Prévia do material em texto
Unidade III PLANEJAMENTO E NEGÓCIOS DA SAÚDE Profa. Dra. Solimar Garcia Unidade III – Desenvolvimento sustentável Metade do século passado – as primeiras tratativas mundiais para cuidar do ambiente em que vivemos. É realmente um paradoxo, pois vivemos neste planeta e, por séculos, a humanidade apenas tratou de dizimar os preciosos recursos naturais proporcionados pelo planeta. A Revolução Industrial, no século XVIII, acelerou o crescimento econômico ao custo de excessivo consumo de energia e recursos naturais, degradando o meio ambiente e contaminando o ar, o solo e a água, além de eliminar a maioria das florestas. Unidade III – Desenvolvimento sustentável Observamos que a produção de bens e o consumo de produtos, no entanto, aceleraram e perturbaram ainda mais as condições ambientais. A criação de tecnologias limpas, redução do consumo de matérias-primas e de energia, assim como a redução de resíduos para descarte, são condições essenciais para amenizar os problemas causados pelo homem. A conscientização das pessoas, das empresas, dos governos e todas as esferas da sociedade para o tamanho desse problema, talvez seja um primeiro passo para alcançar mudanças nos processos de produção e nos níveis de consumo. Conceitos e histórico Ainda nos anos 50, apareceram os primeiros estudos sobre responsabilidade empresarial social vindos dos Estados Unidos e, posteriormente, na década de 60, uma preocupação que se alastrou pela Europa. Não havia consenso, nem mesmo sobre o significado da palavra. Por muito tempo, e ainda hoje, há uma confusão quando se aplicam os conceitos de desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e responsabilidade social. Conceitos e histórico Meadows liderou estudos no Clube de Roma, que culminaram com o lançamento do livro “Limites do crescimento” (The limits to growth), em 1972. Esta publicação foi muito importante, pois apresentava um diagnóstico dos recursos da terra, e concluía que a degradação do ambiente resultava do crescimento populacional, que exigia cada vez mais recursos para viver na terra. A conclusão, bastante drástica da época, foi que a falta de estabilidade no crescimento da população, provavelmente levaria à extinção não só dos recursos naturais, que são limitados, como também da própria população humana. Conceitos e histórico Nesse ponto é que se iniciam as primeiras discussões para continuar o desenvolvimento do planeta, porém, com o cuidado de preservar a natureza e os recursos naturais, fundamentais para a vida humana. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi criada pela Organização das Nações Unidas, em 1983, chamando à responsabilidade para o primeiro movimento mundial em torno do assunto. O grupo era presidido por Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega. Conceitos e histórico Ficou conhecida como Comissão Brundtland e se propunha a examinar os principais pontos referentes ao meio ambiente e apontar novas abordagens para o assunto, em nível mundial, de forma a alcançar a cooperação internacional para o assunto. Uma incógnita total, o que se buscava naquele momento era encontrar formas para orientar as políticas que pudessem fazer as mudanças necessárias, além de sensibilizar as pessoas, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos em uma compreensão maior dos problemas, e principalmente, incentivando-os a atuar firmemente para atingir o objetivo (NOSSO FUTURO COMUM, 1991). Desenvolvimento sustentável Comissão Brundtland concluiu seu trabalho em 1987 e apresentou um diagnóstico dos problemas globais ambientais. A principal proposta era que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão ambiental, dando origem ao que chamamos de desenvolvimento sustentável: “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades dos presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”. A proteção ao meio ambiente, juntamente com o combate à pobreza, foi um avanço importante para a compreensão do processo de desenvolvimento (Nosso Futuro Comum, 1991). Desenvolvimento sustentável Como movimentos mundiais em eras pré-tecnológicas, em