Buscar

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Sistema de Ensino Presencial Conectado
serviço social
MARIA DAS DÔRES DE SOUZA DO NASCIMENTO
POLÍTICA SOCIAL NO BRASIL e SERVIÇO SOCIAL
Ji-Paraná
2012
POLÍTICA SOCIAL NO BRASIL e SERVIÇO SOCIAL
MARIA DAS DÔRES DE SOUZA DO NASCIMENTO
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a Disciplina de Ética e Legislação Profissional, Políticas Sociais I, Oficina de Formação Instrumentalidade do SSOC, Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do SSOC IV.
Professores: Clarice da Luz Kernkamp, Maria Lucimar Pereira, Amanda Bozza, Paulo Aragão.
Ji-Paraná
2012
SUMARIO
1. Introdução.............................................................................................................................. 5
2. Conceito de Política Social no Brasil......................................................................................6
3. Aspectos Históricos da Construção das Politicas Sociais no Brasil, das Formas de Intervenção e da Ética Profissional ............................................................................................7
4. A Assistência Social nos Anos e Ditadura Militar.................................................................8
5. A Questão Social de com a Promulgação da Constituição Federal de 1988..........................9
6. Conclusão..............................................................................................................................10
7. Bibliografia...........................................................................................................................11
INTRODUÇÃO
Na presente pesquisa trataremos acerca do tema das políticas sociais, no que diz respeito ao seu desenvolvimento o qual gera possibilidades inovadoras na gestão pública e permite aprofundar e consolidar a democracia em nosso País. Por meio das políticas sociais é possível alterar a distribuição de poder na sociedade, transformando privilégios em direitos, “direitos em princípio” em “direitos na prática”, estruturas administrativas patrimoniais e clientelistas em mecanismos eficientes de gestão pública, sociedades fragmentadas em novas formas de organização, integração e desenvolvimento do capital social, fortalecendo a governabilidade local.
Sem dúvida, este processo impõe desafios que requerem ser enfrentados pelos dirigentes locais, relativos, por exemplo, à expansão da cidadania e ao combate à exclusão, ao redesenho das relações entre esferas governamentais, às novas relações entre estado e sociedade, às inovações relativas ao planejamento participativo e à cogestão pública, ao aumento da base técnica e valorização dos servidores do setor público.
Para desenvolver este argumento vamos, inicialmente, discutir o conceito de políticas sociais e suas relações com o desenvolvimento da cidadania, requisito fundamental da democracia. Em seguida, vamos analisar o desenvolvimento histórico do padrão de proteção social no Brasil, e sua transformação como fruto do processo de democratização, configurando o novo padrão constitucional a partir de 1988, no qual o papel do município ganha uma dimensão crucial.
Neste trabalho lançaremos, de início, um breve olhar sobre como se processou a construção das políticas sociais no Brasil, buscando através da percepção histórica e da reflexão crítica sobre os acontecimentos, os fatos históricos, compreender as forças dominantes responsáveis pelo tratamento, intervenção e construção das referidas políticas sociais.
Veremos como o Serviço Social se constituiu como instrumento de implantação destas políticas, indo de uma perspectiva baseada na concepção, principalmente a partir da Constituição Federal de 1988.
1. CONCEITO DE POLITÍCA SOCIAL NO BRASIL
No âmbito das Ciências Sociais, a política social é entendida como modalidade de política pública, como ação de governo com objetivos específicos. Essa definição parece óbvia, no entanto, contém dois aspectos que se desativadas, minimizam a obviedade e permitem alcançar maior precisão conceitual. 
Para que sejam implementadas as diversas políticas em cada área social é necessário definir e compreender a estrutura institucional do Estado que contempla tais funções, ou seja, seu conjunto de órgãos, autarquias, ministérios competentes em cada setor, além do processo de financiamento e gestão.
