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Introdução à Virologia: Estrutura e Classificação dos Vírus

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VIROLOGIA
1. VÍRUS
Por muito tempo, devido ao seu tamanho, os vírus eram um mistério para a comunidade cientifica. São tão pequenos (fig. 1) que a maioria pode ser vista apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico, sendo também acelulares (não são células). Em 1930, os cientistas começaram a utilizar a palavra vírus, que no latim significa veneno.
A partícula viral é muito simples estruturalmente, contendo um núcleo formado somente por um tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. Por outro lado, os vírus só podem se reproduzir usando a maquinaria celular de outros organismos. Dessa forma, os vírus são considerados vivos quando estão multiplicando dentro das células hospedeiras que infectam. Fora dos seres que infectam ficam inertes. São chamados parasitas celulares obrigatórios.
Figura 1. Tamanho dos vírus em comparação com uma bactéria e uma hemácia.
a) Características dos vírus
Há divergência de opinião quanto aos vírus serem organismos vivos ou não. A vida pode ser definida como um conjunto complexo de processos bioquímicos por ação de proteínas codificadas por ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos das células vivas estão em atividade o tempo todo. Como são inertes fora das células vivas, os
vírus não são considerados organismos vivos. No entanto, quando um vírus penetra uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo, ocorrendo a multiplicação viral.
Sob esse ponto de vista, os vírus estão vivos quando se multiplicam dentro da célula hospedeira. Do ponto de vista clínico, os vírus podem ser considerados vivos por serem capazes de causar infecção e doença, tal como outros microrganismos. 
Porém, os vírus foram diferenciados de outros agentes infecciosos por serem extremamente pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios – ou seja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem.
O fato de necessitarem e se utilizarem das células vivas dificulta o tratamento das infecções virais, pois as drogas que deveriam apenas atacá-los, também podem destruir as células do hospedeiro.
De forma geral, os vírus apresentam apenas um tipo de ácido nucleico (ou DNA ou RNA); contêm um invólucro proteico que em algumas espécies é revestido por um envelope de lipídios, proteínas e carboidratos; multiplicam-se dentro de células funcionais, parasitando sua maquinaria; induzem a produção de estruturas especializadas na transferência do ácido nucleico viral para outras células.
Cada tipo de vírus apresenta estrutura complexa e específica. Podem parasitar as mais variadas formas de vida: bactérias, fungos, plantas, animais invertebrados e vertebrados e humanos. 
b) Estrutura dos vírus
	Os vírus podem possuir DNA ou RNA, mas nunca os dois simultaneamente. Esse material genético é protegido por um envoltório proteico, o capsídeo. Em alguns vírus, há uma estrutura protetora extra, recobrindo o capsídeo, denominado envelope. O envelope é uma capa de lipídeos, proteínas e carboidratos, como o vírus da influenza e do herpes.
c) Taxonomia
	A classificação dos vírus iniciou-se pela observação dos sintomas. Mais recentemente a classificação de acordo com o tipo de ácido nucleico, morfologia e tipo de replicação.
d) Principais vírus
- Adenovírus. Responsáveis por infectar o trato respiratório, como no resfriado comum.
- Poxvírus. Vírus da varíola. A varíola é considerada uma doença erradicada. Até a década de 80 infectou inúmeras pessoas, com rápida propagação e causando desfiguração na aparência. A doença não tem cura, mas não se registram mais casos.
- Herpes. Há mais de 100 tipos de herpesvírus. Alguns causam o herpes labial. O Epstein-barr causa mononucleose infecciosa.
- Papilomavírus. Algumas espécies do gênero Papillomavirus são capazes de transformar células e causar câncer. Provoca verrugas e poliomas (tumores). Quase todos os canceres do colo do útero são causados por papilomavírus. O principal é o HPV-16. Atualmente o Ministério da Saúde disponibilizou vacinas para meninas a partir de 9 anos de idade, visando a prevenção da infecção.
- Hepatite. Causa hepatite (A, B, C, D, E, F, G). o HBV, vírus da hepatite B, pode predispor o hospedeiro ao desenvolvimento de câncer no fígado.
- Aids. O HIV, ou vírus da imunodeficiência humana, causa a síndrome da imunodeficiência humana (AIDS ou SIDA). No século passado dizimou muitos indivíduos. A sua letalidade se deve ao fato de o HIV parasitar os linfócitos T CD4+, nossas células de defesa. Há portadores do vírus que não desenvolvem a Aids, porém podem transmitir a outros indivíduos. As principais formas de contágio são relação sexual (vaginal, oral, anal) desprotegida, compartilhamento de seringas e objetos pérfuro-cortantes e durante o parto ou amamentação. Atualmente não existe cura para a AIDS. Existem medicamentos anti-retrovirais, que retardam o progresso da doença e reduzem a velocidade do dano ao sistema imunológico. Estes medicamentos diminuem a replicação viral, mas não eliminam o vírus do corpo. Também existem medicamentos para prevenir e tratar infecções oportunistas. De acordo com dados da Fiocruz, os primeiros sintomas são febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves. Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração e/ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença.