que a Internet engatinhava, mudanças e propostas demoravam muito mais para entrar em ação. Cinco anos depois, em 1992, foi realizada no Rio de Janeiro, a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, conhecida também como Eco-92. Neste primeiro encontro mundial para discutir os problemas ambientais do planeta, essa questão foi tida como questão mundial de desenvolvimento, cuja definição foi amplamente apoiada, aceita e difundida, passando a ser objetivo da Agenda 21, documento final da Rio-92 e que apresentava as diretrizes de ação para os governos. Desenvolvimento sustentável A reunião de chefes de estado e representantes da sociedade civil, vindos de todos os pontos do planeta, fez com que a Rio- 92 se tornasse um marco para as questões ambientais, globalizando o assunto e trazendo à pauta mundial e governamental a preocupação com a degradação ambiental, a qual necessitava ser enfrentada com ações globais e locais. Desenvolvimento sustentável Trazendo como diretriz uma nova forma de desenvolvimento, o sustentável ou sustentado, a Agenda 21, com seus 40 capítulos e 800 páginas, lançou o conceito de sustentabilidade mundialmente. A participação da sociedade em seus diversos pequenos movimentos, representados pelas organizações não governamentais (ONGs) ganhou forma e, ao lado do Estado, passaram a desempenhar, ou fortalecer sua importante contribuição para o novo tipo de desenvolvimento. Desenvolvimento sustentável Quando ocorreu a Agenda 21, os governos e o mundo se comprometeram a fazer mudanças que diminuíssem, ou atenuassem, os problemas cruciais que assolavam o planeta e degradavam o ambiente. O Brasil criou sua própria Agenda 21, o que também foi repetido nos Estados e até em nível municipal. A Rio-92 tratou de questões, como o aquecimento global e poluição em todos os níveis, sobretudo, de mudanças climáticas e biodiversidade, propondo maneiras de viver que protegessem o ambiente. Desenvolvimento sustentável Os temas voltaram à pauta em 2002, quando mais de 100 chefes de Estado e 60 mil delegados se reuniram em Johanesburgo, na África do Sul, para discutir os progressos alcançados e novos problemas registrados a partir da Eco-92. O encontro foi chamado de Rio+10. Nos dez anos que se passaram, pouco ou nada avançou-se na situação apresentada em 1992. Apenas 40 nações adotaram algum tipo de ação para preservar o planeta (CAVALCANTI, 1995). Desenvolvimento sustentável O crescimento econômico da economia mundial foi intenso nos anos 90, e as consequências para o meio ambiente, tão desastrosas quanto poderiam ter sido. Com o desenvolvimento tecnológico experimentado na década, as ameaças aos recursos naturais aumentaram ainda mais para florestas, peixes, água e ar. A degradação mostrou sua face cruel, especialmente para os recifes de corais e para as florestas tropicais, duas das mais importantes fontes de biodiversidade, que sofreram intensa degradação no período. Desenvolvimento sustentável Outro ponto essencial que foi acompanhado, as emissões de gás carbônico, as quais cresceram 10%, e eram (ainda são), as principais responsáveis pelas mudanças climáticas e pelo aquecimento global. Para contribuir negativamente com este quadro, os Estados Unidos abandonaram o Protocolo de Kyoto, tratado assinadopor 178 países, o que levou a um aumento de 18% nas emissões do gás carbônico. Desenvolvimento sustentável Tendo o peso da responsabilidade dividido entre todos os países, a sustentabilidade é obrigação e cuidado mundial. Manter o desenvolvimento, sem poluir e cuidando do planeta, é tarefa árdua. Segundo pesquisas, a parcela mais rica do mundo, cerca de 15% incluindo as minorias ricas dos países pobres, consomem energia e recursos em nível tão alto que estender esse estilo de vida ao resto do mundo seria o fim. Alguns estudiosos pontuam em 2,6, outros em 3 ou 4, o número de planetas do tamanho da terra necessários para proporcionar os recursos necessários para que todos tivesse o mesmo tipo de vida. Desenvolvimento sustentável Baseada no tripé ambiental, econômico e social, chamado de Triple Botton Line e criado por Elkinton (1997), a sustentabilidade