Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M. H. S.: OSCILAÇÕES EM UM SISTEMA MASSA-MOLA CARVALHO, V. V.1 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – vinniciuscarvalho19@gmail.com SOUZA NETO, V. F. L.2 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – victorlopes.prof@gmail.com Resumo. Este relatório se refere ao experimento realizado para estudo de um sistema massa-mola, consistindo em determinar experimentalmente o valor da constante elástica “k” por meio de equações matemáticas oriundas da Lei de Hooke. Por fim comparar os valores obtidos com diferentes massas e, consequentemente, diferentes deformações, com valores conhecidos. Palavras chave: Movimento Harmônico Simples, massa-mola, lei de Hooke Introdução Segundo Hallyday (2012) descreve- mos um movimento harmônico ou periódico, o movimento que se repete em intervalos regulares, como por exemplo uma partícula qualquer que se mova repetidamente de um lado para o outro da origem de um eixo x, observe a Figura 1. Figura 1 Fonte: HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. (2012) Contudo nosso foco é o movimento harmônico simples, neste tipo de movimento o deslocamento x da partícula é dado por a seguinte expressão [Eq. (1)]; 𝑥(𝑡) = 𝑥𝑚cos(𝜔𝑡 + 𝜙) (1) Onde “x(t)” é o deslocamento no instante “t”, “𝑥𝑚” é a amplitude, “(𝜔𝑡 + 𝜙)” chamaremos de fase, onde “𝜔” é a frequência angular, “t” o tempo e “𝜙” a constante de fase ou ângulo de fase. 1 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 2 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 quando ela dispor de uma particularidade, no momento em que a amplitude, a frequência angular e o angulo de fase forem constantes, o movimento harmônico, descreverá uma função senoidal do tempo, como demonstra a Figura 2, e assim se caracterizará como movimento harmônico simples Figura 2 Fonte: HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. (2012) Um sistema interessante regido de movimento harmônico simples, é o oscilador massa-mola, segundo Bonjorno (2003), se consideramos um corpo preso na extremidade de uma mola. Dada sua origem na posição de equilíbrio (ponto 0), e aplicamos uma certa força �⃗� para a direita (observe a figura 3). Figura 3 Fonte: BONJORNO, José Roberto et al. (2003 Ao abandonarmos o corpo (posição A, na figura 3), a força �⃗� deixa de existir, a força elástica (�⃗�𝑒𝑙) age como força restauradora e produz uma aceleração para a esquerda. [...] Quando o corpo chega à posição de equilíbrio, a força e a aceleração são nulas. Entretanto, o corpo adquiriu a sua velocidade máxima nesse ponto e continua em movimento, comprimindo a mola, criando uma força para a direita, que atua sobre o corpo desacelerando até parar (posição A’ na figura 3). A partir desse ponto, o corpo é acelerado outra vez para a direita, por causa da força elástica. Em consequência dessas forças para esquerda e direita, exercidas pela mola, o corpo realiza um movimento de ida e volta, tal que a distância percorrida para a direita em relação ao ponto de equilíbrio, é igual a que ele percorre para a esquerda , no mesmo intervalo de tempo, de tal modo que o tipo de movimento que o caracteriza é o movimento harmônico simples. Se o móvel oscila em torno de sua posição de equilíbrio por ação de uma força que seja proporcional às elongações, então o movimento oscilatório é dito harmônico sim- ples. Assim, sendo o corpo deslo- cado "x", do equilíbrio, por ação de uma força restauradora F, essa será dada pela lei de Hooke. F = -k x (CORREA, 2011) Observe a linha pontilhada da Figura 4 Figura 4 Fonte: VILLAS BÔAS, Newton; DOCA, Ricardo Helou; BISCUOLA, Gualter José (2007) Observe que se girarmos a linha pontilhada 90º a esquerda, linha essa que descreve o movimento da massa no tempo, ela se comporta como a linha gráfica