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Unidade III DESCARTES E A FILOSOFIA MODERNA Profa. Dra. Heloisa Helena O Método Cartesiano Descartes, na verdade, pretendeu fazer uma revisão das bases epistemológicas e metafísicas dos saberes com uma proposta única: a possibilidade do espírito, considerado a partir da constatação de si mesmo e da evidência própria atividade racional, a fim de atestar a verdade do mundo sensível e do mundo inteligível. É nesse contexto de inquietação filosófica que o trabalho de Descartes é levado a confrontar perspectivas tradicionais da Filosofia, em busca do que ele reputou como o caminho mais seguro para um conhecimento atestável pela razão e, ao mesmo tempo, universal e evidente, tomando como ponto de partida as ideias sobre as coisas. A dúvida metódica Precisamos pensar novamente que, na época, Descartes tinha sobre seus pensamentos uma igreja que estruturava todo o saber em bases dogmáticas. Era preciso romper por meio de um novo olhar metodológico do conhecimento. O projeto filosófico cartesiano propiciou construir um arcabouço conceitual que, até hoje, serve de base para as filosofias do sujeito e para os diferentes modelos de filosofia fenomenológica que são estudados e discutidos nos dias atuais; desse modo, conceitos como dualismo, subjetivismo, idealismo e representação aparecem como noções filosóficas cartesianas fundamentais no contexto de seu método. Novo modelo Descartes desenvolve esse novo modelo de pensamento a partir da distinção fundamental de duas substâncias que constituem o real: a substância pensante; a substância extensa. Segundo o filósofo, cada qual é distinta e independente uma da outra, possibilita a separação entre sujeito e objeto. Fonte: http://www.equipealfaconcursos.com.br/bl og/2011/09/planejamento-para-a- vida/pensador/ Novo modelo A substância pensante é a alma, isto é, ela se constitui como pensamento autônomo ou como sujeito. A substância pensante se define como pensamento e existe no plano metafísico ou das ideias. A substância extensa, inerente às questões físicas e de quantidade, é o corpo e se constitui como objeto ou extensão espacial e se define como matéria sensível e existe no plano físico das percepções e das experiências sensoriais. Fonte: https://pixabay.com/pt/face-alma- cabe%C3%A7a-fumo-luz-triste-636092/ No método cartesiano, as oposições Em sua reflexão, Descartes vai opor sujeito/sensações. Sujeito como condição de certeza do que se conhece racionalmente e sensações, consideradas, na época, um princípio válido do conhecimento. X Fonte: http://www.comoescreve.com/2017/04/o- que-e-sujeito-indeterminado.html Fonte: http://www.abtm.com.br/quais-as- sensacoes/ A tese Toda evidência meramente material não é evidência; Ela precisa ser demonstrada pelo intelecto para que tenha alguma validade no âmbito do conhecimento; O caminho para se chegar à verdade não parte da experiência sensível; O caminho para se chegar à verdade parte da evidência racional em direção àquilo que é empiricamente conhecido, com finalidade lógica de lhe atestar toda e qualquer realidade. Fonte: https://www.elsiglodetorreon.com.mx/noticia /808845.cientificos-estudian-el-intelecto-de- mediums-brasilenos-en-trance.html O pensamento cartesiano Na perspectiva cartesiana, o sujeito, considerado como base fundamental do conhecimento no plano metafísico, é solidário de um método que pode ser definido como idealista, uma vez que o núcleo do conhecimento e o princípio da verdade estarão na ideia de mundo e não no mundo empírico sensorialmente apreendido. O sujeito, portanto, no método cartesiano, aparece como condição pressuposta de conhecimento e como sua base de ordenação. Ele é o próprio espírito, é o pensamento, é o conjunto de ideias que constitui nosso pensamento. O conceito de sujeito de Descartes aparece como aquilo que dá a certeza do objeto como um produto ideal de reflexão. Entendendo melhor Primeiro, o pensamento encontra a si e os critérios da verdade; depois, ele pensa a realidade, mas não a partir da experiência sensorial do mundo, mas a partir das ideias ou representações desse mundo. Fonte: https://pixabay.com/pt/pessoas- guy-escuro-janela-in%C3%ADcio- 2606445/ Interatividade Quando estamos nos referindo à substância pensante, estamos