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APOSTILA Didatica do Ensino 13 17

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CURSO SUPERIOR DE
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
2
Os paradigmas de
docência construídos ao
longo da história da
educação escolar
brasileira
Ana Maria Petraitis Liblik e Eliane Alves Précoma
Licenciatura em Pedagogia
2 Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira
Nesta unidade vamos analisar os paradigmas da docência, relacionando a
função social da escola. Para tanto, precisamos retornar à problematização da
unidade anterior – Como a escola desenvolveu/desenvolve a sua função social ao
longo da história da educação escolar brasileira? – e acrescentar as seguintes:
O que significa professor/professor atualmente?
O que significa educador/educadora atualmente?
Na unidade anterior, estudamos as várias contribuições da Didática para o
entendimento do processo ensino-aprendizagem, em suas diversas abordagens. 
Percebemos que a Didática, no Brasil, foi sendo constituída ao mesmo
tempo em que a escola modificava sua função para atender as demandas da
Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira 7
CURSO SUPERIOR DE
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
sociedade moderna. Nesta unidade, vamos buscar entender os diferentes
paradigmas de docência, analisando a relação pedagógica que cada um deles
supõe, e ainda suas relações com o trabalho pedagógico escolar e as implicações
das políticas públicas para a Educação.
Podemos perceber que as dinâmicas da relação pedagógica (professor,
aluno e conhecimento)são influenciadas por modelos pedagógicos, como já
estudamos nos textos anteriores, porém, para analisarmos com maior clareza a
relação pedagógica, precisamos estudar os modelos epistemológicos e psicológicos
que dão sustentação às práticas pedagógicas. A epistemologia, como a origem da
palavra indica, busca estudar a teoria do conhecimento, ou seja, como o
conhecimento é produzido nas relações do homem com os outros homens e com a
cultura produzida pelas relações.
Para iniciarmos esta discussão, indicamos a leitura do texto Modelos
Pedagógicos e Modelos Epistemológicos, de Fernando Becker (BECKER,1994).
Nesse artigo, Becker (1994) analisa as pedagogias diretivas, as não-
diretivas e a não relacional. Para que você relacione essa discussão com o que já foi
estudado, sugerimos pensar que a pedagogia diretiva refere-se à escola tradicional
e à escola tecnicista, já que ambas dão ênfase à objetividade do conhecimento. A
pedagogia não-diretiva refere-se à escola nova, e a pedagogia não relacional
apresenta os fundamentos das pedagogias libertária, libertadora e histórico-crítica
dos conteúdos.
A teórica da Educação, Maria da Graça Nicoletti Mizukami, apresenta uma
outra possibilidade de "classificação" dessas abordagens pedagógicas. Em seu livro
Ensino: as abordagens do processo (MIZUKAMI, 1986), ela escreve que há apenas
duas abordagens pedagógicas: a tradicional e a renovada, mas que esta última pode
se subdividir em outras quatro tendências: comportamentalista, humanista,
cognitivista e sociocultural, sendo que esta última, também chamada de abordagem
progressista, inclui a libertária, a libertadora, a histórico-crítica e a crítico social dos
conteúdos. A partir de categorias, a autora estabelece uma maneira de
“comparação” entre as abordagens. Começa com o que significa Homem e o Mundo
para as cinco abordagens, comparando em seguida as concepções de
8 Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira
CURSO SUPERIOR DE
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
Sociedadecultura, Conhecimento, Educação, Escola, Ensino-aprendizagem,
Professor-aluno, Metodologia e Avaliação. A quem se refere “seguidas”?
Conhecimento Educação são um tópico ou dois? Como escreve Vygostsky,
aprendemos melhor comparando as diferenças, e por essa razão (entre outras) esse
texto se torna interessante para estudar as diferentes maneiras de se entender os
momentos pedagógicos. Como as abordagens têm os mesmos tópicos, é mais fácil
entender, por exemplo, que na escola comportamentalista valo riza-se o aprendizado
por meio de estímulos e respostas, enquanto que na abordagem cognitivista o
aprendizado se dá pela “construção” dos saberes. Ou então que a relação
professor–aluno estabelecida na escola tradicional é verticalizada, diferentemente da
abordagem sociocultural, em que ela é horizontal. É esse conhecimento que nos
leva a entender por que aulas para Educação de Jovens e Adultos hoje são
majoritariamente ministradas com alunos e professor sentados em círculo, e não
com o professor em pé, no tablado, com se estivesse em uma cátedra.
Não se pode escrever que esta ou aquela classificação seja "melhor", mas
perceber que essas diferentes versões são criadas para que se possa melhor
entender o que foi a nossa escola, o que está sendo, para que seja possível então
se pensar no que está por vir, o que realmente vamos querer como proposta
pedagógica para as gerações futuras.
