Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP2 – Álgebra Linear II – 2019/1 Gabarito Questão 1 (1,0 ponto) Seja S : R3 −→ R3 um operador autoadjunto tal que 19 é autovalor de S, S(1, 4, 4) = (7, 28, 28) e S(−4, 13,−12) = (−24, 78,−72). Determine um autovetor associado ao autovalor λ = 19. Solução: a) Observe que S(1, 4, 4) = 7(1, 4, 4) e S(−4, 13,−12) = 6(−4, 13,−12). Assim, os vetores u = (1, 4, 4), w = (−4, 13,−12) são autovetores de S associados aos autoval- ores λ = 7 e λ = 6, respectivamente. Como S é autoadjunto, autovetores associados a autovalores distintos são ortogonais. Seja v = (x, y, z) autovetor de S associado ao autovalor λ = 19.{ ⟨v, u⟩ = 0 ⟨v, w⟩ = 0 =⇒ { ⟨(x, y, z), (1, 4, 4)⟩ = 0 ⟨(x, y, z), (−4, 13,−12)⟩ = 0 =⇒ { 1x+ 4y + 4z = 0 −4x+ 13y − 12z = 0 [ 1 4 4 −4 13 −12 ] L2←L2+4L1∼ [ 1 4 4 0 29 4 ] L2← 129L2∼ [ 1 4 4 0 1 4 29 ] L1←L1−4L2∼ [ 1 0 100 29 0 1 4 29 ] Logo, x+ 100 29 z = 0, y+ 4 29 z = 0. Portanto, v = (−100 29 z,− 4 29 z, z) , onde z ∈ R∗. Fazendo z = 29 temos que v = (−100,−4, 29) é autovetor de S associado ao autovalor λ = 19. Questão 2 (0,6 ponto) Seja L : R2 −→ R2 a projeção ortogonal sobre a reta de equação 9x − 13y = 0. Dê exemplo de uma base do R2 formada por autovetores de L, indicando os respectivos autovalores. Solução: A projeção ortogonal L sobre uma reta ℓ tem as seguintes propriedades: Se u ∈ ℓ, então L(u) = u. Logo, u ∈ ℓ e u ̸= (0, 0) é autovetor de L associado ao autovalor 1. Se u ⊥ ℓ, então L(u) = (0, 0). Logo, u ⊥ ℓ e u ̸= (0, 0) é autovetor de L associado ao autovalor 0. Como a equação de ℓ é 9x− 13y = 0, temos que (13, 9) ∈ ℓ e (9,−13) ⊥ ℓ. Logo, β = {(13, 9), (9,−13)} é uma base do R2 formada por autovetores de L associados aos autovalores λ1 = 1 e λ2 = 0, respectivamente. Questão 3 (1,2 pontos) Seja T : R3 −→ R3 um operador linear tal que T (1, 0, 0) = ( 6 8 , 5 8 , √ 3 8 ) e T (0, 1, 0) = ( − 1√ 13 , 0, 2 √ 3√ 13 ) . Determine T (0, 0, 1) de modo que T seja um operador ortogonal. Solução: 1 Como {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} é uma base ortonormal e T é um operador ortogonal, temos que T leva base ortonormal em base ortonormal, sendo assim, {T (1, 0, 0), T (0, 1, 0), T (0, 0, 1)} é uma base ortonormal. Consideremos T (0, 0, 1) = (m,n, p), com (m,n, p) ̸= (0, 0, 0). Equivalentemente, a matriz de T na base canônica é uma matriz ortogonal dada por B = 6 8 − 1√ 13 m 5 8 0 n√ 3 8 2 √ 3√ 13 