pode ser entendida como uma visão ampla que inclui a sobrevivência do planeta, da sociedade e também dos empreendimentos econômicos. Vista dessa forma, a sustentabilidade contempla a continuidade do planeta, mantendo e gerindo os recursos naturais de forma a criar condições para isso. Interatividade Qual o conceito de desenvolvimento sustentável? a) Desenvolvimento econômico e social. b) Desenvolvimento das empresas com lucros. c) Aquele que atende às necessidades dos presentes, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades. d) O que não se preocupa com o futuro do planeta. e) Mais economia para o futuro. Principais encontros mundiais no caminho da sustentabilidade Rio-92 O primeiro encontro mundial foi a Rio-92. Entre 3 e 14 de junho de 1992, também chamada de Eco-92, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD). O Rio de Janeiro sediou o evento que reuniu representantes de 175 países e de organizações não governamentais (ONGs) de todo o mundo. Rio-92 Foram aprovados muitos documentos internacionais a serem seguidos na época, a maioria de natureza política e de busca de responsabilidades. Entre os compromissos específicos adotados pela Eco-92, podemos citar três convenções: mudança do clima, biodiversidade e a declaração sobre florestas. O principal documento, no entanto, foi a Agenda 21 Agenda 21 Dimensões econômicas e sociais, com o foco nas políticas internacionais para combate à pobreza e à miséria. Mudanças necessárias nos padrões de consumo e as relações entre sustentabilidade e o aumento da população, com medidas e propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos. Conservação dos recursos para o desenvolvimento, proteção da atmosfera e viabilização da transição energética. Importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão eco compatível dos recursos de água doce. Agenda 21 brasileira A elaboração da Agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 nacional (CPDS). Criada em 1997, o documento refletiu o trabalho de vários ministérios, órgãos e entidades da sociedade civil, como Ministérios do Meio Ambiente, do Planejamento, Orçamento e Gestão, de Ciência e Tecnologia; das Relações Exteriores; Presidência da República; Fórum Brasileiro das ONGs e Movimentos Sociais; Fundação Getulio Vargas; Fundação Movimento Onda Azul; Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e Universidade Federal de Minas Gerais. Rio+10 – Johannesburgo 2002 O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) 2002 sobre sustentabilidade global apontava que, apesar dos esforços das empresas, a degradação ambiental do planeta continuava a aumentar. Baseado em relatórios de sustentabilidade global de 22 setores, a humanidade já consumia, na ocasião, 25% mais recursos naturais do que o planeta seria capaz de repor. A reunião dos países, dez anos depois, mostrou que os problemas apontados em 1992 estavam agravados e a maioria dos pontos de atenção estavam com índices piores do que no encontro de dez anos anteriores. Rio+10 – Johannesburgo 2002 – Carta da Terra O relatório Brudtland de 1987, propõe vários encaminhamentos para melhorar o ambiente e reduzir a poluição. Uma das iniciativas é a carta da terra, com os princípios para orientar as nações na transição para um desenvolvimento sustentável. Inspirado nesta recomendação, Maurice F. Strong, secretário geral da Cúpula da Terra Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), propôs em 1990 que a Cúpula esboçasse e adotasse uma Carta da Terra. Redigida nos anos 1990 e apresentada na Rio-92, não foi ratificada, no entanto. Rio+10 – Johannesburgo 2002 – Carta da Terra A Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos. É um documento bastante extenso que faz parte de um movimento global, no qual se incentiva a adoção e o conhecimento como forma de parar a destruição do planeta. Destacamos apenas o preâmbulo da mesma. "Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida[…]” (A CARTA DA TERRA, 2002) Protocolo de Kyoto O documento estabelece metas de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), que correspondem a cerca de 70% das