Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE FÍSICO-QUÍMICA LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL EXPERIMENTO: HIDRÓLISE CATALISADA DE UM ÉSTER PROFESSORA: CYNTHIA FRAGA SCOFIELD DATA DE REALIZAÇÃO DA PRÁTICA: 28/09/2016 DATA DE ENTREGA DO RELATÓRIO: 13/10/2016 COMPONENTES DO GRUPO: RENAN BALASSIANO LIDDY DE CASTRO SILVA DJESON PERRUT RUSSEL MORETH LUCA FERREIRA I - INTRODUÇÃO TEÓRICA Uma importante reação de ésteres é a sua hidrólise, é uma reação reversa da sua formação. Ela pode ser definida como uma reação química de “quebra de uma molécula por água”. A hidrólise do acetato de etila catalisada pela ácido clorídrico tem uma velocidade de reação mensurável em torno de 25ºC. A equação estequiométrica é dada por: A velocidade com que um sistema reacional se aproxima do estado de equilíbrio é denominada velocidade de uma reação. A investigação cinética pode dizer como modificar as condições do sistema reacional de maneira a favorecer um dos sentidos, acelerar, retardar ou até mesmo impedir algumas reações. Algumas substâncias denominadas catalisadores podem afetar a velocidade das reações acelerando-as. A potência a que está elevada a concentração de uma espécie (produto ou reagente) na expressão da lei de velocidade é a ordem da reação em relação àquela espécie química e a soma das potências de todas as espécies químicas presentes na expressão informa a ordem global da reação. A reação de hidrólise do acetato de etila é considerada de pseudoprimeira ordem, segundo o método de isolamento. Uma equação de pseudo primeira ordem é muito mais fácil de analisar do que a lei de velocidade real, já que sua velocidade depende de apenas uma substância. Para soluções diluídas, a concentração da água está em excesso e sua variação com o tempo pode ser desprezada com relação à da concentração do éster. Nos tempos iniciais da hidrólise as concentrações de etanol e ácido acético são muito pequenas, podendo ser desprezadas. II – OBJETIVO Determinar a ordem e a constante cinética da hidrólise catalisada de um éster. III – METODOLOGIA Material utilizado: 1 elenmeyer de 500 mL; 1 pipeta de 100 mL; 2 pipetas de 5 mL; 1 pera de borracha; 1bureta de 50 mL; 2 erlenmeyers de 250 mL; 1 cronômetro. Reagentes: Solução de NaOH 0,1 mol/L; Acetato de etila; Solução de HCl 0,5 mol/L; Solução de fenolftaleína; Gelo de agua destilada. Técnica Experimental: Com uma pipeta volumétrica foi pipetado 100 mL de HCl 0,5 mol/L, e com uma outra pipeta volumétrica 5 mL P.A. para um elenmeyer de 500 mL. No momento em que o acetato de etila entrou em contato com o HCl o cronômetro foi acionado imediatamente e agitada a mistura. De 10 em 10 minutos foi pipetada com uma pipeta volumétrica 5 mL da mistura e transferida para um erlenmeyer de 250 mL no qual estava contido gelo de agua destilada. Apos isso foi feita uma titulação com a solução de NaOH 0,1 mol/L e a fenolftaleína foi usada como indicador. O procedimento prosseguiu ate o t= 60 min. IV - RESULTADOS E DISCUSSÃO Com os resultados obtidos da prática, obteve-se a seguinte tabela: Tabela1: Dados de volume de NaOH gasto na titulação para verificar a ordem da reação de hidrólise do acetato de etila: Tempo (min) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) 10 21,00 20 22,70 30 23,0 40 23,5 50 24,1 60 24,7 Dados: . Concentração da solução de NaOH (CNaOH) = 0,1 mol/L . Fator da solução de NaOH (fNaOH) = 1,12 . Concentração da solução de HCl (CHCl) = 0,5 mol/L . Fator da solução de HCl (fHCl) = 0,972 . Massa Molar do acetato de etila (MMacetato) = 88,11 g/mol . Densidade do acetato de etila (dacetato) = 900 g/L Cálculo da Concentração de HCl na mistura: ([HCl] x fHCl)VHCl = CHCl mistura x VTOTAL (0,5 x 0,972) x 100 = C2 x 105 CHCl mistura = 0,4629 mol/L Cálculo da Concentração de H+ Total na mistura, em função do Volume de NaOH gasto