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MODAIS E TERMINAIS DE TRANSPORTE CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Modais e Terminais de Transporte – Prof. Ms. Jeovan de Carvalho Figueiredo e Prof. Antonio Sérgio Brejão Meu nome é Jeovan de Carvalho Figueiredo. Sou mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar – Universidade Federal de São Carlos (SP). Atualmente, estou cursando o doutorado na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV). Atuo como professor universitário em cursos de Graduação em Administração de Empresas e em cursos de Especialização em Sustentabilidade e Operações Industriais. E-mail: jeovan.figueiredo@fgv.br Meu nome é Antonio Sérgio Brejão. Sou graduado em Comércio Exterior pela Uninove – Universidade Nove de Julho, com Especialização em Administração Logística e Supply Chain pela mesma Instituição. Possuo, também, Especialização em Política e Relações Internacionais pela Fesp – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Atualmente, estou concluindo o curso de MBA em Administração Geral e Estratégica pela Fappes – Faculdade Paulista de Pesquisa e Ensino Superior. Atuo como professor universitário em renomadas instituições de Ensino Superior, tais como Fatec, Claretiano, Unisantanna e Fappes, onde leciono as disciplinas de Logística, Materiais, Qualidade e Operações. E-mail: prof.sergiobrejao@uol.com.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação MODAIS E TERMINAIS DE TRANSPORTE Jeovan de Carvalho Figueiredo Antonio Sérgio Brejão Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 388.47 F488m Figueiredo, Jeovan de Carvalho Modais e terminais de transporte / Jeovan de Carvalho Figueiredo, Antonio Sérgio Brejão – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 210 p. ISBN: 978-85-8377-047-3 1. Transporte. 2. Modais. 3. Serviços. 4. Custos. 5. Terminais de transporte. I. Brejão, Antonio Sérgio. II. Modais e terminais de transporte. CDD 388.47 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Raquel Baptista Meneses Frata Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO ......................................................................... 12 UNIDADE 1 – MODAIS DE TRANSPORTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 37 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 37 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 37 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 38 5 MODAIS DE TRANSPORTE DE CARGA: UMA VISÃO GERAL .......................... 39 6 DIVERSIDADE DE MODALIDADES DE TRANSPORTE DE CARGA .................... 40 7 CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE ...................................... 40 8 COMPETIÇÃO DOS MODAIS ............................................................................ 43 9 MODAIS E COMPETIÇÃO INTERNACIONAL .................................................... 45 10 PICKING PARA O TRANSPORTE DE CARGA .................................................... 47 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 49 12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 49 13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 50 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 51 UNIDADE 2 – OS PRINCIPAIS MODAIS TERRESTRES 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 53 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 53 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 54 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 54 5 MODAL RODOVIÁRIO ....................................................................................... 54 6 CARACTERÍSTICAS DO MODAL RODOVIÁRIO ................................................ 57 7 MODAL FERROVIÁRIO ...................................................................................... 63 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 69 9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 69 10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 70 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 71 UNIDADE 3 – MODAL AÉREO, AQUAVIÁRIO E DUTOVIÁRIO 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 73 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 73 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 74 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 74 5 MODAL AÉREO.................................................................................................. 74 6 MODAL AQUAVIÁRIO ....................................................................................... 78 7 MODAL DUTOVIÁRIO ....................................................................................... 86 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 88 9 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 88 10 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................89 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 89 UNIDADE 4 – SERVIÇO INTERMODAL E MULTIMODAL DE TRANSPORTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 91 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 91 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 92 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE .............................................................................. 