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Prof. Mauro Trubbianelli UNIDADE I Técnicas de Negociação Conhecer conceitos e Técnicas de Negociação, de forma a solucionar conflitos e buscar uma solução adequada para todos os envolvidos. A negociação inicia em nosso nascimento, as crianças são grandes negociadoras. Elas não entendem a palavra não, dessa forma, insistem até obterem o que desejam. As crianças vencem pela insistência, elas não recuam, elas somente veem a recompensa. Objetivo Negociamos o tempo todo, em casa, com nossa família, no trabalho, com os colegas e os chefes. Negociamos por toda a vida, principalmente com nós mesmos: como vou obter sucesso, como vou comprar minha casa, etc... Dessa forma, devemos entender o que é negociação. Negociação A coação é a única forma pela qual uma negociação não é necessária, pois tolhe-se nela a perspectiva de uma das partes promover qualquer avanço. Segundo Cohen (1980, p. 13), negociação é o uso da informação e do poder com o fim de influenciar o comportamento dentro de uma “rede de tensão”. Kotler (2000) estabelece um conceito para a troca, em que alguma coisa pode ser obtida quando temos algo que pode ser igualmente oferecido. 1. Que existam pelo menos duas partes. 2. Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras partes. 3. Que todas as partes tenham capacidade de comunicação e de entrega. 4. Que todas as partes estejam livres para aceitar ou recusar a oferta. 5. Que todas as partes acreditem ser adequado participar da negociação. (KOTLER, 2000, p. 34) Cinco condições para a negociação Negociação é o processo pelo qual as partes se movem de suas posições iniciais divergentes até um ponto no qual o acordo pode ser obtido. “Negociação é um negócio que pode afetar profundamente qualquer tipo de relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os participantes” (MARTINELLI; ALMEIDA, 1998, p. 18). Algumas definições Segundo Cohen (1980, p. 13), negociação é o uso da informação e do poder com o fim de influenciar o comportamento dentro de uma “rede de tensão”. De acordo com a definição proposta por Cohen, a informação passa a ter um papel estratégico na negociação. A maneira mais corriqueira de influenciar as pessoas se dá por meio da comunicação. Algumas definições Persuadir é levar o outro a acreditar. Por isso, é um ato retórico, ou seja, o sujeito enunciador deve construir os argumentos para persuadir “o outro”. Observação “Negociação é o processo pelo qual as partes se movem de suas posições iniciais divergentes até um ponto no qual o acordo pode ser obtido” (STEELE; MURPHY; RUSSILL, 1995, p. 3). Segundo os autores, para que esse tipo de movimento aconteça, serão necessárias algumas atitudes, qual das atitudes abaixo está correta? a) Compromisso. b) Raciocínio lógico. c) Esperteza. d) As respostas A e B estão corretas. e) As respostas B e C estão corretas. Interatividade O planejamento da negociação deverá prever quatro questões fundamentais, a saber: 1. Quais são os objetivos tangíveis pretendidos? 2. Quais são os objetivos emocionais e simbólicos envolvidos no processo? 3. Quais são os resultados esperados? 4. Quais os impactos previstos e desejados nos relacionamentos interpessoais? Planejamento De acordo com Tzu (2006, p. 20), “se quisermos que a glória e o sucesso acompanhem nossas armas, jamais devemos perder de vista os seguintes fatores: a doutrina, o tempo, o espaço, a disciplina e o comando”. Técnicas de negociação A doutrina diz respeito ao uso de método, à forma, à música, ao ritmo, à escolha das armas, ao uso da experiência. Nas negociações há estratégias, táticas e exercícios. Pratique! Doutrina O tempo trata do momento exato de enfrentar uma situação. Há pessoas que não conseguem controlar a emoção e acabam tentando resolver um problema em um momento inoportuno. É óbvio que o resultado não será satisfatório, e quase sempre a situação acaba piorando. Tempo O espaço favorece a melhor perspectiva e pode minar totalmente a perspectiva de bons resultados em uma negociação. De acordo com Tzu (2006, p. 56), “uma das tarefas essenciais que deves realizar antes