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Direito Penal I - 2º Bimestre

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Princípios do direito Penal
1) Conceito: São valores fundamentais que inspiram a criação e a manutenção do sistema jurídico. Tem a função de orientar o legislador (quem faz a lei), bem como o aplicador da norma (poder jurídico) para limitar o poder conetivo estatal, garantindo aos cidadãos direitos e deveres.
2) Princípios:
	2.1) Reserva legal ou da estrita legalidade. (Art. 1º CP) (Pág. 53 Capez) Art. 1° Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal Princípio da legalidade. Art. 5º XXXIX, CF. O referido princípio traduz a ideia de que, no ordenamento jurídico brasileiro só será possível a criação de determinado tipo penal através de lei. Obs.: Princípio da legalidade é gênero, do qual é espécie o princípio da reserva legal. Obs. 2: Desta forma é dada a analogia " in malam partem" (prejudica a parte). Art. 5º, XXXIX, CF - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
	2.2) Anterioridade. Art. 5º, XXXIX e art. 1º CP. (Pág. 62 Capez) Para configuração de crime há a necessidade de prévia previsão legal. Isso implica dizer que a conduta praticada antes da vigência de uma norma penal, não poderá ser punida por esta. A lei penal só passa a produzir efeitos a partir da data que entra em vigor. Obs.: Lei que tipifica conduta jamais poderá ser aplicada a comportamentos pretéritos, salvo se beneficiar o réu.
	2.3) Insignificância ou bagatela. (Pág. 27 Capez) Esse princípio é criação doutrinária (Claus Roxin), princípio implícito na CF, art. 5º. A ideia difundida pelo referido doutrinador é que o direito penal não deve ser ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar bens jurídicos legalmente tutelados. Requisitos exigidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para a aplicação do princípio.
a) Mínima ofensividade da conduta; b) Ausência de periculosidade social da ação; c) Reduzido grau de reprovabilidade da conduta do agente; d) Inexpressividade da lesão jurídica.
	2.4) Individualização da pena. CF, art. 5º, XLVI. (Pág. ?? Capez) De acordo com esse princípio deve-se distribuir a cada indivíduo o que lhe cabe, de acordo com as circunstâncias específicas do seu comportamento. Ex: A lei dos crimes hediondos sofreu modificação em seu art. que exigia o integral cumprimento da pena em regime fechado, com base no referido princípio. Art. 5º, XLVI, CF - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
	2.5) Alteridade. (Pág. 30 Capez) O referido princípio proíbe a atitude meramente interna do agente, ou ainda aquela conduta que não atente contra bem jurídico alheio. veda ainda a criminalização do pensamento ou de condutas moralmente reprováveis. Em suma, ninguém poderá ser punido por causar mal a si próprio. Ex: Tatuagem; auto lesão; prostituição do próprio corpo; suicídio art. 122. Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
 	2.6) Adequação Social. (Pág. 33 Capez) Não pode ser considerado criminoso o comportamento humano que, embora tipificado em lei, não afronte o sentimento social de justiça. Ex: Tatuagem, furar a orelha do bebê... Art.129 (lesão corporal). Lesão corporalArt. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7° No caso de lesão culposa, aumenta-se a pena de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses do art. 121, § 4°. § 7º  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 9º  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 11.  Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
	2.7) Intervenção mínima. (Pág. 34 Capez) Só é legítima a intervenção penal quando a criminalização de um fato se constitui meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por outros ramos do ordenamento jurídico. É deste princípio que decorrem as características da fragmentariedade e da subsidiariedade.