na titulação: [H+] x VSolução = (CNaOH x fNaOH) x VNaOH [H+] = (0.1 x 1,12) x VNaOH / 5,0 E assim, para cada alíquota obteve-se: Tabela2: Dados para verificar a ordem da reação de hidrólise do acetato de etila: Tempo (min) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) [H+] 10 21,00 0,4704 20 22,70 0,5085 30 23,00 0,5152 40 23,50 0,5264 50 24,10 0,5398 60 24,70 0,5533 Cálculo da concentração do H+ do éster (formado pela hidrólise do éster): H+Total - [HCl]inicial = H+Éster E assim, para cada alíquota, obteve-se: Tabela3: Cálculo de H+ formado na reação para verificar a ordem da reação de hidrólise do acetato de etila: Tempo (min) [HCl] [H+]Total H+Éster = [H+]Total - [HCl] 10 0,4629 0,4704 0,0075 20 0,4629 0,5085 0,0456 30 0,4629 0,5152 0,0523 40 0,4629 0,5264 0,0635 50 0,4629 0,5398 0,0770 60 0,4629 0,5533 0,0904 Cálculo da concentração inicial do éster: ρacetato de etila = 900 g/L Volume de acetato de etila = 5 mL Assim: massa de acetato de etila = 0,9 (g/mL) * 5 (mL) = 4,5 g M.M. acetato de etila = 88,11 g/mol N° de mols de acetato de etila = 4,5 (g) / 88,11 (g/mol) = 0,0511 mol Volume total da mistura = 0,105 L [éster]0 = 0,0511/ (0,105) [éster]0 = 0,4864 mol/L Cálculo da Concentração do Éster em cada tempo: [éster]t = [éster]0 – [H+Éster] Cálculo de ([éster]t)-1: . (Céster(t))-1 = 1 / [éster]t E assim, obtemos a última tabela completa: Tabela4: Dados para verificar a ordem da reação de hidrólise do acetato de etila: Tempo (min) [HCl] [H+]Total H+Éster = [H+]Total - [HCl] [éster]o [éster]t ([éster]t)-1 ln[éster]t 10 0,4629 0,4704 0,0075 0,4864 0,4789 2,0883 -0,7363 20 0,4629 0,5085 0,0456 0,4864 0,4408 2,2687 -0,8192 30 0,4629 0,5152 0,0523 0,4864 0,4341 2,3038 -0,8346 40 0,4629 0,5264 0,0635 0,4864 0,4229 2,3648 -0,8607 50 0,4629 0,5398 0,0770 0,4864 0,4094 2,4425 -0,893 60 0,4629 0,5533 0,0904 0,4864 0,3960 2,5254 -0,9264 Obtêm-se, com a tabela acima, dois gráficos: Figura 1: Gráfico para obter a constante de velocidade da hidrólise do acetato de etila, assumindo reação de primeira ordem. Figura 2: Gráfico para obter a constante de velocidade da hidrólise do acetato de etila, assumindo reação de segunda ordem. Assumindo primeira ordem: (-rA) = k*CA dCA/dt = k*CA Ao integrar a equação acima temos: ln(CA) = k*t Logo, k é o coeficiente angular do primeiro gráfico. k = -0,0034 Assumindo segunda ordem: (-rA) = k*CA² dCA/dt = k*CA² Ao integrar a equação acima temos: 1/CA0 – 1/CA = k*t 1/CA = 1/CA0 – k*t Logo, k é o oposto do coeficiente angular do primeiro gráfico. k = -0,0079 (L/(mol*min)) CONCLUSÃO Como mostrado no presente relatório, é possível analisar a ordem de uma reação por meio de gráficos, de maneira que o que mais se aproxima da linearidade nos informa a ordem. Pelos gráficos obtidos, temos um R² maior quando assumimos a reação de segunda ordem, o que nos faz concluir que, por esse experimento, a reação poderia ser descrita como segunda ordem. Entretanto, na teoria, a reação de hidrólise catalisada do acetato de etila deveria ser de pseudo-primeira ordem. Uma forma de analisar esse comportamento de pseudo-primeira ordem é supondo que a concentração de água seja muito maior que a de éster. Nesse cenário só uma pequena fração de água reage, e a concentração de água é praticamente constante podendo ser incorporada a constante de velocidade. Nesse caso, diz-se que o termo referente à concentração de água é de ordem zero e, então, a velocidade depende apenas da concentração do éster, no entanto o termo correspondente à concentração de água está sendo implicitamente contabilizado. Deste modo, têm-se expressões cinéticas mais simples dese trabalhar e que representam bem este tipo de reação. BIBLIOGRAFIA Atkins, P. W. - Físico-Química: Volume 2. Rio de Janeiro, LTC, 2012. Solomons, T. W. Graham - Química Orgânica: Volume 2. Rio de Janeiro, LTC, 2009
Compartilhar