Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundac¸a˜o Centro de Cieˆncias e Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educac¸a˜o Superior a Distaˆncia do Estado do Rio de Janeiro AD2 – A´lgebra Linear II – 2014/2 Gabarito AVISO: E´ obrigato´rio, nas resoluc¸o˜es de sistemas lineares, reduzir por linhas a` forma em escada a matriz associada ao sistema. Questa˜o 1 (2,8 pontos) Seja Π o plano gerado por v1 = (2,−1,−1) e v2 = (1, 0, 2). Considere o operador linear T reflexa˜o com respeito ao plano Π. a) [1,2 pts] Deˆ exemplo de uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , indicando os seus autovalores. b) [0,8 pt] Determine uma matriz ortogonal P que diagonaliza T e a sua correspondente matriz diagonal D. c) [0,8 pt] Determine a matriz A que representa T na base canoˆnica do R3. Soluc¸a˜o: a) Vamos, primeiramente, construir uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . A reflexa˜o com respeito a um plano Π tem as seguintes propriedades: Se u ∈ Π, enta˜o T (u) = u. Logo, u ∈ Π e u 6= (0, 0, 0) e´ autovetor de T associado ao autovalor 1. Se u ⊥ Π, enta˜o T (u) = −u. Logo, u ⊥ Π e u 6= (0, 0, 0) e´ autovetor de T associado ao autovalor −1. Portanto, v1 = (2,−1,−1) e v2 = (1, 0, 2) sa˜o autovetores de T associados ao autovalor 1. Observamos que v1 ⊥ v2. O vetor v3 = v1 × v2 e´ normal ao plano Π, logo e´ autovetor associado ao autovalor −1. Temos v3 = v1 × v2 = det −→i −→j −→k2 −1 −1 1 0 2 = −2−→i − 5−→j +−→k = (−2,−5, 1). Assim, {v1 = (2,−1,−1)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , v2 = (1, 0, 2)︸ ︷︷ ︸ λ2=1 , v3 = (−2,−5, 1)︸ ︷︷ ︸ λ3=−1 }. e´ uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . Normalizando esses vetores, obtemos a base ortonormal formada por autovetores de T β = { u1 = v1 ‖v1‖ = ( 2√ 6 ,− 1√ 6 ,− 1√ 6 ) , u2 = v2 ‖v2‖ = ( 1√ 5 , 0, 2√ 5 ) , u3 = v3 ‖v3‖ = ( − 2√ 30 ,− 5√ 30 , 1√ 30 )} , associados, respectivamente, aos autovalores λ1 = 1, λ2 = 1 e λ3 = −1. b) Uma matriz ortogonal P e´ a matriz de mudanc¸a de base, da base ortonormal β (obtida no item (a)) para a base canoˆnica, dada por P = [ u1 u2 u3 ] = 2√ 6 1√ 5 − 2√ 30 − 1√ 6 0 − 5√ 30 − 1√ 6 2√ 5 1√ 30 . 1 A sua correspondente matriz diagonal e´ D = λ1 0 00 λ2 0 0 0 λ3 = 1 0 00 1 0 0 0 −1 . c) Temos que A = PDP−1 = PDP t = 2√ 6 1√ 5 − 2√ 30 − 1√ 6 0 − 5√ 30 − 1√ 6 2√ 5 1√ 30 1 0 00 1 0 0 0 −1 2√ 6 − 1√ 6 − 1√ 6 1√ 5 0 2√ 5 − 2√ 30 − 5√ 30 1√ 30 = 2√ 6 1√ 5 − 2√ 30 − 1√ 6 0 − 5√ 30 − 1√ 6 2√ 5 1√ 30 2√ 6 − 1√ 6 − 1√ 6 1√ 5 0 2√ 5 2√ 30 5√ 30 − 1√ 30 = 1115 −23 215−23 −23 13 2 15 1 3 14 15 . Questa˜o 2 (3,0 