p . Assim, ⟨T (0, 0, 1), T (1, 0, 0)⟩ = 0 ⟨T (0, 0, 1), T (0, 1, 0)⟩ = 0 ⟨T (0, 0, 1), T (0, 0, 1)⟩ = 1 ⇐⇒ 6m 8 + 5n 8 + √ 3 8 = 0 − 1m√ 13 + 0 + 2 √ 3p√ 13 = 0 m2 + n2 + p2 = 1 ⇐⇒ −m+ 2 √ 3p = 0 6m+ 5n+ √ 3p = 0 m2 + n2 + p2 = 1 ⇐⇒ m = 2 √ 3p 6(2 √ 3p) + 5n+ √ 3p = 0 m2 + n2 + p2 = 1 ⇐⇒ m = 2 √ 3p n = −13 √ 3 5 p (2 √ 3p)2 + (−13 √ 3 5 p)2 + p2 = 1 ⇐⇒ m = 2 √ 3p n = −13 √ 3 5 p 12p2 + 507 25 p2 + p2 = 1 ⇐⇒ m = 2 √ 3p n = −13 √ 3 5 p 832p2 = 25 ⇐⇒ m = 2 √ 3p n = −13 √ 3 5 p p = ± 5 8 √ 13 Logo, T (0, 0, 1) = (m,n, p) é dado por T (0, 0, 1) = ( 5 √ 3 4 √ 13 ,−13 √ 3 8 √ 13 , 5 8 √ 13 ) ou T (0, 0, 1) = ( − 5 √ 3 4 √ 13 , 13 √ 3 8 √ 13 ,− 5 8 √ 13 ) . Questão 4 (2,2 pontos) Seja T : R3 −→ R3 a reflexão com respeito ao plano Π gerado por v1 = (−5, 2, 1) e v2 = (2, 4, 2). a) [1,0 pt] Determine β, uma base ortonormal do R3, formada por autovetores de T , indicando os respectivos autovalores. b) [0,6 pt] Determine uma matriz ortogonal P que diagonaliza T e dê a sua correspondente matriz diagonal D. c) [0,6 pt] Determine a matriz que representa T na base canônica do R3. Solução: a) Vamos, primeiramente, construir uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . A reflexão com respeito a um plano Π tem as seguintes propriedades: Se u ∈ Π, então T (u) = u. Logo, u ∈ Π e u ̸= (0, 0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor 1. Se u ⊥ Π, então T (u) = −u. Logo, u ⊥ Π e u ̸= (0, 0, 0) é autovetor de T associado ao autovalor −1. Portanto, v1 = (−5, 2, 1) e v2 = (2, 4, 2) são autovetores de T associados ao autovalor 1. Observamos que v1 ⊥ v2. O vetor w = v1 × v2 é normal ao plano Π, logo é autovetor associado ao autovalor −1. 2 Temos w = v1 × v2 = det −→i −→j −→k−5 2 1 2 4 2 = 0−→i + 12−→j − 24−→k = (12)(0, 1,−2). Como múltiplo de autovetor é autovetor, podemos considerar v3 = (0, 1,−2). Assim, {v1 = (−5, 2, 1)︸ ︷︷ ︸ λ1=1 , v2 = (2, 4, 2)︸ ︷︷ ︸ λ2=1 , v3 = (0, 1,−2)︸ ︷︷ ︸ λ3=−1 }. é uma base ortogonal do R3 formada por autovetores de T . Normalizando esses vetores, obtemos a base ortonormal formada por autovetores de T β = { u1 = v1 ∥v1∥ = ( − 5√ 30 , 2√ 30 , 1√ 30 ) , u2 = v2 ∥v2∥ = ( 2 2 √ 6 , 4 2 √ 6 , 2 2 √ 6 ) , u3 = v3 ∥v3∥ = ( 0, 1√ 5 ,− 2√ 5 )} , associados, respectivamente, aos autovalores λ1 = 1, λ2 = 1 e λ3 = −1. b) Uma matriz ortogonal P é a matriz de mudança de base, da base β (obtida no item (a)) para a base canônica, dada por P = [ u1 u2 u3 ] = − 