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Aula 13 - Ilicitude e suas excludentes

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Profª: Henara Marques da Silva Coelho da Paz
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CONCEITO:
“É a relação de antagonismo, de contrariedade entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico”.(Greco) 
ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS NAS CAUSAS DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE:
OBJETIVOS: expressos na lei penal. Ex: agressão atual e perigo atual.
SUBJETIVOS: o saber do agente que naquela situação está agindo em razão de uma causa excludente de ilicitude. 
# Há necessidade deste elemento?
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 CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE:
Estado de Necessidade;
Legítima Defesa;
Estrito Cumprimento do Dever Legal;
Exercício Regular de Direito
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 CONCEITO:
 Art. 24 do CP: “Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias não era razoável exigir-se” 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES:
Perigo Atual: É a ameaça que está se verificando naquele exato momento. 
# E o perigo iminente faz configurar-se o Estado de Necessidade? Divergências. 
A maioria da doutrina é assente no sentido de que tanto a atualidade quanto a iminência são suficientes para preencher a exigência de atualidade, trazida pelo código. 
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Perigo não provocado pela vontade do agente – se o agente cria o perigo não pode invocar o estado de necessidade. E se este se der de forma culposa? Divergências. 
Enquanto autores como NELSON HUNGRIA e MAGALHÃES NORONHA entendem que a expressão “vontade” abrange tanto o dolo como a culpa de forma a excluírem a possibilidade de ocorrência do estado de necessidade, autores como FRAGOSO e ROGÉRIO GRECO entendem que a expressão quer traduzir somente a conduta dolosa do agente na provocação da situação de perigo, seja esse dolo direto ou eventual.
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Bem ameaçado próprio ou de terceiro: Necessita de autorização do terceiro ? E se o bem for disponível?
 Havendo dois bens jurídicos em confronto, o agente, estranho à situação de perigo, somente poderá intervir com a finalidade de auxiliar uma das pessoas envolvidas SE O BEM QUE ESTIVER EM JOGO FOR CONSIDERADO INDISPONÍVEL. Sendo disponível o bem, não poderá intervir, exceto se houver aquiescência do titular do bem defendido.
Inevitabilidade do dano: o dano não pode na situação concreta ser evitado. 
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E aqueles que tem o dever jurídico de enfrentar o perigo? Estes não podem arguir o estado de necessidade, salvo se for impossível na situação evitar o dano.
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 Razoabilidade do sacrifício do bem: o bem sacrificado deve ser de menor ou igual valor ao bem protegido.
 OBS: SE FOR RAZOÁVEL EXIGIR-SE O SACRIFÍCIO DO DIREITO AMEAÇADO, E AINDA ASSIM NÃO PROCEDER O AUTOR, ESTE TERÁ APENAS UMA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. ART. 24 §2º.
Conhecimento da situação justificante: o sujeito para ter sua conduta considerada lícita precisa saber que estava agindo em legítima defesa.
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ESTADO DE NECESSIDADE E DIFICULDADES ECONÔMICAS.
A dificuldade econômica, aqui, deve ser aquela que coloque em risco a própria sobrevivência do agente.
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CONCEITO:
 Art. 25 do CP: “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
ELEMENTOS: 
- Injusta Agressão: a agressão deve ser injusta, não se confundindo sequer com a provocação injusta.
- Atualidade ou iminência da Agressão: atual é aquela que está acontecendo. Iminente, está prestes a acontecer. 
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Agressão a direito próprio ou de terceiro: o direito protegido pode ser de terceira pessoa, desde que o agente atue visando protegê-lo.
# pode ser arguida a legítima defesa contra agressão de inimputável.
Utilização de meios necessários: “são aqueles que o sujeito possui no momento, para repudiar a agressão, podendo inclusive ser desproporcional aquele utilizado pelo agressor”.
Moderação dos meios necessário: quando se analisar quais os meios necessários, deve os utilizar com moderação para apenas afastar a agressão sem excessos.
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Conhecimento da situação justificante: Deve o gente saber que aquela situação possibilita a legítima defesa.
EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA:(art. 23 parágrafo único do CP) 
Excesso Doloso: o sujeito responde pelo resultado a título de dolo.
O agente, mesmo após fazer cessar a agressão, continua o ataque porque quer causar mais lesões ou mesmo a morte do agressor inicial. Ou mesmo após fazer cessar a agressão que era praticada contra sua pessoa, pelo fato de ter sido agredido inicialmente, acredita que pode matar o agressor.
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Excesso Culposo: o sujeito responde a título de culpa.
O agente, ao avaliar mal a situação que o envolvia, acredita que ainda está sendo ou poderá vir a ser agredido e, em virtude disso, dá continuidade à repulsa, hipótese na qual será aplicada a regra do artigo 20, §1o, do CP.
O agente, em virtude da má avaliação dos fatos e da sua negligência no que diz respeito à aferição das circunstâncias que o cercavam, excede-se em virtude de um “erro de cálculo quanto à gravidade do perigo ou quanto ao modus da reação.
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ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES:
Cabimento:
Legítima defesa real contra legítima defesa putativa; 
 Ex.: Suponha que "A" injustamente venha a agredir "B". "B", diante de tal fato, passa a defender-se de "A". Neste instante, "C" chega ao local e vendo "B" defender-se, supõe, por erro, tratar-se de uma agressão injusta de "B" contra "A".Diante de tal fato, "C" imagina-se autorizado a sair em defesa de "A", atacando "B"
 
 
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Legítima defesa sucessiva.
 Legítima defesa putativa contra legítima defesa real;
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Não cabimento:
Legítima defesa real contra legítima defesa real;
Legítima defesa real contra estado de necessidade real;
Legítima defesa real contra estrito cumprimento de dever legal real;
Legítima defesa real contra exercício regular do direito real;
# OBS: ISSO SE DÁ PORQUE EM NENHUMA DESSAS HIPÓTESES HAVIA AGRESSÃO INJUSTA.
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Diferenças entre Legítima Defesa e Estado de Necessidade:
No estado de necessidade há um conflito entre bens jurídicos; na legítima defesa uma repulsa contra um ataque.
No estado de necessidade o bem é exposto a risco; na legítima defesa, o bem sofre uma agressão atual ou iminente;
No estado de necessidade, o perigo pode advir ou não da conduta humana; na legítima defesa a agressão tem que ser humana;
No estado de necessidade a agressão pode ser dirigida contra terceiro inocente; na legítima defesa somente contra o agressor.
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Generalidades:
Ocorre quando o agente atendendo a um dever oriundo da lei pratica fato considerado típico, no entanto lícito.
O dever terá que emanar necessariamente da lei;
O agente deve saber que está cumprindo o dever legal.
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GENERALIDADES:
FUNDAMENTO: o que é permitido não pode ser ao mesmo tempo proibido.
Deve o agente saber que está agindo em uma causa justificante.
Exemplos: intervenções médicas; violência desportiva.
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 A QUESTÃO DOS OFENDÍCULOS . . . Exercício regular de direito ou legítima defesa preordenada? Divergências.
Hungria diz que é legítima defesa preordenada ou antecipada. 
Aníbal Bruno assevera que é exercício regular de direito.
 Damásio afirma que o instalar é exercício regular de direito, e quando é ativada é legítima defesa.
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A humildade é o maior ato de inteligência humana . . .

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