da Figura 2, que descreve um movimento harmônico simples arbitrário no tempo. Materiais e métodos (procedimentos experimentais) Para este experimento foram utilizados os equipamentos do CIDEPE (Centro Industrial de Equipamentos de Ensino e Pesquisa) dispostos em laboratório; que são: 01 Tripé delta médio com sapatas niveladoras – EQ102.03; 01 Haste inox de 500 MM – EQ017Q; 01 Mufa de entrada lateral, braço 180mm – EQ028.11; 01 Régua transparente com encaixe para manípulo M5 – EQ014.01S; 01 Mola de tração K=20 N/m, 110 mm – 23301.002; 01 Gancho curto de 93 mm – EQ009.03C; 03 Massa cilíndrica acoplável de 50,0 ± 0,1 g – EQ041.01S; 01 Massa cilíndrica acoplável de 23,0 ± 0,2 g – EQ009.05; 01 Suporte móvel com ponteiro lateral – EQ005.05; 01 Cronômetro digital manual – 30000.09; 01 Balança digital – QU014.AL500. Com o auxílio de uma balança digital, medimos os pesos das massas acopláveis (identificando cada uma - 𝑚1,𝑚2𝑒𝑚3), da massa de lastro (𝑚0) e da mola (𝑚𝑠). Reservamos os dados para uso posterior. Com a montagem inicial do tripé delta, da haste e da mufa previamente feita conforme instrução 132.052B_m, iniciamos o experimento pendurando a régua no manípulo da mufa, e em seguida posicionamos uma das extremidades da mola na posição B da mufa e na outra extremidade da mola o suporte móvel com ponteiro lateral, seguido pelo gancho curto com as massas acopláveis e a massa de lastro, e logo após o sistema ficar em repouso, anotamos a posição de equilíbrio (𝑋0) do mesmo. Fazendo um elongamento manualmente sobre a mola (com o conjunto) de 10 mm da posição de equilíbrio (𝑋0), e logo após, soltamos o sistema e observamos o fenômeno denominado oscilador massa e mola ou oscilador harmônico linear simples. Sabendo que uma oscilação completa é o movimento que o conjunto de massas faz para ir e voltar ao ponto de partida; com o auxílio de um cronômetro digital, anotamos o tempo necessário (em segundos) para o sistema realizar 10 oscilação completas. Em seguida pudemos então calcular o período T do movimento harmônico simples. Com os dados coletados experimentalmente e juntamente com algumas fórmulas físicas, determinamos a constante elástica K da mola e comparamos com o valor fornecido pelo fabricante. Resultados e Discussões Para o processamento dos dados, utilizamos as seguintes expressões (nomenclaturas na tabela 1): 𝜔 = 2𝜋 𝑇 = 2𝜋𝑓 = √ 𝐾 𝑚 (2) 𝑇 = 2𝜋√ 𝑚 𝐾 = 2𝜋 𝜔 (3) 𝑓 = 1 𝑇 = 𝑛 ∆𝑡 (4) Onde: Tabela 1 Nomenclatura dos termos 𝑋0 Posição de equilíbrio do sistema 𝑚0 Massa de lastro 𝑚1 Massa acoplável 1 𝑚2 Massa acoplável 2 𝑚3 Massa acoplável 3 𝑚𝑠 Massa da mola ∆𝑡 Variação de tempo 𝑛 Número de ciclos/oscilações 𝑓 Frequência 𝑇 Período 𝐴 Amplitude 𝐾 Constante elástica da mola 𝜔 Frequência angular Fonte: O Autor Neste experimento foi realizado uma soma de 15 repetições para coleta de dados com o intuito de aproximar os resultados obtidos com o mínimo de erro possível. Após a determinação das massas acopláveis com auxílio da balança pode-sedeterminar a massa total através da soma das mesmas, conforme mostrado na tabela 2 Tabela 2 Massas Massa1 (𝑚1) 50,018 g Massa 2 (𝑚2) 50,005 g Massa 3 (𝑚3) 49,957 g Massa da mola (𝑚𝑠) 3,533 g Massa lastro (𝑚0) 22,650 g Massa total (m) 176,163 g Fonte: O Autor Logo após o sistema entrar em repouso, a posição de equilíbrio (𝑋0) obtida é de 175 mm, que equivale a 0,175 m. O alongamento produzido na mola, de 10 mm (0,010m) é que chamamos de Amplitude (A) do movimento harmônico simples; por sua vez, a amplitude demarca o distanciamento máximo em relação à posição 𝑋0 do movimento caracterizado pelo vai e vem das massas. Todavia, esta amplitude diminui com o tempo, devido a uma força que se opõe ao movimento (que neste experimento é a resistência do ar), fazendo com que tenhamos uma oscilação amortecida. Assim como a amplitude, a