- Oncovírus. Da família Retrovirus, como os HTLV, causam leucemia.
- Coronavírus. Causa a síndrome respiratória aguda severa. Em 2002 ocorreu um surto, hospitalizando milhares de pessoas.
- Ebola. Responsável por causar uma febre hemorrágica, recentemente voltou aos holofotes devido a uma epidemia, sobretudo nos países africanos.
- Dengue. A dengue é denominada uma arbovirose, pois é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Recentemente, pesquisadores pernambucanos isolaram vírus da dengue também em mosquitos (muriçocas), aumentando a importância do controle dessa doença. Causada pelos vírus DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Esses sorotipos causam a dengue clássica ou dengue hemorrágica. A infecção por uma espécie dessas confere imunidade ao hospedeiro para esse sorotipo. Contudo, não protege eficazmente contra outros sorotipos, e pode acarretar nova infecção, inclusive desenvolvendo febre hemorrágica.
- Chikungunya. No Brasil o CHIKV foi identificado pela primeira vez em 2014. Os sintomas são febre alta, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos, acompanhados ou não de inchaço. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Também é transmitida pelo gênero Aedes. Uma vez adquirida a doença, o individuo adquire imunidade para o restante de sua vida.
- Febre amarela. A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus com o mesmo nome da doença. Os sintomas iniciais são inespecíficos: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados, que caracteriza o nome da virose), hemorragias e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela. Apesar de muito alarde que se tem feito, o macaco não transmite a doença para os humanos, assim como uma pessoa não transmite a doença para outra. A transmissão se dá somente pelo mosquito. A prevenção, assim como das outras arboviroses, é eliminando o vetor, que requer medidas simples como evitar acúmulo de água.
	A parasitagem de determinados vírus sobre as células pode modificar sua estrutura genética, levando à multiplicação desordenada e disfuncional delas, causando tumores e câncer.
e) Infecçõesvirais
Os tipos de infecção podem ser classificados de acordo com o tempo necessário para causar doença no hospedeiro. Na infecção latente, como no caso dos oncovírus ou herpes labial, pode-se passar até anos para desenvolver algum sinal ou sintoma. Nestes casos, geralmente a multiplicação viral se dá por uma imunossupressão do individuo. Em alguns indivíduos, os vírus são produzidos, mas os sintomas nunca aparecem. Embora uma grande proporção da população humana possua o vírus que causa o herpes labial, somente 10 a 15% dessa população apresentam a doença. O mesmo caso na catapora, onde o vírus pode ser contraído na infância e só se desenvolver na fase adulta.
Os vírus apresentam efeitos citopáticos (efeitos visíveis sobre as células, podendo levar à morte delas). Geralmente se dá por modificações na estrutura genética celular.
Devido aos altíssimos números nos últimos anos, e por residirmos em uma área endêmica, vamos falar um pouco sobre dengue (figura 2).
A dengue é uma doença febril aguda, com variedade de formas clinicas. Causa bastante desconforto e é considerada incapacitante. Pode apresentar um quadro oligossintomático (poucos sintomas) ou apenas uma leve febre, de forma que o portador sequer descobre ou suspeita que está com o vírus. De forma geral, os sintomas clássicos da dengue são: febre, cefaleia, dor nas articulações, mialgia, dor retro-orbitária, perda de apetite, fraqueza, náuseas, prostração, prurido e exantema (erupções cutâneas).
Figura 2. Diferença entre dengue, zika e chikungunya.
No caso da dengue hemorrágica, além desses sintomas supracitados, o paciente apresenta extravasamento do plasma, devido ao afrouxamento das células endoteliais dos vasos sanguíneos. A forma mais comum e de menor gravidade é detectada através da prova do laço, com surgimento temporária de pequenas petéquias. O aparecimento de petéquias, epistaxe (sangramento nasal), gengivorragia e hematúria são sinais de alerta para o grau da doença. Os casos mais graves apresentam melena e vômito de sangue (hematêmese). 
Pesquisas apontam que a dengue é uma doença pertencente aos primatas. Todavia, a urbanização desenfreada alterou a relação homem-natureza, invadindo o habitat dos animais e trazendo doenças que outrora eram típicas apenas deles. O Aedes aegypti é o principal vetor dos vírus. Este mesmo mosquito transmite o vírus da febre amarela. Atualmente, a melhor forma de contenção destas duas viroses é o controle dos mosquitos, impedindo o seu desenvolvimento.
f) Príons
	São partículas proteicas infecciosas. Causam um pequeno espectro de doença, mas receberam atenção devido à doença da vaca louca. Geralmente os príons atacam apenas animais.