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Planejamento e Negócios da Saúde - Livro- Texto - Unidade III

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PLANEJAMENTO E NEGÓCIOS DA SAÚDE
Unidade III
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUSTENTABILIDADE
O assunto desenvolvimento sustentável não é tão recente, mas ainda é considerado incipiente, pois 
datam da metade do século passado as primeiras tratativas mundiais para cuidar do ambiente em que 
vivemos. É realmente um paradoxo, já que vivemos neste planeta e por séculos a humanidade apenas 
tratou de dizimar os preciosos recursos naturais.
O homo sapiens já está na Terra há muito tempo e há mais de 10 mil anos surgiram as primeiras 
cidades que deram início ao aumento populacional e aos grandes impactos no meio ambiente. A 
Revolução Industrial, no século XVIII, acelerou o crescimento econômico ao custo de excessivo consumo 
de energia e recursos naturais, degradando o meio ambiente e contaminando o ar, o solo e a água, além 
de eliminar a maioria das florestas.
Observamos que a produção de bens e o consumo de produtos, no entanto, aceleraram e perturbaram 
ainda mais as condições ambientais.
A criação de tecnologias limpas, redução do consumo de matérias‑primas e de energia e redução 
de resíduos para descarte são condições essenciais para amenizar os problemas causados pelo homem.
A conscientização das pessoas, das empresas, dos governos e todas as esferas da sociedade para 
o tamanho desse problema talvez seja um primeiro passo para alcançar mudanças nos processos de 
produção e nos níveis de consumo.
5.1 Conceitos e histórico do desenvolvimento sustentável
Um pequeno passo foi dado (ou ao menos pensado) pelos países na busca das soluções para manter 
o desenvolvimento econômico sem esgotar os recursos naturais. Ainda nos anos 1950 apareceram os 
primeiros estudos sobre responsabilidade empresarial social vindos dos Estados Unidos e, posteriormente, 
na década de 1960, uma preocupação que se alastrou pela Europa. Não havia consenso nem mesmo 
sobre o significado do termo. Por muito tempo, e ainda hoje, há uma confusão quando se aplicam os 
conceitos de desenvolvimento sustentável, sustentabilidade e responsabilidade social.
A preocupação do homem com a natureza também tardou a acontecer. As consequências da 
degradação ambiental começaram a ser percebidas pelos governos a partir da metade do século XX. 
Surgiram então os primeiros estudos juntamente com as primeiras reações para diminuir os danos 
causados pela ação do homem ao planeta. Meadows liderou estudos no Clube de Roma, que culminaram 
com o lançamento do livro Limites do Crescimento (The Limits to Growth), em 1972.
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Unidade III
Esta publicação foi muito importante, pois apresentava um diagnóstico apontando que a degradação 
do ambiente resultava do crescimento populacional, o que exigia cada vez mais recursos para se viver 
na Terra. A conclusão, bastante drástica na época, foi que a falta de estabilidade no crescimento da 
população provavelmente levaria à extinção não só dos recursos naturais, que são limitados, como 
também da própria população humana.
Nesse ponto é que se iniciam as primeiras discussões para continuar o desenvolvimento do planeta, 
mas com o cuidado de preservar a natureza e os recursos naturais, fundamentais para a vida humana. 
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi criada pela Organização das Nações 
Unidas, em 1983, chamando a responsabilidade para o primeiro movimento mundial em torno do assunto. 
O grupo era presidido por Gro Harlem Brundtland, primeira ministra da Noruega.
Também conhecida como Comissão Brundtland, ela se propunha a examinar os principais pontos 
referentes ao meio ambiente e apontar novas abordagens para o assunto, em nível mundial, de forma 
a alcançar a cooperação internacional para o assunto. Uma incógnita total, o que se buscava naquele 
momento era encontrar formas para orientar as políticas que pudessem fazer as mudanças necessárias, 
além de sensibilizar as pessoas, organizações voluntárias, empresas, institutos e governos em uma 
compreensão maior dos problemas e, principalmente, incentivando‑os a atuar firmemente para atingir 
o objetivo (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).
A Comissão Brundtland concluiu seu trabalho em 1987 e apresentou um diagnóstico dos problemas 
globais ambientais. A principal proposta era que o desenvolvimento econômico fosse integrado à questão 
ambiental, dando origem ao que chamamos de desenvolvimento sustentável: aquele que atende às 
necessidades dos presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas 
próprias necessidades. A proteção ao meio ambiente juntamente com o combate à pobreza foi um 
avanço importante para a compreensão do processo de desenvolvimento (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).
Como movimentos mundiais em eras pré‑tecnológicas, em que a internet engatinhava, mudanças 
e propostas demoravam muito mais para entrar em ação. Cinco anos depois, em 1992, foi realizada no 
Rio de Janeiro, a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio‑92, conhecida também 
como Eco‑92. Nesse primeiro encontro mundial para discutir os problemas ambientais do planeta, essa 
questão foi tida como questão mundial de desenvolvimento, cuja definição foi amplamente apoiada, 
aceita e difundida, passando a ser objetivo da Agenda 21, documento final da Rio‑92 e que apresentava 
as diretrizes de ação para os governos.
 
 Observação
A Agenda 21 ajudou os países no desenvolvimento de ações para 
redução de gases do efeito estufa e de proteção dos recursos naturais.
A reunião de chefes de estado e representantes da sociedade civil vindos de todos os pontos do 
planeta fez com que a Rio‑92 se tornasse um marco para as questões ambientais, globalizando o 
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assunto e trazendo à pauta mundial e governamental a preocupação com a degradação ambiental e 
que necessitava ser enfrentada com ações globais e locais.
Trazendo como diretriz uma nova forma de desenvolvimento, o sustentável ou sustentado, a Agenda 
21, com seus 40 capítulos e 800 páginas, lançou o conceito de sustentabilidade mundialmente. A 
participação da sociedade em seus diversos pequenos movimentos, representados pelas organizações 
não governamentais (ONGs), ganhou forma e, ao lado do Estado, passaram a desempenhar, ou fortalecer, 
sua importante contribuição para o novo tipo de desenvolvimento.
Com a Agenda 21, os governos se comprometeram a fazer mudanças que diminuíssem ou atenuassem 
os problemas cruciais que assolavam o planeta e degradavam o ambiente. O Brasil criou sua própria 
Agenda 21, o que também foi repetido nos estados e até em nível municipal.
Além de questões como o aquecimento global e poluição em todos os níveis, a Rio‑92 tratou, 
sobretudo, de mudanças climáticas e biodiversidade, propondo maneiras de viver que protegessem 
o ambiente. Os temas voltaram à pauta em 2002, quando mais de 100 chefes de Estado e 60 mil 
delegados se reuniram em Johanesburgo, na África do Sul, para discutir os progressos alcançados 
e novos problemas registrados a partir da Eco‑92. O encontro foi chamado de Rio+10. Nos dez 
anos que se passaram pouco ou nada avançou na situação apresentada em 1992. Apenas 40 
nações adotaram algum tipo de ação para preservar o planeta (CAVALCANTI, 1995).
 
 Lembrete
O conceito de desenvolvimento sustentável foi disseminado 
mundialmente depois da Rio‑92, realizada no Brasil, em junho de 1992.
O crescimento econômico da economia mundialfoi intenso nos anos 1990 e as consequências para 
o meio ambiente foram desastrosas. Com o desenvolvimento tecnológico experimentado na década, as 
ameaças aos recursos naturais aumentaram ainda mais para florestas, peixes, água e ar. A degradação 
mostrou sua face cruel especialmente para os recifes de corais e para as florestas tropicais, duas das 
mais importantes fontes de biodiversidade que sofreram intensa degradação no período.
As emissões de gás carbônico cresceram 10% e eram (e ainda são) a principal responsável pelas 
mudanças climáticas e pelo aquecimento global. Para contribuir negativamente com este quadro, os 
Estados Unidos abandonaram o Protocolo de Kyoto, tratado assinado por 178 países, o que levou a um 
aumento de 18% nas emissões do gás carbônico.
Tendo o peso da responsabilidade dividido entre todos os países, a sustentabilidade é obrigação e 
cuidado mundial. Manter o desenvolvimento sem poluir e cuidando do planeta é tarefa árdua. Segundo 
pesquisas, a parcela mais rica do mundo, cerca de 15%, incluindo as minorias ricas dos países pobres, 
consomem energia e recursos em nível tão alto que estender esse estilo de vida ao resto do mundo seria 
o fim. Alguns estudiosos pontuam em 2,6, outros em 3 ou 4 o número de planetas do tamanho da Terra 
necessários para proporcionar os recursos necessários para que todos tivessem o mesmo tipo de vida.
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Baseada no tripé ambiental, econômico e social, chamado de Triple Botton Line e criado por Elkinton 
(1997), a sustentabilidade pode ser entendida como uma visão ampla que inclui a sobrevivência do 
planeta, da sociedade e também dos empreendimentos econômicos. Vista dessa forma, a sustentabilidade 
contempla a continuidade do planeta, mantendo e gerindo os recursos naturais de forma a criar 
condições para isso.
