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ABDOMEM Pontos importantes para pesquisar. - Localização Evolução Queixas torácicas, história menstrual. Fatores de piora e melhora. Alimentação Medicações Sinais de alarme e exame do abdome Sinais vitais, estado geral, nível de consciência. Pesquisar sinais de obstrução intestinal, irritação peritoneal. Evitar pesquisa da descompressão dolorosa! Toque retal, exame pélvico. ANAMNESE Identificação: Idade e sexo APP Fatores de risco para aterosclerose Etilismo Doença ulcerosa péptica (DUP) Doenças de vias biliares Medicamentos (AINES, AAS, corticoide) TIPOS DE DOENÇAS INFLAMAÇÃO DO PERITÔNIO PARIETAL - Ocorre quando há perfuração de vísceras intra abdominais (exposição a bile, suco gástrico, fezes) ou sangramento em contato com o peritônio parietal. Exemplos: APENDICITE, COLECISTITE, PANCREATITE, DIVERTICULITE, PERFURAÇÃO DE ALÇAS INTESTINAIS. Características da dor Bem localizada, constante, com intensidade variável. Piora à palpação, tosse, espirro. Geralmente há sinais de irritação peritoneal. APENDICITE Paciente, masculino, 18 anos, refere desconforto em região periumbilical há 3 dias, com sensação de malestar. Há 2 dias, a dor passou a localizar-se em FID, contínua, durando horas, sem irradiação, de intensidade progressivamente maior. Refere febre associada. APP: Nega comorbidades. Ao exame: EGRegular, fácies de dor, hidratado. FC: 120 bpm PA: 90x60 mmHg T: 38ºC Abdome: plano, tenso e doloroso à palpação profunda de ponto de McBurney. Percussão dolorosa da região de FID e sinal de Rovsing positivo. Diagnóstico: Apendicite. DIVERTICULITE OBSTRUÇÃO DE VÍSCERAS OCAS Ocorre por obstrução mecânica (cálculo, neoplasia, corpo estranho, fecaloma) ou funcional de vísceras ocas. Causas: colelitíase e coledocolitíase, ureterolitíase, obstrução de delgado e cólon. Características da dor Menos localizada; intermitente ou em cólica (exceto a dor por acometimento de vias biliares). Localização: depende da estrutura acometida. Pode haver sinais de obstrução intestinal. CASO CLÍNICO 3 DOENÇAS DAS VIAS BILIARES Paciente, feminino, 40 anos, refere dor em hipocôndrio direito há 3 dias, contínua, sem irradiação, de forte intensidade, com duração média de 2 horas. Refere piora ao uso de alimentos gordurosos e melhora ao uso deBuscopam composto. Relata já ter apresentado dorsemelhante anteriormente. Náuseas e vômitos associados. APP: Nega comorbidades, exceto por obesidade. Ao exame: EGB, hidratada, eupneica. SSVV normais. Abdome: semigloboso, flácido, doloroso à palpação profunda de HCD, sem sinais de defesa. Sinal de Murphy negativo. Ausência de VMG. Diagnóstico: Colelitíase. ------------------------------------------ Após 6 meses, a paciente voltou a ter quadro de dor em hipocôndrio direito há 5 dias, contínua, com as mesmas características das crises anteriores, porém mais intesa e duradoura (mais de 6 horas) e com irradiação para região subescapular D. Melhora discreta ao uso de Buscopam composto. Refere febre, náuseas, vômitos e diarreia associados. Ao exame: EGRegular, febril (38ºC), hidratado. PA: 100x70 mmHg FC: 112 bpm FR: 22 irpm Abdome: semigloboso, algo tenso à palpação de HCD,com sinal de Murphy positivo. Ausência de VMG. Diagnóstico: Colecistite. DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA Paciente, masculino, 48 anos, refere dor epigástrica há 2 semanas, em queimação, sem irradiação, de moderada a forte intensidade, periódica, com crises de duração média de 1 hora, 3 vezes ao dia, com melhora ao uso de antiácidos e alimentos e piora ao jejum. A dor costuma acordar