pontos) Seja v = (−1, 1, 0). a) [1,6 pts] Determine uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} do R3 tal que u3 tenha mesma direc¸a˜o e sentido de v e u1 × u2 = u3. b) [0,4 pt] Determine a matriz Aβ, que representa na base β a rotac¸a˜o de pi 2 radianos, no sentido positivo, em torno da reta ℓ gerada por v. c) [1,0 pt] Determine a matriz A, que representa na base canoˆnica, a rotac¸a˜o de pi2 radianos, no sentido positivo, em torno da reta ℓ gerada por v. Soluc¸a˜o: a) Escolhemos, primeiramente, uma base ortogonal do R3 com v3 = v = (−1, 1, 0). Os dois primeiros vetores v1 e v2 devem estar no plano Γ de equac¸a˜o −x+ y + 0z = 0, plano normal a v passando pela origem. Tomamos v1 = (0, 0, 1), fazendo x = 0, z = 1 e obtendo y = 0. Seja v2 = (a, b, c) 6= (0, 0, 0) tal que{ v2 ∈ Γ⇐⇒ −a+ b = 0⇐⇒ a = b v2 ⊥ v1 ⇐⇒ 〈v1, v2〉 = 0⇐⇒ 〈(0, 0, 1), (a, b, c)〉 = 0⇐⇒ c = 0. Nesse caso, reduzindo por linhas a` forma em escada a matriz associada ao sistema obtemos[ −1 1 0 0 0 1 ] L1←(−1)L1∼ [ 1 −1 0 0 0 1 ] . Assim, a− b = 0 e c = 0 e logo, v2 = (b, b, 0), b ∈ R. Escolhemos b = 1 e v2 = (1, 1, 0). Temos que v1 × v2 = det −→i −→j −→k0 0 1 1 1 0 = −−→i +−→j + 0−→k = (−1, 1, 0) = v3. Logo, {v1, v2, v3} e´ uma base ortogonal orientada positivamente. Normalizando esses vetores, obtemos que β = { u1 = v1 ‖v1‖ = (0, 0, 1) , u2 = v2 ‖v2‖ = ( 1√ 2 , 1√ 2 , 0 ) , u3 = v3 ‖v3‖ = ( − 1√ 2 , 1√ 2 , 0 )} e´ uma base ortonormal do R3 com u3 = u1 × u2 e u3 com mesma direc¸a˜o e sentido de v = v3. 2 b) Aβ = cos pi2 − sen pi2 0sen pi2 cos pi2 0 0 0 1 = 0 −1 01 0 0 0 0 1 . c) A = PAβP −1, onde P e´ a matriz de mudanc¸a de base, da base β para a base canoˆnica, e´ dada por P = [ u1 u2 u3 ] = 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 e P−1 = P t (P e´ matriz ortogonal). Logo, A = 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 0 −1 01 0 0 0 0 1 0 0 11√2 1√2 0 − 1√ 2 1√ 2 0 = 0 1√ 2 − 1√ 2 0 1√ 2 1√ 2 1 0 0 − 1√ 2 − 1√ 2 0 0 0 1 − 1√ 2 1√ 2 0 = 1 2 −12 1√2 −12 12 1√2 − 1√ 2 − 1√ 2 0 . Questa˜o 3 (3,0 pontos) Em cada item fac¸a o que se pede: a) [1,6 pts] Sejam a e b nu´meros reais e T (x, y) = ( ax+ by, bx+ 1√ 2 y ) . a.1) [1,2 pts] Determine os nu´meros reais a e b para que T seja um operador ortogonal. a.2) [0,4 pt] Quantos operadores ortogonais ha´? Justifique a sua resposta. b) [1,4 pts] Seja S a projec¸a˜o ortogonal sobre a reta de equac¸a˜o 2x− y = 0. b.1) [0,6 pt] Deˆ exemplo de uma base ortonormal do R2, formada por autovetores de S, indicando os autovalores. b.2) [0,8 pt] Determine S(x, y). Soluc¸a˜o: a) (a.1) Temos que T (1, 0) = (a, b) = v1 