Assim, segundo Almeida (2002), uma organização que queira ser considerada sustentável deverá ter 
suas decisões medidas de forma ecoeficiente, como produzir produtos com cada vez mais qualidade, 
utilizando menos recursos naturais e provocando cada vez menos poluição. Além disso, deverá também 
ter responsabilidade social.
Infelizmente, as empresas não atuam por si só dentro desse padrão de pensamento. O governo 
e a sociedade precisam interferir ferozmente para que se adotem as medidas necessárias. Podemos 
observar, no entanto, que as mudanças na sociedade demoram a acontecer. Exemplo recente que pode 
ser citado é o caso das sacolinhas plásticas distribuídas pelo comércio em geral da cidade de São Paulo. 
Uma lei municipal proibiu as empresas comerciais de distribui‑las ao consumidor.
Claro que do ponto de vista ambiental esta pareceu uma atitude excelente para a preservação do 
ambiente que deixaria de receber milhões de toneladas desse produto químico poluente em forma 
de plástico. No entanto, a lei foi questionada na justiça, pois as empresas de comércio passaram a 
cobrar pelo uso da sacola. Pairou a dúvida de que a lei e a ação não foram adotadas para tornar mais 
sustentável a atividade e sim, apenas, para transferir o custo das sacolas do comércio para o consumidor.
Assim, as legislações pertinentes são muitas e diferenciadas, sejam nos níveis federais, estaduais 
e municipais. Os problemas que assolam cada localidade são diferentes. Pensemos em uma cidade 
altamente urbana, mas cheia de recursos naturais que a tornaram conhecida mundialmente, como o 
Rio de Janeiro. O local precisa de garantias e cuidados diferentes daqueles utilizados em uma cidade que 
não possui os mesmos recursos naturais.
Exemplo de aplicação
Ao refletir sobre a preocupação mundial com a sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente, 
você pode pensar em como as sacolinhas plásticas prejudicam e dificultam o controle sob o ponto de 
vista das empresas de comércios. Pensando nas leis, nas discussões sobre o tema, o que você opina sobre 
sacolinha plástica x sustentabilidade do planeta? E, principalmente, o que você sugeriria para minimizar 
este problema?
5.2 Principais encontros mundiais no caminho da sustentabilidade
Percebidas a devastação e a dificuldade de lidar com o problema do esgotamento de recursos e 
de poluição de forma isolada, vários encontros considerados decisivos foram realizados na busca de 
soluções para o tema. Veremos alguns deles.
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Rio 92
Na busca de encontrar soluções para o problema e maneiras de agir conjuntamente para evitar a 
destruição e manter o desenvolvimento, o primeiro encontro mundial foi a Rio‑92. Entre 3 e 14 de junho 
de 1992, também chamada de Eco‑92, realizou‑se a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento (CNUMAD). O Rio de Janeiro sediou o evento que reuniu representantes de 175 
países e de organizações não governamentais de todo o mundo. Foram aprovados muitos documentos 
internacionais a serem seguidos na época, a maioria de natureza política e de busca de responsabilidades. 
Entre os compromissos específicos adotados pela Eco‑92, podemos citar três convenções: mudança do 
clima, biodiversidade e a declaração sobre florestas. O principal documento, no entanto, foi a Agenda 21.
Agenda 21
O documento propôs algumas situações específicas que deveriam ter a atenção de todos os países:
• dimensões econômicas e sociais, com o foco nas políticas internacionais para combate à pobreza 
e à miséria;
• mudanças necessárias nos padrões de consumo e as relações entre sustentabilidade e o aumento 
da população, com medidas e propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da 
qualidade dos assentamentos humanos;
• conservação dos recursos para o desenvolvimento, proteção da atmosfera e viabilização da 
transição energética;
• importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão 
ecocompatível dos recursos de água doce;
• importância do combate ao desmatamento, à desertificação e à proteção dos ecossistemas de 
montanhas;
• diversidade biológica e sustentabilidade e a necessidade de uma gestão ecologicamente racional 
para a biotecnologia;
• importância da gestão e do manejo racional dos resíduos sólidos, dos perigosos em geral e dos 
tóxicos e radioativos;
• proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes, como os níveis de educação 
da mulher e da participação da mesma em condições de igualdade;
• proteção dos direitos da juventude e dos povos indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e sindicatos, 
da comunidade científica e tecnológica, dos agricultores e do comércio e da indústria;
• medidas para proteção das águas.
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Agenda 21 brasileira
A elaboração da Agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento 
Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Criado em 1997, o documento refletiu o trabalho de vários 
ministérios, órgãos e entidades da sociedade civil, como Ministérios do Meio Ambiente, do Planejamento, 
Orçamento e Gestão, de Ciência e Tecnologia; das Relações Exteriores; Presidência da República; Fórum 
Brasileiro das ONGs e Movimentos Sociais; Fundação Getulio Vargas; Fundação Movimento Onda Azul; 
Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e Universidade Federal de Minas Gerais.
O principal objetivo da Agenda 21 brasileira era redefinir o desenvolvimento do País, somando 
às ações necessárias o conceito de sustentabilidade. Dentro das estratégias para gestão dos recursos 
naturais estabelecidas na Agenda21 brasileira, estava o estabelecimento de normas e regulamentação 
para o uso harmônico da energia e promoção de sistemas alternativos de geração energética, criação 
de leis para promover o investimento de capital privado em usinas alternativas, por meio de incentivos 
fiscais. O documento apresentou questões em todos os segmentos passíveis de esgotamento e poluição, 
como ações para regiões costeiras, o Pantanal e a Amazônia.
Rio+10 – Johannesburgo 2002
Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) 2002 sobre 
sustentabilidade global apontava que, apesar dos esforços das empresas, a degradação ambiental 
do planeta continuava a aumentar. Baseado em relatórios de sustentabilidade global de 22 setores, 
a humanidade já consumia, na ocasião, 25% mais recursos naturais do que o planeta seria capaz de 
repor. A reunião dos países dez anos depois mostrou que os problemas apontados em 1992 estavam 
agravados e a maioria dos pontos de atenção estava com índices piores do que no encontro de dez 
anos anteriores. Por meio do Projeto de Implementação Internacional (PII) foram apresentados quatro 
elementos principais do desenvolvimento sustentável − sociedade, ambiente, economia e cultura.
Carta da Terra
O relatório Brudtland de 1987 propõe vários encaminhamentos para melhorar o ambiente e reduzir 
a poluição. Uma das iniciativas é a Carta da Terra, com os princípios para orientar as nações na transição 
para um desenvolvimento sustentável.
Inspirado nesta recomendação, Maurice F. Strong, secretário geral da Cúpula da Terra Rio‑92 
(Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), propôs em 1990 que a 
Cúpula esboçasse e adotasse uma Carta da Terra.
Redigida nos anos 1990 e apresentada na Rio‑92, não foi ratificada, no entanto. Os participantes 
sentiam que faltava uma conotação mais ética e responsável por parte dos países signatários. A carta 
representava a preocupação com a transição para maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento 
humano sustentável. Após inúmeras consultas internacionais e sem chegar a um consenso na Rio‑92, 
também chamada de Cúpula da Terra no Rio, Strong, em 1994, lançou a nova iniciativa da Carta da 
Terra, juntamente com Michail Gorbatchev, da Rússia.
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A Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o 
documento como a carta dos povos. É um documento bastante extenso que faz parte de um movimento 
global, no qual se incentiva a adoção e o conhecimento como forma de parar a destruição do planeta. 
Destacamos apenas o preâmbulo a seguir:
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época 
em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo 
torna‑se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao 
mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, 
devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas 
e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre 
com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade 
sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos 
universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a 
este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa 
responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da 
vida, e com as futuras gerações (BRASIL, [s.d.]b).
Protocolo de Kyoto
O documento estabelece metas de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), que 
correspondem a cerca de 70% das emissões relacionadas ao aquecimento global, e de outros gases 
causadores do efeito estufa para os países industrializados. O objetivo era reduzir, entre 2008 e 2012, a 
emissão de poluentes em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Em 2015, essa previsão já é de redução 
de 2ºC na temperatura global para não haver danos maiores ao planeta.
A não adesão de EUA e China, responsáveis por quase 50% das emissões mundiais, comprometeu 
o resultado do acordo. Os países assumiram compromissos mais rígidos com o objetivo de reduzir a 
emissão dos gases que provocam o efeito‑estufa como dióxido de carbono, enxofre etc. Esses gases 
são considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do aquecimento 
global. Entrou em vigor oficialmente em 16 de fevereiro de 2005.
As principais propostas do Tratado de Kyoto incluem:
• melhoria dos setores de energia e transportes, respeitando a sustentabilidade;
• estímulo para o uso de fontes de energia renováveis;
• priorização dos mecanismos financeiros e de mercado que estejam de acordo com os objetivos da 
convenção;
• gerenciamento de resíduos e controle das emissões de metano;
• política agressiva de proteção de florestas e sumidouros de carbono.
