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Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA NA PROPOSTA CURRICULAR: DESPERTANDO O INTERESSE DO ALUNO PELA CONSTRUÇÃO DA SUA APRENDIZAGEM Isaac Pinto da Silva 1 Marcos Francisco de Sousa 2 Tomás Savie Eurico3 Wilson Guasti Junior 4 RESUMO As condições e o ambiente de ensino nas escolas brasileiras, a formação e qualificação do professor são problemas que interferem na qualidade da aprendizagem do aluno, desgasta o profissional e preocupa a família que se interessa pelo conhecimento que o filho está adquirindo. A utilização de métodos e práticas de ensino pouco atraentes desmotiva o aluno, inibe seu interesse em construir seu conhecimento. Muitas mudanças foram inseridas no sistema de ensino brasileiro no sentido de atrair e manter o aluno em sala de aula até completar os ciclos escolares. A mudança mais significativa em se tratando da formação do aluno foi a inclusão do ensino profissionalizante, que representa uma oportunidade a mais para a entrada no mercado de trabalho. A partir das exigências do mercado de trabalho, o sistema de ensino brasileiro apresenta uma nova proposta de ensino, ou seja, a Educação Empreendedora cuja principal característica é a capacidade de construção de novos conhecimentos a partir dos conhecimentos precedentes. Assim, o referencial teórico tem seu desenvolvimento fundamentado na pesquisa bibliográfica e descritiva, com abordagem temática sobre empreendedorismo, o trabalho com projetos, currículo e a educação empreendedora. Conclui-se que trabalhar o empreendedorismo no prisma da educação 1 Mestrando em ciências das religiões Faculdade Unidas de Vitória - F.U.V. Especialista em Docência do Ensino Superior, Psicopedagogia, Educação de Jovens e Adultos e Gestão em Educação Ambiental pelo Centro de Ensino Superior Fabra. Atualmente é docente no Centro de Ensino Superior Fabra. Contato: isaac_cientistapolitico@hotmail.com. 2 Mestrando em Ciências da Educação pela Universidade Del Salvador – USAL. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Educação da Serra - FASE. Graduado em Tecnologia, Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade Salesiana de Vitória. Atualmente é coordenador e docente do curso de Sistemas de Informação no Centro de Ensino Superior Fabra. Contato: marcos@soufabra.com.br. 3 Mestre em Administração de Empresas pela FUCAPE Business School. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade de Educação da Serra - FASE e em Logística Estratégica Empresarial e Internacional pela Faculdade Batista de Vitória - FABAVI. Atualmente é docente no Centro de Ensino Superior Fabra. Contato: savieeurico@gmail.com. 4 Mestrando em Sistemas de Informação na Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Especialista em Engenharia de Software pela Fundação Educacional Padre Cleto Caliman. Licenciado em Matemática pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Atualmente é docente do curso de Sistemas de Informação no Centro de Ensino Superior Fabra. Contato: wilson@soufabra.com.br. Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. pode ser uma estratégia diferencial para despertar no aluno o interesse pela construção do seu conhecimento. Palavras-chave: Empreendedorismo; Educação; Currículo; Formação. 1 INTRODUÇÃO Em junho de 2011 foi apresentado à Câmara Federal o Projeto de Lei nº 1673/11, de autoria do deputado Ângelo Agnolin, ementa que acrescenta o § 7º ao art. 26 da Lei nº 9.394/1996 a inclusão do tema empreendedorismo nos currículos do Ensino Fundamental e Médio. O projeto ainda está sendo analisado, mas a proposta é inovadora em termos de educação, levando em conta que empreendedor tem visão de oportunidade e a partir dela cria um negócio que permita todo um processo de capitalização sobre ela. Os aspectos ligados ao empreendedorismo são a iniciativa de criação de um novo negócio; a utilização criativa dos recursos disponíveis visando transformar o ambiente social e econômico; a aceitação de riscos e a possibilidade de fracassar e, principalmente, a abertura de novos caminhos e canais para aprender e/ou aprimorar a aprendizagem. Considerando que a educação empreendedora apresenta relevância e importância social, acadêmica e profissional, o objetivo deste artigo buscou destacar que esta proposta de ensino pode constituir um diferencial estratégico no processo de ensino- aprendizagem do aluno, na qualidade da educação, em melhor formação do cidadão. A metodologia aplicada caracteriza este artigo como um estudo de revisão bibliográfica sobre educação e empreendedorismo, utilizando como base de dados informações retiradas dos sites Scielo, Google Acadêmico, Bibiblioteca Digital, teses Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. e dissertações diversas, artigos científicos originais e de revisão. No processo de busca nos sites de pesquisa, as palavras-chave utilizadas foram empreendedorismo, educação, formação, mas foi necessário filtrar a busca, recuperando apenas os textos que atendiam o objetivo proposto para complementar as informações com consulta livros que tratam do tema empreendedorismo e a relação com a educação. A coleta de dados e informações para sustentação teórica do tema foi necessária devido a pouca publicação recente acerca da temática desenvolvida. 