emissões relacionadas ao aquecimento global, e de outros gases causadores do efeito estufa para os países industrializados. O objetivo era reduzir, entre 2008 e 2012, a emissão de poluentes em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Em 2015, essa previsão já é de redução de 2ºC na temperatura global para não haver danos maiores ao planeta. Protocolo de Kyoto A não adesão de EUA e China, responsáveis por quase 50% das emissões mundiais, comprometeu o resultado do acordo. Os países assumiram compromissos mais rígidos com o objetivo de reduzir a emissão dos gases que provocam o efeito-estufa, como dióxido de carbono, enxofre etc. Esses gases são considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento global. Entrou em vigor oficialmente em 16 de fevereiro de 2005. Protocolo de Kyoto – atualização Avaliando o Protocolo de Kyoto, dez anos após sua entrada em vigor, os especialistas dizem que o acordo fracassou em reduzir as emissões mundiais de gases-estufa, que cresceram 16,2% de 2005 a 2012. De qualquer forma, teve sucesso na conscientização da sociedade para implantar projetos ambientais, tecnológicos e de desenvolvimento econômico no sentido de evitar o agravamento do aquecimento global (TUFFANI, 2015). Protocolo de Kyoto – atualização Inicialmente, países em desenvolvimento, como o Brasil e a Rússia, tiveram permissão para não aderir, com a desculpa de que o controle das emissões colocaria em risco o crescimento dessas economias. Concluído em 1997, só entrou em vigor em 2005, depois que foi ratificado pela Rússia. O protocolo teve 189 ratificações, entre elas a do Brasil, em 2002. As novas metas de redução de emissões para o período de 2013 a 2020, estabelecidas em 2012 no Qatar, só tiveram até agora 23 adesões. Protocolo de Kyoto – atualização Em 2015, uma nova convenção do clima, realizada em dezembro, em Paris, deve substituir o Protocolo de Kyoto com novas metas para redução de emissões, os especialistas acreditam que esta reunião poderá ter avanços significativos depois do acordo, no final de 2014 para que EUA e China (que assinaram mas não ratificaram o Protocolo de Kyoto) ratificassem o Protocolo. Juntos, os dois países são responsáveis por cerca de 45% das emissões globais de carbono. Rio+20 Após 20 anos, em 2012, um conjunto de representantes de quase 200 países reuniu-se novamente no Rio de Janeiro para discutir o que foi iniciado em 1992 e 2002, e realizar a Rio + 20. O documento oficial demorou para ter um consenso, e apesar das críticas sobre o fracasso do encontro, conseguiu receber assinaturas de todos os países participantes. O grande legado foi a maior compreensão de temas, como escolhas sustentáveis, energias renováveis, ciclos de vida de produtos, urgência de mudanças de padrões de consumo, distinção entre valor de uso e valor de troca, e ainda como as práticas do passado pressionam os recursos naturais de forma a inviabilizar o futuro. As considerações sobre a Rio+20 foi feita de forma adaptada de Paula (2012). Rio+20 Durante o encontro, nos eventos paralelos, foi possível, empresas, organizações não governamentais e administrações de grandes metrópoles, irem muito além no compromisso com o meio ambiente. Por exemplo, um grupo de 40 megacidades fez um acordo para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa, numa quantidade comparável a toda a emissão anual do México. O setor empresarial liderou a realização de compromissos voluntários, reconhecendo o valor do capital natural e comprometendo-se a usar os recursos naturais de forma responsável. Mais de três mil pessoas de 1500 empresas de 60 países produziram 220 compromissos. O número total de compromissos voluntários assumidos por empresas, governos e sociedade civil é de aproximadamente 700 e somam mais de 500 bilhões de dólares. Rio+20 A Cúpula dos Povos recebeu mais de 350 mil pessoas, incluindo cerca de 14 mil ativistas brasileiros, e de redes internacionais, e mais de sete mil organizações não governamentais. Alguns problemas continuaram os mesmos: falta de definição clara sobre responsabilidades específicas e repasses financeiros, bem como prazos