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Tecnologia de leites e derivados PROTEÍNAS DO LEITE Caseína; Albumina; Globulina. Caseína Interfase entre a gordura e a água. Albumina e globulina Proteínas do soro do leite, capacidade alergênica. Lactose Vs Lipídeos Relação inversa, uma concentração maior de um resulta em uma concentração menor do outro; A lactose cristaliza fácil, por isso o leite tem a água como principal constituinte. CONSTITUINTES DO LEITE Água; Lactose; Lipídeos; Proteínas; Vitaminas e sais. Água Principal constituinte; Devido à alta atividade de água se faz a utilização de processamento; Favorece o crescimento de microorganismos. Lactose Relação direta com o volume de leite produzido; Apresenta problemas de dispersão e, em casos de mau processamento, pode cristalizar e causar defeitos no leite; A estrutura se apresenta na forma amorfa (transição vítrea), que facilita a inoculação de cheiros, podendo ser causada de maneira intencional para fabricação de leites aromatizados ou de maneira não intencional, quando a lactose absorve o cheiro da geladeira, por exemplo. Por esse motivo se utiliza tampas nas caixas de leite; Em leites desidratados (em pó), a forma amorfa da lactose em transição vítrea vai trazer a umidade do ambiente, formando bolinhas dentro da embalagem e nessas bolinhas se localizam os esporos e bactérias que se multiplicam e podem estragar o leite; Uma possível justificativa para a alta prevalência de intolerância à lactose é que, com o alto consumo de leite UHT, que passa por processos térmicos, essa lactose é alterada pela reação de Maillard e essa transformação faz com que a lactase do organismo se torne supérflua e não seja necessária a produção da enzima; O leite sem lactose é mais escuro do que o leite comum, pois, com a adição da lactase, ocorre a quebra da lactose em glicose e galactose. Com isso, esses açúcares redutores participam da reação de Maillard e modificam a coloração do leite; Em casos de alguns sorvetes, a lactose forma cristais semelhantes a areia no fundo do pote. Isso se dá pela variação da temperatura ao congelar e descongelar o produto, com isso ocorre a formação de cristais de gelo. Além disso, a lactose cristaliza e forma a “areia” no fundo do pote. Isso pode ser evitado com a redução do teor de açúcar, controle de temperatura e adição de aditivos químicos; A lactose é altamente higroscópica, com isso, uma maneira de controlar sua higroscopicidade é alterar a sua conformação ou deixando a lactose parcialmente hidratada em água intermediária, dificultando a capacidade de adsorção; Lipídeos Componentes com maior valor agregado; Utilizados para fabricação de manteiga, creme, queijo, chantily, sorvetes, etc. Estrutura do lipídeo do leite Lipase (interna); Caseína (micela intermediária); Gordura (externa). A lipólise no leite acontece quando a gordura se rompe juntamente com a micela de caseína, liberando a lípase que libera ácidos graxos que irão promover o aparecimento de off-flavor. Isso pode acontecer com o processo de homogeneização ou o aquecimento do leite. Nesses processos, a gordura se liquefaz, a caseína se desnatura (o que destrói a micela) e a lípase é liberada. Homogeneização Processo físico no qual ocorre uma subdivisão nos glóbulos de gordura em frações menores. Esse método melhora a interação da gordura com a água do leite. Neste processo a temperatura deve ser de 54ºC ou superior. Além disso, não ocorrem alterações no valor nutricional durante o tratamento, porém ele facilita a oxidação lipídica. Para evitar a atuação da lípase nos glóbulos e não alterar o valor nutricional se faz a pasteurização, que desnatura a enzima. Proteínas Caseína; Proteínas do soro (Albumina e globulina). Caseína Devido à sua capacidade de formar géis é um bom emulsificante. É termorresistente, portanto consegue passar pelo processamento do leite sem a degradação da emulsão. Quando o leite é congelado perde a capacidade de emulsão da caseína, desnaturada pela diminuição da temperatura. Fórmulas infantis Altera-se o pH do leite e parte da proteína passa por precipitação seletiva e com cada proteína a indústria faz uma determinada fórmula. Vitaminas e sais Interferem no pH e no flavor do leite; As vitaminas podem estar associadas à fração apolar (A, D, E) ou polar (B2, B12, B1, C). TESTES DE QUALIDADE pH e acidez; Densidade; Índice crioscópico. pH e acidez Teste realizado para aferição de casos de fraude com adição de formol e ureia no leite. O valor