O conceito de política social, ainda que seja delimitado pelas ações públicas, governamentais ou não, destinadas a proporcionar respostas às demandas que têm origem no processo de reprodução dos indivíduos, é bastante complexo porque envolve:
a) uma dimensão valorativa fundada em um consenso social que responde às normas que orientam a tomada de decisões;
b) uma dimensão estrutural que recorta a realidade de acordo com setores baseados na lógica disciplinar e nas práticas e estruturas administrativas;
c) o cumprimento de funções vinculadas aos processos de legitimação e acumulação que
reproduzem a estrutura social;
d) sendo uma política pública, envolve processos político-institucionais e organizacionais relativos à tomada de decisões, ao escalonamento de prioridades, ao desenho das estratégias e à alocação dos recursos e meios necessários ao cumprimento das metas;
e) um processo histórico de constituição de atores políticos e sua dinâmica relacional nas disputas pelo poder;
f) a geração de normas, muitas vezes legais, que definem os critérios de redistribuição, de inclusão e de exclusão em cada sociedade. (Fleury, 1999).
Diante do exposto Podemos definir sucintamente conceito de política social de forma restrita à política pública, vista como um processo de tomada de decisões técnicas em relação à definição de prioridades e alocação de recursos para atingir dados fins.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS DA CONSTRUÇÃO DAS POLITICAS SOCIAS NO BRASIL, DAS FORMAS DE INTERVENÇÃO E DA ÉTICA PROFISSIONAL
Durante muito tempo no Brasil, até a década de 1930, a assistência aos pobres não teve atenção especial do poder público, este atuava apenas apoiando a ação de grupos privados e religiosos que ofereciam serviços assistenciais na forma de caridade e benemerência, a iniciativa dessas ações assistenciais era deixada à Igreja e aos chamados “Homens Bons”, que na verdade cuja atividade principal era o recolhimento e a distribuição de esmolas.
No inicio do século XX, este modelo permaneceu durante séculos, até que em resposta ao fortalecimento das lutas sociais e trabalhistas, isto já no início do século XX, o Estado passa a ampliar sua ação na área social, momento que começam a surgir as Caixas de Aposentadorias e Pensões em 1923.
Na Era Vargas, a partir de 1930 a questão social é priorizada pelo Estado durante o período pós Revolução de 1930, que vai até 1945.
O regime pós-revolucionário se estruturou sobre as bases de um “Estado de Compromisso, orientado para a gestão e conciliação dos interesses sociais, políticos e econômicos em disputa, existente em uma situação de relativo equilíbrio de forças entre as diferentes classes e frações de classes da sociedade.
 	Esse período é conhecido como pela criação do Ministério do Trabalho Indústria e Comércio; a Consolidação das Leis do Trabalho e a criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) como parte de um sistema de Previdência Social baseado na lógica do seguro, ou seja, em que o acesso aos benefícios é condicionado ao pagamento de contribuição.
O Estado ampliou sua intervenção no campo da Assistência Social, direcionando-a aos excluídos do sistema de Previdência Social, ou seja, àqueles que, excluídos do trabalho formal, não contribuíam para o fundo público responsável pelo financiamento da Previdência Social.
No período logo após cujo marco inicial é
a promulgação da Constituição Federal de 1946, o Estado mantém o modelo assistencial baseado na filantropia e benemerências privadas, porém mais aprofundado, estimulados por ações como isenção de impostos, da Contribuição Patronal à Previdência Social, das Instituições Filantrópicas.
 	Em 1960 e houve a aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social. AA aprovação da Lei Orgânica da Previdência Social, em 1960, ampliou a cobertura do sistema previdenciário para a quase totalidade dos trabalhadores formais urbanos e reforçou a lógica securitária do sistema, ou seja, o acesso aos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) e aos benefícios previdenciários, condicionando-os à capacidade­ contributiva do beneficiário, corroborando para a dualidade do sistema de proteção social.
3. A ASSISTÊNCIA SOCIAL NOS ANOS DE DITADURA MILITAR
Em 1964 teve início a uma época na história do Brasil até os dias de hoje trazem conseqüências de atos e fatos ocorridos durante este período: A Ditadura Militar.
