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PEDAGOGIA EMPRESARIAL: O PEDAGOGO E SUA ATUAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES Anderson Teixeira de Souza Patrícia Francisca de Matos Santos Eixo temático: Educação, Sociedade e Práticas Educativas RESUMO O artigo ora designado como de cunho exploratório, consiste em pesquisas direcionadas ao campo da educação, em especial a Gestão de Pedagogia Empresarial, objetivando reflexão para com o surgimento e aplicação desse novo segmento profissional no mundo dos negócios. Neste artigo, visou-se pesquisar sobre a expansão do assunto supracitado, intercalando-se a problemática relacionada a alguns gestores que, inseridos em um mundo fechado de práticas empresariais já habituais, não se permitem às novas mudanças e modernidades necessárias. Para a construção deste, a metodologia utilizada corresponde às fontes primárias e secundárias, tendo como resultado em seu contexto exploratório referências sobre o campo da Gestão de Pedagogia Empresarial, refletida em processos empresariais tradicionais e modernos, estando à temática aberta para possíveis discussões que perpassem pela realidade empresarial atual. Palavras-chave: Educação, Exigências de Mercado, Profissionais da Pedagogia Empresarial. ABSTRACT The article we refer to as exploratory, is to research directed to the field of education, in particular the Business Management Education, aiming to reflect the emergence and application of this new segment in the professional world of business. In this paper, aimed to research the expansion of the above matter, merging them if the problem related to some managers who entered into a closed world of business practices as usual, do not allow themselves to new changes and necessary amenities. To build this, the methodology used corresponds to the primary and secondary sources, resulting in an exploratory context references on the field of Business Management Education, reflected in traditional and modern business processes, with the theme open to possible discussions that pervade the current business reality. Keywords: Education; Market Requirements; Professional Business Education. ________________________ *Anderson Teixeira de Souza é Graduado em Turismo pela Universidade Tiradentes, graduando em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe, Pós-Graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior e Gestão de Pedagogia Empresarial pela Faculdade São Luís de França – andernumber1@hotmail.com * Patrícia Francisca de Matos Santos é Licenciada em Pedagogia pela Universidade Tiradentes, graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe e Pós-Graduada em Didática e Metodologia do Ensino Superior - patyfmatos@yahoo.com.br 1 INTRODUÇÃO No mundo contemporâneo, notáveis avanços aumentaram o universo cultural do ser humano, aprimorando ou até mesmo re-construindo segmentos profissionais, estando à cultura dos mesmos subordinada às tecnologias e suas respectivas tendências. As mudanças do mundo globalizado e consequentemente moderno fazem com que o homem se sinta cada vez mais pressionado a modificações em diversas áreas. Segundo Behrens (1996) “a humanidade tem sido desafiada a testemunhar duas transições importantes que afetam profundamente a sociedade: o advento da sociedade, do conhecimento e a globalização”. Tal fato vem proporcionando mudanças rápidas e precisas em diversas áreas como, por exemplo, na educação. Com o surgimento das novas tecnologias, a educação e consequentemente seus segmentos passaram a adquirir uma nova postura. A pedagogia, ciência que se firmou como correlato da educação cujo seu objetivo principal perpassa pela reflexão e sistematização crítica dos processos educativos, ainda é caracterizada por muitos como uma ciência que detem de profissionais intrínsecos às responsabilidades educacionais, essas exclusivas apenas para as instituições de ensino pedagógicos. No mundo atual, essa realidade vem sendo transformada a cada dia, uma vez que, além dos interesses profissionais para com as instituições escolares, os pedagogos estão mostrando ter grandes interesses também nos segmentos empresariais de ensino conhecido como informal, enfatizando assim a Pedagogia Empresarial que, com o seu advento vem a dar suporte estrutural, além de ampliar investimentos