de aferição deve estar entre 6,5 e 6,7. Os dois testes devem ser feitos. Densidade O conteúdo de lipídeos promove uma diminuição da densidade, ficando em torno de 1,0,2. Índice crioscópico É um teste utilizado para verificar se houve adição de água no leite, realizado em temperatura de congelamento. TIPOS DE LEITE Tipo A; Tipo B; Tipo C. Tipo A Ordenhado mecanicamente; Pasteurizado no mesmo local; Possui poucos m.o; Seguro para consumo. Tipo B Ordenhado mecanicamente; Pasteurizado em outro local; Transporte refrigerado; Mistura de outros leites (risco de contaminação) Tipo C Ordenhado manualmente; Transporte comum; Pasteurizado em outro local; Alto risco de contaminação. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Pasteurização Processo de aquecimento, seguido de resfriamento rápido. Para saber se a pasteurização foi eficaz, é feito o teste da fosfatase alcalina, onde se coloca água oxigenada em contato com o leite e, caso ocorra reação significa que os métodos de conservação do leite não foram realizados de maneira correta. PROCESSAMENTOS DO LEITE HTST LHT UHT HTST 72-78ºC/15 segundos; Tem por objetivo eliminar a Listeria monocytogenes. LHT 62-65ºC/30 minutos; Pequenos volumes. UHT (esterilização) 140-150ºC/5 segundos A grande vantagem é que o produto não precisa de cadeia de frio para se manter conservado. DERIVADOS DO LEITE Leite reconstituído; Creme de leite; Fermentados (iogurte); Bebida láctea; Queijos Leite Reconstituído É o produto resultante da dissolução em água, adicionado ou não, de gordura, até atingir o teor gorduroso fixado para tipo, seguido de homogeneização e pasteurização. Creme de leite Reultado da retirada da gordura do leite. Fermentados (iogurte) Redução da lactose; Viscozidade causada pela desnutrição proteica; Concentrado proteico. Bebida láctea Feito com a adição de proteínas do soro do leite; Adição de aditivos químicos (perigo). Queijos A quantidade de gordura confere sabor ao queijo, enquanto a quantidade de proteína confere elasticidade; Os furos, presentes em queijos coalhos, se formam devido à presença de coliformes fecais. Esse tipo de queijo assa melhor porque os coliformes produzem ácidos que coagulam a proteína e mantém desnaturada. Acontece em alguns casos do queijo tipo coalho não assar de maneira consistente e derreter. Isso acontece pelo processo de prensagem ter sido mal realizado (ou até de maneira intencional) e mantém as proteínas do soro do leite, que ao entrarem em contato com uma temperatura relativamente elevada, farão com que o queijo derreta, diferente da caseína, que confere maior elasticidade. A maturação dos queijos irá agir no flavor dos diferentes tipos de queijos, além de alterações nutricionais e fenômenos hidrolíticos, como a glicólise, proteólise e lipólise. Os queijos são classificados, quanto à sua consistência, em queijos duros (parmesão), semi-duros (mussarela, prato) e macios (minas, coalho, requeijão). Tecnologia de carnes CRITÉRIOS DE QUALIDADE Preço; Cor; Aparência; Critérios microbiológicos; Estabilidade; Facilidade. CONSERVAÇÃO PELO FRIO Refrigeração; Congelamento. Refrigeração Utilizado quando o local de venda é próximo do local de abate e no momento de retirar a carne da carcaça. Congelamento Utilizado quando o ponto de venda é mais longe do ponto de abate; Nesse processo deve-se observar a temperatura utilizada para não acontecer a injúria pelo frio; O congelamento rápido forma pequenos cristais de gelo e mantém a parede celular da carne intacta, diferentedo congelamento lento que forma grandes cristais de gelo e danifica a parede celular. CONSERVAÇÃO PELO CALOR Calor; Defumação. Calor 75-100ºC -> Carnes curadas >100ºC -> produtos enlatados (permite ser estocado à temperatura ambiente) Defumação Resulta da queima de madeira e a deposição dos óleos essenciais da madeira sobre a carne, alterando o sabor e cor. O processo forma compostos antimicrobianos, porém cancerígenos. A defumação apresenta um sabor e cheiro característico no alimento e, além disso, aumenta o tempo de prateleira do produto. Tipos de defumação Defumação a frio; Defumação a quente; Defumação líquida. Defumação a frio Destinada a conservas e embutidos; Temperatura da fumaça é de até 18ºC. Defumação a quente A temperatura alcança 70-100ºC; Utilizado em produtos crus e que não sofrerão nenhum tipo de cocção. Defumação líquida Realizada por injeção, pulverização ou adição às substâncias destinadas à cura de carnes; Menor teor de benzopireno e alcatrão (cancerígenos). VANTAGENS DA DEFUMAÇÃO Contribuem na conservação e sabor; Elimina microorganismos; Conservação por mais tempo, dispensando uso de geladeira. DESVANTAGENS DA DEFUMAÇÃO Presença de compostos cancerígenos; Perda de rendimento, aumentando o valor do produto. CURA Objetivos Conservar a carne por um período de tempo mais longo; Conferir determinadas qualidades sensoriais, como sabor, cor e aroma. INGREDIENTES DE CURA Sal; Açúcar; Nitrito ou nitrato; Antioxidantes; Estabilizantes. Sal Atua diminuindo a atividade de água e inibindo o desenvolvimento microbiano. Açúcar Adicionados a alimentos fermentados, age como preservativo, osmolaridade, formação de cor no cozimento. Nitrito ou nitrato Possuem propriedades bacteriostáticas, além do efeito preservativo, dando cor à carne. Antioxidantes (ácido ascórbico) Retardam o surgimento de alterações oxidativas nos alimentos. Estabilizantes Mantém as características físicas das emulsões e suspensões, potencializando a capacidade de retenção de água. TIPOS DE CURA Cura a seco; Cura úmida; Cura por injeção; Métodos combinados. CARNES CURADAS Carne seca Charque Carne de sol Carne seca É a mais salgada entre as carnes, pois passa por um processo de desidratação mais longo e mais intenso. As mantas de carne são empilhadas em ambientes secos para desidratar e depois são levadas ao sol para terminar de curar. Por conta da quantidade de sal e o tempo de cura desse processo, a carne-seca é menos úmida e dura mais que as outras. Charque O charque passa por mais processos de salga (úmida, seca, ressalga). Além disso, é tombado e lavado, passa pela secagem e é devidamente embalado. Carne de sol Depois de cortada, é ligeiramente salgada e deixada em secagem natural. Exige um clima muito seco, a secagem é rápida, formando uma espécie de casca protetora que conserva a parte de dentro da carne úmida e macia, alta atividade de água. A diferença reside basicamente na técnica de preparo. PRESUNTO Tambleamento A carne sofre golpes no equipamento, para a raspagem da carne e ocorre também a separação de ossos e carnes. Benefícios do tambleamento Maior penetração da salmoura; Maior uniformidade da cor; Liberação das proteínas miofibrilares com aumento da capacidade de retenção de água e redução da perda de peso por aquecimento. SALAME Derivado cárneo produzido por processos de cura e fermentação lática. Cura: Temperatura controlada nos 15 primeiros dias há um decréscimo de 18 para 14ºC, após esse período a temperatura aumenta gradativamente de 14 para 20ºC. Tecnologia de ovos e ovoprodutos CRITÉRIOS DE QUALIDADE Externos; Internos. Externos Peso; Formato; Cor da casca; Integridade da casca. Internos Ovoscopia Clara; Gema (localização); Câmara de ar; Presença de manchas (sangue/carne); Desenvolvimento embrionário; Deterioração. MODIFICAÇÕES DO OVO APÓS POSTURA Quando posto, o ovo apresenta um pH ácido; O dióxido de carbono na clara ajuda a manter a viscosidade e a gema centralizada; Com o passar do tempo esse CO2 vai sendo trocado pela umidade do ambiente, absorvendo água e liberando CO2; Altera o pH da clara, se tornando menos viscosa; Deposição do ar atmosférico entre a membrana e a casca, isso ajuda a descentralizar a gema; pH alcalinizado no meio interno; A clara perde o espessamento e a calasa não consegue manter a tração para manter a gema centralizada; Rompe-se a membrana vitelínica e se mistura clara e gema. PROCESSAMENTO Propriedades reológicas Emulsificação (gema); Espuma (clara); Flavor; Textura; Cristalização (controle). PASTEURIZAÇÃO Tem como principal objetivo eliminar a Salmonella; 60-36ºC; 3-4 minutos; Consequências nutricionais: pouca perda proteica na gema, perda de vitaminas termolábeis e desnaturação parcial da albumina (diminui a capacidade de formação de espumas), reação de Maillard. DESIDRATAÇÃO Atomização; Consequências nutricionais: Reação de Maillard mais pronunciada (gema principalmente), desnaturação proteica. CONGELAMENTO Pequenas alterações na viscosidade da clara; A gema perde sua capacidade emulsificante; Pode ser minimizado pela adição de açúcar antes do congelamento. LIOFILIZAÇÃO Congelamento embriogênico seguido da evaporação da água sem passar pelo estado líquido; Poucas alterações nutricionais. ARMAZENAMENTO Evitar recontaminação (Salmonella); Evitar oxidação lipídica; Evitar reidratação. Uso de embalagens para controlar os tópicos acima. Tecnologia de embalagens TIPOS DE EMBALAGENS Embalagens ativas; Embalagens antimicrobianas; Embalagens