para adoção de medidas que promovam o desenvolvimento sustentável pelas autoridades dos países. Liberação de recursos e a criação de um fundo de US$ 30 bilhões para a preservação ambiental, em países em desenvolvimento, não foi aprovado e não foi resolvido o impasse de quem deve pagar a conta da implantação de desenvolvimento sustentável nesses países. Interatividade A primeira reunião global para discutir os assuntos do meio ambiente e os caminhos que a humanidade vêm adotando com os recursos naturais foi: a) O protocolo de Kyoto. b) Rio + 20. c) Rio + 10. d) Rio92 ou Eco92. e) Carbono 14. Gestão ambiental e a sustentabilidade A criação e o cuidado com sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável levou ao surgimento de uma área específica para tratar desses temas, a gestão ambiental, pela necessidade de formação de pessoas com perfil que agregue a visão ambientalista à exploração racional dos recursos naturais. Foge, portanto, de ativismo ecológico e o simples amor à natureza. Gestão ambiental e a sustentabilidade Não significa, no entanto, que esta área é responsável pelas pesquisas ambientais ou as técnicas, mas sim, domina e maneja as ferramentas existentes da melhor forma possível. A gestão ambiental trabalha com as ferramentas de gestão (ciências naturais, pesquisas ambientais, sistemas e outros), mas não as desenvolve, apenas as aplica. A gestão ambiental procura organizar as atividades humanas de forma a originar o menor impacto possível sobre o meio, recaindo sobre a escolha das melhores técnicas e o cumprimento da legislação por meio da alocação correta de recursos humanos e financeiros. Gestão ambiental e a sustentabilidade A gestão ambiental é uma consequência da necessidade de cuidado e atenção com os recursos naturais, os quais precisam ser repostos ou economizados para manter assim o desenvolvimento sustentável, bem como recuperar a degradação ambiental causada pelas pessoas e pelas empresas ao meio ambiente. Exemplo “Diretrizes Ambientais da Sociedade A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, dentro de seu compromisso com a Sustentabilidade Ambiental, procura seguir e se tornar referência na aplicação das diretrizes dos Protocolos Internacionais dos quais o Brasil é signatário, visando reduzir ao mínimo os impactos causados pelas suas operações. Compromete-se, assim, a preservar o meio ambiente e os recursos naturais, por meio do estabelecimento de objetivos e metas que garantam excelência no desempenho ambiental e a conformidade com a legislação vigente.” (Disponível em: http://www.einstein.br/sobre-a- sociedade/sustentabilidade/Paginas/diretrizes-ambientais.aspx) Gestão ambiental e a sustentabilidade O profissional de gestão ambiental utiliza técnicas e conhecimentos que garantam o uso racional dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade. Ele planeja, desenvolve e executa projetos que visam à preservação do meio ambiente, como programas de reciclagem e de educação ambiental. Ele analisa a poluição industrial do solo, da água e do ar e a exploração de recursos naturais e, com base nos dados coletados, elabora estratégias para minimizar o impacto causado pelas atividades humanas. Instrumentos de gestão ambiental Os instrumentos de gestão ambiental servem para sistematizar procedimentos técnicos e administrativos, de forma a assegurar a melhoria e o aprimoramento contínuo do desempenho ambiental de um empreendimento ou de uma área a ser protegida, e dessa forma, obter o reconhecimento de conformidade das medias e práticas adotadas. Os estudiosos da área dividem os instrumentos em dois tipos: os que são utilizados para gestão ambiental de empreendimentos e os que são utilizados em regiões geográficas delimitadas. Avaliação de Impacto Ambiental – AIA A Avaliação de Impacto Ambiental refere-se a um conjunto de procedimentos legais, institucionais e técnico-científicos, que são utilizados para caracterizar e identificar os possíveis impactos ao se instalar um empreendimento. O objetivo é prever os riscos para poder minimizar os impactos que poderão causar. Quaisquer possibilidades de danos e