	2.8) Proporcionalidade ou razoabilidade. (Pág. 37 Capez)A limitação da liberdade individual só se justifica para a concretização de interesses coletivos superiores. Desse modo o supracitado pr4incípio constitui-se na proibição do excesso, pois é vedada a cominação e aplicação de penas exageradas e desnecessárias. Se não bastasse este princípio impede a proteção insuficiente dos bens jurídicos. Fases em que o princípio da proporcionalidade deverá ser observado: a) 1º Fase, legislativa: é a faze de elaboração das normas, o legislador deve observar a proporcionalidade abstrata. São eleitas as penas mais apropriadas para cada infração penal (seleção qualitativa), bem como as respectivas graduações (seleção quantitativa). b) 2º Fase, judiciária: O magistrado no momento da aplicação da pena deverá observá-la, respeitando os critérios de individualização da pena (proporcionalidade concreta). c)3º Fase, Executória: As regras inerentes ao cumprimento da pena deveram ser observadas levando-se em consideração as condições pessoais do criminoso, bem como o seu mérito e comportamento.
	2.9) Exclusiva proteção ao bem jurídico. (Pág. 39 Capez) Ao direito penal é vedada a preocupação com a intenção e os pensamentos das pessoas, do seu modo de viver ou ainda de suas condutas internas, enquanto estas não sejam exteriorizadas. Crimes de perigo e a possível afronta, proteção do bem jurídico. Em regra o direito penal tutela condutas que cause efetiva lesão ao bem jurídico (crimes de danos). Porém, o STF admite a tutela de condutas que apenas exponham o perigo de determinados bens jurídicos (crimes de perigo). A finalidade da tutela dos crimes de perigo seria a antecipação da incidência do direito penal. Normalmente essa espécie de crime tem natureza transmissível.
	2.10) Responsabilidade do fato. (Pág. 42 Capez) Art. 59, CP. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) O referido princípio surge dos ensinamentos do doutrinador alemão Claus Roxin. Sua ideia é de que o direito penal deve se ocupar somente das condutas praticadas pelo agente, associando-lhes as penas respectivas. A função do direito penal não é estereotipa de autores em razão de alguma condição individual (direito penal de fato). Alguns autores, dentre eles Gunter Jackobs propagam a ideia de que o direito penal deve se ocupar da analise característica individual do criminoso devendo este ser penalizado por quem ele é, e não pelo que praticou (direito penal do autor). 2.10.1) Reincidência: Há dois posicionamentos doutrinários em relação ao instituto da reincidência. 1º Corrente: Doutrinária (CO) → A reincidência agravaria a pena pautada na condição individual do agente, afrontando o referido princípio. Luiz Flavio Gomes (LFG). 2º Corrente: Não haverá violação do referido princípio, uma vez que a reincidência deve ser analisada sob a perspectiva da individualização das penas.
	2.11) "Ne bis in idem" ou "Non bis in idem". (Pág. ?? Capez) (O indivíduo que comete o crime não pode responder duas vezes pelo mesmo fato). O ordenamento jurídico brasileiro não admite, em hipótese alguma, a dupla punição do indivíduo pelo mesmo fato. Ex: Art. 250, CP (Crime de incêndio) e art. 61, II, "j", CP. 	Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Aumento de pena § 1º - As penas aumentam-se de um terço: I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; II - se o incêndio é: a) em casa habitada ou destinada a habitação;b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; d) em estação ferroviária ou aeródromo; e) em estaleiro, fábrica ou oficina; f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; g) em poço petrolífico ou galeria de mineração; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. Incêndio culposo § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 	 Art.61, II, j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; 2.11.1) Questão da reincidência, art. 61, I, CP. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a reincidência; As mesmas correntes que o princípio da responsabilidade de fato. 	Reincidência: Há dois posicionamentos doutrinários em relação ao instituto da reincidência. 1º Corrente: Doutrinária (CO) → A reincidência agravaria a pena pautada na condição individual do agente, afrontando o referido princípio. Luiz Flavio Gomes (LFG). 2º Corrente: Não haverá violação do referido princípio, uma vez que a reincidência deve ser analisada sob a perspectiva da individualização das penas.
	2.12) Isonomia. (Pág. ?? Capez) (condições de igualdade). 	 "Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual desde que respeitado suas desigualdade." O referido princípio nos trás a ideia de que, para a aplicação do direito penal, se tem por obrigação conceder tratamento igual aos indivíduos que se encontrem na mesma situação, tratando desigualmente os desiguais na medida de suas diferenças. Os estrangeiros terão os mesmos direitos e deveres em relação aos nacionais. 