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Unidade III
 Lembrete
Estados Unidos e China até hoje não acertaram sua participação 
adequadamente no Protocolo de Kyoto, afastando assim a possibilidade da 
redução dos níveis de CO2 no planeta.
Avaliando o Protocolo de Kyoto dez anos após sua entrada em vigor, os especialistas dizem que 
o acordo fracassou em reduzir as emissões mundiais de gases‑estufa, que cresceram 16,2% de 2005 
a 2012. De qualquer forma, teve o sucesso na conscientização da sociedade para implantar projetos 
ambientais, tecnológicos e de desenvolvimento econômico no sentido de evitar o agravamento do 
aquecimento global (TUFFANI, 2015).
Inicialmente, países em desenvolvimento, como o Brasil e a Rússia, tiveram permissão para não aderir, 
com o argumento de que o controle das emissões colocaria em risco o crescimento dessas economias. 
Concluído em 1997, só entrou em vigor em 2005, depois que foi ratificado pela Rússia. O protocolo teve 
189 ratificações, entre elas a do Brasil, em 2002. As novas metas de redução de emissões para o período 
de 2013 a 2020, estabelecidas em 2012 no Qatar, só tiveram até agora 23 adesões.
Apesar de alguns resultados negativos, foram criados cerca de 7.800 projetos de apoio a países em 
desenvolvimento, envolvendo benefícios de até US$ 13,5 bilhões para reduzir emissões por desmate e 
para “sequestro de carbono” da atmosfera por meio de recuperação e ampliação de florestas e outras 
ações, inclusive com transferência de tecnologia e geração de empregos.
Em 2015, uma nova convenção do clima, que será realizada em dezembro, em Paris, deve substituir 
o Protocolo de Kyoto com novas metas para redução de emissões. Os especialistas acreditam que esta 
reunião poderá trazer avanços significativos.
 Saiba mais
Conheça a opinião de especialista do setor José Goldemberg:
A CONFERÊNCIA de 2015 sobre o clima. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 
21 abr. 2014. Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/
geral,a‑conferencia‑de‑2015‑sobre‑o‑clima‑imp‑,1156542>. Acesso em: 
22 fev. 2015.
Sumidouros de carbono
A Alemanha referendou o Protocolo de Kyoto em 2001, depois de conseguir abrandar o cumprimento 
das metas previstas em 1992, principalmente com a ajuda da criação de sumidouros de carbono, que 
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prevê a possibilidade de países com grandes áreas de florestas, que absorvem naturalmente o dióxido de 
carbono, usarem essas áreas como crédito em troca do controle de suas emissões de gases.
Outra vertente da proposta é a de que os países desenvolvidos e mais industrializados, maiores 
emissores de CO2 e de outrospoluentes, poderiam transferir parte de suas indústrias mais poluentes 
para países onde o nível de emissão é baixo ou investir nesses países.
O acordo vigorou mais fortemente até 2002, quando da realização da Conferência de Johannesburgo, 
tornando‑se inconsistente em relação aos objetivos do tratado. Os países mais poluidores não aderiram 
a ele naquela época.
Rio + 20
Após 20 anos, em 2012, um conjunto de representantes de quase 200 países reuniu‑se novamente 
no Rio de Janeiro para discutir o que foi iniciado em 1992 e 2002, e realizar a Rio + 20. O documento 
oficial demorou para ter um consenso, e apesar das críticas sobre o fracasso do encontro, conseguiu 
receber assinaturas de todos os países participantes.
O grande legado foi a maior compreensão de temas como escolhas sustentáveis, energias renováveis, 
ciclos de vida de produtos, urgência de mudanças de padrões de consumo, distinção entre valor de 
uso e valor de troca e ainda como as práticas do passado pressionam os recursos naturais de forma a 
inviabilizar o futuro.
Durante o encontro, nos eventos paralelos, foi possível que empresas, organizações não 
governamentais e administrações de grandes metrópoles fossem muito além no compromisso com o 
meio ambiente. Por exemplo, um grupo de 40 megacidades fez um acordo para reduzir suas emissões 
de gases causadores de efeito estufa, numa quantidade comparável a toda a emissão anual do México.
O setor empresarial, praticamente ausente na Rio−92, liderou a realização de compromissos 
voluntários, reconhecendo o valor do capital natural e comprometendo‑se a usar os recursos naturais de 
forma responsável. Mais de três mil pessoas de 1500 empresas de 60 países produziram 220 compromissos. 
O número total de compromissos voluntários assumidos por empresas, governos e sociedade civil é de 
aproximadamente 700 e somam mais de 500 bilhões de dólares.
A Cúpula dos Povos recebeu mais de 350 mil pessoas, incluindo cerca de 14 mil ativistas brasileiros 
e de redes internacionais e mais de 7 mil organizações não governamentais.
Alguns problemas continuaram os mesmos: falta de definição clara sobre responsabilidades específicas 
e repasses financeiros, bem como prazos para adoção de medidas que promovam o desenvolvimento 
sustentável pelas autoridades dos países. Liberação de recursos e a criação de um fundo de US$ 30 
bilhões para a preservação ambiental em países em desenvolvimento não foi aprovado e também não 
ficou resolvido o impasse de quem deve pagar a conta da implantação de desenvolvimento sustentável 
nesses países.
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Esperava‑se que o Programa das Nações Unidas para Meio Ambiente se transformasse em uma 
agência, o que não ocorreu e permanece, portanto, sem poderes para criar uma estrutura e medidas 
práticas de preservação ambiental.
 
 Observação
A Organização das Nações Unidas ainda não conseguiu ter o poder de 
punir os países que não cumprem os acordos internacionais que garantiriam 
o desenvolvimento sustentável e a proteção dos recursos naturais.
5.3 Desastres ambientais provocados pelo homem
Não obstante a preocupação mundial com o esgotamento de recursos, a ação do homem pode 
provocar danos desastrosos ao meio ambiente e aos seres vivos. Vamos conhecer alguns dos piores 
desastres ambientais registrados na história da humanidade para que possamos refletir sobre qual é o 
papel das empresas e dos governos para evitar essas ocorrências.
Acidentes nucleares
Em 26 de abril de 1986, na cidade de Chernobyl, na Ucrânia, um reator da usina nuclear explodiu 
espalhando 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima, no final da 
Segunda Guerra Mundial. A radiação espalhou‑se para a atmosfera da então União Soviética, Europa 
Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Até hoje não se sabe o real número de vítimas e de afetados pelo 
acidente, que resultou na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca 
de 20 quilômetros ao redor do ocorrido permanecem desativados. O reator que causou o acidente 
permanece lacrado, mas pode acarretar impactos futuros ainda. Um relatório da ONU feito em 2005 
atribuiu 56 mortes até aquela data, números contestados pelo Greenpeace. São atribuídos ao vazamento 
entre 30.000 e 60.000 mil mortes por câncer.
Em 12 de março de 2011, o Japão foi atingido por um terremoto de 9 pontos da Escala Richter, 
que provocou estragos na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, cerca de 250 quilômetros ao norte 
de Tóquio. Explosões em três dos seis reatores da usina deixaram escapar radiação em níveis que se 
aproximam do preocupante, segundo as autoridades japonesas. O acidente foi classificado no nível 5 da 
escala internacional de eventos nucleares (INES) pelas autoridades japonesas.
Em 1979, em Three Mile Island, Pensilvânia, EUA, o reator da usina nuclear sofreu uma falha mecânica, 
que somada a diversos erros humanos lançou 1,5 milhão de líquido refrigerante ou água radioativa no 
ar e no rio Susquehanna, poluindo um raio de 16 km. A população não foi informada sobre o acidente, 
sendo evacuada apenas dois dias após o ocorrido, e de forma seletiva, apenas crianças e mulheres 
grávidas. Não houve mortes relacionadas ao acidente, mas em poucos dias, 140.000 pessoas haviam 
deixado a área voluntariamente.
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Intoxicação por produtos químicos
Em Bhopal, na Índia, no dia 2 de dezembro de 1984, a fábrica de pesticidas Union Carbide explodiu 
e lançou 45 toneladas de metil isocianato na atmosfera, causando a morte de milhares de pessoas em 
poucas horas, o que continuou a acontecer nos meses seguintes, em decorrência da contaminação. 
Cerca de 27.000 pessoas morreram e um total de 500.000 foram afetadas por doenças de todos os 
tipos, como cegueira, falência dos órgãos, má formação em fetos e defeitos congênitos. Efeitos que são 
transmitidos aos descendentes até hoje. Os números não são precisos, mas cerca de 150 mil pessoas 
ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o 
trabalho, devido a problemas de saúde. As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos 
gases também apresentam problemas de saúde. Com todas essas ocorrências, a empresa americana não 
fornece informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes e, como consequência, os médicos 
não tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos.
Nos anos 1930, a Chisso, uma empresa química se instalou em Minamata, no Japão. Observadas 
primeiro em animais, em 1956, começaram as convulsões e perda e descontrole das funções motoras. 
