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6 1. INTRODUÇÃO O processo extração com solventes é o método simples empregado na separação e isolamento de substâncias que compõem uma mistura, ou ainda na remoção de impurezas solúveis indesejáveis, denominado lavagem. A técnica da extração envolve a separação de um composto, presente na forma de uma solução ou suspensão em um determinado solvente, através da agitação com um segundo solvente, no qual o composto orgânico seja mais solúvel e que seja pouco miscível com o solvente que inicialmente contém a substância. Quando as duas fases dão líquidos imiscíveis, o método é conhecido por extração líquido-líquido, o composto estará distribuído entre os dois solventes. O sucesso da separação depende da diferença de solubilidade do composto nos dois solventes. Geralmente, o composto a ser extraído é insolúvel ou parcialmente solúvel num solvente, mas é muito solúvel no outro solvente. A água é usada como um dos solventes neste tipo de extração, uma vez que a maioria dos compostos orgânicos é imiscível em água e compostos iônicos ou altamente polares são dissolvidos. Os solventes mais comuns que são compatíveis com a água na extração de compostos orgânicos são: éter etílico, éter diisopropílico, benzeno, clorofórmio, tetracloreto de carbono, diclorometano e éter de petróleo. Por serem relativamente insolúveis em água, duas fases distintas são formadas. A seleção do solvente dependerá da solubilidade da substância a ser extraída e da facilidade com que o solvente possa ser separado do soluto. Nas extrações com água e um solvente orgânico, a fase da água é chamada "fase aquosa" e a fase do solvente orgânico é chamada "fase orgânica". Para uma extração líquido-líquido, o composto encontra-se dissolvido em um solvente A e para extraí-lo, emprega-se outro solvente B, e estes devem ser imiscíveis. A e B são agitados e o composto então se distribui entre os dois solventes de acordo com as respectivas solubilidades. A razão entre as concentrações do soluto em cada solvente é denominada "coeficiente de distribuição ou de partição", (K). 7 Assim: � = �� �� Após uma extração, a concentração de S no solvente A e em B será respectivamente: �� = � �� �� = �� Uma consequência da lei de distribuição é a sua importância prática ao se fazer uma extração. Se um dado volume total VB do solvente for utilizado, pode-se mostrar que é mais eficiente efetuar várias extrações sucessivas (isto é, partilhar o volume VB em n frações), e a isto se denomina "extração múltipla", sendo mais eficiente do que "extração simples". A técnica de extração por solventes quimicamente ativos depende do uso de um reagente (solvente) que reaja quimicamente com o composto a ser extraído. Está técnica geralmente é empregada para remover pequenas quantidades de impurezas de um composto orgânico ou para separar os componentes de uma mistura. Entre os solventes temos: soluções aquosas de hidróxido de sódio, bicarbonato de sódio, ácido clorídrico, etc. Uma extração pode ser: a) Descontínua: em que uma solução aquosa é agitada com um solvente orgânico num funil de separação, a fim de extrair determinada substância. Agita-se o funil cuidadosamente, inverte-se sua posição e abre-se a torneira, aliviando o excesso de pressão. Fecha-se novamente a torneira e relaxa-se a pressão interna, conforme. O procedimento deve se repetir algumas vezes. Recoloca-se o funil de separação no suporte, para que a mistura fique em repouso. Quando estiverem formadas duas camadas delineadas, deixa-se escorrer a camada inferior (a de maior densidade) em um erlenmeyer. Repete-se a extração usando uma nova porção do solvente extrator. Normalmente não são necessários mais do que três extrações, mas o número exato dependerá do coeficiente de partição da substância que está sendo extraída entre os dois líquidos. 8 Figura 1: Como agitar um funil de separação durante o processo de extração “líquido-líquido”. 9 2. OBJETIVO Extrair compostos usando solventes reativos. 10 3. METODOLOGIA Neste experimento foi separada uma mistura de três compostos orgânicos: naftaleno, ß-naftol, ácido benzóico e p-nitroanilina, usando solventes reativos. A p-nitroanilina pôde ser removida da fase etérea por extração, com uma solução aquosa de ácido clorídrico, a qual converteu a base no seu respectivo sal. O ácido benzóico foi extraído da fase etérea com adição de solução aquosa de bicarbonato de sódio. O ß-naftol, por ser menos ácido que o ácido benzóico, foi extraído com solução aquosa de hidróxido de sódio. 11 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Realizou-se a extração descontínua seguintes os passos aseguir: Pesou-se 0,5g da mistura dos compostos: naftaleno, ß-naftol, ácido benzóico e p-nitroanilina. A mistura foi então dissolvida em, aproximadamente, 25 mL de éter etílico. Transferiu-se a solução etérea foi para um funil de separação e extraída com soluções aquosas na ordem descrita abaixo, mantendo a solução etérea no funil. Extraiu-se com HCl 10% três vezes usando porções de 5 mL. As frações aquosas foram combinadas e neutralizadas com NaOH (conc.). Recuperamos o precipitado por filtração. Em seguida com também extraiu-se NaHCO3 10% três vezes usando porções de 5 mL. As frações aquosas foram combinadas e neutralizadas, vagarosamente, com HCl concentrado e com agitação branda. Recuperamos o precipitado por filtração. Por fim extraiu-se com NaOH 10% três vezes, com porções de 5 mL. As frações aquosas foram combinadas e neutralizadas com HCl concentrado. Recuperamos o precipitado por filtração. 