92 5 TRANSPORTE INTERMODAL ........................................................................... 92 6 UNITIZAÇÃO DE CARGAS ................................................................................ 100 7 TRANSPORTE MULTIMODAL .......................................................................... 105 8 DIVERSAS MODALIDADES PARA TRANSPORTE .............................................. 107 9 ESPECIFICIDADES DO SERVIÇO MODAL ......................................................... 107 10 MULTIMODAL E INTERMODAL ........................................................................ 110 11 COMBINAÇÕES ENTRE OS MODAIS ................................................................ 113 12 INFORMAÇÕES IMPORTANTES ANTES DA ESCOLHA DO MODAL NO TRANSPORTE DE CARGA .................................................................................. 114 13 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 115 14 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 116 15 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 116 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 117 UNIDADE 5 – CUSTOS E SERVIÇOS DE TRANSPORTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 119 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 119 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 120 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 120 5 NEGOCIAÇÃO DE FRETES E A IMPORTÂNCIA DO OPERADOR LOGÍSTICO ... 121 6 SELEÇÃO E NEGOCIAÇÃO COM TRANSPORTADORES ................................... 122 7 INCOTERMS ...................................................................................................... 125 8 CUSTOS E SEUS COMPONENTES ..................................................................... 130 9 CUSTOS DOS TRANSPORTES DE CARGA: VOLUME, DISTÂNCIA, PRODUTO, TAMANHO E ROTEIRO ...................................................................................... 133 10 TRANSPORTES TERRESTRES DE PRODUTOS PERIGOSOS .............................. 136 11 TRADE-OFF NO TRANSPORTE LOGÍSTICO DE CARGA.................................... 144 12 TOMADA DE DECISÃO DO MODAL NO TRANSPORTE DE CARGA ................. 147 13 GESTÃO ESTRATÉGICA NA ESCOLHA DOS MODAIS PARA O TRANSPORTE DE CARGA.......................................................................................................... 150 14 SERVIÇOS INTERMODAIS ................................................................................ 151 15 TIPOS E COMPARAÇÃO DE CUSTOS DE TRANSPORTES: BRASIL E EUA ........ 153 16 CARACTERÍSTICAS DOS FRETES POR MODAL ................................................ 156 17 SERVIÇOS DE TRANSPORTE ............................................................................. 160 18 CASOS ................................................................................................................ 166 19 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 169 20 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 169 21 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 170 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 171 UNIDADE 6 – TERMINAIS DE TRANSPORTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 173 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 173 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 174 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 174 5 TERMINAIS DE TRANSPORTE E SUAS FUNÇÕES ............................................ 174 6 TERMINAIS DE CONTÊINERES DE USO PÚBLICO ........................................... 178 7 IMPACTO E CONFORMIDADE AMBIENTAL ..................................................... 180 8 MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS NOS TERMINAIS DE TRANSPORTES ............. 181 9 TIPO DE NAVEGAÇÃO....................................................................................... 184 10 CUSTOS DOS TERMINAIS DE TRANSPORTE.................................................... 185 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 187 12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 188 13 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 188 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 189 UNIDADE 7 – TIPOS DE TERMINAIS DE TRANSPORTE 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 191 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 191 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 192 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 192 5 TERMINAIS E SUA LOCALIZAÇÃO ................................................................... 192 6 TERMINAIS TERRESTRES .................................................................................. 194 7 MOVIMENTAÇÃO ............................................................................................ 