Somente dois anos depois, concluiu‑se que a doença era devido ao envenenamento das águas com 200 
a 600 toneladas de metilmercúrio na baía da cidade, infectando peixes e mariscos que eram a principal 
fonte de alimentação da população local. Depois de várias batalhas judiciais, a empresa foi obrigada a 
indenizar as vítimas, mas o resultado da contaminação se faz sentir até hoje.
Figura 17 – Produtos químicos podem causar diversos tipos de contaminação ambiental
Em 10 de julho de 1976, em Seveso, na Itália, a indústria química ICMESA teve tanques de armazenagem 
rompidos, liberando vários quilogramas da dioxina TCDD (2,3,7,8‑tetraclorodibenzo‑p‑dioxina) na 
atmosfera, espalhando‑se por grande área entre Milão e o lago de Como. Apareceu como se fosse uma 
nuvem em cima da cidade. O fato foi ignorado e apareceram os primeiros animais mortos. Cerca de 
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3.000 animais morreram e 70.000 tiveram que ser sacrificados para evitar a entrada da dioxina na cadeia 
alimentar. Um agricultor acionou os órgãos responsáveis depois que seu gato morreu e decompôs‑se 
muito rapidamente, como se tivessem lhe jogado ácido. Efeitos em humanos começaram a aparecer dois 
dias depois, como feridas na pele, desfiguração, náuseas e visão turva, porém não há registro de mortes 
ligadas diretamente ao acidente.
Em Love Canal, em 1978, Nova Iorque, EUA, 21.000 toneladas de lixo tóxico enterrado por uma 
indústria nos anos 1920 foi descoberto por acaso depois que fortes chuvas desenterraram toneladas 
desse material, espalhando‑se pelos encanamentos das casas. Centenas de famílias abandonaram o 
local, algumas apresentando sinais de intoxicação.
Nos anos 1950, no Mar de Aral, o desvio de águas para irrigação da lavoura de algodão na Rússia, a 
partir dos anos 1950, provocou a desertificação do lugar. Antes com uma área de 68 mil km2, o Mar de 
Aral começou a encolher constantemente nos anos 1960, depois de os rios Amu Darya e Syr Darya, que 
o alimentavam, terem sido desviados para projetos de irrigação. Em 2004, o mar tinha encolhido para 
25% da sua área original e um aumento de quase cinco vezes da sua salinidade matou a maioria da sua 
flora e fauna natural. Em 2007, apenas 10% da dimensão original se dividia em três lagos.
Vazamento de óleo
O Exxon Valdez, 1989, Alasca: um megapetroleiro encalhou nas águas do Alasca, em 24 de março 
de 1989, despejando cerca de 11 milhões de galões de óleo, espalhados rapidamente por cerca de 500 
quilômetros, matando milhares de animais. Cerca de 11.000 pessoas e 1.000 embarcações se mobilizaram 
para conter e reverter o impacto.
Em 1991, Saddam Hussein perdeu o território do Kuwait e, em resposta, invadiu a região e incendiou 
cerca de 600 poços de petróleo, que arderam em chamas por cerca de sete meses, lançando ao Golfo 
Pérsico fumaça venenosa, com fuligem e cinzas, criando em seguida a chuva negra, que formou lagos 
de óleo e provou a morte de milhares de animais.
Figura 18 – Refinarias de petróleo
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No Brasil, em 24 de fevereiro de 1984, moradores perceberam o vazamento de gasolina em um dos 
oleodutos da Petrobras que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa. A tubulação 
passava em região alagadiça, em frente à vila constituída por palafitas. Naquela noite, um operador 
alinhou inadequadamente e começou a transferir gasolina para uma tubulação que estava fechada, 
que com a sobrepressão, rompeu‑se e espalhou cerca de 700 mil litros de gasolina pelo mangue. Vários 
moradores coletaram e armazenaram o combustível, pensando em conseguir dinheiro com a venda dele. 
A movimentação das marés espalhou o produto inflamável pela região alagada e cerca de duas horas 
após o vazamento, ocorreu um grande incêndio, queimando as palafitas de Vila Socó. O número oficial 
de mortos é de 93, mas números não oficiais garantem mais de 500 vítimas fatais.
No Rio de Janeiro, no ano 2000, a Petrobras foi responsável pelo derramamento de mais de um 
milhão de litros de óleo na baía de Guanabara. Em julho do mesmo ano, mais um acidente. Desta vez, 
cerca de 4 milhões de litros de óleo cru vazaram de refinaria em Araucária (PR).
5.4 A sustentabilidade e a cultura ambiental interna
Independente de os governos entrarem em acordo sobre os temas da sustentabilidade, vamos 
conhecer o que as empresas têm feito para garantir mais sustentabilidade ao planeta. Afinal, cada esfera 
da sociedade precisa fazer a sua parte.
A sustentabilidade hoje não é mais apenas um tema da moda. As empresas já aprenderam que se 
trata de uma questão de sobrevivência, além de fator crucial para a construção de marca e garantia de 
competitividade. Com tantas mudanças e apelos ao meio ambiente, é certo que as pessoas procuram 
comprar produtos que apoiem essas causas. Portanto, as empresas devem agir com consistência em 
relação às causas de sustentabilidade que apoiam, fazendo por desejo genuíno e não por interesse na 
autopromoção.
Se a cultura organizacional se refere ao sistema de significados compartilhado por todos os membros 
e que distingue uma organização das demais, sendo sua própria essência, podemos dizer que a cultura 
da empresa é a forma como ela se apresenta ao mundo, ou a visão que as pessoas têm dela está 
relacionada à cultura.
Assim, a cultura reflete os pensamentos da alta direção e dos funcionários e se expressa na maneira 
como ela conduz seus negócios e na forma como trata seus clientes, seus produtos, seus funcionários, 
a sociedade e o meio ambiente.
Assim, uma empresa alinhada aos propósitos atuais está preocupada com suas ações e o que faz 
com o meio ambiente.
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 Saiba mais
Confira uma lista com as 100 empresas consideradas mais sustentáveis 
no mundo:
RANKING Global 100 e as empresas mais sustentáveis de 2015. Mercado 
Ético, 26 fev. 2015. Disponível em: <http://www.mercadoetico.com.br/
arquivo/ranking‑global‑100‑e‑as‑empresas‑mais‑sustentaveis‑de‑2015/>. 
Acesso em: 4 mar. 2015.
O relatório “State of Green Business 2011”, lançado em fevereiro de 2015 pelo GreenBiz, 
portal especializado em sustentabilidade empresarial, mostra as 10 principais tendências em 
sustentabilidade que devem fazer diferença para as empresas. Essas tendências foram traçadas por 
meio da análise de cerca de 2.200 reportagens, posts, artigos e podcasts publicados em 2010 nos 
quatro canais do GreenBiz – ClimateBiz, GreenerBuildings, GreenerComputing e GreenerDesign 
(PROCEL INFO, 2015).
1 – Gigantes do consumo acordam para o “verde”
Produtos de alto consumo, de categorias como limpeza, alimentos industrializados 
e higiene pessoal eram relutantes em atuar com a sustentabilidade, pela própria origem 
de seus negócios. O cenário tem‑se alterado nos últimos anos e marcas como Kraft, 
Procter & Gamble, Unilever e Walmart entraram para o apelo sustentável com metas 
ambiciosas para redução de suas emissões de gases estufa, aumento da reciclagem, 
redução do uso da água, eficiência energética, uso de energia alternativa, entre outras, 
são suas principais ações.
2 – Empresas almejam o “zero”
A meta “zero lixo” se popularizou e entrou nas perspectivas de negócio de grandes 
companhias, como é o caso da General Motors que, em dezembro de 2010, anunciou que 
mais de 70 de suas 146 indústrias conseguem reciclar todo o descarte gerado na produção. 
Entre outras empresas, a Procter & Gamble também acertou suas metas o que o tema ser 
uma tendência para os próximos anos.
3 – Países em desenvolvimento ganham importância na cadeia de suprimentos
Há preocupação em criar uma cadeia de produção socialmente responsável em todos 
os níveis, incluindo a capacitação dos produtores, com programas de geração de renda e 
incentivo ao empreendedorismo nos países em desenvolvimento que deixam de ser apenas 
fornecedores de commodities, para se alinhar aos projetos das grandes companhias.
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4 – Transporte “verde” para maior eficiência energética
Alguns dos projetos de transporte verde que emergiram em todos os modais de transporte 
em 2010. Apareceram os carros elétricos Chevy Volt e Nissan Leaf, a Maersk passou a medir 
as emissões de carbono de seus navios em operação, a Alaska Airlines começou a testar a 
redução de emissões em seus voos e a FedExanunciou um programa para aumentar em 
20% a eficiência do combustível usado em suas operações até 2020.
5 – Alimentação sustentável transforma‑se no prato principal
Agricultura sustentável era sinônimo de comida saudável era preocupação de alguns 
poucos consumidores que se preocupavam com e alimentação natural até pouco tempo 
atrás. Era, porque grandes empresas começam a assumir compromissos nesse campo, como 
o Walmart que investiu em 2009 cerca de US$ 1 milhão para capacitar pequenos e médios 
fazendeiros a cultivar de forma sustentável.