	2.13) Humanidade. (Pág. 38 Capez) (Ou dignidade da pessoa humana). Esse princípio sustenta que o poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana, ou ainda que lesionem as capacidades físico-psíquicas dos condenados. 
		Lei Penal (Pág. 50 Capez) 
1)Conceito: Fonte formal imediata do direito penal. Tem o papel de criar infrações penais (descrevendo uma conduta) e cominar penas respectivas. Ex: Art. 121 - Homicídio. Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Matar alguém → Preceito primário (descreve a conduta). Pena: Reclusão de, 6 a 20 anos → Preceito secundário (descreve a sanção imposta).
2) Estrutura: Primeiramente se faz necessário a descrição de uma conduta que, praticada pelo agente concederá o direito de aplicar a devida punição. É o chamado preceito primário. Em segundo passo o legislador deve estabelecer limites para a cominação das penas respectivas, devendo se pautar conforme a gravidade da conduta e o bem jurídico tutelado.
Permissivas3) Classificação:
Homovitelinas
Heterovitelinas
Homogêneas
Heterogêneas
Inversa
Tipo aberto
Em branco
Integrativas
Exculpantes
Interpretativas
Diretivas
Leis Penais
Incompletas / Imperfeitas
Completas / perfeitas
Não Incriminadoras
Incriminadoras
**Lei Penal:
3.1) Incriminadora: São aquelas que criam crimes e cominam penas. Estão contidas na parte especial do CP, bem como na legislação penal especial. 3.2) Não Incriminadoras: Não criam nem cominam penas. 	3.2.1) Permissivas: São aquelas que permitem a prática d condutas típicas (conduta tipificada em lei). Ex: Art. 23 Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não hácrime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
	3.2.2) Exculpantes: Estabelecem a não culpabilidade do agente ou ainda a impunidade de determinados delitos. Ex: Art. 26,27, 129 §8 (Perdão judicial).
Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 
Art. 129 - § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121
	3.2.3) Interpretativas: Tem por finalidade esclarecer o conteúdo ou o significado de outras leis penais. Ex: Art. 327, 150 §4º.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Art. 150 - § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
	3.2.4) Diretivas: Aquelas que estabelecem em seu bojo os princípios de determinada matéria. Ex: Art. 1º
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
	3.2.5) Integrativas: São aquelas que complementam a tipicidade. Podem fazer referência à tentativa (Art. 14), em relação ao nexo causal nos crimes de homicídios impróprios (Art. 13, §2º.) ou ainda em ralação ao concurso de agentes. (Art. 29).
Ex: Art. 121 c/c (concorrente) 14, II (Homicídio tentado).
Homicídio simples Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por motivo fútil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio culposo § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 14 , II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente .______________________________________________________________________________________________________Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Relevância da omissão § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
	3.3) Completas / Perfeitas: Essa classificação é dada quando a lei apresenta todos os elementos da conduta criminosa. Ex: Art. 155, CP. Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Furto qualificado § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. § 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
	3.4) Incompletas / Imperfeitas: São as leis que carecem de complementação para que seja definida a conduta criminosa.
	3.4.1) Em branco: É o tipo penal que necessita de complementação ou em seu preceito primário, ou em seu preceito secundário.
	3.4.1.1) Homogênea: O complemento tem a mesma natureza jurídica e provem do mesmo órgão que elaborou a lei penal incriminadora. a) Homovitelínea: Configura-se quando a lei incriminadora e seu complemento encontram-se no mesmo diploma legal. Ex: Art. 327, CP. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.   (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)b)Heterovitelínea: Ocorre quando a lei incriminadora e seu complemento encontram-se em diplomas legais distintos. Ex: Art. 235, CP. Bigamia Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
3.4.1.2) Heterogênea: O complemento tem natureza jurídica diversa e emana de órgãos distintos daquele que elaborou a lei penal incriminadora. Ex: Art. 33 da lei 11.343/06 (Lei de drogas); Portaria 344/98 (ANVISA).