2 EMPREENDEDORISMO No cenário brasileiro, empreendedorismo não é um tema novo. O fator que inova é abordagem que o tema assumiu a partir de 1990 quando o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) demonstrou maior preocupação com a profissionalização do típico empreendedor brasileiro. O empreendedorismo uma revolução silenciosa que “terá maior importância no século XXI do que a revolução industrial no século XX por ser é um fenômeno cultural, ou seja, empreendedores nascem por influência do meio em que vivem” (DOLABELA, 1999, p.28). 2.1 CONCEITOS Desemprego e falta de espaço para a realização de estágios nas organizações, destacou na sociedade e no mercado brasileiro a prática do empreendedorismo. Essa questão possibilita muitas definições de empreendedorismo, mas um dos conceitos mais antigos foi formulado por Joseph Schumpeter, que considera o empreendedor aquele que cria novos negócios e também tem condições e capacidade de inovar dentro de empresas já constituídas. Com uma definição mais abrangente, Filion (2000) afirma, Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. O empreendedorismo é um campo de pesquisa emergente, onde ainda não existe uma teoria estabelecida. A categoria empreendedorismo pode ser definida como aquele saber que estuda os empreendedores. Em outras palavras, examina suas atividades, características, efeitos sociais e econômicos e os métodos de suporte usados para facilitar a expressão da atividade empreendedora (FILION, 2000, p. 38). Há autores que entende o empreendedorismo como o equilíbrio criado a partir de uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência. Nesse contexto, “os eventos que explicam porque o espírito empreendedor se torna eficaz, provavelmente, não são, em si, eventos econômicos. As causas, possivelmente, estariam nas mudanças em valores, percepções, atitudes [...]” (DRUCKER, 2001, p. 19). Mas a importância do empreendedorismo se destaca quando pesquisas indicam que oferece graus elevados de realização pessoal. Por ser a exteriorização do que se passa no âmago de uma pessoa, e por receber o empreendedor com todas as suas característicaspessoais, a atividade empreendedora faz com que trabalho e prazer andem juntos. Talvez seja muito “difícil encontrar um empreendedor que queira se aposentar ou que espere ansiosamente pelo final de semana para se desvencilhar do trabalho. Não é raro encontrar empreendedores que tiram poucas férias” (DOLABELA, 1999, p. 29). É na abordagem clássica “centrada na impessoalidade, na organização e na hierarquia que está a proposta de que o trabalho do administrador ou arte de administrar deva concentrar-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar” (DORNELAS, 2001, p. 29). Nessa perspectiva, toda empresa é a “solução criativa para uma angústia gerada por um problema. O homem de negócios identifica uma necessidade não satisfeita, ou mal satisfeita, e vê nela a oportunidade de obter uma recompensa” (DUAILIBI, SIMONSEN JUNIOR, 1990, p.20). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. 2.2 CARACTERÍSTICAS Empreender envolve funções, atividades e ações relacionadas com a criação de novas empresas, por isso, está associado: a algo novo, de valor; ao comprometimento de tempo, devoção e esforço para possibilitar o crescimento da empresa e na ousadia em assumir riscos calculados, tomar decisões críticas e não desanimar diante das falhas e erros. A sociedade empreendedora é mais um evento cultural e psicológico do que o econômico ou tecnológico (DRUCKER, 2001). São características do comportamento empreendedor: a necessidade de realização (competência); motivação (querer fazer), criatividade e inovação (fazer mais com menos); metas e objetivos desafiadores, porém, realizáveis; predisposição e identificação das necessidades (MALHEIROS, 2003). A essas habilidades acrescenta-se a autoconfiança, o calculismo, a capacidade de persuasão, a inovação, a negociação, o otimismo e a persistência (ARAÚJO, 2004). Compreender a necessidade de mudar é fundamental para solucionar, de maneira eficaz, o problema entre as características do empreendedor e sua adequação, no caso da educação, ao desenvolvimento no ciclo escolar. 