referentes a conhecimentos nos espaços organizacionais, mais especificamente aos setores de Recursos Humanos. Visivelmente, a competição no mundo empresarial tornou-se algo comum na atualidade. Para o crescimento e solidificação de seus negócios, as organizações passaram a buscar e exigir cada vez mais profissionais qualificados e capacitados, na perspectiva de atender as expectativas e avanços tecnológicos de forma dinâmica, além das demais necessidades do empresariado, ascendendo assim à própria organização dentre todo o seu contexto, sendo essa uma preocupação crescente. Mesmo vivenciando tal realidade, muitos gestores intrínsecos as atividades empresariais já rotineiras e, por muitas vezes desatualizados, acabam não se permitindo as novas mudanças e consequentemente às atualizações necessárias decorrentes do mundo moderno. Desta forma, a elaboração deste artigo se baseia em pesquisas sobre a educação, em especial a Pedagogia e seu segmento conhecido como Pedagogia Empresarial, explicitando sua ascensão e respectivas atuações do profissional pedagogo, objetivando reflexão, possíveis discussões e contribuições para com o tema proposto, fundamentando-se na carência do seu próprio entendimento e utilidade, além de resistências às questões da modernidade educacional. Justifica-se na contribuição para a educação, mostrando a importância desse novo segmento da ciência pedagógica e seus benefícios, além das estratégias e metodologias que asseguram uma melhor aprendizagem e desenvolvimento entre as empresas aprendentes e seus respectivos colaboradores. Este artigo trata-se de uma revisão de cunho exploratório, através de fontes primárias e secundárias, que discorrem sobre o assunto apresentado, visando seu esclarecimento com relação à realidade atual. 2 O PEDAGOGO NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES Em meio ao processo da globalização, no mundo contemporâneo observam-se mutações de várias ordens ocorridas na sociedade. Inserida no cotidiano, a modernidade enfatiza as modificações dentre suas ações e práticas entre os segmentos profissionais existentes em todo o planeta, sendo a mesma absorvida pela maioria, que segue e cumpre com as exigências estabelecidas entre os processos produtivos em seu âmbito geral a exemplo da educação. Considerada tão antiga quanto à própria humanidade, a educação constitui suportes de equilíbrio e sobrevivência do próprio homem. É através da educação que o ser humano se adapta ao seu meio social, instituindo condições favoráveis para o desenvolvimento de conhecimentos, estima e costumes para tal adaptação. Nessa concepção, Nérici (1993) considera que “educação é o processo que visa a revelar e a desenvolver as potencialidades do indivíduo em contato com as realidades, a fim de levá-lo a atuar na mesma de maneira consciente (com conhecimento), eficiente (com tecnologia) e responsável (eticamente) a fim de serem atendidas as necessidades e aspirações da criatura humana, de natureza pessoal, social transcendental”. Pode-se ratificar então, que o conceito de educação se refere não só às questões ligadas ao ensino pedagógico, baseadas nas condições para a realização da instrução e a própria instrução que se vincula à formação intelectual do ser humano, mediante o domínio de certos níveis de conhecimentos sistematizados. Além disso, a educação está ligada diretamente a todo processo de desenvolvimentode personalidade, intrinsecamente ligada às qualidades, orientações para com atividades, ideais, valores, moral, ética, princípios, ou seja, construção do caráter, que faz de cada ser humano um diferencial de acordo com suas concepções de mundo e relações com o meio social. De acordo com Brandão (1985, p. 9), “não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional não é seu único praticante”. Nesse sentido, a educação passa a ser vista como um bem social que se ordena dentre o sistema educacional de um país de acordo com o seu legado cultural, seus momentos históricos. Pode-se dizer ainda, que a educação no mundo contemporâneo é uma obra bastante significativa para a ascensão do ser humano em um contexto geral, onde as ações educativas e seus resultados obtidos não se prendem apenas às questões do aprender em instituições de ensino formal, mas também na vida sócio-cultural. Segundo Lopes (1989) “historicamente, a