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 	Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 	§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem: 	I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; 	II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; 	III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 	§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:     (Vide ADI nº 4.274) 	Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 	§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: 	Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. 	§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide Resolução nº 5, de 2012)
	3.4.2) Tipo Aberto: São aquelas que trazem em seu conteúdo expressões genéricas, conferindo ao julgador a sua adequação conforme a necessidade do caso concreto. Ex: Art. 171, CP. Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. 	§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. 	§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria 	I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria 	II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor 	III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa 	IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;		 Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro							V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;Fraude no pagamento por meio de cheque									VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
3.4.1.3) Inversa: O preceito primário é completo, mas o preceito secundário reclama complementação. Nesse caso sob pena de violação do princípio da legalidade. Ex: Lei 2889/56, Genocídio. 
TEMPO DO CRIME / LEI PENAL NO TEMPO. 
1) Criação, vigência e extinção da norma penal. (Pág. 58 Capez) Toda lei, para que passe a produzir efeitos, deve cumprir um processo legislativo. Após a sua aprovação e publicação ela passará a produzir seus respectivos efeitos (entra em vigência). Quando a lei for considerada inadequada o próprio legislador poderá extingui-la. 
REVOGAÇÃO Ab-rogação (revogação total da lei); . Derrogação (revogação parcial da lei). 
MACETE: "LUTA"
 
L
: Local 
U
: Ubiquidade 
T
: Tempo 
A
: Atividade2) Tempo do crime: a) Teoria da Atividade: (Adotada pelo CP) Considera o tempo do crime no momento em que há a prática da conduta, seja ela comissiva ou omissiva. (TEMPO DO CRIME) . b) Teoria do Resultado: O tempo do crime é considerado quando há a sua efetiva ocorrência. c)Teoria da Ubiquidade: Trata-se da junção das duas teorias anteriores, considerando o tempo do crime tanto no momento da atividade quanto da produção do resultado. 
3) Conflito aparente de leis no tempo: (Pág. 84 Capez) 3.1) "NOVATIO LEGIS" - Incriminadora: (Lei Nova) Quando a lei posterior tipifica condutas até então consideradas irrelevan- tes, não poderá retroagir (produzir efeitos no passado). Princípio da legalidade e princípio da anterioridade penal). Ex: Lei da Carolina Dieckmann (Lei 12.737 Dispõe sobre a tipifica- ção criminal de delitos informáticos). (Pág. 73 Capez) 
3.2) "LEX GRAVIOR" - Lei posterior mais rígida: No momento em que a conduta foi praticada, já era considerada uma infração penal. Lei posterior continua atribuindo a conduta o caráter criminal, porém a trata de forma mais severa (quando aumenta as penas, cria qualificadora, agravante ou qualquer outro meio que prejudique o acusado). Nesse caso a lei mais benéfica (revogada) continua a produzir seus efeitos somente nos casos das condutas praticadas quando da sua existência. Ex:Art. 334, CP. Descaminho (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 	Art. 334.  Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 	§ 1o  Incorre na mesma pena quem:  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)				 	I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 	II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)		III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)					IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)							§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)	§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)										§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
3.3) ABOLITIO CRIOMINIS: (Abolição do crime) É a situação em que nova lei exclui do âmbito do direito penal um fato até então considerado criminoso. Alcança todos os efeitos penais. Porém permanecem os efeitos civis. 	São necessário dois requisitos para a caracterização do instituto: a) Revogação formal do tipo penal; b)Supressão material do fato criminoso. (Pág. 71 Capez) 
	3.4) "LEX GRAVIOR" - Lei posterior benéfica: (Lei mais grave) É aquela em que se verifica quando, ocorrendo sucessão de leis penais no tempo, o fato previsto como crime ou contravenção penal tinha sido praticado na vigência de lei anterior e o novo instrumento legislativo seja mais vantajoso ao acusado, favorecendo-o de qualquer forma.
