todas as normas do ordenamento jurídico nacional.
Estrangeiras: que tem duas funções: o direito comparado (que usa cópias de outros códigos, mas com algumas modificações) ou quando, por força do direito internacional privado, por aplicado no Brasil.
EM FUNÇÃO DE SEU CONTEÚDO
Pelo âmbito espacial de sua validade
- Comum: uma regra de direito comum a todos dentro do território nacional (penal).
- Particular: que é uma norma criada para um determinado ente (estado, cidade…).
- Internacional: só há emprego em território nacional quando há permissão do governo.
Da amplitude de seu conteúdo
- Geral: que é aplicável a todos e a todos os casos.
- Especial: que são regras diferenciadas das normas.
- Excepcional: são exceções às regras que têm que ser aplicadas de imediato.
3. Da força de seu conteúdo (hierarquia das normas): – norma constitucional (tem a maior força) – lei complementar – lei ordinária.
4. Quanto à aplicabilidade imediata de seu conteúdo
- Lei auto-aplicável: não necessita de regulamentação e pode ser aplicada de imediato.
- Lei regulamentável: precisa que uma outra lei venha regulamentá-la para que ela possa ser aplicada.
5. Em razão do interesse que tutela
- Regra de direito público: que é o interesse do Estado, onde ele sempre prevalece sobre o direito individual.
- Regra de direito privado: que tem interesse particular (código civil e direito comercial)
- Regra de direito misto: que metade é público e metade é privado (direito do trabalho).
EM FUNÇÃO DO GRAU DE SUA IMPERATIVIDADE
Em relação ao particular
- Norma taxativa: quando não permitem que o particular transija (uma pessoa de 17 anos dirigir).
- Norma dispositiva: quando põe à disposição que os particulares transijam ou não (pessoas de 17 votar).
Em relação ao poder público
- Norma rígida: não pode mudar, aceitar ou abrir exceção.
- Norma elástica: pode aceitar, ser “elástico”.
EM FUNÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO
Normas constitucionais: São apenas normas constitucionais; não são códigos, consolidações, estatutos ou espassas.
Codificações: é o conjunto de normas sistematizadas (organizadas) em um só código de lei por matérias que trata de tudo.
Consolidações: são reunidas em um só corpo de lei, mas não são sistematizadas.
Estatutas: são sistematizadas mas são específicas ao que se refere, a um grupo isolado de pessoas.
Espassas: são leis soltas no ordenamento jurídico e está fora de uma codificação, consolidação ou estatutalização.
EM FUNÇÃO DO TEMPO
Normas permanentes: vigoram até que outra as modifique ou as revogue.
Normas temporárias: são exceções, já vem em seu texto o tempo em que deve ficar em vigor.
Irretroativas: que não retroage.
Retroativas: retroage se houver beneficio ao réu.
De iniciativa imediata: vigora a partir de sua publicação.
De iniciativa mediata: passa por um período de vacatio legis.
II - Estabelecer a distinção entre os diversos elementos constituintes do ordenamento jurídico, a saber: normas, regras e princípios.
Em princípio, podemos dizer que a Teoria do Direito é formada pelo conjunto das obras da Teoria da Norma Jurídica, juntamente com a Teoria do Ordenamento Jurídico, na qual se se estuda o conjunto ou complexo de normas que formam o ordenamento jurídico.
As normas jurídicas não existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si. Não podemos esquecer que, para a palavra ''direito'' existem vários sentidos, inclusive também o sentido de ''ordenamento jurídico''.
Para constatar, as regras jurídicas constituem sempre como uma totalidade e a palavra ''direito'' é utilizada tanto para uma norma jurídica em particular ou para um complexo de normas jurídicas, sendo que o estudo do ordenamento jurídico é recente, mais recente do que as normas particulares.
III - Reconhecer o fundamento de validade das normas, à luz da estrutura escalonada do ordenamento jurídico.
A validade de uma norma está condicionada pela validade de outra hierarquicamente superior, isso quer dizer que dentro de um sistema normativo existem várias normas, mas para serem válidas, sempre terá de haver uma superior aquela existente.
Segundo Kelsen, a Constituição pode ser tanto um documento, ou seja, material (escrita), como também consuetudinária, originária do costume de indivíduos. A Constituição escrita surge do ato do legislador, que faz da consuetudinária uma Constituição material, na qual produzirá normas materiais. As normas que não são materiais e fazem parte da Constituição consuetudinária são codificadas pelo órgão legislador e assim, transformam-se em Constituição escrita.
Sabendo que as normas são constituídas e organizadas de forma hierarquizada afirma-se que a validade de qualquer norma repousa na Constituição, na qual possui a função de criação de normas inferiores.
Normas superiores fundamentam as inferiores
-Produção
-Poder
Normas inferiores executam comandos das superiores
-Execução
-Dever
De acordo com Kelsen, a Constituição necessita de interpretação por ser a fonte de todo o ordenamento jurídico, logo, dizer que a validade de uma norma inferior está fundada na validade de uma norma superior significa dizer que a norma inferior prescreve condutas que estão expressas na norma superior (Constituição).
Uma norma inferior apenas terá validade se seu conteúdo estiver condizendo com o conteúdo de uma norma superior a ela. Nesse caso, a relação entre a criação de normas inferiores a partir de normas superiores encontra-se o fundamento último de validade entre as normas.
1 . Normas constitucionais: ocupam o grau mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as demais devem subordinar-se às normas presentes na Constituição Federal, isto é, não podem contrariar os preceitos constitucionais. Quando contrariam, costuma-se dizer que a norma inferior é inconstitucional.
2. Normas complementares: são as leis que complementam o texto constitucional. A lei complementar deve estar devidamente prevista na Constituição. Isso quer dizer que a Constituição declara, expressamente, que tal ou qual matéria será regulada por lei complementar.
3. Normas ordinárias: são as normas elaboradas pelo Poder Legislativo em sua função típica de legislar. Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Tributário etc.
4. Normas regulamentares: são os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas em desenvolvimento da lei. Exemplo: decretos e portarias.
5. Normas individuais: são as normas que representam a aplicação concreta das demais normas do Direito à conduta social das pessoas. Exemplo: sentenças, contratos etc
IV - Conceber o ordenamento jurídico como um sistema que doutrinariamente pode ser fechado ou aberto.
O ordenamento
jurídico é um sistema fechado na medida em que os juristas não podem acrescentar ou retirar qualquer norma do conjunto. Por mais que o direito seja mutável, apenas os legisladores podem modificar o sistema, apresentando-se este ao jurista sempre como um conjunto de regras com existência objetiva (o chamado direito objetivo), cabendo aos intérpretes apenas compreendê-lo e aplicá-lo, mas nunca alterá-lo. Além disso, para resolver os problemas jurídicos, os juristas somente poderiam de critérios intra-sistemáticos (baseados nas fontes formais de direito positivo), sendo-lhe vedado apoiar suas decisões em elementos extra-sistemáticos, ou seja, diversos das normas jurídicas positivas, tais como interesses sociais, políticos ou econômicos. 
O ordenamento jurídico é um sistema normativo aberto de regras e princípios porque é um sistema dinâmico de normas; tem uma estrutura dialógica traduzida na disponibilidade e “capacidade de aprendizagem” das normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da ‘verdade’ e da ‘justiça’; porque a estruturação das expectativas referentes a valores, programas, funções e pessoas, é feita através de normas;é um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras.

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