educação que sempre existiu, passou a ser estudada de acordo com as necessidades que se faziam presentes na época, assim como nos dias atuais, para maiores conhecimentos e entendimentos referentes à mesma. Dentre várias buscas, anseios e desejos de descobrir através das pesquisas, surge a História da Educação no auge do positivismo no século XIX. Nascida nas escolas normais e nos cursos de formação de professores teve seu início ligado ao campo da Pedagogia, principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, onde objetivava ser peça chave para alavancar a compreensão sobre os aspectos do passado dentre sociedades no campo da educação. Por muito tempo, a educação não foi vista como algo importante para a história. Tudo começou a mudar com a progressiva influência da História Nova”. Com o passar do tempo, precisamente iniciando a década de 1980, novos objetivos direcionados a História da Educação começaram a se fazer presentes através de produções baseadas em pesquisas representadas por publicações, periódicos especializados, eventos referenciando o tema, dentre vários outros existentes. Esses objetivos marcaram a época pelo fato de terem contribuído positivamente para a centralização da educação em relação a outros aspectos sociais, não sendo ela analisada separadamente apenas como estrutura para instrução através do ensino como era feita antigamente, mas, de forma intrínseca a todas as segmentações da vida social humana. Por sua vez a Pedagogia, ciência da área sócio-humana ligada a História da Educação desde tempos remotos e, conhecida por estudar tanto na teoria quanto na prática diversos segmentos relacionados à educação dentre todo seu contexto, têm como origem de sua palavra termos oriundos da Grécia antiga tais como: paidós que significa criança, e agogé tendo como significado condução. Focando principalmente o progresso no artifício do ensino-aprendizagem, a pedagogia busca sempre uma melhor reflexão crítica, ordenação e desenvoltura, além das normatizações de ações e instrumentos didáticos para com a arte e ciência na profissão de ensinar. Através de um entendimento bastante significativo, Libâneo (1999) conceitua pedagogia como: Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como uns dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana. (LIBÂNEO, 1999, p.25). Condizente a história, a pedagogia que é identificada como de origem grega, tem seu início através da Paidéia nos séculos V e VI a.C, transmitindo uma nova cultura entre os povos, essa de forma crítica em relação as questões religiosas tida como divina, sendo a mesma responsável por ter conduzido parte da educação naquela época. Interando-se ao senso crítico, a paidéia passa a atribuir ao homem identidade cultural e histórica, na busca pelo seu próprio conhecimento individual, fazendo do mesmo um referencial de conhecimentos precisos para si e o mundo ao seu redor. É então através dessa cultura crítica imposta pela paidéia, que nasce a pedagogia de forma autônoma, sistemática e rigorosa. Nessa perspectiva, Cambi (1999) explana sua visão sobre a pedagogia, podendo ser a mesma entendida da seguinte forma: Uma educação pública, retirada da família e do santuário, que visa à formação do cidadão e das suas virtudes (persuasão e capacidade de liderança, sobretudo). É uma educação que se liga à palavra e a escrita e tende à formação do homem como orador, marcado pelo princípio do Kalogathos (do belo e do bom) e que visa cultivar os aspectos mais próprios do humano em cada indivíduo, elevando- o a uma condição de excelência, que, todavia não se possui por natureza, mas se adquire pelo estudo e pelo empenho. (CAMBI, 1999, p.86). Em um outro momento histórico, a pedagogia tem como marco os escravos que, em tempos remotos eram conhecidos como paidagogos por conduzirem crianças filhas de seus Senhores aos centros de estudos conhecidos hoje como escolas. Com o passar do tempo e consequentemente ampliações reflexivas entre os povos da época, vários termos, associações e entendimentos referentes a inúmeras questões, passaram a designar novos sentidos. A educação que era tida como de origem divina por muitos, em especial pelos povos orientais que resumiam conhecimentos através de seus próprios costumes e crenças, ficou por muito tempo impedida para possíveis reflexões, uma