12 5. RESULTADOS E DISCUÇÕES ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 COMPOSTO EXTRAÍDO p-nitroanilina ácido benzóico ß-naftol Tabela 1 – Relação de compostos extraídos. Figura 2: Imagens dos compostos extraídos da esquerda para direita, HCl, NaHCO3, NaOH. Como podemos observar nas imagens obtidas no dia do experimento, cada 13 precipitado, teve reações bem diferentes em contato com o NaOH concentrado ou HCl concentrado. Observamos o precipitado de HCl, continuou com a mesma aparência em relação a cor, e viscosidade do liquido, porém podemos observar pequenos cristais que se formara em contando com 10 mL do NaOH concentrado. Com o precipitado de NaHCO3, assim que entrou em contato com 4mL do HCl concentrado, ele ferveu e sua temperatura aumentou, logo, formou uma “espuma” na superfície da solução. E por fim com o precipitado de NaOH, ele ficou “pastoso” comparando com as outras soluções, em contato com 2 mL do HCl concentrado ficou viscoso. 14 6. QUESTIONÁRIO 1) Qual o princípio básico do processo de extração com solventes? Extração é a separação de uma substância de um corpo de que formava parte. É uma técnica para purificação e separação de sólidos, baseia-se no fato de que a solubilidade dos sólidos varia em função do solvente. Compostos Orgânicos, por exemplo, são em geral, mais solúveis em solventes também orgânicos e pouco solúveis em água. 2) Por que a água é geralmente usadacomo um dos solventes na extração líquido-líquido? A água apresenta um caráter fortemente polar, por isso ela é ótima para solubilizar compostos com tendências polares, pois “uma substância polar é mais solúvel em solventes polares e menos solúveis em solventes não polares”. (VOGEL, 1981, p 139) . 3) Quais as características de um bom solvente para que possa ser usado na extração de um composto orgânico em uma solução aquosa? O solvente deve ser insolúvel em água para que ocorra a formação de duas fazes distintas. Fatores como a solubilidade da substância a ser extraída e da a praticidade com que o solvente possa se separar do soluto. 4) Qual fase (superior ou inferior) será a orgânica se uma solução aquosa for tratada com: 15 Solvente Densidade (g.mL-1) Água 1,00 Éter etílico 0,71 Clorofórmio 1,48 Acetona 0,788 Hexano 0,659 Benzeno 0,876 Tabela 2 – densidade de solventes. Éter etílico: fase superior; Clorofórmio: fase inferior; Acetona: fase superior; Hexano: fase superior; Benzeno: fase superior. 5) Pode-se usar etanol para extrair uma substância que se encontra dissolvida em água? Justifique sua resposta. Não se pode usar o etanol porque ele é solúvel em água, devido ao caráter polar e uma das condições para a utilização de um segundo solvente para separação de um composto orgânico é “...um segundo solvente, no qual o composto orgânico seja solúvel e que seja imiscível (ou quase imiscível) com o líquido que contém a substância”. (VOGEL, 1981, p 164). 16 7) Como funciona um extrator do tipo Soxhlet? Figura 3: Um extrator tipo Soxhlet Devemos colocar a amostra no cilindro poroso A (confeccionado) de papel filtro resistente, e este, por sua vez, é inserido no tubo interno do aparelho Soxhlet. O aparelho é ajustado a um balão C (contendo um solvente como n-hexano, éter de petróleo ou etanol) e a um condensador de refluxo D. A solução é levada à fervura branda. O vapor do solvente sobe pelo tubo E, condensa no condensador D, o solvente condensado cai no cilindro A e lentamente enche o corpo do aparelho. Quando o solvente alcança o topo do tubo F, é sifonado para dentro do balão C, transpondo assim, a substância extraída para o cilindro A. O processo é repetido automaticamente até que a extração se complete. 17 7. CONCLUSÃO Através da prática realizada, conclui-se que foi de grande valia para o nosso aprendizado, onde foi possível aprofundar nossos conhecimentos sobre a técnica de extração de solventes; que se baseia em separar e isolar componentes de uma mistura e de remover impurezas solúveis indesejáveis atrás do processo de lavagem. Na extração descontínua utiliza-se um funil de separação onde os solventes são adicionados. A separação é feita, sendo que a fase mais densa é recolhida antes. Os compostos orgânicos utilizados foram o , ß-naftol, ácido benzóico e p-nitroanilina. 18 REFERÊNCIA SOLOMONS, T. W. Graham; FRYHLE, Craig B. Química orgânica. 9. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2009. 2 v. USBERCO, João; SALVADOR, Edgard; Química. volume único. 5. ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2002. SANTOS, T.S. Extração descontínua. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/extracao-descontinua/67863/. Acesso em: 10 de set de 2013. NAFTALENO. Disponível em: http://laboratoriosescolares.net/docs/ManualSegurancaLabsEscolares/ficha sdeseguranca/52_naftaleno.pdf. Acesso em: 11 de set de 2013. UNIVERSIDADE NOVA LISBOA. Disponível em: http://www.cienciaviva.pt/estagios/jovens/ocjf2006/relatorios/relatorio2006.pdf. Acesso em: 11 de set de 2013. VOGEL, A. I., Química Orgânica: análise orgânica qualitativa. 3. Ed, Rio de Janeiro, Ao Livro técnico AS, 1981. V.1