falando de: a) Alma. b) Questões físicas. c) Questões corporais. d) Questões do objeto. e) Questões de quantidade. A realidade primeira É preciso compreender que, para Descartes, a realidade primeira é a própria existência do sujeito como pensamento ou substância pura. O que o filósofo chama de realidade é o que o pensamento foi capaz de pensar acerca do mundo, o que ocorre quando se pretende dar a ele uma definição. Nesse processo, a experiência sensível não terá qualquer participação constituinte se não se pretende que ela seja causa fundadora de equívocos e ilusões. A realidade primeira, portanto, é a própria existência do sujeito como pensamento ou substância pura. Projeto metodológico Não faz parte do projeto metodológico de Descartes impor uma cisão definitiva entre o sensível e o inteligível, de modo a gerar distinção incomunicável entre o mundo real e o mundo ideal. O que o filósofo pretende é uma reordenação do próprio exercício do pensamento de modo que sensível e inteligível possam manter entre si uma relação. Porém, por meio de uma nova ordem racional de concepção: O pensamento não é mais ou menos dependente das experiências. O pensamento é causa fundadora e certificadora do que se pode conhecer do mundo real. Projeto metodológico O que o método cartesiano propõe é a possibilidade de tornar o sujeito a causa primeira do próprio conhecimento e isso na medida em que ele se coloca na atividade de reflexão como princípio dela. Porém, o pensamento que busca o conhecimento da realidade não parte do nada, de pura abstração do mundo. Ele opera na base da representação desse mundo, isto é, de qualquer objeto mental que, por sua vez, seja reflexo de objetos reais particulares. O que Descartes apresenta como representação é a transfiguração abstrata da ordenação do mundo material. Projeto metodológico Para Descartes, se a ideia se encontra, antes de tudo, na mente, ela não foi necessariamente objeto dos sentidos e da percepção do mundo. Essa redefinição da própria noção de representação está no cerne da ruptura que ele provoca com toda uma tradição aristotélico-tomista, segundo a qual a representação é oriunda de uma experiência sensível. A proposta cartesiana apresenta umaideia de representação considerada puro conteúdo mental. Isso quer dizer que Descartes parte das representações ideais da realidade do mundo, mediante um exercício lógico de atestação, em direção a ela própria. Projeto metodológico Atestar significa validar, ou seja, Descartes considera a atestação como um processo de reflexão, em que ocorre uma coincidência entre a evidência racional (ou a ideia acerca das coisas) e as experiências sensíveis e de percepção acerca do mesmo objeto. Trata-se de uma espécie de relação racional que constrói a realidade em que o sujeito, a partir da experiência sensível do objeto, pensa-o metodicamente como ideia universal capaz de defini-lo como conceito, e não somente como realidade sensível particular. Assim, torna-se possível um entendimento acerca do mundo e de seu processo de conhecimento como atividade de reflexão racional e não mais uma atividade sensorial. Projeto metodológico Descartes quer evitar o que chama de engano ou erro, mediante uma atividade racional de questionamento ou dúvida metódica. Ele questiona, portanto, não somente o que foi obtido pela experiência, mas questiona também o próprio processo de reflexão filosófica. Para Descartes, o mundo não é exclusivamente ideal, pois é crucial pensar e determinar o modo pelo qual se dá a passagem da essência à existência, isto é, o modo como se vai das ideias ou das representações ideais do mundo às coisas do mundo empiricamente percebido. O pensamento filosófico A investigação filosófica se desenvolve mediante a realização de duas tarefas distintas, que o espírito deve exercer em sua reflexão: a necessidade de provar racionalmente a correspondência entre a representação e a realidade sensível do mundo, segundo critérios racionais rígidos; e a prova de que esses critérios racionais correspondem ao que realmente existe no mundo da experiência sensorial. Fonte: https://pixabay.com/pt/ponto-de- interroga%C3%A7%C3%A3o-pergunta-1019993/ Labor cartesiano Esse labor cartesiano corresponde à ideia de que o que é racionalmente objetivo é