196 8 TERMINAIS AÉREOS ......................................................................................... 197 Claretiano - Centro Universitário 9 TERMINAIS AQUAVIÁRIOS............................................................................... 202 10 ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 206 11 QUESTÃO AUTOAVALIATIVA ............................................................................ 208 12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 208 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 208 14 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 209 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 209 EA D Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Modais de transporte. Modais terrestres. Modal aéreo, aquaviário e dutoviário. Serviço inter e multimodal de transporte. Serviços e custos de transporte. Termi- nais de transporte. Tipos de terminais de transportes. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––1. INTRODUÇÃO O Caderno de Referência de Conteúdo Modais e Terminais de Transporte tem como objetivo apresentar os modais de trans- porte, os custos e os serviços de transporte, bem como os tipos de terminais de transporte que podem ser utilizados pelas empresas para melhorar sua performance no segmento logístico. Durante nossos estudos, você será capaz de identificar a me- lhor alternativa de modais de transporte a ser utilizada pelas em- presas para diminuir tempo e custo na movimentação de transpor- te dos produtos, com a finalidade de obter lucro, tornando essas empresas mais competitivas. CRC © Modais e Terminais de Transporte10 Para que sejam alcançados os objetivos propostos, estudare- mos sete unidades, que abordarão os seguintes conteúdos: • Modais de transporte. • Principais modais terrestres. • Modal aéreo, aquaviário e dutoviário. • Serviço inter e multimodal de transporte. • Custos e serviços de transporte. • Terminais de transporte. • Tipos de terminais de transporte. Na primeira unidade, você estudará quais são as modalida- des de transporte, suas características, bem como a competição dos modais e a estratégia de picking aplicada ao transporte de carga. Em seguida, na Unidade 2, você conhecerá os principais mo- dais terrestres: o rodoviário e o ferroviário. Além disso, estudará as suas principais vantagens e desvantagens, bem como as recomen- dações para a sua utilização, tendo em vista o tipo de mercadoria a ser transportada e os problemas de infraestrutura das rodovias brasileiras, identificando no mapa os postos de fronteiras. Na terceira unidade, você estudará os mesmos princípios para os modais aéreo, aquaviário e dutoviário, os modelos de con- têineres aéreo e marítimo e, também, o sistema portuário nacio- nal, conhecendo o que é porto seco. A Unidade 4 vai levar você a conhecer dois tipos de serviços de transporte que utilizam um conjunto de modalidades diferen- tes: o inter e o multimodal; além disso, você aprenderá a forma de diferenciá-los. Entenderá, ainda, o papel do operador multimodal e a importância de se fazer uma combinação de modais e, tam- bém, conhecerá quais são os mecanismos de gestão dos sistemas de transportes. Na quinta unidade, serão apresentados os custos, os seus principais componentes e os tipos de serviços que interferem na es- Claretiano - Centro Universitário 11© Caderno de Referência de Conteúdo colha da modalidade de transporte utilizada pelas empresas. Diante disso, aprenderá: como são efetuadas as negociações de fretes; a caracterização do operador logístico; a seleção e a negociação com transportadores; os incoterms; o nível de serviço logístico; os cus- tos dos transportes; a classificação de carga perigosa; o que significa trade off; a tomada de decisão do modal no transporte de carga; os principais problemas nos modais de transporte de carga; a gestão estratégica na escolha dos modais para o transporte de carga; os serviços intermodais; e as análises de estudos de caso. Na Unidade 6, será explicado o que é terminal de transpor- te, bem como quais são as suas funções e a importância da per- formance e da interferência nos custos de transporte. Além disso, verá como são caracterizados os terminais de contêineres de uso público e os tipos de cargas que são movimentados. Finalmente, na sétima e última unidade, você conhecerá os tipos de terminais de transporte, analisará a matriz de transportes do Brasil, verá como é composto o sistema de tarifas aeroportuá- rio e realizará um estudo de caso. No transcorrer de nossos estudos, para sua melhor com- preensão, apresentamos casos reais para que você relacione os conceitos com as práticas das empresas, pois consideramos que a relação entre a teoria e a prática auxilia não só na aprendizagem, mas, principalmente, na interação e na discussão entre os alunos. Aproveite bem o seu curso, pois a Logística está presente em todos os setores empresariais, bem como no nosso dia a dia. Após esta introdução aos conceitos principais deste Caderno de Referência de Conteúdo, apresentaremos, a seguir, no Tópico Orientações para