6 – Certificações para todas as indústrias
Certificações que atestam os negócios sustentáveis existem diversas áreas, mas 
para alguns produtos ainda não existem, o que tem sido coberto pela ação de algumas 
organizações, como o Underwriters Laboratories, por exemplo, que criou uma certificação 
para a indústria dos telefones celulares. Embalagens responsáveis são certificadas pela UPS 
e o Eco Index atesta a qualidade sustentável de um grupo de empresas de vestuário e 
calçados, que inclui a Levi’s e a Timberland. A Nike tem investido na criação de roupas feitas 
a partir de material orgânico.
7 – Preocupações tóxicas incentivarão alternativas verdes
Os consumidores não querem mais produtos que contenham ingredientes tóxicos e 
o tema adquiriu importância nas agendas das empresas, ativistas e órgãos regulatórios a 
partir de 2010. O novo campo, a química verde é uma área que busca reduzir ou eliminar 
substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, além de buscar a redução do impacto 
ambiental na produção. A Basf e a Dow, por exemplo, desenvolveram uma nova maneira 
de fabricar o óxido de propileno, que tem uma demanda global de 14 bilhões de toneladas, 
com redução em 80% do uso da água e 35% de energia.
8 – A preocupação com o uso da água só cresce
Atenção total ao uso da água, cuja redução do uso em processos produtivos ganhou 
a preocupação de todo tipo de indústria e não mais apenas as que a utilizam de 
maneira fundamental em suas atividades. Analisar o uso da água tem ajudado muitas 
a encontrar oportunidades para redução e aumento da eficiência na produção, o que 
gera também inovação.
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9 – Empresas aprendem a fechar o ciclo
Uma sociedade em que novos produtos surgem a partir da reciclagem e das embalagens 
é uma sociedade com ciclo fechado. O conceito de upcycling está cada vez mais comum, no 
qual empresas cuidam de reciclar as embalagens para criar novos produtos, como é o caso 
da Starbucks que tem projetos para reciclar 100% de seus copos.
10 – Bioplásticos transformam‑se em embalagens
A busca de alternativas para o plástico derivado de petróleo sempre liderou o trabalho 
de especialistas, que em 2010 transformaram o bioplástico em realidade. A Coca‑Cola, por 
meio de uma subsidiária, a Odwalla, afirmou que já substitui suas embalagens de bebidas 
por plástico derivado de melaço e cana‑de‑açúcar. A Pepsico e o salgadinho Frito‑Lay utiliza 
embalagem feita a partir de um polímero de milho.
Fonte: Procel Info (2015).
É claro que essas são apenas algumas tendências de algumas áreas. A sustentabilidade apresenta 
oportunidades em muitos caminhos a serem trilhados pelas empresas preocupadas com o tema. Na área 
da saúde são muitas possibilidades.
É importante perceber que as empresas atuam para a sustentabilidade, mas seu objetivo sempre é 
manter e aumentar os lucros, sendo essa preocupação uma atividade secundária.
Vamos conhecer como um grande hospital brasileiro lida com a questão da sustentabilidade. A 
empresa apresenta em suas páginas da internet várias informações sobre programas de sustentabilidade, 
tendo até mesmo diretrizes para o tema.
Diretrizes ambientais da sociedade
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, dentro de seu compromisso 
com a Sustentabilidade Ambiental, procura seguir e se tornar referência na aplicação das 
diretrizes dos Protocolos Internacionais dos quais o Brasil é signatário, visando reduzir ao 
mínimo os impactos causados pelas suas operações. Compromete‑se, assim, a preservar o 
meio ambiente e os recursos naturais, por meio do estabelecimento de objetivos e metas que 
garantam excelência no desempenho ambiental e a conformidade com a legislação vigente.
Para tanto, compromete‑se a:
• buscar o desenvolvimento das suas atividades, visando diminuir a geração de 
resíduos, minimizando os impactos ao meio ambiente;
• executar projetos hospitalares (implantação e operação), visando sempre à proteção 
do meio ambiente;
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• prevenir e mitigar a poluição;
• fornecer a estrutura para estabelecer, revisar e analisar criticamente os planos de 
ação para preservação do meio ambiente;
• manter permanente diálogo com as partes interessadas – funcionários, fornecedores, 
comunidades vizinhas, clientes, órgãos de controle ambiental e o público em geral 
‑, com o comprometimento de abertura nas discussões para a adoção das melhores 
práticas de meio ambiente;
• seguir, com estrito respeito, a Legislação vigente, os regulamentos, padrões, normas 
e procedimentos voltados ao meio ambiente, assegurando a otimização das ações 
que permitam a redução e/ou eliminação dos efeitos ambientais adversos;
• reduzir o consumo de água, de eletricidade e de papel.
Com relação a resíduos e efluentes, compromete‑se:
• atender ao disposto pelas Resoluções Conama 358 (Disposição de Resíduos de Saúde) 
e Anvisa 306 (Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de 
saúde;
• manter o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) da 
instituição.
Com relação aos insumos, compromete‑se:
• reduzir o consumo de água, de eletricidade, de papel, atuando na fase do anteprojeto, 
aquisição e manutenção de equipamentos, sinalização e treinamento.
Com relação à área de compras, compromete‑se:
• estimular fornecedores de produtos e serviços a obter certificação de menor impacto 
ao meio ambiente;
• não utilizar produtos/equipamentos que danifiquem a camada de ozônio (CFCs, 
HCFCs, HBFCs, Halon e bromoclorometano);
• priorizar fornecedores que reutilizem materiais ecologicamente corretos;
• adquirir papéis preferencialmente certificáveis, por exemplo, pelo FSC – Forest 
Stewardship Council, ou reciclados.
Fonte: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein ([s.d.]a).
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Podemos observar que o projeto é bem completo, principalmente levando em consideração que 
hospitais apresentam muitos riscos ao meio ambiente por causa dos despejos de produtos químicos que 
acontecem em quase todas as áreas.
Outro ponto apresentado pelo hospital é o tratamento de esgotos hospitalares, 
o descarte de materiais e tecidos contaminantes e a incineração de plástico.
Alguns problemas relacionados à poluição por hospitais são bem conhecidos 
e devidamente regulados em vários países. É o caso do tratamento dos 
esgotos hospitalares e o descarte de materiais e tecidos infectantes, bem 
como de agentes prejudiciais como metais pesados e radioisótopos. No 
entanto, há várias outras fontes de poluição não regulamentadas, como é 
o caso do PVC, cuja incineração leva à liberação de dioxinas carcinogênicas, 
assim como de embalagens plásticas de soros e medicamentos que podem 
ser tóxicas para o organismo humano.
Hospitais e centros oncológicos são fontes de contaminação do ambiente 
por platina, a partir da excreçãode drogas antineoplásicas. O maior risco 
ambiental, a partir dos resíduos hospitalares, é representado pelo chamado 
lixo infectante. Caracteriza‑se pela presença de agentes biológicos como 
sangue e derivados, secreções e excreções humanas, tecidos, partes de 
órgãos, peças anatômicas, fetos, resíduos de laboratórios de análises e de 
microbiologia, de áreas de isolamento, de terapias intensivas, de unidades 
de internação, assim como materiais perfurocortantes.
O lixo infectante deve ser separado do restante do lixo hospitalar, sendo o 
treinamento de funcionários para esta função uma exigência do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente no Brasil. No entanto, desconhece‑se a efetiva 
separação e destinação deste lixo pelos milhares de hospitais brasileiros, 
assim como pela maioria dos hospitais no mundo.
A incineração de lixo infectante é prática comum, porém o transforma 
em cinzas contaminadas com substâncias nocivas à atmosfera, como as 
dioxinas e os metais pesados, que aumentam a poluição do ar. O processo 
gera emissões que podem ser mais tóxicas do que os produtos incinerados 
(SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN, [s.d.]b).
Veja que o próprio hospital chama a atenção para um problema grave sobre o tema, mas não 
apresenta suas ações e solução para o caso.
6 GESTÃO AMBIENTAL E A LEGISLAÇÃO
A criação e o cuidado com sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável levaram ao surgimento 
de uma área específica para tratar desses temas, a gestão ambiental. Houve a necessidade de formação 
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de pessoas comum perfil que agregasse a visão ambientalista à exploração racional dos recursos naturais, 
fugindo, portanto, de ativismo ecológico e do simples amor à natureza.
A gestão ambiental procura organizar as atividades humanas de forma a originar o menor impacto 
possível sobre o meio, recaindo sobre a escolha das melhores técnicas e o cumprimento da legislação 
por meio da alocação correta de recursos humanos e financeiros.
Não significa, no entanto, que esta área é responsável pelas pesquisas ambientais ou as técnicas, 
mas sim que domina e maneja as ferramentas existentes da melhor forma possível. A gestão ambiental 
trabalha com as ferramentas de gestão (ciências naturais, pesquisas ambientais, sistemas e outros), mas 
não as desenvolvem, apenas aplica cada uma delas.