2.3 A PEDAGOGIA DE PROJETOS E A EMPREENDEDORA: DIFERENÇAS 2.3.1 Pedagogia de Projetos A principal característica do trabalho com projetos na educação “não é a origem do tema, mas o tratamento dado a ele, no sentido de torná-lo uma questão do grupo como um todo e não apenas de alguns ou do professor”. Assim problemas e/ou temáticas podem surgir de um aluno em particular, de um grupo de alunos, da turma, do professor ou da própria conjuntura (HERNÁNDEZ, 1998, p.31). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Os projetos como uma proposta de intervenção pedagógica proporciona à aprendizagem um novo sentido, através dos quais as necessidades de aprendizagem desperta nas tentativas de se resolver situações problemáticas. "Um projeto é, a princípio, uma irrealidade que vai se tornando real, conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e consequentemente, as articulações desta" (NOGUEIRA, 2001, p.90). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996) e os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997) têm uma característica inovadora em relação ao trabalho com projetos educativos na escola: a ação pedagógica é norteada através das referências e dos parâmetros básicos, leis permitem ao professor autonomia de ação, capaz de levar em conta, antes de tudo, as realidades de cada aluno, de sua escola e de sua região. Nessa perspectiva, a LDB (1996) exige e a elaboração de projetos pedagógicos que definem a identidade, os objetivos e a metodologia a serem desenvolvidos pela escola, fundamentando que as escolas devem adotar o trabalho com projetos, pois essa nova postura pedagógica introduz atividades diversificadas gerando situações de aprendizagem que favorecem aos alunos à busca de conhecimentos. A LDB se preocupou com a estrutura, função e gestão da educação no contexto da organização da escola. Assim, a educar com a utilização de projetos tem como principal contribuição no processo de ensino-aprendizagem, na opinião de Barbosa e Horn (2008), [...] é a dimensão social porque oferece aos professores a possibilidade de reinventar o seu profissionalismo, de sair da queixa, da sobrecarga de trabalho, do isolamento, da fragmentação de esforços e criar um espaço de trabalho cooperativo, criativo e participativo. O professor deve criar um ambiente propício em que a curiosidade, teorias, dúvidas e hipóteses dos alunos tenham lugar, sejam escutadas, legitimadas e operacionalizadas para que se construa a aprendizagem (BARBOSA, HORN, 2008, p. 85). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Independente do trabalho com crianças é tarefa do educador articular o tema com os objetivos gerais previstos, discuti-lo com outros professores e ampliar seu conhecimento apresentando a proposta ao grupo, selecionar os conhecimentos centrais e não transmitir rapidamente os conhecimentos da área (BARBOSA, HORN, 2008). Em relação as crianças, o trabalho com projetos “propicia criar uma história devida coletiva, com significados compartilhados e estimula a aprendizagem do diálogo, debate, argumentação, aprender a ouvir outros, confronto de opiniões, construção coletiva” (BARBOSA, HORN, 2008, p.87). Os autores analisam que para a criança o trabalho com projetos significa aprender a trabalhar em equipe, grupo e também vivenciar a aprendizagem como função intersubjetiva. 2.3.1.1 A dinâmica da escola A educação utilizando projetos ou como é denominada Pedagogia de Projetos visa a re-significação do espaço escolar, transformando em um espaço vivo de interações aberto ao real e as suas múltiplas dimensões, ou seja, dando uma dinâmica à escola. Tudo deve ser considerado parte do currículo escolar “da arquitetura ao menor detalhe decorativo, pois esses elementos correspondem a padrões culturais e pedagógicos que a criança internaliza e aprende” (ESCOLANO, 2001, p.45). Elementos como estrutura física, a localização, o tipo e a disposição das salas de aula, das instalações, o modo como são distribuídas as carteiras e os móveis escolares, além do tempo determinado para cada disciplina não podem ser colocados como neutros ou em segundo plano no processo de ensino- aprendizagem. Educar tem uma finalidade que evolui ao longo do tempo marcando, assim, a sua trajetória histórica, o aperfeiçoamento das atividades do homem que tem como Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. objetivo compreender os espaços e o ambiente pedagógico dentro da proposta política educacional, Alves (2000) faz a seguinte análise do espaço nas escolas brasileiras, [...] salas separadas: ensina que a vida é cheia de espaços estanques. Turmas separadas e hierarquizadas: ensina é que a vida é feita de grupos sociais separados, uns em cima dos outros. Consequência prática: a competição entre as turmas, competição que chega à violência. Saberes ministrados em tempos definidos, um após o outro: o que se ensina é que os saberes são compartimentos estanques [...]