estudo, algumas orientações de caráter motiva- cional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. © Modais e Terminais de Transporte12 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu- dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entanto, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profis- são, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabi- lidade social. Em Modais e Terminais de Transporte, abordaremos os se- guintes conteúdos: • Modais de transporte: terrestre, aéreo, aquaviário. • Serviços de intermodalidade e multimodalidade. • Serviços e custos logísticos. • Trade off. • Terminais de transportes. • Picking. • Tomada de decisão do modal de transporte. • Problemas nos modais de transporte. • Negociação de fretes. • Gestão estratégica nos transportes. É importante ressaltar que, em cada unidade, serão expostos assuntos de ordem técnica que poderão sofrer alterações devido às legislações e normas, tanto nacional como internacionalmente. O setor logístico vive um momento de adequação e implan- tação de novas tecnologias, com o objetivo de que sejam trazidos benefícios a toda a cadeia produtiva. Claretiano - Centro Universitário 13© Caderno de Referência de Conteúdo Atualmente, dá-se muita ênfase ao crescimento econômico do país; contudo, é preciso ter consciência de que não há cresci- mento sem investimentos em infraestrutura logística. Uma expressão bastante utilizada no setor é o temido "apa- gão logístico", em que a ineficiência dos modais dos transportes de cargas associada à burocracia nos processos pode trazer grandes prejuízos e sérios problemas a todos os seguimentos econômicos do país. Hoje, em um mundo tão globalizado, o profissional de Lo- gística deve ter uma visão holística em todos os setores da Econo- mia. Em virtude dessa exigência, abordaremos a importância de uma tomada de decisão estratégica para os modais de transporte de carga em se tratando de um país com dimensões continentais como é o nosso. Dando continuidade aos nossos estudos, veremos como são os modais de transporte e por que é tão necessário investirmos em infraestrutura e em novas tecnologias ligadas ao setor, para que nossos portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, entre outros, sejam mais eficientes. Com isso, seria garantida uma maior fluidez no escoamento dos processos de transporte, de movimentação, de armazenagem e de distribuição de cargas, a fim de se suportarem os volumes de bens produzidos. No entanto, toda decisão estratégica deve ser acompanhada de um bom planejamento. De um modo geral, pa- recem questões óbvias falarmos de estratégias para melhorias em cada modal de transporte, ou seja, vemos, dia a dia, o quanto o Brasil tem a melhorar no segmento logístico – além disso, esse as- sunto tem um impacto direto no chamado “Custo Brasil”. Cabe, pois, ao profissional de Logística ter uma visão crítica em todos os setores produtivos do país e, também, no contexto internacional, tendo em vista que uma decisão equivocada poderá inviabilizar as estratégias empresariais. © Modais e Terminais de Transporte14 Modais de transporte: terrestre, aéreo, aquaviário Você estudará os diferentes modais de transporte. O primeiro deles será o modal marítimo, o qual,desde os primórdios, impulsio- na a economia brasileira. Nesse sentido, devemos mencionar que os aproximadamente oito mil quilômetros de costa marítima brasileira são pouco utilizados, até porque as normas exigidas para cabota- gem são as mesmas para navios do exterior. O correto seria, então, desvincular o transporte de cabota- gem do mesmo tratamento que é dado às exportações e às impor- tações, uma vez que esse sistema é responsável pela movimenta- ção de mercadorias na área interna do país; ele poderia auxiliar ainda mais nos processos produtivos, melhorando a competitivi- dade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Além disso, o alto custo com a documentação dos navios faz que estes cheguem a ficar até cinco dias atracados esperando pela liberação. Vale ressaltar que o custo de cada dia em que o navio fica atracado é muito elevado; a isso tudo soma-se, também, a fal- ta de investimentos, o que acarreta portos precários, maquinários inferiores (se comparados a outros países), calados inferiores às exigências de grandes embarcações, entre outros. Em um recente estudo, foi abordada a questão do ônus da burocracia dos portos brasileiros. Analisando o porto de Santos, mencionou-se que 17 toneladas de documentos em papel são ge- radas anualmente, pois muitos deles são emitidos em duplicidade, devido à exigência dos órgãos envolvidos na liberação das embar- cações, como, por exemplo, a Receita Federal, a Anvisa, a Marinha, a Polícia Federal etc. Com o intuito de resolver o problema com a documentação e de facilitar a burocracia desse setor tão importante para a eco- nomia brasileira, a SEP (Secretaria Especial dos Portos) desenvolve um programa chamado "Porto sem Papel", no qual tenta integrar as informações de forma eletrônica, disponibilizando-as