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Aula 2 SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO ESCOLAR

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Aula 2 supervisão
PERSPECTIVA HISTÓRICA E POLÍTICA DA SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Vamos buscar com Saviani (2008), vestígios da Supervisão pedagógica desde as comunidades primitivas. Lá a educação coincidia com a vida, os adultos educavam de forma indireta, por meio de uma vigilância discreta, protegendo e orientando as crianças pelos exemplo e, algumas vezes, com palavras, em resumo, supervisionando-as.
No período antigo e medieval, a escola se constituía por uma estrutura simples e limitada na relação dos mestres com os discípulos e, desta forma, não havia ainda a função supervisora. O mestre realizava por inteiro o trabalho de formação de seus discípulos.
Essa constatação não significa que a função supervisora não se fazia presente. Ela acontecia, claramente, na ação do mestre através do controle, conformação, fiscalização e, até mesmo de coerção, expressa nas punições e castigos físicos ( A função supervisora na Grécia era encontrada na figura do pedagogo – escravo que tomava conta das crianças e os conduzia até o mestre – sua função era vigiar, controlar, supervisionar todos os atos das crianças).
A função supervisora também se fazia presente na educação dos trabalhadores (escravos) por intermédio do intendente ou capataz.
A época Moderna, com suas transformações, inclusive com a incorporação da ciência ao processo produtivo, passa a ter necessidade de generalização da escola. A cultura não é mais produzida de modo espontâneo e sim de forma liberada e sistemática.
Com o processo de institucionalização da educação, já começa a se esboçar a ideia de supervisão pedagógica que se evidencia na organização da instrução pública (séculos XVI e XVII).
Construção histórica da profissão do Supervisor pedagógico no Brasil
Os jesuítas chegaram aqui em 1549 e somente após a morte do Padre Manoel de Nóbrega (1570) passam a adotar um plano de estudos chamado Ratio Studiorum.
Nesse plano se percebe a presença da ideia de supervisão, quando se prevê a figura do Prefeito de Estudos, cujas funções são reguladas por trinta regras. Vejamos as mais específicas relacionadas à supervisão:
Regra nº 1 – Estabelece que é dever do Prefeito, organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas;
Regra nº 5 – Que o Prefeito se incumba de lembrar aos professores que devem explicar toda a matéria de modo a esgotar toda a programação;
Regra nº 17 – Se refere à função do Prefeito de Estudos em ouvir e observar os professores e, de vez em quando, assistir suas aulas e também ler os apontamentos dos alunos.
A Reforma Pombalina expulsou os jesuítas do Brasil e extinguiu seu sistema de ensino. Dessa forma, diluiu-se o caráter orgânico da função supervisora.
O Alvará de 28 de junho de 1759, que expulsou os jesuítas, previa a criação do cargo de Diretor Geral dos Estudos, assim como a designação de comissários, em cada local, para fazer o levantamento do estado das escolas. Nesse sentido, a ideia de supervisão englobava os aspectos políticos--administrativos na figura do Diretor Geral e a direção, fiscalização, coordenação e orientação do ensino aos comissários ou Comissão de Diretores de Estudos sob a orientação do Diretor Geral.
Com a Independência do Brasil, a Lei Geral de 1827 instituiu as escolas de primeiras letras. O artigo 5º da lei determinava o estudo a partir do “Método de Ensino Mútuo”. 
Nesse método o professor absorve a função de docência e também de supervisão, pois instruía e supervisionava os instrutores nas atividades do ensino.
Em 1834, o Ato Adicional faz a descentralização da educação, pois cada província passa a ser responsável por sua própria educação. Naquele momento o ministro do Império reclamava a necessidade da criação do cargo de Inspetor de Estudos.
Em seu relatório fica declarada a situação deplorável das escolas e ele mesmo adverte: “(...) um desses remédios teria sido o estabelecimento de uma supervisão permanente.” (SAVIANI, 2008, p. 23).
A reforma Couto Ferraz estabeleceu como missão do Inspetor supervisionar todas as escolas. Também cabia ao Inspetor Geral presidir os exames dos professores e lhes conferir os diplomas, autorizar a abertura de escolas particulares e também fazer a correção dos livros.
Nesse período coloca-se em pauta a questão da organização de um sistema nacional de educação e, nesse contexto, a ideia de supervisão vai ganhando contornos mais nítidos; passa a existir a necessidade de organização dos serviços educacionais, apontando para dois requisitos:
A organização administrativo--pedagógica do sistema;
- A organização das escolas na forma de grupos escolares.
Em 1892 foi instituído o Conselho Superior da Instrução Pública e com ele a dominância de atribuições burocráticas em detrimento das técnicos--pedagógicas, nas funções do Inspetor.
Em 1928, a reforma proposta por Carneiro Leão, em Pernambuco, afirma a prioridade da criação de uma diretoria técnica para a educação. Para ele, estava na hora do Estado romper com os moldes que confundiam a parte técnica com a administrativa.
Essa separação é a condição para o surgimento da figura do supervisor distinta do diretor e também do inspetor. Para o diretor coube a parte administrativa e ao supervisor a parte técnica da educação.
A reforma Francisco Campos, de 1931, se referia às tarefas de acompanhamento pedagógico, porém, elas foram atribuídas ao Inspetor Escolar.
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, formulou um plano conjunto para reconstrução educacional no país. É nesse contexto de maior valorização dos meios na organização dos serviços educacionais que ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em educação e, entre eles, o supervisor.
Na década de 60, o Parecer nº 252/1969 reformulou o curso de Pedagogia e buscou especializar o educador, diferenciando suas funções e denominando-as habilitações. Foram previstas quatro habilitações na área técnica. São elas:
- administração;
- inspeção;
- supervisão;
- orientação.
O anseio da pedagogia tecnicista que se instalou na década de 60 era garantir a eficiência e a produtividade do processo educativo (aplicação da taylorização ao trabalho pedagógico. (SAVIANI, 1991, p. 82).
A nova estrutura do curso de Pedagogia abria a perspectiva de profissionalização da Supervisão Pedagógica. 
Existem, segundo Saviani (2008), dois requisitos fundamentais para se caracterizar uma atividade como profissão:
- necessidade social;
- identidade própria.
A LDB de 1971 oficializou a profissão do Supervisor pedagógico, porém, foram surgindo questionamentos no sentido de desmascarar a pretensa neutralidade com que se buscava justificar o caráter técnico da educação, centrado na diversidade de habilitações pedagógicas, em detrimento de sua dimensão política.
Para Saviani (1999, p. 106) “(...) a função do supervisor é uma função precipuamente política e não principalmente técnica.” Para o autor, quanto mais ela se apresenta com caráter técnico, tanto mais ela é eficaz na defesa dos interesses socialmente dominantes.
A questão da identidade do supervisor pedagógico continua em discussão.
O desafio que se coloca, hoje, para a Supervisão Pedagógica, vai além do contexto pedagógico, pois se espera que o trabalho educativo contribua para desenvolvimento da consciência necessária à transformação das relações sociais, cuja necessidade alcança a esfera planetária.
Este é o desafio posto à educação e, mais precisamente, ao Supervisor Pedagógico que tem, inclusive, a função de acompanhar e orientar o processo de ensino-aprendizagem sempre considerando sua perspectiva política.
É importante observarmos a movimentação das funções postas à Supervisão Pedagógica:
- Nas sociedades primitivas – os adultos faziam supervisão indireta
- Na Antiguidade – o pedagogo na Grécia
- Na Idade Média – o mestre exercia uma supervisão com punição
No Brasil:
 