antioxidantes; Embalagens aromáticas; Revestimentos; Embalagens inteligentes. Embalagens ativas Interagem de maneira intencional com o alimento, visando melhorar algumas de suas características; Aumentam a vida de prateleira do produto, sua segurança e qualidade, ou melhorando suas características sensoriais; As principais técnicas dizem respeito a substâncias que absorvem oxigênio, etileno, umidade, odor, etc; Incorporação e, ou imobilização de certos aditivos à embalagem em vez da incorporação direta no produto. Embalagens antimicrobianas O princípio básico de atuação dessa embalagem é a adição de uma barreira extra (microbiológica) às barreiras físicas (oxigênio e umidade); Vantagens Difusão dos compostos da embalagem para a superfície do alimento de maneira controlada. Embalagens antioxidantes Incorporação de substâncias antioxidantes em filmes plásticos, papeis ou sachês, que são liberadas para proteger os alimentos da degradação oxidativa. Embalagens aromáticas Consiste na incorporação de aromas voláteis na matriz polimérica; Melhora a qualidade organoléptica do produto; Técnica para atrair o consumidor. Revestimentos São aplicados sobre a superfície do alimento ou entre os componentes, visando a redução na perda de vapor de água, oxigênio, migração de lipídeos e aroma ou para estabilizar os gradientes de atividade de água e manter as propriedades da textura. Embalagens inteligentes Podem ser compostas por rótulos, etiquetas ou filmes que proporcionam maiores possibilidades de monitoramento da qualidade do alimento acondicionado. Tipos de embalagens inteligentes Embalagens carreadoras de dados Embalagens indicadoras. Embalagens carreadoras de dados Código de barras; Etiquetas de identificação por frequência de rádio. Embalagens indicadoras Indicadores do binômio tempo-temperatura; Indicadores de gases; Indicadores de m.o patogênicos e toxinas. Tecnologia de gorduras REFINO DO ÓLEO BRUTO Objetivos Quebrar a acidez; Reduzir a coloração; Reduzir odores. Processamento Refinação alcalina; Lavagem a água; Secagem; Clarificação; Hidrogenação; Desodorização. ÓLEO VIRGEM VS EXTRA VIRGEM Extra virgem Óleo resultante de uma primeira prensagem a temperatura ambiente. Virgem Resultante de uma prensagem posterior ao extra virgem, realizada a 70ºC. O óleo extra virgem possui uma qualidade superior em relação ao virgem, por não passar por altas temperaturas,evitando reações de hidrólise e a degradação dos triglicerídeos, aumentando a acidez devido ao maior teor de ácidos graxos livres (AGL). PROCESSAMENTO DE ÓLEOS Extração; Refino. Degomagem; Neutralização; Branqueamento; Desodorização. *Degomagem Saturação com vapor para retirada de material não lipídico (proteínas e carboidratos). Neutralização Neutralização dos AGL por soda cáustica ou carbonato de sódio, formando sabões (borras), retirando esses AGL e devolvendo a estabilidade do produto. Dificulta a oxidação lipídica. Branqueamento Filtragem sob pressão com argila adsorvente para remoção de pigmentos. Desodorização Sopragem de vapor de água superaquecida através do óleo, para retirar o odor desagradável do óleo. LECITINA DE SOJA Mistura dos subprodutos do refino do óleo (fosfatídeos) pode ser utilizada para inúmeras aplicações na indústria alimentícia, sendo usado como substituto da gema de ovo como emulsificante em preparos. Em margarinas, prevenindo a oxidação da vitamina A; Em gorduras, como antioxidante e homogeneizador; Em doces e chocolates, favorecendo o controle de viscosidade e obtenção de cobertura uniforme; Em sorvetes cremosos, permitindo uma textura mais uniforme; Em queijos, favorecendo coesão e evitando formação de grumos; MARGARINA Produto da hidrogenação de óleos refinados; Formação de gorduras trans; Pouco leite, cerca de 3% m/m para controlar a estabilidade. CREME VEGETAL Fases da produção do creme vegetal Fase de requinte; Fase de processamento. Fase de requinte Óleo extraído das sementes, sendo neutralizado, eliminando substâncias que alterem sabor e odor. Fase de processamento Processos físicos Mistura; Dissolução; Emulsificação; Cristalização. O processo de cristalização garante o processo de espalhabilidade da manteiga, por deixar o produto em transição vítrea. Classificação do creme vegetal (teor de gordura) Margarina (80%); Creme vegetal (60%); Halvarina (40). MANTEIGA Resultado da batedura do creme de leite fresco e fermentado pela adição de fermento lático selecionado, com sal ou não
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