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AV2 - TRABALHO DE DIREITO APLICADO A GESTAO

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA
CAROLINE SIMÕES LUCENA -2016330112788
DIREITO APLICADO À GESTÃO
O FIM DA RELAÇÃO DE EMPREGO E SUAS CONSEQUENCIAS
RIO DE JANEIRO
2019
O FIM DA RELAÇÃO DE EMPREGO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Olá Estudantes,
As Organizações precisam compreender as normas que regem os direitos dos trabalhadores para garantir e assegurar que as obrigações entre as partes sejam cumpridas. Assim, torna-se fundamental a abrangência do estudo das ciências jurídicas, pois “não existe sociedade sem direito”.
Atento a esse cenário e buscando abordar as temáticas que envolvem o fim da relação de emprego e suas consequências, apresentamos a seguir o Trabalho da disciplina Direito Aplicado à Gestão.
 
Situação problema:
Você está demitido! Os impactos psicológicos do desemprego.
A principal função conhecida do trabalho é a fonte de renda, com a finalidade de sustento do trabalhador e sua família. O trabalho, porém, têm inúmeras outras funções, que vão além do âmbito somente financeiro. Hayes e Nutman (1981); Kelvin e Jarret (1985) atribuem as seguintes funções para o trabalho: fonte de renda, forma de atividade, estrutura do tempo, fonte de criatividade, gerador de oportunidade de interação social, fonte de identidade e provedor de um senso de propósito para o indivíduo.
O ambiente de trabalho é onde passamos a maior parte do dia, onde trocamos experiências e realizamos tarefas em conjunto. Assim, esse ambiente caracteriza-se como uma das principais fontes de relações interpessoais. Além disso, satisfaz a necessidade de fazer parte de um grupo. A perda do emprego diminui, assim, o contato social do indivíduo, que como mostramos, é muito importante para a formação de sua identidade. O indivíduo trabalhador se identifica com o que faz, sendo, também, reconhecido pelo que faz. 
Essa ideia de que o trabalho é uma fonte de identidade já foi desenvolvida, nos mostrando que a condição de trabalhador é o papel central na vida das pessoas, influenciando todos os outros papéis formadores da identidade de um homem. 
Como um ser social, o homem acha importante contribuir e ser útil para a sociedade e ser reconhecido por esse fato. O fato de estar trabalhando, gera nele tal sensação e lhe dá um senso de propósito na vida. Dessa maneira, sem emprego, o sujeito pode sentir uma falta de sentido na vida, sofrendo de sintomas como depressão, ansiedade e desesperança.
Considera-se desemprego a perda e/ou não obtenção de um posto de trabalho regulamentar, seguida da procura de novos postos de trabalho e combinada ou não com trabalhos precários (irregulares e não regulamentados contratualmente na forma da lei), estando o trabalhador apto para o exercício das funções pretendidas. Neste sentido, toma-se da saúde mental sua medida central: o bem-estar psicológico produzido na interação de fatores ambientais e processos psicológicos internos.
Ao trabalho humano são atribuídos diversos significados; tal diversidade se deve, em parte, ao fato de que a tarefa de atribuir significados é carregada de subjetividade; portanto o trabalho humano comporta uma gama de sentidos que vão do individual ao social, referindo-se à subsistência, ao sentido existencial, à estruturação da personalidade e identidade do indivíduo, além de ocupar lugar de centralidade na organização societal, conforme assinala Borges (1998).
Dentre as consequências psicossociais do desemprego, destacam-se as afetações ao bem-estar psicológico do homem, intimamente relacionadas às ocorrências de deterioração do bem-estar físico, bem como de desagregação social. As principais afecções ao bem-estar psicológico, segundo Álvaro (1992), seriam: transtornos mentais leves (saúde mental geral), depressão, rebaixamento da autoestima, sentimento de insatisfação com a vida, dificuldades cognitivas e dificuldades de relacionamento familiar. Tais aspectos constituem, segundo o autor, os principais focos dos estudos que tratam da associação entre desemprego e saúde mental. O autor compila informações de pesquisas empíricas que reforçam a existência de relações entre a situação de desemprego e a deterioração do bem-estar psicológico dos trabalhadores desempregados.