. Cometido o erro arquitetônico, o espírito da escola já está determinado. Mas nem arquitetos e nem técnicos da educação sabem disto [...] (ALVES, 2000, p. 13). O espaço escolar não tem como característica a neutralidade e nem pode ser concebido como simples formalidade ou estrutura vazia da educação. As atividades coletivas são importantes para o desenvolvimento social da aprendizagem, por isso devem ser desenvolvidas com oficinas de integração, brincadeiraslivres ou dirigidas, de unidades didáticas ou de atividades para reforçar a aprendizagem concreta. O conceito de currículo se constrói dentro do aspecto socio-histórico, ou seja, ele não é único, não se apoia em ações rígidas e seu processo de construção inicia com as escolhas de saberes sofrem influência do momento político, econômico, social em que vivemos. Seu conceito está sempre se (re)fazendo. 2.3.1.2 O currículo escolar O currículo escolar expressa os seus valores, princípios, crenças, e projetos, desperta a atenção para o que ocorre fora da sala de aulas, modo de utilização e como são dinamizados todos os espaços e tempos, rotinas, regras, relações interpessoais elementos que constituem o clima da escola. Nesse aspecto, o currículo é “um artefato social e cultural. Isso significa que ele é colocado na moldura mais ampla de suas determinações sociais, de sua história, de sua produção contextual” (MOREIRA; SILVA, 2002, p.10). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Não deve ser fragmentado, deve haver uma confluência de todas essas teorias para que, numa ideia mais ampla, a ele seja dada a devida importância como agente formador para a vida e transformador dos indivíduos (MOREIRA; SILVA, 2002). Empreender está associado a criar, desenvolver e implantar um projeto. Nesse contexto, o gerenciamento de projetos é um trabalho que exige a aplicação de conhecimentos e habilidades diversas, pois o planejamento tem relação com a com a monitoração do projeto e envolve o que pode ser direta ou indiretamente afetado pelo resultado final. Um projeto é um empreendimento temporário ou uma sequencia de atividades com começo, meio e fim programados, e seu objetivo é fornecer um produto singular (NOGUEIRA, 2001). Na proposta de uma educação empreendedora não se pode ignorar a presença do trabalho com projetos, um recurso pedagógico que contribui positivamente para melhorar a qualidade da aprendizagem do aluno, estimular a pesquisa e desenvolver um estudo eleva a sua importância social, educacional e profissional. Mas há diferenças significativas entre o educar através utilizando os recursos da Pedagogia de Projetos e da Pedagogia Empreendedora 2.3.2 Pedagogia Empreendedora A reforma do sistema de ensino brasileiro é necessária e se evidencia em função na competitividade predominante no mercado de trabalho globalizado e mais exigente. Daí a necessidade de melhorar efetivamente a qualidade do ensino, das escolas e de investir na formação e qualificação dos educadores para que alunos e professores sejam capazes de sobreviver em ambiente vez complexo e dinâmico em permanente transformação (SANTOS; BEHRENS, 2006). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Ensinar o empreendedorismo é uma dos mais novos padrões sociais e de inclusão no mercado. Nesse sentido, é preciso que a escola seja um espaço no qual se aprende, ensina e educa e a falta de atitude e compromisso com o futuro não mais é tolerada no caminho ao desenvolvimento (OLIVEIRA et al., 2006). Define-se Pedagogia Empreendedora como uma é uma metodologia de ensino de empreendedorismo para a Educação Básica: educação infantil até o ensino médio que atinge idades de quatro aos 17 anos, sendo que a abordagem e o conceito do empreendedorismo como um sistema aberto (RAMOS, FERREIRA, GIMENEZ, 2005). A educação voltada para o empreendedorismo constitui um processo de transmissão/aquisição do conhecimento sobre o ambiente e o próprio indivíduo, considerando que “visa a contribuir para o desencadeamento de habilidades, atitudes e comportamentos para a prospecção e exploração de oportunidades para transformação do meio em que vive pelo desenvolvimento econômico, social e cultural” (RAMOS, FERREIRA, GIMENEZ, 2005, p. 3). Este conceito pode ser observado na Figura 1. Figura 1 – Pedagogia Empreendedora Fonte: Adaptado de Ramos, Ferreira e Gimenez (2005) Pedagogia Empreendedora Processo Atividades didático- pedagógicas e vivenciais Resultado Feedback