vez que sendo divina, nunca poderia ser contestada. Numa outra vertente, a educação passou a ser refletida de maneira minuciosa, tendo a Grécia clássica considerada como o berço da pedagogia por ter sido a pioneira acerca de tais reflexões para com a ciência pedagógica e sua importante influência na educação dos séculos posteriores. Dessa forma, fica nítido que o estudo da ciência pedagógica tem como foco principal a educação em seu total contexto sendo ela formal, informal e não formal, manifestando-se entre segmentos como o sócio-cultural, econômico, político, dentre outros existentes. A pedagogia não possui quanto ao seu objeto de estudo conteúdo próprio, mas domínios no enfoque educacional, assegurando o pedagogo caráter científico em sua total amplitude, interagindo muitas vezes com outras ciências, ou até mesmo perpassando por outros ângulos circunstanciais. Libâneo (1999) convincentemente vê o campo da educação como: O campo educativo é bastante vasto, porque a educação ocorre na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política. Com isso, cumpre distinguir diferentes manifestações e modalidades de prática educativa tais como a educação informal, não formal e formal. (LIBÂNEO, 1999, p.25). De acordo com a sua vastidão, o campo da educação na sociedade contemporânea tem sido marcado por várias mudanças e consequentemente novos desempenhos, refletindo dessa forma para ampliações e re-construções em seu próprio sistema, suas áreas e respectivos segmentos. Tais modificações têm despertado pesquisadores e estudiosos para busca investigativa, referenciando temas desconhecidos e ou até mesmo inexistentes dentre segmentos específicos e suas áreas científicas a exemplo da própria pedagogia. Para muitos, a ciência pedagógica ainda é caracterizada por um profissional intrínseco às responsabilidades educacionais infantis, podendo ele também interagir em áreas específicas como supervisão, coordenação, direção, dentre outras existentes, mas, exclusivamente em instituições de ensino formal. No mundo atual, essa realidade vem sendo transformada a cada dia, desvinculando esse profissional dos espaços escolares formais, ampliando o seu campo de trabalho,envolvendo-o em outros ambientes de educação considerado como informal. Derrubando fronteiras, ficam cada vez mais nítidas as contínuas mudanças educacionais no campo da pedagogia, tendo como seu profissional um ser não mais reservado apenas para atuações direcionadas ao ensino-aprendizagem que perpassam pelas instituições de ensino escolar. É através desse contorno educacional contemporâneo, que diversas esferas profissionais passaram a ter pedagogos como colaboradores, mas agora desempenhando funções totalmente diferentes das quais estão acostumados a desempenhar em organizações escolares, ascendendo dessa forma um novo segmento da ciência pedagógica: a pedagogia empresarial. Para Ribeiro (2003), a Pedagogia Empresarial se ocupa com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticadas como indispensáveis à melhoria da produtividade, implanta programas de qualificação, requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolvendo programas de levantamentos de necessidades de treinamento, bem como adequadas metodologias da informação e da comunicação às práticas de treinamento. Nesse sentido, a pedagogia empresarial surge como ferramenta inovadora para as organizações, uma vez que de acordo com as exigências da globalização e suas mudanças tecnológicas da informação, num ritmo frenético foram criadas competições acirradas por novos nichos de mercado, transformando assim a vida empresarial em um cenário repleto de surpresas e inseguranças. Toda organização sendo ela exercida em atividades particulares, públicas ou até mesmo voltada para economia mista, existe para atender as precisões de mercado e meio social decorrente suas transformações. Para um melhor entendimento, Cury (2000) conceitua organização como: “[...] a organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual cada participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a executar”. As organizações do mundo contemporâneo devem estar sempre aptas para as reorganizações estratégicas em virtude das diversidades crescentes no contexto sócio mercadológico, como também em suas reorganizações estruturais e metodológicas