impactos ambientais no futuro precisam ser previstos no instrumento, sendo utilizado em implantações de mineradoras, hidrelétricas, rodovias, aterros sanitários, oleodutos, indústrias, estações de tratamento de esgoto e loteamentos. Avaliação de Impacto Ambiental – AIA Os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) se popularizaram a partir da exigência legal de realização. São propostas quatro etapas, o AIA cumpre com a segunda delas: diagnóstico ambiental, análise dos impactos ambientais, medidas mitigadoras e elaboração de programas. Monitoramento ambiental Por meio do monitoramento ambiental realiza-se as medições específicas para verificar se está ocorrendo algum impacto, podendo examinar suas dimensões e, se necessário, avaliar as medidas preventivas a serem adotadas. Os registros do monitoramento são fundamentais para acompanhar a situação, para a realização das auditorias e também prestar contas ao poder público, quando necessário. O monitoramento tanto pode ser feito pela empresa, quantopelo poder público. Auditoria ambiental Uma auditoria consiste em frequentes exames, feitos de forma sistemática em períodos regulares, sendo documentados os resultados e servem para analisar e confirmar se ações práticas estão sendo realizadas em uma empresa em relação às exigências ambientais legais, normativas e de política interna. Também pode ser realizada pelos órgãos legais ligados ao tema. Quando uma empresa realiza auditoria ambiental por conta própria, internamente, os resultados fornecem subsídios ao aprimoramento do desempenho ambiental. Auditoria ambiental Em 1994, a International Organization for Standardization (ISO) divulgou as minutas das normas da série 14.000, que tratam do Sistema de Gerenciamento e Auditoria Ambientais. Essas normas foram concebidas com base nas normas criadas pela British Standard Institution (BSI), que divulgou a BS7750, em 1992, colocando a auditoria ambiental como uma das etapas do Sistema de Gerenciamento Ambiental. No Brasil, a auditoria ambiental começou a ser obrigatória, inicialmente em alguns municípios e estados, como na cidade de São Paulo e no Estado do Rio de Janeiro, em 1991, em Minas Gerais, em 1992 e no Espírito Santo, em 1993. Análise de riscos ambientais A análise de riscos ambientais calcula a probabilidade de ocorrência de acidentes e avalia as consequências sociais, econômicas e ambientais. O instrumento ajuda a identificar situações de risco de um empreendimento em funcionamento e mensurar as possíveis consequências caso ocorra um acidente, em todos os níveis: ao meio ambiente, à comunidade, ao empreendimento e seus funcionários. O instrumento é utilizado em instalações industriais, barragens, hidrelétricas, disposição de resíduos urbanos e industriais etc. Análise de riscos ambientais Se o instrumento for utilizado e consegue identificar riscos ambientais, e com isso forem implantadas medidas de prevenção, pode reduzir a possibilidade de ocorrência de acidentes ambientais. Assim, empresas com alto risco para acidentes ambientais devem ter um constante programa de análise de riscos em seu sistema de gerenciamento ambiental, caso das que trabalham com substâncias com alto poder contaminante e de empresas que se encontrem em áreas onde os processos do meio físico possam acarretar acidentes. Investigação do passivo ambiental Precaução e cautela nunca são demais. É isto que revela a chamada due diligence, no caso, atenção especial e extra para a gestão ambiental. A investigação do passivo ambiental, consiste em atividades para identificar e avaliar todos os problemas ambientais existentes com determinado empreendimento ou empresa que foram gerados no passado. Por meio dele, levanta-se o histórico das práticas adotadas pela empresa nos locais onde ela operou. Investigação do passivo ambiental O instrumento serve, principalmente, para definir valores, transformar a discussão intangível em termos econômicos, ou seja, definir o custo ambiental que os compradores terão que arcar com a aquisição de uma empresa, empreendimento ou terreno. Os passivos ambientais de indústrias podem ser representados