Entrada Aluno: histórico, cognição, expectativas. Saída Indivíduo empreendedor Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Ramos, Ferreira e Gimenez (2005) explicam e destacam as características dos elementos que compõem a pedagogia empreendedora: - entrada: repertório comportamental e cognitivo do aluno que inclui suas experiências anteriores, habilidades e expectativas; - processo: um conjunto de atividades didático-pedagógicas e vivenciais cuja finalidade é o desenvolvimento de empreendedores; - saída: indivíduos com habilidades, atitudes e comportamentos que possibilitem a prospecção e exploração de oportunidades revestidas de valor econômico (empreendedor); - feedback: o resultado das avaliações que englobam resultados tangíveis como número de empreendimentos e alteração do perfil do aluno e intangíveis como promoção da autorrealização. A formação de ação empreendedora se caracteriza pela capacidade de construir conhecimentos novos a partir de conhecimentos precedentes, tornando-se, assim, de utilidade não só para empreendedores, mas também para todas as pessoas ligadas a outros ramos de atividade. Este é o objetivo da pedagogia empreendedora como pode ser observado na Figura 1. Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. 2.3.3 Convergências entre Pedagogia de Projetos e a Pedagogia Empreendedora Existem convergências entre a proposta de ensinar através de projetos e do empreendedorismo como pode ser obervado no Quadro 1, apontadas por Pires (2006). Quadro 1 – Convergências pedagógicas Convergências pedagógicas Dimensões Elementos de convergência Objetivos - Gerar ações empreendedoras - Levar à interação entre aluno e objeto do conhecimento - Preparar para o mundo do trabalho - Proporcionar desejo de aprendizagem contínua - Viabilizar aprendizagem real, significativa, ativa e interessante. Professor Facilitador do processo de construção do conhecimento. Alunos - Autônomo - Ético - Gerador de conhecimento próprio - Proativo - Protagonista. Currículo - Flexível -Interdisciplinar - Organizado por área/tema geradores. Conhecimento - Contextualizado - Instrumento para compreensão e intervenção na realidade - Significativo. Tempo e espaço escolar Reorganização democrática dos espaços na sala de aula. Avaliação Processual Autoavaliação. Fonte: Pires (2006). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Assim como existem pontos convergentes, há outros que divergem de modo bem claro como pode ser observado no Quadro 2, que destaca os da Pedagogia Empreendedora que não são observados nas propostas da Pedagogia de Projetos. Quadro 2 – Pontos divergentes entre as pedagogias Pontos divergentes Dimensões Pedagogia Empreendedora (peculiaridades) Objetivos - Confeccionar Plano de Negócios - Gerar produtos que se transformem em oportunidades de negócio, Professor Facilitador do processo de construção do conhecimento. Alunos Pode ser um empresário voluntário. Currículo Focado em resultados. Conhecimento Disciplinas ligadas à administração. Tempo e espaço escolar Técnicas necessárias para administração de uma empresa. Avaliação Não apresentam diferenças significativas de propostas.Fonte: Pires (2006). 3 EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA É grande o interesse de pesquisadores sobre a Educação Empreendedora e diversos estudos e pesquisas tratam do tema mesmo sendo uma questão relativamente nova no ensino brasileiro. Contudo, é vasta a literatura voltada para o tema e podemos destacar os trabalhos de Filion (2000); Dolabela (2003); Duarte et al. (2004); Pires (2006); Ramos, Ferreira e Gimenez (2005), Terra e Drumonnd (2003) entre outros. Educar com a proposta do empreendedorismo é um assunto recente na sociedade brasileira, mas na sociedade norte-americana esse tema é discutido desde a década Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. de 1940 e alguns anos mais tarde no cenário europeu. O empreendedorismo tem uma longa tradição em centros de ensino da Europa, Estados Unidos e Canadá. “No Brasil, o tema vem disseminando-se com rapidez, bem como ampliando os seus espaços entre o governo, o meio empresarial e as instituições representativas de classe e de ensino” (DUARTE et al., 2004, p. 8). Resultados obtidos formam conhecimento parcial sobre sua relevância, métodos e consequências dessa proposta de ensino, porém não constituem um referencial delimitado sobre a melhor maneira de formar empreendedores. Com a proposta de Educação Empreendedora, busca-se gerar atitudes e ações empreendedoras nos alunos. Nesse contexto, Dolabela (2003) acrescenta, Nesse quadro, a ação empreendedora caracterizada desde sempre pela capacidade de gerar novos conhecimentos, a partir de uma base da experiência de