A Ditadura Militar no Brasil se institui em 1964 indo até 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, que acaba não assumindo devido a sua morte prematura, assumindo então seu vice-presidente José Sarney. Durante este período temos como fatos marcantes dentro da questão social: 1966 - Todos os IAPs foram unificados no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 1971 - Por meio do Funrural, a previdência foi estendida aos trabalhadores rurais, sem exigência de contrapartida contributiva. 1977 - Instituiu-se o Sistema Nacional de Previdência Social (Sinpas), composto pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps).
Na prática, o regime militar não dispunha de uma política social capaz sequer de amenizar os impactos da crise econômica dos anos 1970 e 1980 sobre as classes populares. A estas não restava alternativa a não ser fazer a história por seus próprios meios. Assim, rompendo as barreiras impostas pelo regime, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), as associações de moradores, o movimento sanitarista, o movimento sindical, o movimento da categoria dos assistentes sociais e as várias formas de novos movimentos sociais (movimento de mulheres, movimento negro, movimento ambientalista, movimentos de defesa dos direitos da criança e do adolescente, os movimentos das populações tradicionais), organizados por todo o Brasil, se constituíram nos sujeitos coletivos de um amplo processo de luta das classes populares contra o arrocho salarial e a carestia, por democracia e melhores condições de vida.
A tarefa do assistente social é não só decifrar as formas e expressões da questão social na contemporaneidade, mas atribuir transparência as iniciativas voltadas a sua reversão elou enfrentamento imediato (AMAMOTO 2003, p. 27).
O profissional do serviço Social possui um projeto de ordem coletiva, vinculado a um projeto societário que requer a construção de uma nova ordem social, sem dominação, ou exploração de classe, etnia e gênero.
Esse conjunto de atores e sujeitos sociais, e tantos outros, conformaram o campo das forças progressistas que deixaram a marca dos direitos sociais, da democracia participativa, da descentralização e da cidadania na Constituição Federal de 1988. 
4. A QUESTÃO SOCIAL DE ACORDO COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
O Modelo atual de configuração da Assistência Social e das Políticas Sociais foi definido na Constituição Federal de 1988. Conhecida como Constituição Cidadã e posteriormente pela Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº 8.742, de 1993.)
A Constituição Federal de 1988 define a Assistência Social como política pública inserida ao lado das políticas de Saúde e de Previdência no âmbito da Seguridade Social que atua em conjunto com outras políticas sociais destinadas à promoção da cidadania.
A Constituição Federal de 1988 atribui à Previdência Social caráter contributivo, condicionando o acesso do cidadão à lógica do seguro: só quem tem direito é quem contribui previamente. Entretanto, determina à Assistência Social que seja prestada a quem precisar dela, independente de contribuir ou não.
A partir da década de 1980, o processo de globalização econômica e financeira e a onda de reformas neoliberais já dominavam a conjuntura política internacional. O caráter social-democrata de nossa Constituição revela que o contexto político brasileiro daquele período andava na contracorrente das transformações mundiais resultantes da aplicação do paradigma neoliberal. 
O processo, as organizações da sociedade civil e os setores políticos e acadêmicos historicamente envolvidos com a luta pelo direito à Assistência Social pressionavam o governo e participavam de fóruns e seminários destinados à elaboração e ao debate do projeto de lei a ser encaminhado ao legislativo para regulamentação dos artigos 203 e 204 da Constituição Federal. Esse processo culminou com a promoção, pelo Ministério do Bem-Estar Social, de uma série de encontros regionais e da Conferência Nacional de Assistência Social, em junho de 1993.
Foram então, definidos democraticamente os pontos fundamentais a serem contemplados pelo que viria a ser a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) cujo projeto, de autoria do chefe do Executivo e apresentando uma série de diferenças em relação ao projeto originariamente construído pelos setores envolvidos na Conferência, tramitava no Congresso Nacional. Levadas ao Legislativo, as definições da Conferência enriqueceram o debate e contribuíram para a formulação da Loas, sancionada pelo Presidente Itamar Franco e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 8 de dezembro de 1993.
Atualmente a configuração da Assistência Social, podemos destacar, em primeiro lugar, a Loas, que assegura a primazia da responsabilidade estatal na gestão, financiamento e execução da Assistência Social nas três esferas de governo. 
