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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA DO ESTADO DA BAHIA JOANA, brasileira, solteira, técnico em contabilidade, portadora da carteira de identidade n° 2019014099169, expedida pela SSPDS-CE, CPF inscrito sob n° 021.566.539-24, endereço eletrônico joana.jo2015@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Retiro dos Navegantes, n° 473, Barra Nova, Itabuna, Estado da Bahia, vem, por seus advogados infra-assinados, com endereço nesta cidade, na rua Teófilo Gurgel, n° 81, 4° andar, Centro, endereço que indica para os fins do artigo 106 do CPC, vem a este juízo, propor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO Pelo procedimento comum, em face de JOAQUIM, brasileiro, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade n°____________, CPF inscrito sob nº __________, endereço eletrônico ____________, residente e domiciliado na rua Retiro dos Navegantes, n° 471, Barra Nova, Itabuna, Estado da Bahia, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO Diante do fato da autora ter tentado o desfazimento do negócio e o réu ter negado o pedido, solicito que não seja realizada a audiência de conciliação ou de mediação, pois, possivelmente, será ineficaz. II – DOS FATOS No dia 20/12/2016, JOANA tomou conhecimento que o seu filho, MARCOS, de apenas 18 anos, havia sido preso de forma ilegal e tinha sido encaminhado ao presídio XXX. De imediato, a autora decidiu procurar a um advogado criminalista para defender o seu filho e livrá-lo da prisão, tendo o defensor cobrado o valor de R$ 20.000,00 para atuar no caso. A autora retornou para a sua casa e expôs o que estava acontecendo para o réu, que é seu vizinho, dizendo que estava desesperada porque não tinha como arcar com o valor pedido pelo advogado. Prevalendo-se da extrema necessidade da autora para obter a quantia solicitada para a defesa do seu filho, JOAQUIM propôs a compra do carro dela pelo valor de R$ 20.000,00, mesmo sendo sabedor que o preço real de mercado do veículo era de R$ 50.000,00. Sem nenhuma outra opção, e enxergando a proposta de JOAQUIM como a única solução disponível para resolver o seu problema, a autora acabou vendendo o seu carro ao réu pelo valor ofertado por ele, que foi de R$ 20.000,00. Ocorre que, no dia seguinte, antes de ir ao escritório do advogado para pagar o valor cobrado para fazer a defesa do seu filho, a autora descobriu que a avó paterna havia contratado um outro defensor, o qual havia conseguido a liberdade de MARCOS por meio de um habeas corpus. Por conta dos novos fatos que surgiram após a realização do negócio, a autora procurou o réu para que fosse desfeita a venda do veículo, contudo, ele não aceitou. III – FUNDAMENTOS JURÍDICOS As circunstâncias dos fatos narrados caracterizam claramente a ocorrência de premente necessidade, conforme previsto no art. 156 do Código Civil. Resta o evidente dolo de aproveitamento por parte do réu, visto que sabia da situação que estava sendo vivida pela autora, e ofereceu pelo veículo dela valor extremamente abaixo do praticado pelo mercado, sendo tal valor exatamente igual ao valor cobrado pelo advogado para defender o filho dela da prisão ilegal. O negócio jurídico só foi concluído devido à situação de extrema necessidade da autora, pois, ela não tinha recursos suficientes nem outro meio imediato para conseguir tais recursos. Diante do que foi exposto, há motivos concretos para anular o negócio jurídico celebrado devido a vício previsto no art. 171, inciso II, do Código Civil. IV – PEDIDO De acordo ao que foi expressa, a autora requer a esse juízo: A não realização da audiência de conciliação ou mediação; Citação do réu para integrar a relação processual; Que seja julgado procedente o pedido para declarar a anulação do negócio jurídico; Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios; V - PROVAS Requer a produção de provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal e de todas que se fizerem necessárias durante o curso da instrução processual. VI – VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Pede deferimento. Itabuna, 20 de dezembro de 2016. VICTÓRIA DAYSE GOMES BRAGA OAB-CE nº 35.875 BRUNO PEREIRA MAGALHÃES OAB-CE n° 35.758