universalmente objetivo, pois somente desse modo é possível provar a verdade. Trata-se de buscar, pelo valor objetivo da representação, a validade universal. Isso é o mesmo que dizer que o caráter absoluto da verdade só se prova quando a subjetividade de um conhecimento tem valor universal. Interatividade Se para Descartes a ideia se encontra antes de tudo na mente, podemos afirmar que: a) A ideia não é necessariamente objeto dos sentidos e da percepção do mundo. b) Para o filósofo é necessário que a representação seja oriunda de uma experiência sensível. c) A ideia de representação é puramente sensível. d) Não podemos nos certificar de uma ideia somente com o exercício lógico. e) Nenhuma das alternativas é verdadeira. Método para o conhecimento da verdade No prefácio de “O Discurso do Método”, Descartes chama a atenção para a necessidade de se reconsiderar tudo o que se aprende como certo e confiável no curso de uma vida; ele deixa claro que suspeita dos alicerces sobre os quais se sustentam o conhecimento adquirido, e a partir dos quais sejam praticadas as ações e as decisões. Considera-os frágeis demais para que se tenha a certeza da verdade e a confiança no que se supõe como certo. Ele justifica que essa desconfiança é fundamental para quem busca pelo saber, a fim de evitar que falsos entendimentos ou valores sejam tomados com referenciais confiáveis, o que mais tarde poderia se revelar inadequado ou impróprio. A metáfora de uma edificação Descartes vai respaldar seu discurso na metáfora da realização de uma edificação. Ele se pergunta se é melhor que um prédio seja construído pela ação de diferentes agentes, mesmo que a partir do projeto de um único arquiteto, ou se seria melhor que um único agente se encarregasse de conceber e edificar toda a obra? A metáfora de uma edificação Trata-se de uma metáfora que o filósofo cria para distinguir aquele conhecimento, cujo conteúdo não partiu do próprio sujeito, mas de uma pluralidade de reflexões tomadas prontamente como certas e sustentáveis, daquele conhecimento em que o próprio sujeito é o único responsável por toda uma reflexão. Com essa metáfora, Descartes sugere que há certa fragilidade no modo como o conhecimento é concebido quando dogmaticamente instituído, ou mesmo quando suas bases não são constituídas em alicerces fortes para assegurar o caminho seguro de uma edificação do saber. Sua proposição Descartes propõe que o conhecimento em sua totalidade seja obra de uma unidade reflexiva em que, antes da edificação dos saberes, o sujeito possa, por ele mesmo, atestar a segurança dos alicerces sobre os quais se debruçarão suas reflexões. Isso quer dizer que, para o filósofo, o conhecimento válido pode até ser subjetivo, desde que conduzido metodicamente por regras racionais universais, capazes de constituir uma evidência racional firme, distinta e clara. Para tanto, propõe quatro regras fundamentais que devem ser seguidas pelo sujeito da reflexão se quiser a certeza de que o seu conhecimento seja seguro e válido, independentemente da experiência da realidade sensível. Vamos a elas? Quatro regras do pensamento segundo Descartes As quatro regras estipuladas por Descartes são: Clareza e distinção. Análise. Ordem. Enumeração. Vamos entender cada uma delas? Clareza e distinção É verdadeiro o que se apresenta ao espírito (ao pensamento) do sujeito de forma tão clara e distinta que a dúvida deixa de existir no processo do conhecimento. Porém ele adverte que são necessárias duas atitudes para que a clareza e a distinção dos elementos da reflexão racional sejam garantidas: evitar a prevenção e evitar a precipitação. No que diz respeito à prevenção, deve-se evitar o preconceito oriundo de juízos mal ponderados e de prejulgamentos ou opiniões que não se baseiem em uma reflexão crítica. Quanto à precipitação, sugere que não se deve fazer um juízo acerca da natureza das coisas em caráter conclusivo e definitivo, até que a ligação dos termos esteja racionalmente demonstrada e comprovada. Análise Não podemos esquecer que a análise pressupõe a regra anterior de clareza e distinção, na medida em que ela depende do procedimento inicial para separar as ideias. Essa separação deve acontecer quando o conhecimento encontra dificuldades de entendimento. Divide-se a ideia que se