para os vários órgãos gestores sem a emissão de papéis. Claretiano - Centro Universitário 15© Caderno de Referência de Conteúdo Se considerarmos que são 37 portos utilizados, o que corres- ponde a 95% do total das exportações, dá para imaginar o tama- nho da economia de papel: aproximadamente, 619 toneladas por ano; todavia, esse ainda não é o maior problema a ser soluciona- do. Considerando que o Brasil leva em média 5,8 dias para liberar um navio no porto de Santos, com a integração de informações eletrônicas, haveria uma redução nessa espera de 1,4 dias; apesar de ser uma melhora considerável, mesmo assim, estaríamos longe de alcançar, por exemplo, a marca da Alemanha, que é de 0,7 dia para liberação de suas embarcações. Portanto, essa ideia de integrar os órgãos responsáveis pelo recebimento desses documentos, para que não haja mais docu- mentos duplicados, diminuiria muito o temido "Custo Brasil". Outro problema a ser solucionado é o da demanda intensa, tendo em vista que temos poucos portos capazes de atingir uma eficiência completa. Seria necessário investirmos, também, em outros portos, adequando suas estruturas e modernizando-os tec- nologicamente, a fim de que as embarcações encontrassem mais facilidade na atracação e para que os contêineres pudessem ser movimentados com maior facilidade, rapidez e segurança. Outro modal que consideraremos neste estudo é o rodo- viário, o qual predomina amplamente sobre os demais, uma vez que o transporte por caminhão tem um custo de aquisição rela- tivamente baixo e, por ser mais adequado para a distribuição de pequenos volumes, pode circular em áreas mais abrangentes. Por essa flexibilidade, ele tem sido considerado como o meio de trans- porte mais comum e eficiente, apesar do custo do frete, do trânsi- to, e do fato de o Brasil possuir uma malha rodoviária em péssimas condições em algumas localidades, o que pode aumentar os cus- tos nas operações. Faltam, nesse sentido, investimentos em inovações tecnoló- gicas para melhorar a infraestrutura no país. Caso isso não seja feito, será natural haver um maior desestímulo de as empresas © Modais e Terminais de Transporte16 renovarem suas frotas (terceirizadas ou não) e, até mesmo, faltar incentivo nas fábricas de caminhões e veículos de grande porte. Ao observar tais fatores, cabe ao profissional de Logística fazer "milagres" para que os custos com movimentação de mer- cadorias não tenham tanto impacto no custo final dos produtos. Como você pode imaginar, isso não é uma tarefa fácil, tendo em vista que as empresas ficam dependentes do Governo no que diz respeito à manutenção das rodovias e estradas, dificultando, com isso, o trabalho das empresas e dos operadores logísticos. Excetu- ando a região sudeste, na qual as estradas e as rodovias possuem uma infraestrutura melhor (em virtude de algumas delas serem privatizadas), as estradas das regiões norte e nordeste estão em estado precário. Na sequência de nossos estudos, apresentaremos o modal ferroviário. Sabemos que a malha ferroviária no Brasil é conside- rada pequena, levando-se em conta sua extensão territorial e seu alto potencial produtivo na área agrícola, de minérios etc. Esse é um meio de transporte com um alto potencial para crescimento; no entanto, evidencia-se cada vez mais que há a falta de investimento nesse modal, gerando, com isso, um baixo cresci- mento desse meio de transporte, que é muito útil, especialmente pela sua capacidade de transportar grandes volumes de cargas. Apesar de tudo isso, há que se considerar que, desde a déca- da de 1990, a malha ferroviária vem sendo revitalizada. A retoma- da do crescimento no setor ferroviário brasileiro tem sido liderada pela iniciativa privada, que deu uma impulsionada nesse setor; po- rém, ainda há um longo caminho que precisa ser percorrido para que possamos dizer que dispomos de uma malha ferroviária digna e à altura de suprir as necessidades de um país grandioso como o Brasil. Não podemos negar, portanto, que esforços têm sido feitos, como, por exemplo, a retomada de discussões acerca do corredor bioceânico, que liga os países do Mercosul, Chile e toda a Região Claretiano - Centro Universitário 17© Caderno de Referência de Conteúdo Central do Brasil, na qual se concentra grande parte da produção agrícola e pecuária – esse pode ser considerado como um marco para o aumento das exportações e para o desenvolvimento de to- das as regiões envolvidas. É necessário, porém, haver uma melho- ria nas condições dos trilhos, passando segurança e confiabilidade. Como os custos de transportes por ferrovias são mais baixos que os de outros modais, poderia explorar-se mais esse tipo de trans- porte. Uma vez apresentado o meio ferroviário de transporte, pas- saremos a discutir o modal aéreo, no qual se pode observar que há novas tecnologias voltadas à rastreabilidade e à maior segu- rança dos aviões. Entretanto, a implantação dessas novas tecnolo- gias em nosso país, que deveria acontecer ainda no ano de 2010, esbarra em questões políticas. Sabe-se que a