o paciente de madrugada (às 2h). Paciente refere já ter apresentado essa dor previamente, há 6 meses, tendo durado 6 semanas e desaparecido espontaneamente. Há 2 dias, notou melena. APP: Tabagista e etilista. Faz uso frequente de diclofenaco para lombalgia. Ao exame: EGB, eupneico, hipocorado (2+/4+) PA 100x70 mmHg FC: 110 bpm Abdome: dor à palpação profunda de epigastro, sem sinais de defesa muscular. Diagnóstico: Doença ulcerosa péptica. PANCREATITE AGUDA Paciente, feminino, 40 anos, refere dor em andar superior de abdome (“em faixa”) há 2 dias, contínua, durando horas, com intensidade progressivamente maior, no momento intensa. Irradia para dorso e piora ao se alimentar. Náuseas e vômitos associados, de difícil controle. APP: Colelitíase. Etilismo. Ao exame: EGRegular, fácies de dor, desidratado. FC 112 bpm PA: 80x50 mmHg T: 38ºC Abdome: plano, flácido, doloroso à palpação profunda de epigastro. Equimose periumbilical. Ausência de VMG. Diagnóstico: Pancreatite aguda DISTÚRBIOS VASCULARES Ocorre por isquemia ou ruptura dos vasos. Exemplos: Isquemia mesentérica, ruptura de aneurisma de aorta abdominal. Características da dor Se agudo: dor intensa, difusa, com “abdome inocente”. Pode ter irradiação para região sacral, flanco, genitália. Alteração dos SSVV. Se crônico: dor contínua, difusa, relacionada à alimentação e paciente com fatores de risco para doença aterosclerótica. Paciente, masculino, 55 anos, refere dor mesogástrica há 3 meses, contínua (duração de 2 horas em média), sem irradiação, moderada intensidade, que ocorre sempre após alimentar-se, principalmente com refeições copiosas. Relata perda ponderal (8 kg em 3 meses), que ele associa a “medo” de se alimentar. APP: Tabagista e HAS. Uso irregular de anti hipertensivos. Sedentário. Ao exame: EGB, eupneico. PA 160x90 mmHg FC: 80 bpm Abdome: sem alterações. Diagnóstico: Angina mesentérica DIARREIA Diarreia > 220g/dia de fezes; > 3 evacuações diárias e/ou fezes liquefeitas. Disenteria Diarreia associada a sangue e muco, com tenesmo. Esteatorreia Aumento de gorduras excretadas nas fezes. Tenesmo Dor retal com desejo imperioso de defecar. Incontinência fecal Eliminação involuntária de conteúdo fecal. ANAMNESE Caracterização semiológica da diarreia *Há quanto tempo apresenta a diarreia? *Quantas evacuações ao dia? *Aspecto das fezes: grande ou pequeno volume? *Líquidas ou pastosas? *Apresenta muco, sangue, esteatorreia ou restos alimentares? *As evacuações são acompanhadas de grande volume de gases? *Existe horário preferencial para a diarreia? Ela o acorda de madrugada? *Existe relação com algum alimento? *A diarreia diminui quando não se alimenta? *É acompanhada de dor abdominal (se sim, onde?), febre ou perda ponderal? *Apresenta dor no reto durante a evacuação? Há sensação de evacuação incompleta, trazendo-o frequentemente de volta ao sanitário quando não há mais fezes a serem eliminadas? DURAÇÃO Aguda < 2 semanas Subaguda 2-4 semanas Crônica > 4 semanas LOCALIZAÇÃO ESTEATORREIA Diarreia volumosa, brilhante, mais claras, que flutuam no vaso sanitário e de odor fétido. Pode haver gotas de gordura no vaso sanitário. Distensão gasosa. Deficiência de vitaminas lipossolúveis (K,E,D,A). ANAMNESE ANTECEDENTES PESSOAIS PATOLÓGICOS Doenças (DM, HIV, TB) Cirurgias (colecistectomia, enterectomia) Medicamentos (betabloqueador, AINEs, laxantes) Uso de álcool ANTECEDENTES SOCIAIS Viagens recentes Hábitos de higiene Institucionalizados EXAME FÍSICO Sinais de desidratação Sinais de desnutrição e edemas Adenomegalias Exame abdominal
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