vida do indivíduo, (não só do saber técnico-científico ou know-how), deixa de ser exceção e torna-se necessidade para todos (DOLABELA, 2003, p. 22). Considerar a possibilidade de formar e desperta nos alunos o espírito e interesse empreendedor no âmbito escolar, as propostas da Educação Empreendedora “consistirão, basicamente, em se proporcionar condições para o desenvolvimento de habilidades empreendedoras em crianças, adolescentes e jovens adultos” (DOLABELA, 2003, p.25). Há diferentes maneiras de conceituar a Educação Empreendedora em função de sua proposta envolver duas áreas distintas de pensamentos: a economicista e a humanista. Na vertente economicista, a Educação Empreendedora constitui um conjunto de ações desenvolvidas pelo sistema educacional, buscando com o valorizar o papel do empreendedor, disseminar a cultura empreendedora e despertar vocações empresariais. Além de criar no contexto educacional e social uma Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. mentalidade empreendedora estimulando a geração de negócios (PORTAL FINEP5, 2011). Formar a ação empreendedora visando a construção de novos conhecimento partindo partir de conhecimentos precedentes é o principal objetivo da educação empreendedora buscando gerar atitudes e ações empreendedoras nos alunos e nesse quadro, para Dolabela (2003), [...] a ação empreendedora caracterizada desde sempre pela capacidade de gerar novos conhecimentos, a partir de uma base da experiência de vida do indivíduo, (não só do saber técnico-científico ou know-how), deixa de ser exceção e torna-se necessidade para todos (DOLABELA, 2003, p. 22). Quando se coloca a necessidade de se desenvolver nos alunos as características típicas do empreendedor, essa proposta de educação tem como base o “desenvolvimento do autoconhecimento com ênfase na perseverança, na imaginação, na criatividade, na inovação, sendo importante o conteúdo que se aprende, mas, sobretudo, como é aprendido” (LUCAS, 2001, p. 243). Educação Empreendedora é um tema de relevância social, profissional e acadêmica, trata-se de do conteúdo a ser transmitido e, principalmente, como esse conteúdo será assimilado. Assim, o fundamento da educação empreendedora “é a busca por autoconhecimento, perseverança, imaginação, inovação e criatividade, características primordiais para se obter sucesso na formação empreendedora dos alunos, é prioritária" (LUCAS, 2001, p. 244). 3.2 EXPECTATIVAS QUANTO A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA A Educação Empreendedora inserida nas escolas causa expectativas de uma transformação revolucionária nos parâmetros de formação dos jovens, 5 FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Cultura e Tecnologia (MCT). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. principalmente se desdobramentos da adoção do ensino do Empreendedorismo favorecer alunos das escolas da rede pública de ensino. Sendo bem realista, o ensino de empreendedorismo no Brasil se propaga em progressão geométrica e devido a instituições como o CNPq, Softex, CNI, IEL, SEBRAE nacional, ANPROTEC e inúmeras universidades, estamos diante da explosão de um movimento que começou pouco mais que de 10 anos no Brasil e “não será demais afirmar que em poucos anos todas as universidades e instituições de segundo grau terão o ensino de empreendedorismo em seu currículo” (DOLABELA, 2003, p. 24). O ensino do empreendedorismo durante “a formação de um novo profissional tem sido considerado pelos especialistas como vital para o seu sucesso, principalmente se ele for egresso das escolas ditas de massa” (TERRA, DRUMONND, 2003, p. 35). As escolas públicas concebem seu projeto pedagógico fundamentado em novos paradigmas educacionais e no desenvolvimento das competências para o trabalho, considerando todas as peculiaridades e incertezas da sociedade do século XXI e, em função disto transforma “o empreendedorismo numa inusitada revolução social que deverá ocorrer no século XXI, comparável aos efeitos da revolução industrial ocorrida no século passado” (TERRA, DRUMONND, 2003, p.37). Essa expectativa em relação ao ensino do empreendedorismo tem uma possível consequências, ou seja, “o sistema educacional terá de ampliar seu currículo para além de conhecimentos técnicos e científicos, indispensáveis e, ao mesmo tempo, menos suficientes para a inserção do homem no mundo do trabalho” (DOLABELA, 2003, p. 38). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. A implementação da proposta de Educação Empreendedora por várias instituições de ensino brasileiras tem como fator primordial inovações elaboradas com base nas características que atualmente são exigidas para a atuação no mundo social e no mercado de trabalho. Cumpre, assim, o objetivo de estabelecer estratégias educacionais que se contraponham àquelas do modelo tradicional de educação (DOLABELA, 2003; TERRA, DRUMOND, 2003). Alcançar os objetivos e finalidades da educação empreendedora na diversidade do mercado de trabalho exige estabelecer condições apropriadas para que seja possível articular proposta de uma pedagogia/metodologia apropriada de ensino. 3.3 PEDAGOGIA/METODOLOGIA DO ENSINO EMPREENDEDOR Para o ensino empreendedor Dolabela (2003) desenvolveu a metodologia da Oficina do Empreendedor partindo do sistema de aprendizado dos empreendedores, com base nos requisitos da Educação Empreendedora, originando, assim, a Pedagogia Empreendedora. Em seus estudos as expressões pedagogia e metodologia são utilizadas de modo ambíguo por Dolabela acarretando, assim, dificuldade na compreensão das Distinguir os termos torna mais precisa a discussão sobre essas propostas e nesse contexto, Moura e Barbosa (2006) ao tratarem do assuntoreconhecem que essa ambiguidade não é exclusiva de Dolabela quando afirmam, A distinção entre os conceitos pedagogia e metodologia pode se basear na definição e articulação entre os conceitos de didática e de concepção.Apesar de uma longa e intensa discussão sobre a definição e os limites da Didática no campo da produção acadêmica, persiste uma significativa degeneração (representada por um estado de indistinguibilidade) entre os conceitos mencionados, gerando muitas dificuldades nos processos de produção de trabalhos e pesquisas no campo educacional. E, analogicamente empregam a relação entre Ciência e Tecnologia, demonstrando que é recorrente este tipo de dificuldade de conceituação e distinção entre termos de uma dada área. A alternativa que propõem é se organizar criticamente através da articulação e diferenciação entre os Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. conceitos de concepção, pedagogia e didática (MOURA, BARBOSA, 2006, p.194) Moura e Barbosa (2006) desenvolvem uma argumentação concisa ao distinguir os campos conceituais que pode ser analisada no trecho transcrito na íntegra: Alguns autores fazem uma diferenciação entre didática e pedagogia, colocando a didática como uma instância que decorre da pedagogia. Para Luckesi (1987), a didática se resume na “...investigação e construção metodológica que torna mais fácil, mais satisfatória e mais eficiente a atividade de ensinar e aprender”. E ainda: “A delimitação de uma didática depende da delimitação de quais são os resultados que esperamos e estes por sua vez dependem do suporte teórico que direciona nosso modo de agir, nossas intenções”. Para esse autor, a didática “... é o prolongamento operacional, no que se refere ao ensino e aprendizagem, de uma compreensão do mundo que se traduz numa proposta pedagógica”. Assim, uma pedagogia inspira uma ou mais didáticas. A didática trata dos procedimentos ou técnicas aplicáveis diretamente na situação de ensino. A pedagogia, por si só, não descreve técnicas didáticas para a sala de aula; isto o faz a didática. A pedagogia inspira e instrui a formulação das técnicas didáticas; trata de diretrizes gerais que se referem ao processo da educação; decorre de um conjunto mais geral de conceitos, que não se referem apenas e especificamente à educação; é, enfim, uma instância que decorre de uma concepção, de uma cosmovisão, de um conjunto estruturado de conceitos e valores mais profundos e abrangentes. Em geral, essa concepção refere-se a posições que podem ser identificadas com filosofia, ideologia, política. A concepção refere-se aos fundamentos das atividades humanas no seu sentido geral e, portanto, inspira e instrui a formulação de conceitos e diretrizes para a educação (assim como o faz para diretrizes que se referem a outros setores de atividade humana). Um conjunto de diretrizes gerais que pudermos deduzir para orientar a educação, inspirados numa determinada concepção, será uma pedagogia. [...] Devemos notar que essas diretrizes não informam sobre como proceder especificamente em sala de aula a fim de realizá-las. Professores diferentes, e em situações de ensino diferentes, poderão propor procedimentos diferentes, formulando didáticas diferentes - supostamente não contraditórias, uma vez que decorrem dos mesmos fundamentos. Podemos, então, estabelecer a relação: Concepção > Pedagogia > Didática (MOURA; BARBOSA, 2006, p. 195-196, grifo do autor). As colocações de Moura e Barbosa (2003) acrescentam a existência de um „saber empreendedor que reúne os saberes acima listados no trecho acima. Mas, não se coloca em questão o saber de conteúdos técnicos ou científicos e sim “o saber empreendedor, que agrega o saber em todas as suas dimensões (o