5√ 30 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 1√ 5 1√ 30 1√ 6 − 2√ 5 . A sua correspondente matriz diagonal é D = λ1 0 00 λ2 0 0 0 λ3 = 1 0 00 1 0 0 0 −1 . c) Temos que A = PDP−1 = PDP t = − 5√ 30 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 1√ 5 1√ 30 1√ 6 − 2√ 5 1 0 00 1 0 0 0 −1 − 5√ 30 2√ 30 1√ 30 1√ 6 2√ 6 1√ 6 0 1√ 5 − 2√ 5 = − 5√ 30 1√ 6 0 2√ 30 2√ 6 1√ 5 1√ 30 1√ 6 − 2√ 5 − 5√ 30 2√ 30 1√ 30 1√ 6 2√ 6 1√ 6 0 − 1√ 5 2√ 5 = 1 0 00 18 30 24 30 0 24 30 18 30 . Questão 5 (3,0 pontos) Seja A = [ 9 1 1 9 ] . a) [1,8 pts] Determine uma base do R2 formada por autovetores de A, indicando os autovalores. b) [1,2 pts] Usando os cálculos do item anterior, identifique a cônica dada pela forma matricial abaixo, obtendo uma equação reduzida à forma canônica por meio de uma rotação. (x, y) [ 9 1 1 9 ] [ x y ] + (100 √ 2 , 20 √ 2) [ x y ] + 400 = 0. Solução: a) Seja A = [ 9 1 1 9 ] . Temos λI2 − A = [ λ− 9 −1 −1 λ− 9 ] e p(λ) = det(λI2 − A) = det [ λ− 9 −1 −1 λ− 9 ] = (λ− 9)(λ− 9)− 1 = λ2 − 18λ+ 80 = (λ− 8)(λ− 10). Logo, os autovalores de A são 8 e 10. – Cálculo dos autovetores associados a λ = 8: 3 Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é (8)I2 − A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: 8I2 − A = [ −1 −1 −1 −1 ] L1←(−1)L1∼ [ 1 1 −1 −1 ] L2←L2+L1∼ [ 1 1 0 0 ] . Assim, x+ y = 0 ⇔ y = −x e E(λ = 8) = {(x, y) ∈ R2; y = −x} = {(x,−x) ; x ∈ R} = {x (1,−1) ; x ∈ R}. Logo, fazendo x = 1 obtemos que v = (1,−1) é autovetor associado a λ = 8. – Cálculo dos autovetores associados a λ = 10: Devemos resolver o sistema linear homogêneo cuja matriz associada é (10)I2 − A. Reduzindo por linhas à forma em escada, obtemos: (10)I2 − A = [ 1 −1 −1 1 ] L2←L2+L1∼ [ 1 −1 0 0 ] . Assim, x− y = 0 ⇔ y = x e E(λ = 10) = {(x, y) ∈ R2; x = y} = {(x, x) ; x ∈ R} = {x (1, 1) ; x ∈ R}. Logo, fazendo x = 1, obtemos que w = (1, 1) é autovetor associado a λ = 10. Portanto, {v = (1,−1)︸ ︷︷ ︸ λ1=8 , w = (1, 1)︸ ︷︷ ︸ λ2=10 } é uma base do R2 formada por autovetores de A. b) Usando os cálculos e notações do item anterior, - 6 � � � � � � � � � � �� @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @@ x v y � � � �� @ @ @ @R w λ = 10λ = 8 Vemos que devemos girar v de π 2 no sentido anti-horário para fazê-lo coincidir com w. Portanto, β = { u1 = v ∥v∥ = ( 1√ 2 ,− 1√ 2 ) , u2 = w ∥w∥ = ( 1√ 2 , 1√ 2 )} é uma base ortonormal de au- tovetores, associados aos autovalores λ1 = −1 e λ2 = 5, tal que a matriz de mudança de base, da base β para a base canônica, é dada por P = [ u1 u2 ] = [ 1√ 2 1√ 2 − 1√ 2 1√ 2 ] com det(P ) = 1 (é a rotação utilizada) e cuja correspondente matriz diagonal é D = [ λ1 0 0 λ2 ] = [ 8 0 0 10 ] . 