do combate é escolher criteriosamente o terreno do campo de batalha. Para isso, é preciso agir rápido. Não permitas que o inimigo tome a dianteira”. Espaço A disciplina é aliada daquele que negocia, pois mantém a fidelidade à estratégia e impede a improvisação desajeitada, que pode colocar tudo a perder. Disciplina No comando dos exércitos há sete males cruciais: I. “Executar cegamente ordens tomadas na Corte, segundo o arbítrio do príncipe, sem se ater às circunstâncias. II. Tornar os oficiais confusos, despachando emissários que ignoram os assuntos militares. III. Misturar regras próprias à ordem civil e à ordem militar. IV. Confundir o rigor necessário ao governo do Estado e a flexibilidade que o comando das tropas requer. Comando V. Dividir a responsabilidade. VI. Disseminar a suspeita que engendra a desordem. Um exército confuso conduz à vitória do inimigo. VII. Aguardar ordens em todas as circunstâncias. Isso equivale a esperar autorização de um superior para apagar o fogo: antes que a ordem chegue, as cinzas já estarão frias. No entanto, está escrito no código que se deve consultar o inspetor nesse assunto. É como se, ao edificar uma casa na beira de uma estrada, fôssemos pedir conselho aos parentes: o trabalho ainda não estaria terminado.” (TZU, 2006, p.39). Comando Em negociações, a principal técnica é agir sistematicamente de acordo com o processo de negociação que, para Langdon (2009), consiste em cinco etapas: I. Preparar-se: definir a negociação, visar ao sucesso, usar agentes com eficácia e desenvolver habilidades relacionadas. II. Planejar a negociação: concordar em negociar, negociar de maneira positiva, reunir informações, seguir o processo de negociação, definir objetivos próprios, conhecer os objetivos do oponente, pensar nas concessões, planejar a estratégia. Etapas das técnicas de negociação III. Organizar a reunião: organizar a agenda, ensaiar a negociação, comunicar-se com eficácia, explorar o ambiente, concordar com as questões. IV. Conduzir a negociação: fazer e receber propostas, usar pacotes de questões, negociar com a equipe, fazer concessões, identificar artifícios. V. Administrar a conclusão: melhorar a posição já obtida, enfraquecer a posição do oponente, concluir a negociação, executar o acordo. Etapas das técnicas de negociação Escolher criteriosamente o terreno do campo de batalha. Essa frase se relaciona com qual dos fatores essenciais para a negociação? a) O dogma. b) A obediência. c) A doutrina. d) O poder. e) O espaço. Interatividade Geralmente, o negociador é uma pessoa que age livremente, tem poder de decisão ou tem a procuração de quem detém este poder. Quando o objeto da negociação não tem valor para uma das partes, ninguém sequer negocia. Em tribunais do trabalho, chama-se “preposto” aquele que representa o(s) proprietário(s) da empresa, e ele deverá aceitar ou recusar propostas e modificar valores e condições em genuínos e frequentes casos de negociação. O perfil do negociador Kotler (2000) relaciona as mais importantes habilidades para bons negociadores: preparação, planejamento, conhecimento do assunto, capacidade de pensar com clareza, capacidade de pensar rápido (especialmente sob pressão), verbalização fácil, ouvido atento, julgamento e compreensão geral, integridade, capacidade de persuasão e paciência. Habilidades do negociador Preparação. Planejamento. Conhecimento do assunto. Capacidade de pensar com clareza. Capacidade de pensar rápido. Verbalização fácil. Ouvido atento. Julgamento e compreensão geral. Integridade. Persuasão. Paciência. Habilidades para negociar Martinelli (2002) prefere atribuir a cada negociador uma classificação que permite seu autoconhecimento – premissa para se desenvolver. São quatro tipos, que se baseiam na desenvoltura e nos estímulos, elementos de extrema relevância para o desempenho. Planejamento 1. Introvertido movido por estímulos internos. 2. Introvertido movido por estímulos externos. 3. Extrovertido movido por estímulos internos. 