	3.5) "LEX TERTIA" - Combinação de leis penais: Pode ocorrer conflito entre duas leis penais sucessivas, cada qual com partes favoráveis e desfavoráveis ao acusado. Esse tema é tratado sobre diferentes perspectivas: 1º Corrente: Parcela minoritária. Acredita ser possível a combinação mais favorável de ambas as leis para a aplicaçãono caso concreto. 2º Corrente: Fica vedada a combinação de normas, pois configuraria usurpação de prerrogativas inerentes ao poder legislativo ( o juiz estaria legislando, ou seja, criando uma nova lei). (Pág. 75 Capez) 
	4) Lei penal temporária: É aquela que tem sua vigência pré determinada no tempo, isto é, o seu termo final é explicitamente previsto em data certa. Ex: Lei 12.663/2012, Lei da copa.
	5) Lei penal excepcional: É aquela em que a sua duração está relacionada a situações de anormalidade.
	6)Lei penal no tempo e crimes continuados ou permanentes: Art. 71, CP. Crimes continuados: se os crimes foram praticados nas mesmas circunstâncias de tempo, local ou modo de execução, o legislador considera crime único. Os superiores tribunais entendem que o crime é praticado tanto no primeiro ato e no último, então concluem que deverá ser aplicado sempre a última lei, ainda que mais gravosa. Crimes permanentes: são aqueles em que a sua consumação se prolonga no tempo. Nesses casos também aplica-se a regra da súmula 711. (Pág. 78 Capez) 
	Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 	Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7)Lei penal no tempo e leis penais em branco: Esse complemento da norma deixa de considerar a conduta criminosa? ** Se o complemento revestir-se de situação de normalidade, a modificação deve favorecer o réu. ** Porém se o complemento se inserir no contexto de normalidade, sua modificação, ainda que benéfica, não poderá retroagir.
Lei penal no espaço
1. Introdução: Eventualmente o crime pode atingir o interesse de dois ou mais Estados soberanos. Dessa forma, é necessário que se faça o estudo da lei penal no espaço, afim de descobrimos o âmbito territorial da lei penal brasileira.
2. Princípios aplicáveis: (Pág. 96 Capez) 2.1 Princípio da territorialidade: Art. 5º, CP. Será aplicada a lei do local do crime, não importando a nacionalidade do agente, das vítimas ou do bem jurídico tutelado. Obs.: A doutrina trata esse princípio de forma relativa (territorialidade mitigada). Territorialidade 	Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 	§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 	§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 2.2 Princípio da nacionalidade ativa: Será aplicada a lei da nacionalidade do sujeito ativo (quem praticou o crime), não importando-se com o local do crime ou a nacionalidade da vítima. Art. 7º,II, b, CP. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) praticados por brasileiro 2.3 Princípio da nacionalidade passiva: Será aplicada a lei da nacionalidade do sujeito ativo, quando atingir o patrício-cidadão (mesma nacionalidade). ** Não é aplicado pelo código penal brasileiro. 2.4 Princípio da defesa real: Será aplicada a lei da nacionalidade da vítima ou do bem jurídico atingido pelo crime, esse princípio é aplicado no art. 7º, I, a,b e c, CP. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 2.5 Princípio da justiça penal universal: Será aplicada a lei penal do país em que o agente for encontrado. É aplicado aos crimes nos quais o Brasil se obriga a punir, através de tratados internacionais. Art. 7, I, d, CP. (Genocídio). Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 2.6 Princípio da bandeira (Subsidiariedade): Será aplicada a lei nacional aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações privadas, quando no estrangeiro e/ou não forem julgados. Art. 7, II, c, CP. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 	§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 	§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 	§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 3. Regras do código penal brasileiro: (teoria da ubiquidade) O código, em relação ao lugar do crime, considera tanto o local da prática da ação do crime, quanto o local onde se produz o resultado do crime. Art. 6, CP. Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 4. Extraterritorialidade: Em alguns casos a lei penal brasileira será aplicada aos crimes que forem cometidos fora do Brasil. (Pág. 107 Capez)

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