Alguns autores (HARRISON, 1976; HA YES; NUTMAN, 1981; KEVIN; JARRET, 1985; MACEDO, 1992; EISENBERG; LAZARSFELD, 1938) descrevem em seus estudos o desenvolvimento de fases psicológicas do desemprego. Cada estudo indica diferentes números de fases, mas todos apontam o mesmo desenvolvimento das reações do indivíduo, independentemente do número ou nome dado a cada fase: é o ciclo transacional do desemprego. 
Podemos descrever esse caminho da seguinte maneira: em um primeiro momento, o sujeito fica em estado de choque ao receber a notícia do desemprego, e não consegue planejar seu futuro. Essa fase é acompanhada por sentimentos e pensamentos que tendem a minimizar a nova realidade que traz e exige dele certas mudanças, como o otimismo e a crença de que ele logo encontrará um novo emprego, mesmo em tempos de elevados níveis de desemprego. Com o passar do tempo, a dificuldade de encontrar um novo emprego, e sua nova situação econômica (prejudicada), leva-o a encarar a sua nova realidade e entrar em depressão. Nesse momento, o otimismo se transforma em pessimismo, trazendo consigo ansiedade e sofrimento psicológico. Sem saída, ele começa a testar novos comportamentos e atitudes perante sua situação e vai construindo uma nova percepção de si, do mundo, construindo uma nova identidade. No final desse caminho está a recolocação, que alivia o sofrimento, ou mesmo um desenlace traumático.
As reações psicológicas podem ser analisadas desde o momento em que o indivíduo recebe a notícia do desemprego, pois a maneira como notícia é transmitida o afeta, podendo aumentar seu choque (RA YES; NUTMAN, 1981; KEL VIN; JARRET, 1985). Quando maior a insensibilidade do empregador ao realizar a demissão, maior é o choque. Quando ainda está empregado ele pode ouvir boatos sobre sua demissão, ou sobre uma demissão em massa da empresa, o que pode gerar ansiedade em muitos trabalhadores, podendo afetar até sua produção. Inúmeros autores anteriormente mencionados argumentam, ainda, que a maneira como o indivíduo é demitido pode afetar sua autoimagem. Segundo eles, existem quatro maneiras da demissão ocorrer: antecipar a aposentadoria, pedir demissão voluntariamente, ser demitido involuntariamente ou demitido por excesso de funcionários. A demissão involuntária é a que mais afeta o sujeito psicologicamente, pois é uma ameaça a sua autoimagem.
Despedida Com Justa Causa.
Justa causa é todo ato faltoso do empregado que faz desaparecer a confiança e a boa-fé existentes entre as partes, tornando indesejável o prosseguimento da relação empregatícia. Os atos faltosos do empregado que justificam a rescisão do contrato pelo empregador tanto podem referir-se às obrigações contratuais como também à conduta pessoal do empregado que possa refletir na relação contratual.
Já a falta grave é a conduta irregular do empregado, a conduta faltosa deve ser grave e o dolo e a culpa do empregado devem ser apreciados no caso concreto, levando-se em conta, ainda, os fatores sociais, usos e costumes da sociedade em determinada época, entre outros.
Nos termos do artigo 482, e, da CLT, constitui motivo ensejador de dispensa por justa causa o fato de um empregado desempenhar suas funções com DESÍDIA.
Age com desídia o empregado que no curso do contrato de trabalho, comete atos repetitivos que prejudicam a empresa e demonstram o desinteresse do empregado pelas suas funções. A desídia é o tipo de falta grave que, na maioria das vezes, consiste na repetição de pequenas faltas leves, que se vão acumulando até culminar na dispensa do empregado. Isto não quer dizer que uma só falta não possa configurar desídia.
Toda demissão deve ser feita de uma maneira respeitosa e profissional por parte dos profissionais de RH, pois os mesmos devem repassar a informação de uma maneira leve e sem proporcionar traumas e situaçõesonde o empregado passe constrangimento e não o leve ter problemas psicológicos, visto que, atualmente estamos em uma situação onde o desemprego e as perspectivas de novas vagas e colocações de emprego estão cada vez mais escassos.

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