AULA 2 - OBRIGAÇÕES

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OBRIGAÇÕES EM GERAL E OS SEUS ELEMENTOS
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CREDOR
DEVEDOR
A obrigação é um vínculo que liga o credor ao devedor. 
Duas teorias:
Monista ou unitária: o vínculo consiste no débito, naquilo que a pessoa deve. É um vínculo de dever.
Dualista ou binária: o vínculo possui dois fundamentos: o débito (schuld) e a responsabilidade (haftung). Havendo débito, ocorrerá responsabilidade. Mas, pode ocorrer débito sem responsabilidade, como uma ´dívida prescrita (obrigação natural).
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Tradicionalmente vinculada à soberania da vontade individual (autonomia da vontade), insculpida nos preceitos que tutelam a liberdade contratual, a disciplina dos contratos atualmente vê-se permeada por uma série de interesses que ultrapassam a vontade do particular, gerando um debate sobre os limites da intervenção de dispositivos de ordem pública na regulação das relações contratuais.
Os princípios tradicionais, que fundamentaram a construção clássica da teoria dos contratos são os seguintes: autonomia da vontade; força obrigatória (pacta sunt servanda) ; e relatividade (efeitos inter partes). 
Esses princípios encontram hoje diversas áreas de flexibilização geradas pela ascensão de novos princípios contratuais, como a função social do contrato (artigo 421, CCB); a boa-fé objetiva (artigo 422, CCB); e o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual (artigo 478, CCB – efeito erga omnes)
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Basicamente, tem-se que a obrigação é composta por três elementos:
SUJEITO
OBJETO/PRESTAÇÃO
VÍNCULO (JURÍDICO) – também chamado de elemento imaterial, virtual ou espiritual (Flávio Tartuce)
As duas partes da relação obrigacional (credor e devedor) constituem o elemento subjetivo. A prestação devida em favor de uma delas constitui o elemento objetivo. E a possibilidade de exigibilidade (inclusive judicial) da prestação constitui o elemento material, abstrato.
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ELEMENTO SUBJETIVO: O CREDOR E O DEVEDOR
 Sujeito ativo: é o beneficiário da obrigação, podendo ser uma pessoa natural ou jurídica. É denominado credor, sendo aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação.
 Sujeito passivo: é aquele que assume um dever de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com o seu patrimônio. É denominado devedor.
Por certo, na atual estrutura complexa do direito obrigacional e contratual, ambos os sujeitos assumem a condição de credor e devedor, da mesma forma como se pode verificar pluralidade em qualquer dos polos obrigacionais. 
Vale destacar que o sujeito da obrigação não precisa ser determinado quando da gênese da relação, mas determinável ao tempo do cumprimento da obrigação. É uma indeterminabilidade relativa, momentânea, por exemplo, uma promessa de recompensa ou um cheque ao portador.
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ELEMENTO SUBJETIVO: O CREDOR E O DEVEDOR
 Não é necessário que os sujeitos originários se mantenham os mesmos até a extinção da obrigação. Por isso, não se tratando de obrigação personalíssima, é relevante registrar a possibilidade de substituição do sujeito, como, por exemplo, na cessão de crédito, na assunção de dívida, entre outras hipóteses.
 Já nas obrigações intuitu personae não se admite a modificação do sujeito, eis que são constituídas para vincular aquelas pessoas especificamente, como no contrato de mandato.
 A necessidade de bipolaridade da relação obrigacional é tamanha que, eventualmente, confundindo-se os sujeitos da obrigação no mesmo polo, implicará sua extinção, em vista da chamada confusão, prevista no artigo 381, do CCB. 
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ELEMENTO OBJETIVO: A PRESTAÇÃO
É o conteúdo da obrigação.
O objeto IMEDIATO da obrigação, perceptível de plano, é a prestação, que pode ser positiva ou negativa. Sendo positiva, ela terá como conteúdo uma obrigação de dar (coisa certa ou incerta) ou o dever de cumprimento de uma tarefa (obrigação de fazer). Se negativa, seu conteúdo é uma abstenção (obrigação de não fazer).
Já o objeto MEDIATO da obrigação é a própria coisa, tarefa ou abstenção, ou seja, o bem jurídico. Por exemplo, a casa em um contrato de compra e venda.
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Elemento imediato (prestação)
Elemento mediato (bem jurídico)
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ELEMENTO OBJETIVO: A PRESTAÇÃO
IMPORTANTÍSSIMO!
A prestação deve se revestir das seguintes características:
Licitude – o objeto não pode atentar contra a lei, sob pena de não produzir efeitos jurídicos;
Possibilidade física e jurídica – a possibilidade física deriva da prestação que não pode atentar contra as próprias forças da pessoa humana; já a jurídica, proíbe que determinados negócios tenham um objeto específico, por exemplo, a herança de pessoa viva. A impossibilidade deve existir no ato da constituição da obrigação;
Determinabilidade – ainda que originariamente indeterminado, é preciso que a prestação seja determinável no momento da execução. A indeterminação absoluta gera a nulidade da obrigação.
Patrimonialidade – a prestação deve ser apreciável economicamente. Por exemplo, não interessa ao direito das obrigações o dever de fidelidade entre cônjuges.
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ELEMENTO ABSTRATO: O VÍNCULO
É o liame que une as partes (credor e devedor), possibilitando a um deles exigir do outro o objeto da prestação, sob pena de tutela patrimonial através do Poder Judiciário.
É o vínculo que confere a coercibilidade à relação obrigacional.
A melhor expressão desse vínculo está no artigo 391 do CCB, ao prever que os bens do devedor respondem no caso de inadimplemento. É a responsabilização patrimonial, sendo certo que prisão civil por dívidas não constitui regra no ordenamento jurídico, mas exceção, cabível, segundo o artigo 5º, LXVII, da CF, em duas hipóteses: a) inadimplemento voluntário e inescusável da obrigação alimentícia; b) nos casos envolvendo o depositário infiel. 
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MAS ATENÇÃO...
Quanto ao depositário infiel, o STF já afastou a possibilidade de prisão civil, uma vez que o Brasil é signatário da Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica).
Ainda, a própria Súmula Vinculante nº 25, do STF:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
LEMBRAR QUE ISSO É UMA DECORRÊNCIA DO PRÓPRIO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA
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DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E DIREITOS OBRIGACIONAIS
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ATIVIDADE PARA A PASTA
Efetuar uma pesquisa jurisprudencial sobre prisão civil de devedor de alimentos, escolhendo uma decisão e elaborando um relatório com os seguintes elementos:
Resumo dos fatos com as suas próprias palavras. Não pode utilizar o já efetuado no acórdão;
Síntese dos argumentos utilizados para a decisão;
Posicionar-se criticamente em relação à decisão tomada, considerando os elementos aprendidos na aula de hoje;
Juntar o acórdão na íntegra para validar a atividade.