dentre seus colaboradores e respectivos setores. Dessa forma, fica claro que a ascensão de cada organização no mundo global passa a ser mera conseqüência de suas visões e desenvolturas para com o futuro. Segundo Chiavenato (1999), a globalização tomou tamanha proporção em função de a humanidade ter ingressado na era da informação. Conectando e desconectando em redes as organizações se tornam mais abrangentes, envolvendo todo o tipo serviços prestados e as pessoas que nela operam. Na busca pela sobrevivência em meio às crises, é normal que as organizações atuais busquem suas atualizações culturais em virtude das competições econômicas e novas tecnologias inseridas em seus processos crescentes. Intensamente, principalmente em organizações brasileiras, como supostas garantias de não-falência e respectivamente suas permanências no mundo empresarial, várias estratégias foram e continuam sendo postas em prática a exemplo das demissões em massa, diminuição do tempo de vida útil dos produtos, trabalho por escalas, negociações com colaboradores referentes às renúncias de direitos adquiridos, dentre inúmeros outros que perpassam pela falta de ética, compromisso e responsabilidade, além dos absurdos crimes humanos e sociais. Mesmo as organizações adotando tantas medidas bruscas, as mesmas acabam sendo insuficientes uma vez que, além de não solucionar os problemas oportunistas, não alteram positivamente sua cultura vista na época presente como retrógrada, pois gestão centralizada, autoritária, egoísta e sem inovações necessárias, acabam sendo impedidas de crescerem e permanecerem na competitividade. Nessa conjuntura envolta as ameaças, muitas organizações passaram a estar atentas para as mudanças ancoradas aos novos desafios de mercado. Tendo como égide a flexibilidade para incorporações e possíveis gestões inovadoras, o empresariado vem apostando em políticas administrativas capazes de mobilizar seus colaboradores de forma sinérgica, consciente e competente, tendo toda a organização envolvida neste processo, mais precisamente o setor de Recursos Humanos. Em um contexto atualizado, em várias organizações portas se abriram para novos profissionais atuarem juntos a este setor, desenvolvendo atividades que tratam precisamente da administração de pessoas. Para Chiavenato (2009), o papel do RH é essencialmente educativo, ele trabalha na sensibilização e educação dos seus funcionários. Lidar com pessoas é uma de suas principais características e faz parte de um dos principais desafios de uma organização. Desta forma, fica claro que a nova tendência de mercado faz das organizações um campo competitivo constante, onde as disputas entre si associam-se às implantações das novas tecnologias e consequentemente seu desenvolvimento dentre todo o seu contexto. Além disso, a nova tendência de mercado tem exigido mudanças no perfil dos colaboradores, sendo esse o ponto crucial para a evolução e destaque de cada organização. Na atualidade, o ambiente organizacional não anseia mais por colaboradores mecanizados, e sim por aqueles que estejam interados ao senso crítico. Os gestores de Recursos Humanos são vistos como fundamentais nesse processo de mudanças de perfis, já que os mesmos além de serem responsáveis por trabalhar com as complexibilidades organizacionais, estão diretamente ligados com o desempenho de cada colaborador. Em meio a tantas inovações e mudanças, as organizações passaram a disputar também colaboradores oferecidos pelo mercado de trabalho, esses detendo de características como seres: pensantes, criativos, flexíveis, rápidos, eficientes, eficazes, pró-ativos, hábeis para com as resoluções de problemas e tomadas de decisões, determinados, dentre outras características. É claro que, mesmo às organizações possuidoras em sua total estrutura, surgem questionamentos referentes aos seus colaboradores em diversos aspectos que perpassam pelo desenvolvimento de competências, atualizações de conhecimentos, espírito de aprendizagem permanente, além de outros, fazendo desse contexto uma desenvoltura para a prática do pedagogo empresarial. Fazendo referência a esse profissional, Almeida (2006) explica que: O papel do Pedagogo Empresarial é apoiar o gestor do desenvolvimento e aplicação das melhores práticas relativas ao desenvolvimento da aprendizagem para os