4 Como [ x y ] = P [ x1 y1 ] e P tAP = [ 8 0 0 10 ] , obtemos:(x1, y1) [ 8 0 0 10 ] [ x1 y1 ] + (100 √ 2, 20 √ 2) [ 1√ 2 1√ 2 − 1√ 2 1√ 2 ] ︸ ︷︷ ︸ faça essa conta primeiro [ x1 y1 ] + 400 = 0 ⇐⇒ 8x21 + 10y21 + (80, 120) [ x1 y1 ] + 400 = 0 ⇐⇒ 8x21 + 10y21 + 80x1 + 120y1 + 400 = 0 ⇐⇒ ( 8x21 + 80x1 ) + ( 10y21 + 120y1 ) + 400 = 0 ⇐⇒ 8 ( x21 + 2 · 5x1 + 52 ) + 10 ( y21 + 2 · 6y1 + 62 ) − 200− 360 + 400 = 0 ⇐⇒ 8 (x1 + 5)2 + 10 (y1 + 6)2 = 160 ⇐⇒ (x1+5) 2 20 + (y1+6) 2 16 = 1, que é uma equação reduzida na forma canônica de uma elipse. Questão 6 (2,0 pontos) Seja Π o plano de equação 7x− 3y − z = 0. a) [1,2 pts] Determine uma base ortonormal do plano Π. b) [0,8 pt] Seja T : R3 −→ R3 a projeção ortogonal sobre o plano Π. Dê exemplo de uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , indicando seus respectivos autovalores. Solução: a) Primeiramente, vamos encontrar uma base ortogonal para o subespaço Π. Para determinarmos uma base ortogonal para Π, escolhemos u = (1, 2, 1) ∈ Π e basta encon- trarmos um vetor não nulo w = (a, b, c) ∈ Π que seja ortogonal a u.{ w = (a, b, c) ∈ Π w ⊥ u ⇐⇒ { 7a− 3b− c = 0 ⟨(a, b, c), (1, 2, 1)⟩ = 0 ⇐⇒ { 7a− 3b− c = 0 a+ 2b+ c = 0 ⇐⇒ { 8a− b = 0 ⇐⇒ b = 8a a+ 2(8a) + c = 0 ⇐⇒ { b = 8a c = −17a Assim, qualquer vetor não nulo w = (a, 8a,−17a) servirá. Fazendo a = 1, obtemos w = (1, 8,−17). Logo, {u,w} é uma base ortogonal para Π. Normalizando esses vetores obtemos:{ u1 = u ∥u∥ = ( 1√ 6 , 2√ 6 , 1√ 6 ) , u2 = w ∥w∥ = ( 1√ 354 , 8√ 354 ,− 17√ 354 )} . b) Geometricamente, a projeção ortogonal sobre um plano Π tem a seguinte propriedade: se u ∈ Π, então T (u) = u, logo, u ̸= (0, 0, 0) é autovetor associado ao autovalor λ = 1; se u ⊥ Π, então T (u) = (0, 0, 0) = 0u, logo, u ̸= (0, 0, 0) é autovetor associado ao autovalor λ = 0. Olhando para a equação do plano Π, sabemos que (7,−3,−1) ⊥ Π. Pelos cálculos anteriores, os vetores (1, 2, 1), (1, 8,−17) ∈ Π. Assim, β = { u1 = ( 1√ 6 , 2√ 6 , 1√ 6 ) , u2 = ( 1√ 354 , 8√ 354 ,− 17√ 354 ) , u3 = ( 7√ 59 ,− 3√ 59 ,− 1√ 59 )} é uma base ortonormal do R3 formada por autovetores de T , cujos respectivos autovalores são: λ1 = 1, λ2 = 1, λ3 = 0. 5
Compartilhar