Esse fato representa uma ruptura com a trajetória histórica da Assistência Social no Brasil e com o seu enquadramento anterior. Os serviços sócio assistenciais passam a ser prestados pelas instituições filantrópicas, não segundo a lógica do dever moral, mas pela lógica do direito.
Em segundo lugar, a organização da Assistência Social na forma de um sistema descentralizado e participativo.
Após termos visto ao longo do processo de construção histórico das Políticas Sociais brasileira como foi o tratamento do Estado junto à intervenção no social e os caminhos percorridos ao longo dessa história até a conquista de Direitos, ao processo de redemocratização, veremos agora como o Serviço Social com suas direções profissionais incidiu na construção das Políticas Sociais, ou seja, a perspectiva teórica e metodológica do Serviço Social e suas determinações históricas nos aspectos sociais do Brasil.
Como primeira abordagem da ação do profissional de Serviço Social no Brasil temos a relação entre a profissão e a Igreja Católica e seus ideários que vai dar então a profissão como que um caráter de apostolado fundando suas ações, suas intervenções no social, tratando a questão social como se fosse um problema moral e religioso. Portanto, o Serviço Social no início de sua ação na história brasileira está vinculado ao ideal religiosa.
Esta intervenção da profissão baseada no ideário católico, no seu conservadorismo, persiste durante séculos, sofrendo algumas modificações como a partir da década de 40, onde o Serviço Social passa a incorporar técnicas norte-americanas, é o que efetivamente se chama de tecnicismo, onde a profissão sofre, pode-se assim dizer, uma nova orientação a fim de atender as novas exigências da sociedade capitalista, uma sociedade baseada na divisão sócio técnica do trabalho.
Este processo de evolução, de mudança, de maturação do Serviço Social que ganha fôlego na passagem dos anos 80 para os anos 90, e que traz em seu bojo rupturas com o conservadorismo que acompanhou a profissão durante séculos continua na verdade até
hoje; e que acompanha as mudanças políticas e históricas.
CONCLUSÃO
Podemos observar que a história de nosso país, sobre a evolução da questão social ao longo de séculos, do ponto de vista moral-religioso no início sob a tutela principal da Igreja Católica e da benemerência de particulares, passando por períodos de maior intervenção do Estado como na Era Vargas, ao ostracismo na Ditadura, ao ressurgimento e reconceituação nos anos 80 e 90 até chegar na busca de novos paradigmas na modernidade.
Vimos também que as direções profissionais do Serviço Social acompanharam as mudanças históricas que ocorreram no País sendo ao mesmo tempo agentes destas mudanças e consequências destas.
Apesar de tudo isso a Assistência Social avança, temos a partir da Constituição Federal de 1988, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), o SUS (Sistema Único de Saúde), a PNAS (Política Nacional de Assistência Social) que propõe uma nova arquitetura institucional e política com a criação de um Sistema Único de Assistência Social – SUAS, os CRAS e os CREAS.
E como instrumentalizador destas políticas sociais existentes temos o Assistente Social que embora ainda viva como em um embate entre o alcançado pelo pensamento social marxista e outras correntes pós-modernas e neoconservadoras, não significa, entretanto, que este embate deva ser regressivo e talvez voltar a repetir erros do passado e sim sirva para produzir, criar, novos pensamentos, novas soluções para as questões sociais que se apresentam, mas queira que favoreça sempre a igualdade e dignidade da pessoa humana, e não para oprimir ou conformar como no passado recente.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Elaine Rossetti; Boschetti, Ivonete. Política Social: Fundamentos e História. 2ª edição. São Paulo Cortez Editora, 2007. 
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: Esboço de uma Interpretação Histórico Metodológica. 16 ed., São Paulo: Cortez; Lima, Peru: CELATS, 2004 
FERREIRA, I.; BOSCHETTI, S. A Política Brasileira de Seguridade Social: Assistência Social. In: Capacitação em Serviço Social, Módulo 03. Brasília: UnB/Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância, 2000.
SANTINI, Maria Angela; GÓES, Adarly Rosana Moreira. Ética Profissional: Serviço Social, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?