Gestão ambiental ou gerenciamento ambiental? Ambos apresentam o mesmo significado: gerenciar 
e gerir são sinônimos.
A gestão ambiental é uma consequência da necessidade do cuidado e atenção com os recursos 
naturais, que precisam ser repostos ou economizados para manter assim o desenvolvimento sustentável, 
bem como recuperar a degradação ambiental causada pelas pessoas e pelas empresas ao meio ambiente 
(BRUNS, [s.d.]).
O profissional de gestão ambiental utiliza técnicas e conhecimentos que garantam o uso racional 
dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade. Ele planeja, desenvolve e executa projetos que 
visam à preservação do meio ambiente, como programas de reciclagem e de educação ambiental. Ele 
analisa a poluição industrial do solo, da água e do ar e a exploração de recursos naturais e, com base 
nos dados coletados, elabora estratégias para minimizar o impacto causado pelas atividades humanas. 
Essa atividade está presente no setor público ou privado e nas áreas urbanas, rurais ou industriais. 
É habilitado para atuar no planejamento ambiental, na exploração de recursos naturais de maneira 
sustentável e na recuperação e manejo de áreas degradadas.
6.1 Instrumentos de gestão ambiental
Os instrumentos de gestão ambiental servem para sistematizar procedimentos técnicos e 
administrativos de forma a assegurar a melhoria e o aprimoramento contínuo do desempenho ambiental 
de um empreendimento ou de uma área a ser protegida e, dessa forma, obter o reconhecimento de 
conformidade das medidas e práticas adotadas (BITAR; ORTEGA, 1998). Os estudiosos da área dividem 
os instrumentos em dois tipos: os que são utilizados para gestão ambiental de empreendimentos e os 
que são utilizados em regiões geográficas delimitadas.
Os instrumentos de gestão ambiental de empreendimentos servem para as empresas em geral e 
também quando se tem em mente determinado empreendimento como uma estrada, mineradoras, 
hidrelétricas, aterros sanitários etc. Note que se tratam de empreendimentos e implantações que 
envolvem grandes áreas e riscos maiores ainda. Também neste caso, os especialistas costumam chamar 
de gerenciamento ambiental.
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Os instrumentos de gestão ambiental de regiões geográficas delimitadas são utilizados para pensar 
mais globalmente a sustentabilidade em áreas de grande extensão territorial e de grande importância 
quanto à conservação do meio ambiente, como também na manutenção da qualidade de vida das pessoas.
Atualmente no Brasil, as regiões geográficas onde o sistema de gestão ambiental está sendo aplicado 
com maior ênfase são: bacias hidrográficas, unidades de conservação ambiental, áreas costeiras e áreas 
metropolitanas.
6.2 Gestão ambiental de empreendimentos
Para os empreendimentos são utilizados os seguintes instrumentos:
• Avaliação de Impacto Ambiental (AIA);
• Monitoramento ambiental;
• Auditoria ambiental (ISO Série 14.000);
• Análise de riscos ambientais;
• Investigação do passivo ambiental;
• Seguro ambiental;
• Sistema de gerenciamento ambiental; e
• Certificações.
Deve‑se pensar também, ao se utilizar os instrumentos, em qual situação está o empreendimento, 
se já está instalado. Então, os instrumentos serviriam mais como tarefa de correção e mitigação de 
danos, ou se em fase de implantação, quando os instrumentos são mais adequados para prevenir os 
riscos e danos ambientais. Na instalação do empreendimento, o objetivo principal é prever e prevenir 
alterações; quando já instalados, além de minimizar as alterações, o objetivo é também melhorar imagem 
e relacionamento com a comunidade.
Quando se utiliza os instrumentos em um projeto que ainda será instalado, a interpretação das alterações 
ambientais é subjetiva e depende de quem faz a análise. Isso não ocorre aos empreendimentos já instalados, 
que têm critérios objetivamente pontuados e baseiam‑se em normas e exigências legais já existentes.
Em empreendimentos já instalados, os instrumentos utilizados são a avaliação de impacto ambiental e o 
plano de recuperação de áreas degradadas. Já para os que estão instalados pode‑se utilizar a recuperação de 
áreas degradadas, monitoramento ambiental, auditoria ambiental, análise de riscos ambientais, investigação 
do passivo ambiental e seguro ambiental. Nos dois casos é adequado utilizar o sistema de gerenciamento 
ambiental. Os instrumentos de gestão ambiental foram apresentados com base em Bitar e Ortega (1998).
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PLANEJAMENTO E NEGÓCIOS DA SAÚDE
Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
A Avaliação de Impacto Ambiental refere‑se a um conjunto de procedimentos legais, institucionais e 
técnico‑científicos, que são utilizados para caracterizar e identificar os possíveis impactos ao se instalar 
um empreendimento. O objetivo é prever os riscos para poder minimizar os impactos que poderão 
causar. Quaisquer possibilidades de danos e impactos ambientais no futuro precisam ser previstas no 
instrumento, sendo utilizado em implantações de mineradoras, hidrelétricas, rodovias, aterros sanitários, 
oleodutos, indústrias, estaçõesde tratamento de esgoto e loteamentos.
Os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) se popularizaram a partir da exigência legal de realização. 
São propostas quatro etapas e o AIA cumpre com a segunda delas: diagnóstico ambiental, análise dos 
impactos ambientais, medidas mitigadoras e elaboração de programas.
Monitoramento ambiental
Por meio do monitoramento ambiental realizam‑se as medições específicas para verificar se está 
ocorrendo algum impacto, podendo verificar suas dimensões e se é necessário avaliar as medidas 
preventivas a serem adotadas. Os registros do monitoramento são fundamentais para acompanhar a 
situação para a realização das auditorias e também prestar contas ao poder público, quando necessário.
O monitoramento tanto pode ser feito pela empresa quanto pelo poder público. Por exemplo, há um 
caso famoso na cidade de São Paulo, de um shopping na zona norte da cidade que foi construído em 
cima de um antigo lixão. Eventualmente aparecem notícias de que o local está contaminado.
Auditoria ambiental
Uma auditoria consiste em frequentes exames feitos de forma sistemática, em períodos regulares, 
sendo documentados os resultados, que servem para analisar e confirmar se ações práticas estão sendo 
realizadas em uma empresa em relação às exigências ambientais legais, normativas e de política interna. 
Também pode ser realizada pelos órgãos legais ligados ao tema.
Quando uma empresa realiza auditoria ambiental por conta própria, internamente, os resultados 
fornecem subsídios ao aprimoramento do desempenho ambiental.
Na auditoria externa (contratando empresas especialistas no assunto), geralmente, o objetivo 
é averiguar o desempenho da empresa pelo órgão ambiental, bem como submetê‑la à avaliação de 
clientes, consumidores e da sociedade e ainda para obter certificações.
Em 1994, a International Organization for Standardization (ISO) divulgou as minutas das normas 
da série 14.000, que tratam do Sistema de Gerenciamento e Auditoria Ambientais. Essas normas foram 
criadas com base nas normas criadas pela British Standard Institution (BSI), que divulgou a BS7750, 
em 1992, colocando a auditoria ambiental como uma das etapas do Sistema de Gerenciamento 
Ambiental. Essas normas foram regulamentas pela Comunidade Europeia em 1993, como um modelo 
de gerenciamento e auditoria ambiental (ou ecoauditoria) para todos os empreendimentos.
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No Brasil, a auditoria ambiental começou a ser obrigatória, inicialmente em alguns municípios e 
estados, como na cidade de São Paulo e no estado do Rio de Janeiro, em 1991, em Minas Gerais, em 
1992 e no Espírito Santo, em 1993.
Análise de riscos ambientais
A análise de riscos ambientais calcula a probabilidade de ocorrência de acidentes e avalia as 
consequências sociais, econômicas e ambientais. O instrumento ajuda a identificar situações 
de risco de um empreendimento em funcionamento e mensurar as possíveis consequências caso 
ocorra um acidente, em todos os níveis: ao meio ambiente, à comunidade, ao empreendimento e 
seus funcionários. O instrumento é utilizado em instalações industriais, barragens, hidrelétricas e 
disposição de resíduos urbanos e industriais, incluindo barramentos em projetos de retenção de 
rejeitos de mineração, e tem sido aplicado em instalações químicas e petroquímicas de distritos 
industriais de grande porte.
Se o instrumento for utilizado e conseguir identificar riscos ambientais, medidas de prevenção 
podem ser implantadas e reduzir a possibilidade de ocorrência de acidentes ambientais.
Assim, empresas com alto risco para acidentes ambientais devem ter um constante programa de 
análise de riscos em seu sistema de gerenciamento ambiental, como é o caso daquelas que trabalham 
com substâncias com alto poder contaminante e de empresas que se encontrem em áreas onde os 
processos do meio físico possam acarretar acidentes.
Investigação do passivo ambiental (due diligence)
Precaução e cautela nunca são demais. É isto que revela a chamada due diligence, no caso, atenção 
especial e extra para a gestão ambiental. A investigação do passivo ambiental consiste em atividades 
para identificar e avaliar todos os problemas ambientais existentes com determinado empreendimento 
ou empresa que foram gerados no passado. Por meio dele, levanta‑se o histórico das práticas adotadas 
pela empresa nos locais onde ela operou.