implantação de sua infraestrutura é muito cara para ser desenvolvida, e o custo do transporte por meio desse modal limita-se a produtos de alto valor agregado ou que tenha urgência de entrega e que se submetam a pagar ônus. Contudo, se houvesse esforços integrados entre Governo e iniciativa privada, os custos decorrentes dessa atividade poderiam se tornar mais acessíveis. Os maiores problemas desse modal são: o caos nos aeropor- tos por conta de atrasos nos voos, os extravios e as perdas com avarias nos materiais (produtos). O clima é, também, um dos fato- res que podem atrapalhar, apesar de a tecnologia estar crescendo muito nesse sentido. Encerrando os tipos de modais de transporte, apresentare- mos o dutoviário, que é muito específico com relação aos demais modais, pois ele se caracteriza pela sua grande participação na expansão da economia – isso porque trabalha com produtos de alto valor agregado, como petróleo e gás (e até porquestões do projeto do pré-sal). Diante disso, somos muito limitados quanto ao seu uso, tendo em vista que as maiores redes são de propriedade © Modais e Terminais de Transporte18 particular, de uso exclusivo, como, por exemplo, os dutos da Petro- bras. Certamente, esse seria um modal muito mais bem aprovei- tado se desenvolvido de forma estratégica, direcionando-se dos principais polos produtivos aos portos brasileiros. O problema desse modal está na sua implantação, que é muito cara, visto que é utilizado em cargas de grande quantidade e para longas distâncias. No transporte dessas cargas, é necessário que haja muito cuidado, pois, se danificadas, podem causar preju- ízos e perdas, aliado ao fato da complexidade de se fazer reparos. Em virtude de alguns trechos serem subterrâneos, para que fun- cione eficientemente, é preciso ter uma infraestrutura boa, dura- doura e com manutenção constante. Pode-se dizer que ele possui um custo de movimentação mais barato que os outros modais e há diversas obras para implantação sendo feitas no país. É importante ressaltar que o uso desse modal está cres- cendo muito e, por meio da implantação de novas tecnologias, ele pode se tornar ainda melhor. A seguir, veremos como é estruturada a matriz de transpor- tes do Brasil e do Estado de São Paulo, as quais demonstram um desequilíbrio entre os diferentes modais, o que aponta a necessi- dade de haver readequações para que se promovam maior com- petitividade e um desenvolvimento econômico sustentável. Tabela 1 Estrutura da matriz de transportes do Brasil e do Estado de São Paulo. Modal Brasil (%)* São Paulo (%)** Rodoviário 59,0 93,1 Ferroviário 24,0 5,3 Aquaviário 13,0 0,5 Aeroviário 0,3 0,3 Dutoviário 3,7 0,8 Fonte: FIESP. Classificação de Transportes por Modalidade. Disponível em: <http://www.fiesp.com. br/infra-estrutura/distribuicao.aspx>. Acesso em: 1 jul. 2010. Claretiano - Centro Universitário 19© Caderno de Referência de Conteúdo Serviços de intermodalidade e multimodalidade Na sequência de nossos estudos, abordaremos os serviços de intermodalidade e de multimodalidade. Veremos que o serviço de intermodalidade vem alcançan- do destaque, uma vez que se caracteriza pela utilização de dois ou mais modais, em que cada operador logístico se responsabili- za pelo seu tipo de transporte. Assim, torna-se um processo mais ágil e que reduz os custos quando bem implantado. Nesse tipo de serviço, os modais podem trabalhar juntos ou individualmente, tendo, sempre, o mesmo objetivo: a satisfação do cliente, com ra- pidez e segurança nas entregas. O serviço de multimodalidade, por sua vez, também se ca- racteriza pela utilização de dois ou mais modais; contudo, nesse tipo de serviço, todo o processo é responsabilizado e designado a um Operador de Transporte Multimodal (OTM). Nesse caso, os modais, quando bem alinhados, têm uma interação mais eficiente, tornando o sistema mais qualificado. Os impactos dos custos operacionais em todo processo lo- gístico impulsionam toda a cadeia a alinhar suas forças para dimi- nuí-los. Embora o custo operacional seja inevitável, ele não pode ser recorrente, pois trará prejuízos às empresas nos mais variados setores. Tudo isso se relaciona com a capacidade de se criarem novas tecnologias e avanços para manter o sistema operando de forma satisfatória. A divisão dos terminais de carga, por exemplo, facilitaria todo o processo logístico. Quando se divide o sistema em proces- sos, evita-se a criação de gargalos, os quais adicionam custos e delimitam os modais de transporte. Por exemplo, podemos dizer que seria inviável transportar soja do estado de Mato Grosso até o porto de Santos (SP) por meio do modal rodoferroviário, uma vez que se gasta muito tempo com transbordo (ou seja, passar mercadorias de um tipo de meio de © Modais e Terminais de Transporte20 transporte para outro) e, além disso, há um custo elevado gerado por esse tipo de transporte. Logo, seria mais viável dar preferên- cia, apenas, ao uso do modal rodoviário. Temos de ressaltar, ainda nesse sentido, que a construção de plataformas logísticas é outra