funcionários, principalmente no que se refere aos investimentos para treinamentos, dinâmicas e avaliações que façam diferença na produtividade pessoal e na qualidade de vida no ambiente corporativo. (ALMEIDA, 2006, p. 52). O pedagogo tem em suas práticas educacionais atividades pedagógicas, essas relacionadas ao ensino-aprendizagem e direcionadas a todos os setores empresariais e seus respectivos colaboradores. Nessa conjectura, o profissional atuante nesse segmento, tem como matéria prima a educação, uma vez que em seu contexto existem elementos necessários e totalmente fundamentais para o desenvolvimento econômico, político, social e cultural das organizações, dando suporte para suas respectivas estratégias. Nesse âmbito empresarial desvinculado do ensino formal, o conhecimento pedagógico passa a ser aplicado pelo profissional competente como base para as habilidades essenciais em prol das melhorias e produtividades, tendo o setor de Recursos Humanos como ponto de partida, direcionando tais práticas a toda a empresa. De acordo com seus conhecimentos, doutrinas e responsabilidades, o pedagogo empresarial passa a ser visto como uma alavanca importante para as organizações, onde agregando valores a esse setor, omesmo intensifica o processo educacional, vinculando-o as suas atuações na área do desenvolvimento humano. Na visão de Ferreira (apud RIBEIRO 2003), a intenção da pedagogia nas empresas é de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacionais, gerenciais e, assim, elevar a qualidade da produtividade organizacional. As atividades relacionadas ao pedagogo empresarial são inúmeras ao ponto de muitas delas serem desconhecidas pelos próprios profissionais que a executam. Ligadas diretamente aos campos do saber, pedagógico, administrativo, sócio-cultural e burocrático, tais atividades são visadas para os processos envoltos ao desenvolvimento e coordenação de planejamentos educacionais, capacitação e treinamento do corpo funcional da organização, estando todas elas intrínseca ao desempenho dos seus próprios colaboradores. A atuação deste profissional vista como suporte para o setor de Recursos Humanos ainda vai mais longe. A sua intervenção que é direta e objetiva neste setor, tendo a colaboração de outros profissionais do mesmo a exemplo do conhecido gerente e psicólogo, têm em sua conjuntura realizações que perpassam pelo recrutamento, seleção, dinâmicas de grupo, jogos de desenvolvimento em equipe, programas avaliativos e metodológicos em grupo e individual, pesquisas e análises de projetos a serem adotados pela empresa, além da ponderação e orientação para cada colaborador no enfoque de seu aprendizado. Contudo, mesmo a pedagogia empresarial sendo no mundo contemporâneo uma excelente oportunidade para o desenvolvimento dos colaboradores e consequentemente das organizações tendo como base a educação, esse novo segmento de mercado ainda não é explorado devidamente pela maioria das empresas como deveria. Embora o pedagogo empresarial seja visto como um profissional com atuação nova frente ao processo incessante conhecido como globalização, esse ainda é desconhecido por inúmeros empresários. Além disso, muitas vezes esse profissional não é aceito a integrar-se ao setor de Recursos Humanos das organizações, uma vez que tais empresários fazendo parte de um mundo fechado envolto as suas práticas já habituais, acabam fechando os olhos para as necessidades de mudanças e com isso novas oportunidades. Por fim, é importante que o pedagogo empresarial fique ciente de que irá encontrar resistências referentes à sua atuação dentro das empresas desvinculadas da educação formal, onde na maioria das vezes será mais por ignorância do que pelo próprio preconceito do empresariado. De acordo com a carência de informações e conhecimentos para com a desenvoltura do profissional atuante nesse novo segmento de mercado conhecido como pedagogia empresarial, tal ignorância está atribuída também ao próprio pedagogo que na maioria das vezes desconhece o seu campo de trabalho, limitando assim suas atividades, ficando preso ao âmbito trabalhista nas áreas apenas escolares. CONSIDERAÇÕES FINAIS A globalização, assunto que se encontra em destaque no mundo inteiro por ser um fenômeno de modelo economicamente capitalista, cada vez mais se fortalece consistindo em manter influências