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Emergências clínicas: abordagem prática. 2ª edição. Editora Manole. São Paulo, 2006. 8. Sacilotto R e Godoy MR. Trombose venosa profunda. In: Programa de atualização em medicina de urgência – PROURGEN. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2008. Ciclo 1. Módulo 4. p. 75-124 9. Tapson VF. Acute pulmonary embolism. N Engl J Med 2008; 358:1037-50. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 61 PREVENÇÃO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA Medicações e Doses para Profilaxia da TVP em Pacientes Clínicos Hospitalizados1 Droga2 Dose Heparina não fracionada (HNF) 5000 U SC a cada 8 horas3 Heparina de baixo peso molecular (HBPM) Enoxaparina 40 mg SC 1 vez ao dia 1. A profilaxia anticoagulante não deve ser usada se há risco excessivo de sangramento, tal como em pacientes com sangramento gastrointestina ativo ou recente, AVC hemorrágico ou defeitos hemostáticos como a trombocitopenia severa. 2. HNF e HBPM não devem ser usadas em pacientes com trombocitopenia induzida por heparina atual ou prévia. 3. Uma dose de 5000 U SC a cada 12 horas também pode ser usada. A opinião de experts favorece a dosagem a cada 8 horas, embora tais regimes de 8 ou 12 horas não tenham sofrido comparação direta. Fatores de Risco para TVP Cirurgia Trauma (importante ou de MMII) Imobilidade, paresia Neoplasia TVP prévia Idade avançada Gravidez e puerpério Contraceptivos hormonais ou terapia de reposição hormonal Moduladores seletivos de receptores estrogênicos Doença clínica aguda Insuficiência cardíaca ou respiratória Doença inflamatória intestinal Síndrome nefrótica Distúrbios mieloproliferativos Hemoglobinúria paroxística noturna Obesidade Tabagismo Veias varicosas Cateterização de veia central Trombofilia herdada ou adquirida Níveis de Risco de TVP em Pacientes Cirúrgicos Nível de Risco Risco aproximado sem tromboprofilaxia Opções de tromboprofilaxia Baixo Risco Cirurgias de pequeno porte em pacientes que deambulam < 10% Nenhuma tromboprofilaxia específica Deambulação precoce Risco Moderado A maioria das cirurgias gerais, ginecológicas ou urológicas 10 a 40% HBPM, HNF Alto Risco Artroplastia de quadril ou joelho Cirurgia para fratura de colo de fêmur Trauma grave Trauma raquimedular 40 a 80% HBPM + tromboprofilaxia mecânica Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 62 REFERÊNCIAS 1. American College of Chest Physicians. Antithrombotic and Thrombolytic Therapy: American College of Chest Physicians Evidenced-Based Clinical Practice Guidelines (8th Edition). Chest 2008;133(6) Supplement. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 63 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO A suspeita clínica de AVC deve ser formada na presença de: a) Sinais e sintomas neurológicos b) Início súbito c) Grupo de risco para doença arterial ou embolia cerebral: Hipertensão Diabetes Dislipidemia Idosos Fumante Coronariopatia ou cardiopatia Arteriopatias Anemia falciforme CLASSIFICAÇÃO Quanto a topografia 1. AVC do sistema carotídeo A maioria dos AVCs se origina no sistema carotídeo. A hemiparesia ou hemiplegia é a principal manifestação clínica dos AVCs do território carotídeo. Os sintomas mais freqüentes são hemi-hipoestesias, afasia e transtornos dos campos visuais. 2. AVC do sistema vertebrobasilar De maneira geral, produzem quadro mais complexo. A combinação de hemiplegia e hemi-hipoestesias com sinais de comprometimento dos nervos cranianos, alterações do olhar, disartria, anormalidades do equilíbrio, disfagias, sinais cerebelares e vestibulares apontam para afecção de artérias da circulação posterior. Quanto a patogênese 1. AVC trombótico Em algumas casuísticas, a maior parte dos AVCs isquêmicos é originária de trombose de artérias cerebrais de médio e grande calibre. Lesões ateromatosas são a mais freqüente origem das obstruções trombóticas. O início dos sintomas pode ser abrupto, porém frequentemente há sinais prévios de deficiência circulatória. A instalação progressiva, com melhoras e pioras sucessivas ao cabo de poucas horas ou ocorrência durante o sono, costuma indicar a origem trombótica do evento. Os clássicos infartos em cunha, comprometendo as áreas profundas ao lado do córtex são típicas das tromboses. 2. AVC embólico O AVC embólico tem origem vascular ou cardíaca. O encontro de infartos distais do território arterial, no córtex cerebral, é bastante característico das embolias, principalmente quando lesões múltiplas são encontradas. A chance de ocorrer um AVC embólico é muito alta em pacientes com fibrilação atrial ou com história de infarto do miocárdio recente. 3. AVC lacunar O AVC lacunar corresponde a um quinto dos pacientes que apresentam AVC isquêmico. As lacunas são lesões de pequeno tamanho (menor que 1 cm de diâmetro), ocorrendo em conseqüência de danos em arteríolas de pequeno calibre, diferente do que ocorre nas lesões ateroscleróticas, que caracteristicamente afetam artérias de maior calibre. As regiões em que a circulação se faz às custas desse tipo de arteríola são as regiões profundas dos hemisférios cerebrais (núcleos da base, tálalmo, cápsula interna e o tronco cerebral). Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 64 A hialinização das paredes vasculares, espessadas principalmente em resposta à hipertensão arterial crônica, é o que leva à trombose desses pequenos vasos, com infartos de reduzido tamanho e de localização naquelas áreas citadas. Quadros de hemiplegia ou hemiparesia proporcionada, completa, sem alterações de sensibilidade associada e, especialmente hemiplegia à direita em destros sem comprometimento da fala, são o habitual dos infartos lacunares. O início, em geral, é abrupto e, raramente pode assumir caráter progressivo. 4. Ataque Isquêmico Transitório (AIT) AIT é um episódio curto de disfunção neurológica causada por isquemia focal cerebral ou retiniana com sintomas clínicos que tipicamente duram menos que uma hora e sem evidências de infarto agudo. Diagnóstico diferencial de isquemia em adultos jovens (15 a 40 anos) Enxaqueca Dissecção arterial Drogas, especialmente cocaína e heroína Aterosclerose prematura, hiperlipidemias, hipertensão, diabetes, fumo, homocistinúria Relacionado a hormônios femininos (contraceptivos orais, gestação, puerpério): eclâmpsia; oclusão do seio dural; infartos arteriais e venosos; cardiomiopatia periparto Hematológico: deficiência de antitrombina III, proteína C ou proteína S; desordens do sistema fibrinolítico; deficiência do ativador do plasminogênio; síndrome do anticorpo antifosfolípide; aumento do fator VIII; câncer; trombocitose; policitemia; púrpura trombocitopênica trombótica; coagulação intravascular disseminada Reumático e inflamatório: LES; artrite reumatóide; sarcoidose; síndrome de Sjögren's; escleroderma; poliarterite nodosa; crioglobulinemia; doença de Crohn's; colite ulcerativa Cardíaca: defeito septal interatrial; foramen ovale patente; prolapso da valva mitral; calcificação do annulus mitral; miocardiopatias; arritmias; endocardite Doença arterial penetrante (lacunar); hipertensão, diabetes Outros: doença de Moyamoya; doença de Behçet; neurossífilis; doença de Takayasu; doença de Sneddon; displasia fibromuscular; doença de Fabry; doença de Cogan De: Caplan LR, Estol CE: Strokes in youths. In Adams