Quando a empresa conhece seu passivo ambiental pode investir para corrigir os impactos ambientais 
adversos gerados em decorrência de suas atividades e que não tenham sido controlados ao longo 
dos anos de suas operações. O instrumento serve, principalmente, para definir valores, transformar a 
discussão intangível em termos econômicos, ou seja, definir o custo ambiental que os compradores 
terão que arcar com a aquisição de uma empresa, empreendimento ou terreno.
Os passivos ambientais de indústrias podem ser representados pela contaminação do solo com 
solventes, agrotóxicos e produtos tóxicos ou ainda, pilhas, baterias e produtos radioativos enterrados. 
Lagos contaminados por efluentes industriais também são considerados passivos ambientais. Já no 
caso de rodovias e ferrovias, o passivo ambiental corresponde a erosões, danos permanentes em pontes 
e viadutos etc. Em aeroportos, corresponde a solos contaminados por gasolina de avião e outros 
combustíveis (LEITE, 2011).
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Seguro ambiental
O seguro serve para reparar os danos pessoais ou materiais e garantir que sejam reparados em 
caso de ocorrências, mesmo acidentais, de poluição ambiental. Indenização e despesas decorrentes de 
processos judiciais devem ser cobertos pelo seguro ambiental. Para contratar o seguro, as companhias 
exigem sistemas eficientes de controle ambiental. Entretanto, a resposta ambiental nem sempre é a 
esperada, por isso a cobertura de danos por meio de seguro torna‑se essencial.
Sistema de gerenciamento ambiental ou sistema de gestão ambiental
O gerenciamento ambiental consiste em estabelecer normas e parâmetros que devem ser seguidos 
pela empresa, que garantam um desempenho ambiental adequado, em conformidade com a legislação 
ambiental vigente, das diversas etapas da atividade desenvolvida pelo empreendimento, envolvendo 
todas as partes interessadas no processo, desde os funcionários até a comunidade.
Integrar todas as ferramentas e atividades gerenciais para atingir o desempenho ambiental desejado, 
no cumprimento das exigências ambientais, envolve a montar uma estrutura organizacional, estabelecer 
responsabilidades, definir procedimentos e alocar recursos com o objetivo de melhoria contínua do 
desempenho ambiental da empresa. O SGA engloba a estrutura organizacional, responsabilidades, 
procedimentos, processos e recursos necessários para o gerenciamento ambiental.
Na elaboração do SGA deve‑se conhecer as diversas áreas envolvidas e contemplar os muitos 
interesses, como funcionários, acionistas, seguradoras, clientes, consumidores, ambientalistas e sociedade 
em geral, para os quais devem ser elaborados manuais de gerenciamento ambiental, começando ainda 
pela auditoria do sistema, como forma de compreender onde a empresa está quando se trata das 
questões ambientais e onde pretende (ou muitas vezes deve, em razão das legislações) chegar.
O sistema de gerenciamento, ou gestão ambiental brasileiro, segue o padrão da normatização técnica 
inglesa (BS7750), que serviu de referência para a elaboração das normas ISO. No Brasil, a edição foi da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e é chamada de ISO Série 14.000.
A norma apresenta todos os procedimentospara a implantação do SGA e para a obtenção da 
certificação ambiental. Assim, podemos depreender que o SGA é o meio pelo qual a empresa consegue 
o reconhecimento de sua qualidade ambiental e uma certificação por isso.
Desde os anos 1990, o mundo e o Brasil observaram um movimento das empresas no sentido de 
conseguirem as certificações de qualidade, ambientais e de responsabilidade social. Vamos conhecer as 
que tratam de sustentabilidade e gestão ambiental.
6.3 Certificações ambientais
Quando as empresas querem mostrar à sociedade que seguem padrões de qualidade em determinada 
área, elas buscam as certificações, que nada mais são do que um atestado de cumprimento de 
determinados critérios.
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A certificação ambiental surgiu da necessidade de diferenciar os produtos com desempenho 
ambiental adequado e é representada pela norma ISO 14.000, que destaca as ações ambientais da 
empresa merecedora da certificação.
Para conseguir a certificação, a empresa deve demonstrar que os processos de fabricação de seus 
produtos seguem e respeitam os requisitos legais referentes às questões ambientais e apresentam 
determinados procedimentos exigidos pelo órgão certificador. A certificação tanto pode ser concedida 
a empresas industriais em geral, como para prestadoras de serviços (consultorias, comércio e serviços).
A análise compreende todo o processo produtivo e envolve desde a obtenção de matéria‑prima até o 
descarte de resíduos, a qualidade ambiental do produto gerado, a reciclagem, a biodegrabilidade entre outros 
aspectos concernentes ao tema, considerando todas as etapas de produção, transporte e comercialização.
Quando uma empresa possui um sistema de gerenciamento ambiental que funciona, este já é um 
bom caminho para responder aos critérios de certificação, sendo que deve passar por uma auditoria 
para comprovar a conformidade com as exigências ambientais.
6.4 Sustentabilidade e gestão ambiental nas organizações
É possível encontrar ações de sustentabilidade nas empresas e em órgãos públicos. O Ministério 
Público Federal explica em um de seus programas que a gestão ambiental se apresenta de formas muito 
diferentes, tendo que se adequar à realidade de cada local. Por exemplo, um plano de gestão ambiental 
para uma pequena clínica será bem diferente do que se configura para um grande hospital.
Os responsáveis até ensinam uma forma de planejar as ações em alguns departamentos por meio 
de um guia. Os procedimentos, no entanto, para a criação de um plano de gestão ambiental são muito 
parecidos, e alguns passos são necessários para chegar a um bom termo. Resumidamente, a indicação 
do Ministério Público Federal (BRASIL, [s.d.]c) é a seguinte:
• criação de um grupo de trabalho ou comissão gestora, composta por funcionários de diferentes 
setores, que coordenará o trabalho. Deve‑se publicar uma portaria oficializando o grupo;
• diagnóstico ambiental da situação (os pontos críticos, os desperdícios de recursos naturais, 
pesquisa de opinião com os servidores e funcionários);
• definição de projetos compatíveis com a minimização ou eliminação dos problemas apresentados 
pelo diagnóstico;
• avaliação e monitoramento permanente;
• elaboração de plano de comunicação;
• elaboração de plano de capacitação e formação da comissão gestora, dos servidores, dos 
funcionários de todas as áreas.
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Para implantar um sistema de gestão ambiental nas empresas, Ambiente Brasil ([s.d.]) sugere os 
passos mostrados no quadro a seguir. As ações recomendadas podem sofrer pequenas variações de uma 
empresa para outra.
Quadro 4 – Roteiro para implantar um sistema de gestão ambiental
Etapas Ações Recomendadas
Designar equipe e coordenador 
para gerenciar a implantação
– designar um representante da alta administração para liderar os 
trabalhos;
– iniciar treinamento interno de pessoal para gestão ambiental;
– estabelecer meios para a documentação do SGA;
Fazer autoavaliação da 
organização
– fazer uma avaliação ambiental inicia;
– examinar a existência de um SGA, ou procedimentos correlatos, 
como segurança e saúde dos trabalhadores e prevenção de riscos;
– fazer uma avaliação de conformidade de toda a legislação ambiental 
pertinente;
– levantar exigências ambientais de clientes.
Definir a política ambiental
– redigir a política ambiental da organização;
– redigir a documentação básica do SGA;
Elaborar o plano de ação
– fazer um plano de implementação, por escrito, considerando: o que, 
onde, quando, como, responsável, recursos humanos e financeiros 
necessários.
Elaborar um manual de gestão 
ambiental
– revisar e incorporar procedimentos (manuais) isolados existentes, por 
exemplo: saúde e segurança dos trabalhadores;
– definir o fluxo de encaminhamento do Manual;
– testar a eficiência do fluxo, inclusive o acesso;
– estabelecer prazos e formas de revisão;
– submeter à aprovação da comissão coordenadora.
Elaborar instruções operativas
– estabelecer plano emergencial para áreas de risco;
– elaborar instruções para processos operativos.
Revisão e análise
– auditoria interna;
– auditoria externa.
Plano de ação de melhoria
– fazer avaliação de pontos fortes e fracos;
– fazer avaliação ou reavaliação de desempenho ambiental;
– preparar plano e/ou procedimentos específicos para a melhoria 
contínua.
Licitações verdes
Os órgãos públicos fazem compras por meio de licitações. Abrem uma chamada pública, mediante 
edital ou convite, empresas interessadas e capacitadas respondem e é escolhida a proposta mais 
vantajosa às instituições públicas.
As licitações verdes ou sustentáveis são aquelas que levam em consideração a sustentabilidade dos 
bens e serviços a ela relativos.