frequência (𝑓), que é a quantidade de ciclos/oscilações completas em um tempo determinado, também se torna reduzida; esse fenômeno pode ser entendido melhor uma vez que se sabe que a energia mecânica é dissipada ao longo do tempo, devido a ação da força que provoca o amortecimento. Após coletar um grupo de dados que representam o tempo necessário para o sistema realizar 10 oscilações completas (desprezando os efeitos do amortecimento) construímos a Tabela 3 a seguir: Tabela 3 Dados coletados Tempo (s) 𝑇1 𝑇2 𝑇3 𝑇4 𝑇5 𝑇6 𝑇7 𝑇8 𝑇9 𝑇10 𝑇11 𝑇12 𝑇13 𝑇14 𝑇15 6,12 6,41 6,18 6,19 6,18 6,15 6,13 6,22 6,25 6,19 6,15 6,19 6,34 6,25 6,37 Tempo médio (�̅�)(s) 6,22 Desvio padrão (𝒔) 0,09 Coeficiente de variação (𝒄𝒗) 1,41 % Fonte: O Autor Ao obtermos o tempo médio (𝑡̅), podemos através da equação (4) determinar a frequência ou o período de oscilação como mostrado a seguir 𝑓 = 1 𝑇 = 𝑛 ∆𝑡 (4) 𝑓 = 10 6,22 = 𝟏, 𝟔𝟏𝒉𝒛 E como 𝑓 = 1 𝑇 Logo, 𝑇 = 1 𝑓 = 𝟎, 𝟔𝟐𝒔 A partir desse dado (valor do período) e utilizando a equação (2), podemos calcular a frequência angular (𝜔) como mostra a seguir 𝜔 = 2𝜋 𝑇 = 2𝜋 0,62 ≅ 𝟏𝟎, 𝟏𝟑𝟒 Ainda utilizando a equação (2) temos que 𝜔 = √ 𝐾 𝑚 Logo, 𝜔2 = 𝐾 𝑚 E portanto, 𝐾 = 𝜔2𝑚(5) 𝑲 = 𝟏𝟖, 𝟎𝟖𝑵/𝒎 Ao compararmos o valor da constante elástica da mola obtida com o valor fornecido pelo fabricante, temos Tabela 4 Constante elástica Constante elástica da mola (K) Valor calculado (N/m) Valor fornecido (N/m) Erro percentual (%) 18,08 20,00 9,6 Fonte: o Autor Considerando que foram desprezados dos cálculos a massa do gancho curto e a massa do suporte móvel com ponteiro lateral, acreditamos que o erro percentual seja aceitável, visto que mesmo desconsiderando as massas o valor obtido se encontra na faixa de 10% de erro em relação ao valor cedido pelo fabricante acerta da constante elástica da mola utilizada neste experimento. Por fim, concordamos com a assertiva dita acerca do período e sua relação com a massa e a constante elástica, como mostra a seguir 𝑇 = 2𝜋√ 𝑚 𝐾 (6) Substituindo os valores encontrados experimentalmente, temos que 𝑇 = 2𝜋√ 0,176 18,08 ≅ 𝟎, 𝟔𝟏𝟗𝟔𝒔 Observe que os valores correspondem exatamente aos que já se havia calculado anteriormente. Conclusão Após a realização deste experimento foi possível entender melhor os fenômenos oscilatórios, visto que a prática experimental transcende a teoria e a consolida. Os dados obtidos nesse experimento foram bastantes satisfatórios, visto que se encontram bastante próximos aos dados fornecidos; com uma margem de erro bem pequena. Graças ao conhecimento e consequentemente o controle de fenômenos da natureza como este, através da física e da engenharia, que muitas coisas podem ser explicadas e melhoradas. Poderíamos dar exemplos de oscilações ou fenômenos vibratórios desde a simplicidade de um peão em um rodeio onde seu corpo se movimenta ora para frente ora para trás, até situações mais complexas como a fadiga gerada nas asas de um avião devido a turbulência do ar, podendo ocasionar sua quebra. Logo, devido a tais conhecimentos, é que o homem e sua espécie tem conseguido sobreviver adaptando-se e sobressaindo-se de situações que poderiam até mesmo trazer a sua extinção; tais melhorias vão desde o individuo até a coletividade. Referências VILLAS BÔAS, Newton; DOCA, Ricardo Helou; BISCUOLA, Gualter José. Tópicos de física, 2: termologia, ondulatória e óptica. São Paulo: Saraiva, 2007. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, J. Fundamentos de física, volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 9ª ed. 2012. BONJORNO, José Roberto et al. Física: história & cotidiano. São Paulo: FTD, v. 2, 2003. CORREA, Eberth et al. Oscilador harmônico com massa variável e a segunda lei de Newton. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 33, n. 4, p. 4307, 2011.
Compartilhar