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Aprendizado Organizacional - Livro Texto – Unidade II
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a triagem do conjunto de dados, estabelecendo a ordem de prioridades. Obviamente que o aluno é um ator ativo na construção do conhecimento e, nesse caso, a nova informação deve ser testada em sua veracidade e significância. Fazer é muito mais que simplesmente executar algo. Trata- se de um fazer crítico, pensado, refletido e retroalimentado constantemente pela busca de aprender e expandir os horizontes do saber. Na figura 3, pode-se observar a aplicação do modelo no desenvolvimento de competências. Pela aprendizagem: Formal; informal; incidental; situada; baseada no trabalho; autodirigida, da vida, pelo autodesenvolvimento Propicia desenvolvimento de competências Que realimenta os processos de aprendizagem numa noção de espiral Ciclo de Aprendizagem Experiencial Experiência Abstração Ação Reflexão Que envolvem aprendizagem pela Experiência/Ação Figura 3 – O papel da aprendizagem na ação no desenvolvimento de competências. O ciclo de aprendizagem, bem como o estilo de aprender de cada pessoa, é objeto de estudo de muitas teorias no campo 5 10 15 52 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 das organizações. O que toda organização busca é desenvolver uma equipe de profissionais que coloquem seus conhecimentos a serviço da excelência no processo produtivo em si, na valorização da marca, na criação de modelos e práticas de gestão que atendam às necessidades estratégicas e operacionais da corporação. Aprender individualmente é algo que se consegue em duas dimensões, como foi analisado nos itens anteriores: pelo conhecimento formal e pelo conhecimento vivencial. No contexto das organizações, esses conhecimentos são aplicados a partir das competências e do talento de cada colaborador. Obviamente que a organização entende que a iniciativa seja do colaborador em termos de aplicação do conhecimento que possui, a partir das dificuldades de aprendizagem que vai sentindo no processo organizacional; entretanto, a organização que aprende não espera passivamente por esse acontecimento, mas cria estratégias de promoção do aprendizado corporativo, que vão desde treinamentos dirigidos, até sofisticados sistemas de simulação de cenários e testes de desenvolvimento da inteligência e da criatividade. Com isso, vale ressaltar que existem maneiras para se aprender eficazmente, como analisa Mumford (2001, p. 24), tendo como referência a abordagem feita por Sylvia Downs e Patrícia Perry63 sobre como a pessoa se propõe a aprender. Vale lembrar que esta abordagem, como bem ressalta Mumford, tornou-se conhecida pela sigla MUD, formada pelas iniciais das palavras em inglês memorising, understanding e doing. Quando a pessoa aprende uma coisa pela primeira vez, existe um grau de conforto ou de desconforto na situação, produzindo um sentimento de aceitação ou rejeição ao objeto do conhecimento. De uma forma ou de outra, a memória registra o acontecimento, e todas as vezes em que uma situação similar se apresentar na vida da pessoa, esta terá maior familiaridade com o ocorrido e, de uma forma ou de outra, aprenderá mais rápido. Nessas circunstâncias, a pessoa aprenderá por memorização, lembrando como aprendeu pela primeira vez. 63 DOWNS, Sylvia. Learning at work. Londres: Kogan Page, 1995. 5 10 15 20 25 30 35 53 APRENDIZADO ORGANIZACIONAL Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 ?-?sem-?mod Outra forma de aprender, sistematizada pelas autoras, comenta Mumford, será a partir da compreensão como atividade mental do indivíduo que agrupa informações e ideias em uma maneira nova de pensar, fazendo sentido para quem aprende. Compreender o mundo a sua volta é uma constante busca para explicar os fenômenos desconhecidos que o cercam de maneira criativa e inovadora. Finalmente, existe a maneira de aprender pela prática, pelo fazer, que é diferente da ideia de pragmatismo, mas refere-se à determinação de apreender o objeto de conhecimento, considerando a habilidade adquirida com a prática, articulando conhecimentos já incorporados pelo modelo mental e fazendo uso em uma aprendizagem proativa e sistêmica. 5 LIDERANÇA, EQUIPE E MANEIRAS DE APRENDER Aprender não é tão simples como parece. Uma coisa é você se colocar diante de uma situação e, depois de um tempo, poder falar desta mesma situação detalhando aspectos singulares que somente você pôde observar; entretanto, viver a situação é uma coisa, falar sobre a situação é outra coisa totalmente diferente. O professor em sala de aula professa a compreensão particular sobre o conteúdo de determinada disciplina que será ministrada para uma classe. Quando a mesma disciplina é ministrada para mais de uma classe, o professor terá uma tarefa bem mais complexa, considerando a diversidade e o aprendizado sobre o assunto professado. Dependendo da classe, em uma escola, ou da equipe de trabalho, em uma organização, a maneira de aprender será distinta, conforme aborda Mariotti (1999): (...) as novas formas de aprendizagem serão grupais e terão muito a ver com a sinergia, a criatividade e um melhor entendimento das distorções cognitivas, dos preconceitos e da resistência à mudança.64 64 Mariotti, 1999, p. 66-7. 5 10 15 20 25 30 54 Unidade II Re vi sã o2 00 9: A na - D ia gr am aç ão : F ab io 2 9/ 05 /0 9 Partindo do mesmo autor, na tabela abaixo, podemos observar as múltiplas maneiras de aprender, que, conscientemente, são usadas pelo ensino formal e influenciam diretamente na vida das pessoas e das corporações: Maneiras de aprender Características Disciplinaridade Diante de um objeto de estudo qualquer, para facilitar sua compreensão, procede-se a sua fragmentação e cada parte será estudada separadamente por uma disciplina e, conforme o estudo se aprofunda, novas subdivisões acontecem, fazendo surgir as especialidades e subespecialidades. Multidisciplinaridade Devido a sua complexidade, um assunto será estudado por várias disciplinas que se juntam para compreender as múltiplas dimensões que explicam o assunto em si, sendo que cada disciplina mantém sua integridade sem se relacionar. Como o fato de se agruparem para estudar o assunto é momentâneo e não existirá uma síntese, o todo formado pelas disciplinas será somente a soma das partes, considerando que, após o estudo, cada disciplina continuará igual a si mesma, falando sua própria língua em seu próprio compartimento. Interdisciplinaridade Diferente do processo multidisciplinar, as disciplinas reunidas interagem entre si, formando correlação e integração entre as disciplinas, o que possibilita a formação de sínteses que se diferenciam das linguagens singulares das disciplinas separadas, uma vez que formam uma linguagem comum resultante da unidade do pensamento surgida com a interação. Transdisciplinaridade As disciplinas combinadas e integradas entre si formam a tendência de desfronteirização das linguagens particulares de cada disciplina, e as relações de interdisciplinaridade se globalizam, possibilitando a composição e o surgimento de uma experiência totalmente nova e inusitada que poderá formar uma disciplina integrada e capaz de contemplar as múltiplas dimensões da realidade na qual a aprendizagem está inserida em sua riqueza quase absoluta. Seguindo nesta linha de raciocínio disciplinar, observa-se, em Wick e León (1997),65 como fazer para que uma organização esteja sempre à frente de seus concorrentes, tendo como princípio a aprendizagem corporativa. Os autores alertam que um dos passos importantes é o indivíduo