4. Extrovertido movido por estímulos externos. Tipos de negociadores Gottschalk (apud MARTINELLI, 2002) apresenta outra classificação, que leva menos em consideração os aspectos internos porque se baseia nos elementos que transparecem e naquilo que pode ser notado nos trabalhos que o negociador conduz: Aspectos internos do negociador Estilo “dá e apoia”, orientação receptiva. Estilo “toma e controla”, orientação exploradora. Estilo “mantém e conserva”, orientação acumuladora. Estilo “adapta e negocia”, orientação para trocas. Estilo restritivo. Estilo ardiloso. Estilo amigável. Estilo confrontador. Aspectos internos do negociador O negociador deve estudar o oponente, o produto e o local do embate para preparar sua estratégia. À qual habilidade se refere essa frase? a) Preparação. b) Planejamento. c) Persuasão. d) Paciência. e) Integridade. Interatividade Para Andrade et al. (2008), um bom negociador resolve conflitos de forma cooperativa, comunica-se naturalmente, prepara-se de forma consistente, usa habilmente sua percepção para entender os oponentes, negocia por princípios, sabe ouvir, concentra-se, cria opções de ganhos mútuos, gera confiança, é flexível, criativo, é claro, transparente, cumpre o que é acordado, investiga a satisfação pós-acordo, é ético e acredita nos negócios em que se envolve. Capacidade de negociação Oposição de pessoas, luta por valores e reivindicações de status, poder ou recursos escassos. O conflito é uma relação de dois poderes ou dois princípios cujas aplicações exigem de um mesmo objeto determinações contraditórias. Quanto mais soubermos como resolver um conflito, melhor será para o processo de negociação. Conflito Ao tornar-se mais capaz, ao desenvolver-se e ficar degraus acima dos oponentes, surgem novos desafios. Tzu (2006, p. 145) aconselha: “Sê vigilante e esclarecido. Mostra, no exterior, segurança, simplicidade e impassibilidade. Fica sempre de sobreaviso, embora aparentes serenidade. Desconfia de tudo, apesar de pareceres confiante. Sê extremamente secreto, embora pareças fazer tudo a descoberto”. Capacidade de negociação Segundo Tzu (2006, p. 40), “o momento oportuno não é tão importante quanto as vantagens do terreno; e tudo isso não é tão relevante quanto a harmonia das relações humanas”. Eis o maior dos desafios para que haja uma negociação “ganha-ganha”: que as partes tirem o ranço que possa ter surgido naturalmente pelos interesses conflitantes. Ganha-ganha O adjetivo mais associado a talentosos negociadores é, sem dúvida, “persuasivos”. Para Martinelli e Ghisi, a capacidade persuasiva compõe-se de três fatores: 1. “Saber se expressar de maneira clara e objetiva. 2. Ter argumentos tais que a outra pessoa não consiga contestá-los. 3. Saber que a aceitação do ponto de vista pela outra pessoa deve satisfazer suas necessidades e desejos” (MARTINELLI; GHISI, 2006, p. 99). O negociador talentoso Não preparar e não efetuar a simulação das negociações. Acreditar que se está sempre na pior situação. Confundir a versão com os fatos. Risco total ou segurança absoluta. Não dispor de procedimentos para lidar com a tensão e o estresse. Confundir a pessoa do outro negociador com suas posições ou ideias. Dificuldades e fraquezas ao negociar Deixar-se envolver por táticas sujas. Planejar e efetuar uma negociação sem buscar identificar os objetivos mínimos (necessários) do outro negociador. Utilizar de forma inadequada os recursos disponíveis. Não identificar quais são as expectativas e os interesses comuns, complementares e opostos, o que acaba criando polarização e conflitos entre as partes. Descuidar-se de formular alternativas de ganho comum. Dificuldades e fraquezas ao negociar Não verificar quais os possíveis temores do outro negociador. Não identificar as intenções do outro. Não atentar para o estilo e interesses do outro. Desconhecer os sinais verbais e não verbais ou processá-los de forma inadequada. Não levar em conta o tempo de aceitação do outro. Entre outros... Dificuldades e fraquezas ao negociar A palavra mais associada a talentosos negociadores é: a) Barganha. b) Resistência. c) Planejamento. d) Persuasão. e) Confiança. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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