pela contaminação do solo com solventes, agrotóxicos e produtos tóxicos, ou ainda, pilhas, baterias e produtos radioativos enterrados. Seguro ambiental O seguro serve para reparar os danos pessoais ou materiais e garantir que sejam reparados em caso de ocorrências, mesmo acidentais, de poluição ambiental. Indenização e despesas decorrentes de processos judiciais devem ser cobertos pelo seguro ambiental. Para contratar o seguro, as companhias exigem sistemas eficientes de controle ambiental. Entretanto, a resposta ambiental nem sempre é a esperada, por isso, a cobertura de danos por meio de seguro torna-se essencial. Interatividade Os instrumentos de gestão ambiental ajudam a empresa e seus administradores a: a) Sistematizar procedimentos técnicos e administrativos. b) Assegurar a melhoria e o aprimoramento contínuo do desempenho ambiental de um empreendimento ou de uma área a ser protegida. c) Obter o reconhecimento de conformidade das medidas e práticas adotadas. d) Facilitar o trato dos temas ambientais. e) Todas as alternativas estão corretas. Sistema de Gerenciamento Ambiental ou Sistema de Gestão Ambiental O gerenciamento ambiental consiste em estabelecer normas e parâmetros que devem ser seguidos pela empresa, devem garantir um desempenho ambiental adequado, em conformidade com a legislação ambiental vigente, das diversas etapas da atividade desenvolvida pelo empreendimento, envolvendo todas as partes interessadas no processo, desde os funcionários até a comunidade. O SGA engloba a estrutura organizacional, responsabilidades, procedimentos, processos e recursos necessários para o gerenciamento ambiental. Sistema de Gerenciamento Ambiental ou Sistema de Gestão Ambiental O Sistema de Gerenciamento ou Gestão Ambiental brasileiro, segue o padrão da normatização técnica inglesa (BS7750), que serviu de referência para a elaboração das normas ISO (Internacional Organization for Standardization). No Brasil, a edição foi da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e é chamada de ISO Série 14000. Certificações ambientais Para conseguir a certificação, a empresa deve demonstrar que nos processos de produção, seus produtos seguem e respeitam os requisitos legais referentes às questões ambientais e apresentam determinados procedimentos exigidos pelo órgão certificador. A certificação tanto pode ser concedida a empresas industriais em geral, como para prestadoras de serviços (consultorias, comércio e serviços). Certificações ambientais Quando uma empresa possui um sistema de gerenciamento ambiental que funciona, este já é um bom caminho para responder aos critérios de certificação, sendo que deve passar por uma auditoria para comprovar a conformidade com as exigências ambientais. ISO 14000. Licitações verdes. Legislações ambientais A Constituição brasileira, promulgada em 1988, é tratada por alguns estudiosos do tema como uma constituição verde por possuir vários tópicos que tratam do meio ambiente e representa um marco na legislação ambiental brasileira. Por meio dela, o meio ambiente passou a ser reconhecido como um bem tutelado pelo ordenamento jurídico, o que quer dizer que o meio ambiente possui cuidadores, sendo toda a sociedade responsabilizada pelos desmandos nessa área. Legislações ambientais O artigo 170 instituiu a proteção do meio ambiente como princípio da ordem econômica, e pelo artigo 225 apresenta as diretrizes do direito ambiental brasileiro. Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Veja que assegurar a continuidade da vida no planeta passa a ser do governo e de toda a sociedade. Constituição Federal O parágrafo 1º do art. 225 da CF/1988, fixa as regras a serem obedecidas pelo Poder Público, com vistas à efetividade dos supracitados direitos, quais sejam: § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I. preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II. preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas àpesquisa e manipulação de material genético; Constituição Federal III. definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV. exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Constituição