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Comentário sobre o texto O Financiamento da Educação, Oliveira, R.P. do livro Gestão, financiamento e direito à educação: análise da Constituição Federal e da LDB, Oliveira, R.P.; Adrião, T.

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Mariana Tavano Gabriel – Turma 31- 10735093
POEB I- Professora Denise Carreira
Comentário sobre o texto “O Financiamento da Educação”, Oliveira, R.P. do livro “Gestão, financiamento e direito à educação: análise da Constituição Federal e da LDB”, Oliveira, R.P.; Adrião, T. 
	No texto “O Financiamento da Educação”, o autor Romualdo Portela de Oliveira analisa a Constituição Federal e principalmente o capítulo de financiamento da LDB buscando explicar da onde vem os recursos para bancar a educação pública brasileira. Ele analisa também quais as responsabilidades de cada esfera federal; município, estados, Distrito Federal e federação, e em que medida essa divisão das responsabilidades financeiras parece prejudicar ou beneficiar os sistemas de ensino. 
	Sabemos, por exemplo, que os municípios são as esferas com mais dificuldade de manter um bom sistema educacional, o que criaria muita disparidade entre os sistemas de educação municipal, estadual e federal. Para isso, foram criados mecanismos, que podem ser vistos como um compartilhamento da responsabilidade educacional, de transferências de fundos de uma esfera para a outra, como por exemplo, do estado para o município, como tentativa de equalizar os gastos em cada esfera e para que todas as esferas consigam atingir um custo mínimo por aluno. A LDB também previa esse cálculo do custo mínimo por aluno, o que garantiria uma margem mínima de qualidade de ensino que deve ser oferecida ao aluno em termos estruturais e em qualquer esfera. Outro mecanismo utilizado para diminuir a disparidade financeira entre os municípios e estados foi o FUNDEF, um fundo no qual o estado e os municípios pertencentes á ele depositam 15% dos recursos arrecadados para financiamento da educação, e do qual todos podem retirar esses recursos, que será distribuído de acordo com o número de alunos nas respectivas redes de ensino fundamental. A união deveria completar o Fundo com os arrecadamentos do salário-educação (ou seja, não vincularia novos recursos financeiros, já que o salário-educação é um recurso que necessariamente já seria aplicado em educação) caso não se atingisse nos estados e municípios o gasto mínimo por aluno. Esse custo mínimo, porém foi extinto recentemente pelo governo Bolsonaro, o que comprova que esse novo governo não se preocupa com a qualidade do ensino público e com a educação da população pobre, podendo gastar agora bem menos por aluno do que o anteriormente previsto, que já era pouco. 
	Algo que me chamou muito a atenção foi a pontuação de diversos mecanismos não conhecidos pela maioria da população (pelo menos, eu nunca havia ouvido falar e os colegas com quem comentei também não) que ajudam (quando cumpridos corretamente) na arrecadação para o financiamento da educação, como o salário-educação citado anteriormente, onde as empresas tem o dever de contribuir com uma porcentagem da folha de contribuição para a previdência social, diretamente para fundos educacionais, e os incentivos fiscais, quando são abatidos ou isentados certos tributos para que a empresa devedora invista essa quantia no setor desejado pelo governo, no caso, na educação. E o mais importante; há um piso concreto da porcentagem de impostos arrecadados que cada esfera federal deve gastar em educação pública. Esse gasto em educação segue uma regulamentação, pontuando onde especificamente o dinheiro arrecadado para tal fim deve ser investido. É interessante pontuar que está especificada a obrigatoriedade do setor público de ensino de lidar com a questão do transporte, o que sabemos que muitas vezes não acontece. 
	Existe um dispositivo que nunca foi cumprido por nenhum governo: a CF88 prevê que 60% (alterado pela EC 14, aumentando de 50% para 60%) dos recursos arrecadados para a educação pública seriam destinados para erradicar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental”. Esse dispositivo deveria ser aplicado separadamente para cada esfera federal, o que geraria muito mais gastos educacionais para as mesmas, ou realocação de recursos para a educação, e portanto, simplesmente não foi cumprido. 
	 Como pudemos observar pelo texto, o financiamento educacional brasileiro é frágil pois sempre se estabelece um mínimo á ser gasto pelas esferas em seus devidos sistemas de ensino, o que comprova que a estruturação de uma educação pública de qualidade não é prioridade nesse país. Esse mínimo não cobre a demanda educacional que vem crescendo há muito tempo, e não há indicação de novas vinculações de recursos. É importante também que nós nos informemos sobre as fontes desses recursos (porcentagem do arrecadamento de impostos, salário-educação, etc) para que possamos cobrar esses dados e analisar pela sua regulamentação se eles estão sendo justamente aplicados. Com o governo atual extinguindo o custo mínimo por aluno, essa fiscalização deve ser mais forte ainda por parte da comunidade escolar, para que não deixemos a educação pública ficar mais sucateada do que já é.

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