Nosso estudo a respeito dos paradigmas de docência constituídos por
escolas como a tradicional, a escolanovista (humanista), a tecnicista, a construtivista
e a sociocultural pretende entender os determinantes que configuram as tendências
pedagógicas a partir do final da década de 1980 e início da década de 90 até os dias
atuais no Brasil. A década de 80, para a Educação, foi muito interessante no que
tange às discussões realizadas a respeito das múltiplas relações entre a escola e a
sociedade. As políticas públicas para a área da Educação foram pesquisadas à luz
dos referenciais da pesquisa qualitativa. As propostas curriculares de estados como
São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais passaram a
importar como pressupostos teórico-metodológicos a discussão vinculada por
pedagogias das mais variadas.
Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira 9
CURSO SUPERIOR DE
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
Nesses pouco mais de trinta anos, percebemos que o governo federal,
através do MEC, define políticas para Educação voltadas para atender as demandas
da sociedade. Nesse contexto, os princípios relacionados à globalização da
economia, como a flexibilidade do mercado, a terceirização do trabalho e a
qualidade total, influenciam as concepções de aluno, professor/pedagogo e
conteúdos instrucionais e educacionais. E, mais ainda, os métodos utilizados são
coerentes com essas propostas que permeiam as ações da comunidade. 
As várias reformas educacionais implementadas pelo MEC atingem a escola
básica, o ensino médio e o superior. Com as leis, também surgem, formulados pelo
MEC, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que são apenas sugestões e
não imposições a serem cumpridas pelas escolas e pelos professores na lida diária
de sala de aula. Com isso, objetiva-se alcançar a dualidade no ensino, entendida
como um espaço que torna eficaz, competente e de excelência no que quer realizar.
Na atualidade,afirmar a importância da qualidade da Educação para o
desenvolvimento do país tornou-se discurso consensual, ou seja, representantes de
vários segmentos sociais, como políticos de diferentes partidos, governadores e
prefeitos, artistas, jornalistas, economistas, trabalhadores dos mais variados setores,
como comércio, indústria e saúde, representantes ligados a diversas religiões
afirmam que “somente através da educação de qualidade o país pode sair da crise”,
ou “a educação é a única saída para a pobrezae a miséria”. Tais afirmações
carregam consigo o caráter idealista e, por que não dizer, são afirmações ingênuas,
na medida em que não consideram as relações entre educação e sociedade em sua
real dimensão. 
Você deve ter percebido no início desta unidade que as problematizações se
reportam ao professor e à professora, ao educador e à educadora. As expressões
foram colocadas no masculino e no feminino com a intenção de chamar sua atenção
para a discussão de gênero na área da formação de professores.
Como foi sendo construída a identidade do magistério como tarefa
eminentemente feminina? Educadores como Novais (1984) e Paulo Freire (1994)
discutem os caminhos que foram percorridos na construção da identidade entre
magistério e gênero feminino, na direção de transformar a professora em "tia".
10 Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira
CURSO SUPERIOR DE
LICENCIATURA EM
PEDAGOGIA
Freire, em 1994, escreve um livro intitulado Professora sim, tia não: cartas a quem
ousa ensinar, para derrubar esse mito de que as professoras da pré-escola, por
demonstrarem afeto para com seus alunos, se tornam como que parentes dos
alunos, permitindo que sejam chamadas de tias.
As pesquisas e estudos nessa área apontam ainda como a escola constrói o
masculino e o feminino, através das atividades diferentes para meninos e meninas,
rapazes e moças, homens e mulheres. Essa questão é mais uma das que precisam
ser consideradas ao se elaborar um plano de ações para a sala de aula. Não há
como negar que cada um de nós chega à escola com medos, alegrias e
preconceitos, dos quais é difícil (para não dizer impossível) se desvincular.
Durante nosso processo de estudo e reflexão, estamos analisando a
identidade do professor, quais as tarefas que a escola e a sociedade lhe impõem,
sua atuação no sentido de construir ou reconstruir sua prática pedagógica. Rever
tais imposições políticas e sociais, buscando garantir as especificidades do trabalho
pedagógico escolar, nos faz construir o projeto da escola, voltado para as reais
necessidades dos nossos alunos. Temos como meta a intenção de construirmos
individual e coletivamente a cidadania, em seu sentido amplo, para além da
concepção que alia cidadania aos direitos e deveres individuais. Esse processo tem
sido marcado, nas últimas décadas, por uma intensa correlação de forças entre o
movimento dos educadores e as políticas públicas desenvolvidas pelo Estado,
através do MEC e das secretarias estaduais e municipais de Educação.
Na atualidade, pode-se afirmar que existem vários projetos de formação de
professores no Brasil, muitos dos quais sob a responsabilidade do MEC, alocando
verbas para a capacitação inicial e continuada. Essas propostas têm sido discutidas
com os educadores, por meio de encontros regionais e nacionais, realizados pela
Associação Nacional pela Formação dos Professores da Educação (ANFOPE). Este
curso de Pedagogia na modalidade Ensino a Distância é uma das várias ações
realizadas com verba do governo federal, na forma de parcerias entre a
Universidade Aberta do Brasil (UAB) e instituições de ensino superior, como a
Universidade Federal do Paraná.
Os paradigmas de docência construídos ao longo da história da educação escolar brasileira 11
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