em todos os segmentos existentes de mercado, não estando o da educação imune ao seu alcance e possíveis transformações. Nesse contexto moderno, fruto esse do processo global, todos os segmentos de mercado em especial o da educação, passaram a adquirir uma nova postura. A pedagogia, ciência do estudo sistemático do campo educacional, por sua vez passou a ter uma nova desenvoltura correspondente ao processo de ensino-aprendizagem, no sentido de que onde houver práticas educativas necessariamente devem ser instaladas ações de cunho pedagógico, vivenciados não somente dentro de instituições de ensino escolar, mas entre todo o contexto da educação, estando o ensino informal incluso neste processo. É justamente nessa perspectiva que surge a pedagogia empresarial. Mesmo sendo um tema bastante contemporâneo, a pedagogia empresarial que retrata nitidamente a ascensão da ciência pedagógica, ainda é desconhecida por muitos a exemplo de gestores empresariais, além dos próprios pedagogos que ainda não se atentaram para esse novo horizonte profissional, estando muitos deles presos profissionalmente apenas à educação escolar. É certo que a ciência pedagógica, tendo como seu principal objeto o campo da educação, concede ao pedagogo condições suficientes para que este possa vir a fazer parte de qualquer empresa que desenvolva dentre seu contexto práticas educativas, mesmo que esta não esteja diretamente ligada ao ensino formal. Lidar profissionalmente com pessoas no mundo atual, tornou-se algo muito mais complexo do que se parece por conta das exigências que são impostas, principalmente quando estas estão inseridas ao mundo empresarial. Hoje, em plena era da informação, as empresas passaram a enfrentar inúmeras dificuldades por conta de uma concorrência incessante sendo essa uma de seus maiores desafios. Dessa forma, para permanecer entre as suas concorrentes, as empresas passaram a ter a necessidade em adquirir nova postura perante a sua estrutura organizacional dentre todos os seus setores e respectivos colaboradores. O aperfeiçoamento do corpo funcional empresarial no mundo contemporâneo se faz preciso em todos os instantes para a sua própria sustentação. O setor de Recursos Humanos, mesmo sendo responsável por lidar diretamente com a inteligência e educação emocional em meio a todos que compõem as suas respectivas empresas, têm dificuldades referentes aos princípios teóricos relevantes ao contexto educacional, esse beneficiador direto para com a obtenção de eficiências significativas através de seus próprios colaboradores. Portanto, fica nítida a importância para com o surgimento e ascensão da pedagogia empresarial, tendo o pedagogo inserido em atividades dentro das organizações, em especial nos setores de Recursos Humanos. Toda empresa é essencialmente um espaço educativo aprendente, cabendo aos profissionais intrínsecos a área exposta desenvolver tecnologias eficientes e eficazes perante projetos educacionais, aperfeiçoando resultados, diferenciando processos que venham a modificar ou até mesmo aprimorar culturalmente o ambiente de trabalho, dentre outros, atendendo assim a todas as necessidades das organizações e de seus respectivos colaboradores. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. G. de. Pedagogia Empresarial: saberes, práticas e referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006; BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação continuada e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996; BRANDÃO, C. Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Abril Cultura; Brasiliense, 1985; CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999; CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1999; CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7ª ed. Barueri, SP: Manole, 2009; CURY, Antônio. Organização e métodos: uma visão holística. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000; LIBÂNEO, J. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 1999; LOPES, Eliane Marta Teixeira. Perspectivas histórias da educação. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1989; NÉRICI, Imídio G. Didática do Ensino Superior. São Paulo: Ibrasa, 1993; RIBEIRO, A. E. A. Pedagogia Empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2003.
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