tem do objeto em quantas partes forem necessárias e, se for imprescindível, divide-se novamente cada uma para que se possa explicar cada uma das partes residuais da divisão em sua integralidade. Essa divisão acontece para tornar cada uma das partes clara e distinta em relação às outras para que, no final desse trajeto de reflexão, seja possível solucionar o problema e conhecer o objeto. Ainda a análise Para Descartes, a análise baseia-se no modelo matemático de decomposição das equações complexas (o da redução de múltiplos aos seus multiplicadores), posto que compreende um modo seguro de considerar os diferentes elementos de umareflexão racional, uns em relação aos outros, de tal modo que fique claramente demonstrada a correspondência de significado entre eles. Inteiro 1ª decomposição 2ª decomposição Ordem Aqui, o pensamento deve ser conduzido de modo a identificar, primeiramente, os raciocínios mais simples para, posteriormente, ser possível construir ideias complexas ou deduções capazes de definir racionalmente o objeto de conhecimento de forma válida. Trata-se da condição lógica do raciocínio que irá organizar as ideias. Cada elemento da reflexão tem seu valor correspondente à posição que ocupa no conjunto do sistema. Assim, é necessário encadear as ideias, de tal modo que seja possível demonstrar a verdade que ela constitui, isto é, é preciso demonstrar a relação lógica entre a ideia precedente e a subsequente, na direção da proposição mais simples a mais complexa. Enumeração No final é necessário rever e enumerar por completo cada argumento constitutivo da reflexão racional, de cada raciocínio, de cada ideia, para ter a certeza de que todos os elementos foram devidamente considerados no curso do pensamento. Trata-se propriamente da síntese de um raciocínio, que percorre em sentido inverso ao da análise, com vista à atestação da visão de conjunto e mediante a verificação da relação entre a ideia subsequente e a antecedente. Não podemos esquecer que Descartes, ao propor essas regras, está envolvido com seus estudos de aritmética e geometria e embora sejam questões para serem utilizadas em estudos metafísicos, ele não está envolvido neles naquele momento. Interatividade Quando Descartes faz a metáfora com a edificação, é incorreto afirmarmos que: a) Ele se pergunta se é melhor que um prédio seja construído por diferentes agentes ou por um único agente. b) Ele cria a metáfora para distinguir o conhecimento que não partiu do próprio sujeito, daquele em que o próprio sujeito é o único responsável por toda uma reflexão. c) Ele sugere que há certa fragilidade no modo como o conhecimento é concebido. d) Sugere que o conhecimento é frágil quando dogmaticamente instituído. e) Sugere que o conhecimento deve ser dogmaticamente instituído. Observações sobre o método A regra da clareza e da distinção é a mais importante porque se fundamenta em duas bases: a simplicidade e a separação. São elas que asseguram a identificação de um conteúdo livre de condições materiais oriundas da experiência sensorial e das condições psicológicas do indivíduo, tais como as opiniões do senso comum e as emoções. O cumprimento das quatro regras impossibilita a dúvida, gera a certeza do sujeito e, com ela, a evidência racional. Eis o caminho da descoberta daquilo que se chama de verdade subjetiva ou subjetividade: o lugar de fundamento da verdade, o que para o filósofo acontece mediante o exercício da dúvida ou do cogito. Observações sobre o método Busca-se a generalização, procedimento pelo qual o conhecimento sensível é colocado em dúvida. O processo não é somente orientado pela dúvida metódica, mas também fundamentado e estruturado por ela ao organizar a atividade racional em face de uma busca determinada. É necessário que haja a radicalização da dúvida, ou seja, que ela se torne hiperbólica e, assim, questione a si mesma como método válido e suficiente de conhecimento. É, portanto, necessário questionar o conhecimento sensível, que já não é ponto inicial em sua totalidade e tudo o mais que com ele se relacionar. Pressupõe-se que seja falsa qualquer representação relacionada com as experiências sensoriais porque elas podem ser enganosas. Observações sobre o método A dúvida, para Descartes, é uma necessidade metódica, um modo