saber Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. ser, o saber conviver, o saber fazer e o saber conhecer), direcionado para a busca da autorrealização”, acrescido de saber sonhar e buscar a realização do sonho (DOLABELA, 2003, p. 113). Essa questão do significado do saber empreendedor é polêmica. “É interessante registrar que todas as características ressaltam a importância do aprendizado contínuo do empreendedor” (LÜK, 2003, p.8) que resumidamente implica em: - aprender a conhecer (ser capaz de aprender a aprender ao longo de toda a vida), - aprender a viver com os outros (desenvolver a compreensão do outro, na realização de projetos comuns, preparando-se para gerir conflitos, fortalecendo sua identidade e respeitando a dos outros), - aprender a fazer (pressupõe desenvolver a competência do saber se relacionar em grupo), - aprender a ser (para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia, expressando opiniões e assumindo as responsabilidades pessoais). A Educação Empreendedora deve ser norteada por princípios pedagógicos e metodológicos que assegurem as condições básicas para que possa se efetivar como proposta educacional integral (DOLABELA, 2003). Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. Para que haja condições básicas que permitam efetivar a Educação Empreendedora como a proposta educacional integral, Dolabela (2003) estabelece princípios que devem balizar as propostas da Oficina do Empreendedor e da Pedagogia Empreendedora, conforme descrito no Quadro 3. Quadro 3 - Princípios da Educação Empreendedora Princípios da Educação Empreendedora 1 Explicitar objetivamente uma intencionalidade 11. O professor de deve privilegiar o autoaprendizado. 2. Adotar uma postura ética. 12. A metodologia não pode ser rígida "manualizada". 3. Estar afinada com a agenda nacional de desenvolvimento. 13. Deve compatibilizar baixíssimo custo com alta eficácia. 4. Qualquer metodologia de ensino de empreendedorismo deve apoiar-se nas raízes culturais da comunidade, do município, da região, do estado, do país. 14. Deve atingir (principalmente) as populações carentes. 5. Ser formadora de capital social. 15. Não pretender “ajustar” pessoas um modelo ou conjunto de características. 6. Ser agente de mudança cultura. 16. Utilizar um conceito amplo de empreendedorismo. 7. Considerar a comunidade como verdadeiro espaço de aprendizado. 17. A Educação Empreendedora deve liminar a distancia entre sonho, emoção e trabalho. 8. A Educação Empreendedora não pode ser confinada por muros. 18. Apoiar-se em fundamentos de cooperação, rede e democracia. 9. Entender que empreender é gerar conhecimento. 19. O estudo das oportunidades. 10. A metodologia deve possuir o próprio material de aprendizado. 11. Fonte: Dolabela (2003) A proposta da Educação Empreendedora é possibilitar ao aluno desenvolver suas habilidades, atitudes e comportamentos de modo que possa explorar oportunidades e transformar o meio em que vive promovendo o desenvolvimento econômico, social e cultural. Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolvimento contínuo é o que requer a educação e o empreendedorismo porque auxiliam a desenvolver o raciocínio e a criatividade estimulando e possibilitando que o indivíduo busque e alcance a sua autonomia no contexto em que está inserido. Os dois temas foram defendidos neste artigo são relacionados à aquisição de conhecimento e constituem constitui um recurso fortalecedor na aquisição da autonomia e do planejamento de futuro. Educação e empreendedorismo implicamem novos conhecimentos, espaço no mercado de trabalho, futuro melhor e, principalmente, torna a educação tradicional mais atraente e interessante para o aluno. Respeitando das divergências e aproveitando os pontos positivos existentes entre a Pedagogia de Projetos e a Pedagogia Empreendedora, utilizando metodologia adequada para conduzir a proposta da educação empreendedora, a escola poderá alcançar os objetivos de formar empreendedores e alunos capazes e mais atuantes no mercado de trabalho. Desenvolver o tema “Educação empreendedora na proposta curricular: despertando o interesse do aluno pela construção da sua aprendizagem” permite concluir que o ensino do empreendedorismo assegurado na grade curricular constituirá um desafio para a escola pública brasileira e também para os professores porque o processo de ensino-aprendizagem ao contrário de trabalhar com conteúdos distante da realidade do aluno exigirá que a instituição de ensino e o docente concebam a interação concreta e direta entre o saber e o fazer. Conhecimento em Destaque, Serra, ES, v. 02, n. 02, jul./dez. 2013. 5 REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. 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