- Com os jesuítas – através do Prefeito de Estudos
- No Império – o professor, que propunha o Método de Ensino Mútuo
- Na República Velha – Inspetor de Estudos
- Nas décadas de 1920 à 1950- Técnicos de educação
- Nas décadas de 1960 à 1980 - Supervisor educacional (uma das habilitações do curso de Pedagogia)
- Na atualidade – Supervisor Pedagógico, Orientador Pedagógico, Coordenador Pedagógico, etc.
Sendo assim, na próxima aula vamos abordar as diferentes concepções e papéis que envolvem a atuação do Supervisor pedagógico.
Vamos retornar ao trabalho realizado na aula passada, onde você, a partir da pesquisa realizada, anotou as funções que foram mais vezes citadas pelas pessoas pesquisadas, relativas às ações do supervisor, e depois fez em seu caderno de notas, um paralelo com o conteúdo da aula.
Agora vamos fazer relação entre as respostas da pesquisa, relativas a atuação do supervisor, e o contexto histórico. Nosso objetivo é situar a percepção das pessoas sobre o alcance da função do Supervisor pedagógico, traçando paralelo com  a teoria.
Neste momento tentaremos responder a pergunta: Será que a percepção das pessoas, quanto a atuação do Supervisor pedagógico, corresponde ao que está declarado na literatura atual? Ou será que ainda podemos encontrar percepções da função, ultrapassadas?
Tire suas conclusões e não esqueça de fazer anotações em seu caderno de notas.

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