de evitar o conhecimento oriundo das sensações e das percepções, que pode ser falso ou improvável ou relativizado em função de uma perspectiva meramente individual e parcial, ou seja, sem valor de verdade. Essa posição se justifica no argumento de que qualquer reflexão que parta de uma certeza frágil, isto é, que não possa ser cabalmente provada, será ela mesma o princípio de falsificação ou desconsideração do conhecimento como verdade. A dúvida A dúvida, nesse sentido, tem que ser um exercício lógico- racional de verificação epistemológica de conceitos e ideias, muito além da cultura histórica de um povo. É com essa tese que Descartes rompe com uma tradição filosófica de um conhecimento que se constitui a partir da acumulação de ideias, algumas de base puramente empíricas, outras, de base axiológica e moral, e que impedem conhecer o mundo sem que ocorra a influência da vã opinião ou de um idealismo disfarçado de verdade. A dúvida Há em Descartes uma dúvida inaugural acerca daquilo que se concebe como representação ideal das coisas do mundo: é preciso partir do pressuposto de que os sentidos e as emoções sejam realmente enganadores, ou pior, que sejam dissimuladoras da realidade. Também é preciso considerar que as percepções do mundo podem ser corrompidas pelo erro ou pela ilusão que se tem acerca das coisas. É nessa direção que surge o exercício da dúvida, mediante a negação das experiências sensoriais, então consideradas como fonte de conhecimento. Ao contrário do que propõe uma tradição empirista, é necessário partir do pressuposto de que, se a realidade oriunda da experiência favorece o erro e a ilusão, a ideia ou evidência racional que se tem das coisas, sob a rigorosa análise, deve ser a única certeza. A preocupação do filósofo Descartes se preocupa com a insuficiência do cogito como método capaz de conceber com clareza as ideias e propõe a dúvida hiperbólica, que questiona a si mesma como pensamento questionador, em que o próprio gênio investigativo revelador da verdade das coisas é colocado sob suspeita. Trata-se de uma investigação sobre a possibilidade do gênio revelador ser “mal” ou enganador, disposto a levar o sujeito a um erro extremo. Nesse sentido, a dúvida hiperbólica consiste em duvidar do próprio pensamento que questiona, radicalizando o processo de investigação ao ponto de considerar como única certeza a constatação da dúvida inicial. A dúvida hiperbólica O que o filósofo pretende com essa dúvida hiperbólica é afirmar que o sujeito é uma evidência ideal existente e que isso se dá pelo fato do pensamento. A existência do sujeito aparece como prova do pensamento, uma vez que ela aparece como dependente deste. O cogito é o caminho racional de encontro de algo substancial do sujeito, que deve aparecer como evidência primeira, a fim de que todo o mais que se constituir como evidência ideal seja considerada como válido no plano do conhecimento científico. Assim, a ideia de que o sujeito pensa e que pensa a si mesmo como ser pensante consiste na constatação de que o sujeito existe no mundo como pensamento e isso propicia o discernimento entre a subjetividade e a objetividade. Mas o que é a coisa que pensa? Para Descartes, uma coisa que pensa é uma coisa que duvida, concebe, afirma e nega. Também é uma coisa que quer, imagina e sente. O sujeito, portanto, é o mesmo que pensa e sente. Pensa o próprio pensamento, ao mesmo tempo em que sente as coisas por meio dos sentidos. O sujeito é fundamental e somente a razão é capaz de atestar a evidência racional, que constata a si mesmo como princípio capaz de sustentar toda a edificação do intelecto, tal como uma obra de conhecimento alicerçada no que há de mais claro, distinto e provável no mundo: as ideias. Interatividade Quando estamos nosreferindo a primeira regra de pensamento de Descartes, clareza e distinção, é incorreto afirmarmos que: a) Ela é a mais importante das quatro. b) Ela se fundamenta em duas bases. c) As bases que ela se fundamenta são simplicidade e separação. d) As bases em que ela se fundamenta são simplicidade e junção. e) As bases que ela se fundamenta asseguram a identificação de um conteúdo livre de condições materiais oriundas da experiência sensorial. ATÉ A PRÓXIMA!
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