Federal V. controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI. promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Política Nacional do Meio Ambiente, que assegura a “manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”. Responsabilidade da empresa pelos acidentes ambientais. Lei no 6.938/81 Lei no 9.605/98 Lei de Crimes Ambientais surgiu após a Constituição de 1988, e como norma infraconstitucional, merece ser destacada, visto que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Esta lei a atribui a responsabilidade penal da pessoa jurídica, colocando as empresas como responsáveis administrativa, civil e penalmente sobre danos ao meio ambiente e ainda responsabiliza pessoas físicas como coautoras do fato, incluindo aí os diretores e outras pessoas com poder de decisão dentro das empresas que cometeram o dano ao meio ambiente. Legislações Ação Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985): Trata-se da Lei de Interesses Difusos, que trata da ação civil pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico. Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989). Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981). Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977). Legislações Biossegurança (Lei 11.105 de 24/03/2005). Transgênicos. Exploração Mineral (Lei 7.805 de 18/07/1989): Esta lei regulamenta a atividade garimpeira. Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967). Vegetação nativa (florestas) (Lei nº 12.651, de 2012). IBAMA (Lei 7.735, de 22/02/1989). Patrimônio Cultural (Decreto Lei 25, de 30/11/1937). Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991). Legislação Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997). Educação Ambiental (Lei nº.9.795 de 27 de abril de 1999). As leis brasileiras relativas ao meio ambiente estão entre as melhores do mundo e precisam ser respeitadas. Mas como muitos assuntos por aqui, falta fiscalização para fazer-se cumprir. Interatividade O Sistema de Gerenciamento ou Gestão Ambiental brasileiro, segue o padrão da normatização técnica inglesa (BS7750), que serviu de referência para a elaboração das normas ISO (Internacional Organization for Standardization). Estamos falando da norma: a) ISO 14000. b) ISO 9000. c) SA 8000. d) SA 12000. e) ISO 26000. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 �Unidade III – Desenvolvimento sustentável� �Unidade III – Desenvolvimento sustentável� �Conceitos e histórico� �Conceitos e histórico� �Conceitos e histórico� �Conceitos e histórico� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� Desenvolvimento sustentável �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� �Desenvolvimento sustentável� Interatividade Resposta �Principais encontros mundiais no caminho da sustentabilidade� �Rio-92� �Agenda 21� �Agenda 21 brasileira� �Rio+10 – Johannesburgo 2002� �Rio+10 – Johannesburgo 2002 – Carta da Terra� �Rio+10 – Johannesburgo 2002 – Carta da Terra� �Protocolo de Kyoto� �Protocolo de Kyoto� �Protocolo de Kyoto – atualização� �Protocolo de Kyoto – atualização� �Protocolo de Kyoto – atualização� �Rio+20� � Rio+20� �Rio+20� �Interatividade� �Resposta� �Gestão ambiental e a sustentabilidade� �Gestão ambiental e a sustentabilidade� �Gestão ambiental e a sustentabilidade� � Exemplo� �Gestão ambiental e a sustentabilidade� �Instrumentos de gestão ambiental� �Avaliação de Impacto Ambiental – AIA� �Avaliação de Impacto Ambiental – AIA� �Monitoramento ambiental� �Auditoria ambiental� �Auditoria ambiental� �Análise de riscos ambientais� �Análise de riscos ambientais� �Investigação do passivo ambiental� �Investigação do passivo ambiental� �Seguro ambiental� �Interatividade� Resposta �Sistema de Gerenciamento Ambiental ou Sistema de Gestão Ambiental� �Sistema de Gerenciamento Ambiental ou Sistema de Gestão Ambiental� �Certificações ambientais� �Certificações ambientais� �Legislações ambientais� �Legislações ambientais� �Constituição Federal� �Constituição Federal� �Constituição Federal� Slide Number 64 �Lei no 9.605/98� �Legislações� �Legislações� �Legislação� Interatividade Resposta Slide Number 71