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Compras sustentáveis consideram produtos nos quais o uso dos recursos materiais sejam o mais 
eficiente possível. As principais vantagens são (BRASIL, [s.d.]c):
• usam menos recursos naturais;
• contêm menos materiais perigosos ou tóxicos;
• têm maior vida útil;
• consomem menos água ou energia em sua produção ou uso;
• podem ser reutilizados ou reciclados;
• geram menos resíduos (ex.: ser feito de material reciclado, usar menos material na embalagem ou 
ser reciclado pelo fornecedor);
• estimulam o desenvolvimento social;
• dão preferência a materiais biodegradáveis.
Na prática, significa preferir papéis reciclados ou que venham de empresas que praticam o replantio 
de árvores; veículos flex, pois utilizam o álcool também como combustível, em detrimento do petróleo; 
filtros de barro em substituição aos garrafões de água mineral etc.
Observe que qualquer tipo de ação pontual e contínua para as pequenas empresas já pode fazer 
diferença, mas as grandes empresas precisam de um esforço maior e de muitas ações para transformar 
suas atividades em sustentáveis.
Para a gestão ambiental das empresas existem vários instrumentos a serem utilizados. Vamos 
conhecê‑los.
6.5 Caso prático
Quando pensamos em sustentabilidade e desenvolvimento sustentável várias dúvidas aparecem 
sobre que ações poderiam contribuir com o tema. As empresas usam a criatividade para conseguir 
elaborar as ideias que as levem por este caminho.
Vamos conhecer o exemplo do Laboratório Fleury. A empresa deixa claro que tem um projeto de 
sustentabilidade (FLEURY, 2014c):
Para o Fleury, sustentabilidade possui um vínculo direto com amissão da 
empresa, e é entendida como o gerenciamento integrado e balanceado 
dos conceitos do Triple Bottom Line: atividade econômica, meio ambiente 
e bem‑estar da sociedade, somados à qualidade dos processos, valor esse 
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essencial e que permeia a organização como um todo. Esse conceito é 
alinhado à missão e estratégia da empresa, de maneira a agregar valor à 
organização, ao meio ambiente e à sociedade.
O projeto de sustentabilidade da empresa tem como missão promover a saúde e o bem‑estar do 
indivíduo, desenvolvendo soluções integradas em medicina preventiva, diagnóstica e terapêutica que 
aumentem a satisfação dos clientes e demais partes interessadas por meio de:
• práticas éticas e transparentes, atendendo à legislação e demais normas aplicáveis;
• inovação, melhoria contínua e segurança dos processos;
• respeito ao ambiente pelo uso racional dos recursos e prevenção da poluição;
• ações socioambientais para melhoria da qualidade de vida dos colaboradores e da comunidade.
E os seguintes objetivos:
• agregar valor à empresa e ao meio ambiente por meio de programas efetivos de redução do 
consumo de recursos naturais e riscos ambientais, e melhoria contínua dos processos;
• criar uma cultura organizacional voltada à sustentabilidade e à inovação;
• desenvolver iniciativas estratégicas que contribuam fortemente e de modo perene para a melhoria 
da sociedade nos locais de atuação do grupo;
• alinhar os objetivos da empresa e de seus principais stakeholders de maneira a estreitar 
relacionamentos, estabelecer parcerias duradouras e obter benefícios mútuos.
Para atender aos projetos de sustentabilidade, a empresa possui programas de qualidade e diretrizes 
de uma política de sustentabilidade. Entre as principais conquistas desse projeto está a primeira 
certificação pela norma ISO 9001, conquistada em 1999, em 2002 pela norma ISO 14001 e em 2010 
pelo PALC. As certificações referidas são a ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade, a ISO 14001 – 
Sistema de Gestão Ambiental e o Programa de Acreditação da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica 
– PALC, com uma melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados pelos laboratórios (controle de 
qualidade em laboratórios clínicos) (FLEURY, 2014c). O laboratório Fleury ainda participa ativamente de 
rigorosos programas de controle de qualidade de nível nacional e mundial, entre os quais se destacam 
o Surveys and Anatomic Pathology Education Programs, do College of American Pathologists (CAP) e a 
Proficiência em Ensaios Laboratoriais, da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial 
(SBPC/ML). Isso permitiu que, em 2007, o Fleury obtivesse a acreditação internacional do CAP.
Além disso, em 2011, o Fleury obteve a acreditação dos serviços de mamografia da unidade Itaim, 
e em 2012 dos serviços de biópsia mamária, PET‑CT e MNC Medicina Nuclear da Unidade Paraíso pelo 
Colégio Americano de Radiologia (FLEURY, 2014c).
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Em âmbito internacional, o CAP oferece o Programa de Acreditação para Laboratórios – Laboratory 
Accreditation Program (LAP), o primeiro do mundo, iniciado em 1961, e que possui cerca de seis 6 mil 
laboratórios afiliados no mundo, e é o centro de referência internacional no controle de qualidade dos 
laboratórios.
Na questão ambiental, o Fleury apresenta as seguintes informações (FLEURY, 2014a):
A adequação do Fleury à ISO 14001 iniciou‑se a partir de sua mudança para 
a atual Sede, no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo, no segundo 
semestre de 2000. Afinal, as novas instalações reúnem todas as condições 
físicas para a empresa atender completamente às especificações técnicas 
da norma, sobretudo as relativas a questões complexas, como o tratamento 
interno dos resíduos de saúde infectantes, o qual obteve, em 2006, a licença 
ambiental, um fato inédito na área.
Além disso, diversos programas de gestão ambiental são acompanhados 
pela empresa, sendo os principais relacionados à diminuição da geração de 
resíduos e economia de recursos naturais. Com relação a esse aspecto, o Fleury 
pratica, desde a década de 90, a coleta seletiva em todas as dependências da 
empresa, bem como destina adequadamente outros materiais que possam 
causar impacto negativo no ambiente, dentre os quais reagentes químicos, 
filmes de raio x, lâmpadas fluorescentes e óleo de cozinha.
Um ponto importante destacado no programa de sustentabilidade é o esforço da empresa para 
redução do uso de produtos poluentes, como o mercúrio:
Em 2008, foi iniciado o programa “Empresa Livre de Mercúrio”, em parceria 
com a Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo. Por meio desta ação, 
equipamentos contendo mercúrio metálico, tais como termômetros e 
esfigmomanômetros, foram substituídos por alternativas digitais, que não 
contêm este elemento. Mais de 400 equipamentos foram substituídos desde 
o início deste programa. A ação rendeu ao Fleury o reconhecimento da DRT/
SP, como empresa livre de mercúrio (FLEURY, 2014a).
Observe a atividade da empresa na busca da sustentabilidade de seu produto, pensada desde o início, 
a construção do prédio de suas instalações e a obtenção da certificação Leadership in Energy Efficiency 
and Design – LEED (Liderança em Energia e Design Eficiência):
Ainda neste ano (2008), foi inaugurada a primeira unidade sustentável 
do Fleury, a Rochaverá‑Morumbi. Esta unidade, construída segundo os 
requisitos de certificação LEED (Leadership in Energy Efficiency and Design), 
levou em consideração, desde o projeto até a fase de obras, requisitos de 
sustentabilidade, de modo a reduzir o seu impacto. A unidade foi o primeiro 
prédio da área de saúde no Brasil a conquistar o nível ouro da certificação 
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PLANEJAMENTO E NEGÓCIOS DA SAÚDE
LEED. Em 2012, a mesma certificação foi conquistada pela Unidade Fleury 
Alphaville (FLEURY, 2014a).
O Fleury apresenta ainda outras ações que contribuem para redução de seu impacto ambiental:
Como fruto de seu compromisso ambiental, o Grupo Fleury implantou, ainda, 
uma série de iniciativas para gestão de impacto de mudanças climáticas, 
dentre as quais destacamos: a adoção do serviço de bike courier na sua 
sede, em São Paulo (SP), uma solução de TI verde para gerenciamento de 
impressões e documentos. A partir de 2009, o Fleury passou a inventariar 
suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), relacionadas às diversas 
atividades realizadas pelo grupo, o que inclui o consumo de energia, número 
de viagens de colaboradores, dentre outros. Com base neste levantamento, 
foram definidas metas e ações para a redução destas emissões. Em 2013, o 
Grupo Fleury incluiu em seu inventário de gases de efeito estufa o impacto 
da operação de terceiros (FLEURY, 2014a).
 Saiba mais
A empresa Fleury publica o Relatório Anual de Sustentabilidade desde 
2010. O último, de 2013, pode ser encontrado em:
RELATÓRIO Anual de sustentabilidade 2013. Grupo Fleury, 2014. 
Disponível em: <http://ri.fleury.com.br/fleury/web/conteudo_pt.asp?idiom
a=0&conta=28&tipo=44526>. Acesso em: 28 fev. 2015.
Observe que cada ramo de atividade deve buscar as peculiaridades de sua área para encontrar ações 
de sustentabilidade que realmente contribuam com o desenvolvimento sustentável e façam a diferença 
para o planeta, seja em redução de efluentes, de poluição ou uso sustentável de recursos.
6.6 Legislações ambientais
Nos temas de sustentabilidade que vimos até