e T (0, 1) = ( b, 1√ 2 ) = v2, logo a matriz de T na base canoˆnica do R2 e´ A = [ v1 v2 ] = [ a b b 1√ 2 ] . T e´ um operador ortogonal ⇐⇒ T leva base ortonormal em base ortonormal ⇐⇒ {e1 = (1, 0), e2 = (0, 1)} vai por T na base ortonormal {v1, v2} ⇐⇒ as colunas de A, v1 e v2, sa˜o ortogonais e unita´rias. Logo, 〈v1, v2〉 = 0⇐⇒ 〈 (a, b), ( b, 1√ 2 )〉 = ab+ b 1√ 2 = 0⇐⇒ b ( a+ 1√ 2 ) = 0 〈v1, v1〉 = ‖v1‖2 = a2 + b2 = 1 〈v2, v2〉 = ‖v2‖2 = b2 + 12 = 1⇐⇒ b2 = 12 ⇐⇒ b = 1√2 ou b = − 1√ 2 . Portanto, a = − 1√ 2 , com b = − 1√ 2 , ou a = − 1√ 2 , com b = 1√ 2 . 3 (a.2) As poss´ıveis matrizes que representam T na base canoˆnica sa˜o A1 = [ − 1√ 2 − 1√ 2 − 1√ 2 1√ 2 ] ou A2 = [ − 1√ 2 1√ 2 1√ 2 1√ 2 ] . Ha´ dois operadores ortogonais, pois para cada matriz existe um u´nico operador ortogonal. b) (b.1) A projec¸a˜o ortogonal S sobre uma reta ℓ tem as seguintes propriedades: Se u ∈ ℓ, enta˜o S(u) = u. Logo, u ∈ ℓ e u 6= (0, 0) e´ autovetor de S associado ao autovalor 1. Se u ⊥ ℓ, enta˜o T (u) = (0, 0) = 0u. Logo, u ⊥ ℓ e u 6= (0, 0) e´ autovetor de S associado ao autovalor 0. Como a equac¸a˜o de ℓ e´ 2x− y = 0, temos que v1 = (1, 2) ∈ ℓ (fazendo x = 1 e obtendo y = 2) e v2 = (2,−1) ⊥ ℓ. Normalizando esses vetores, obtemos que β = { u1 = v1 ‖v1‖ = ( 1√ 5 , 2√ 5 ) , u2 = v2 ‖v2‖ = ( 2√ 5 ,− 1√ 5 )} e´ uma base ortonormal do R2 formada por autovetores de S associados, respectivamente, aos autova- lores λ1 = 1 e λ2 = 0. (b.2) Usamos a base β obtida no item (b.1). Seja v = (x, y) Temos que v = 〈v, u1〉u1 + 〈v, u2〉u2 e S(v) = 〈v, u1〉S(u1) + 〈v, u2〉S(u2) = 〈v, u1〉u1, pois S(u1) = u1 e S(u2) = (0, 0). Logo, S(x, y) = S(v) = 〈v, u1〉u1 = 〈 (x, y), ( 1√ 5 , 2√ 5 )〉( 1√ 5 , 2√ 5 ) = x+2y√ 5 ( 1√ 5 , 2√ 5 ) = ( x+2y 5 , 2x+4y 5 ) . Logo, S(x, y) = ( x+2y 5, 2x+4y 5 ) . Questa˜o 4 (1,2 pontos) Deˆ exemplo de um operador ortogonal L : R2 → R2 tal que L(1, 0) seja mu´ltiplo de (1, 1). Soluc¸a˜o: Considere a base canoˆnica α = {(1, 0), (0, 1)} do R2, que e´ uma base ortonormal. Escolha L(1, 0) = (1,1)||(1,1)|| = ( 1√ 2 , 1√ 2 ) , vetor unita´rio na direc¸a˜o de (1, 1). Como L e´ um operador ortogonal, L(0, 1) deve ser um vetor unita´rio ortogonal a L(1, 0). Seja v = (x, y) ortogonal a L(1, 0). Assim, 〈(x, y), (1, 1)〉 = 0⇐⇒ x+ y = 0⇐⇒ x = −y Escolha v = (−1, 1) (fazendo y = 1 e obtendo x = −1) e tome L(0, 1) = v||v|| = ( − 1√ 2 , 1√ 2 ) Assim, L(x, y) = xL(1, 0) + yL(0, 1) = x ( 1√ 2 , 1√ 2 ) + y ( − 1√ 2 , 1√ 2 ) = ( x−y√ 2 , x+y√ 2 ) ou, equivalentemente, a matriz de L na base canoˆnica e´ [ L(v1) L(v2) ] = [ √ 2 2 − √ 2 2√ 2 2 √ 2 2 ] . 4
Compartilhar