ferramenta indispensável para se obter desenvolvimento no país. Essas plataformas trariam muitos benefícios, com estrutura suficiente para escoar produtos, utili- zando a intermodalidade e a multimodalidade. Sabe-se que exis- tem projetos sendo desenvolvidos, como por exemplo, no estado de Goiás. Isso é um pequeno avanço, dadas as proporções do pro- blema, o qual pode ser sanado com a integração de modais e das regiões produtivas do país. Essa questão da intermodalidade e da multimodalidade é um assunto ainda polêmico, em virtude do custos operacionais e da falta de infraestrutura nesse seguimento; em contrapartida, pode ser positiva, por exemplo, na contratação dos modais na hora de os transportes acontecerem. É importante salientar que há uma preocupação nesse sen- tido, e, além disso, estudos apontam que a integração dos modais pode ser uma saída para o desenvolvimento do país. Serviços e custos logísticos Os custos operacionais dificultam os processos de inovação de recursos oferecidos em novas tecnologias, pois, quanto maior o custo, mais inviável ele torna-se, tanto para os clientes como para os modais. O impacto dos custos operacionais poderia ser melhor apro- veitado em desenvolvimentos de novas tecnologias e melhores produtos para fazermos frente à globalização. Uma análise preliminar nos custos logístico de transporte é avaliar o nível de serviço logístico X custo do transporte, bem como o volume X demanda X tamanho X distância. Claretiano - Centro Universitário 21© Caderno de Referência de Conteúdo Trade off A finalidade do trade off é diminuir o custo de transporte para compensar o preço de venda do produto, ou seja, perder de um lado e ganhar do outro. São, pois, medidas estratégicas com retorno de longo prazo. Como se trata de um termo diferente e complicado para os profissionais da área de Logística, é importante citar os conceitos do que seja o trade off, para, assim, incorporá-lo à cadeia logística. Trade off é a troca de um nível de serviço logístico elevado com custo operacional reduzido. Com isso, as empresas buscam alternativas que possam ajustar seus processos de entrega de pro- dutos. Essa troca envolve não só a tomada de decisão estratégica de entrega de mercadorias, como também o estudo de localização dos armazéns, o nível de serviço logístico, a produção etc. Terminais de transportes de carga Os terminais de carga fazem parte do panorama do transpor- te desde seu início, facilitando a movimentação entre as diversas regiões e, até mesmo, entre os países. Os terminais assumem uma importância crescente, pois é cada vez maior a necessidade de eficiência e competitividade entre os modos de transporte, assim como o incremento da intermodalidade. Um dos atributos dos terminais de transportes, internacio- nal ou regional, é a convergência. Trata-se de pontos obrigatórios de passagem que são, geralmente, localizações geográficas inter- mediárias aos fluxos comerciais. Assim, os terminais de transpor- te são criados para centralizar ou intermediar as suas respectivas localizações. Os terminais de transporte requerem facilidades específicas para o tráfego tranquilo de mercadorias. Eles podem ser pontos do intercâmbio dentro do mesmo sistema modal, assegurando, assim, uma continuidade dos fluxos de mercadorias. Esse é o caso dos modernos aeroportos e das operações portuárias. Os termi- © Modais e Terminais de Transporte22 nais podem ser, ainda, pontos importantes de transferência entre os diferentes modos de transportes. Funções dos terminais de transporte De forma simplificada, podemos dizer que os terminais de transportes possuem como funçãoessencial permitir que passa- geiros ou cargas possam entrar ou sair de um sistema de transpor- tes (GUALDA, 1995). Maas (2001) menciona que esses terminais possuem algu- mas importantes funções, dentre as quais podemos listar as se- guintes: • carregar e descarregar cargas (ou passageiros) nos veículos de transporte; • realizar transferências de um veículo para outro; • estocar cargas desde o momento da chegada até a saída; • processar mercadorias, embalar para movimentá-las; • guardar, dar manutenção e fazer a designação de veículos; • prover documentação necessária ao movimento de cargas; • concentrar cargas (ou passageiros) em grupos de tamanhos eco- nomicamente viáveis para movimentação (MORLOK apud MAAS, 2001, p. 19). Estratégia de Picking Inicialmente, é importante definir o que é picking. Os proces- sos de picking ou separação de pedidos e de cargas são atividades importantes para a eficiência logística, pois agilizam a entrega de materiais, diminuindo o risco de extravio e de avaria no transporte de carga. Além disso, eles são a maneira de compensar ou diminuir os prejuízos focados na gestão interna dos processos. Com uma boa estrutura em equipamentos de movimenta- ção e armazenagem, softwares (como o WMS, que auxilia o pro- cesso) e pessoal treinado, é possível ganhar tempo nas operações de separação e expedição dos pedidos na tentativa de equalizar os custos totais. Claretiano - Centro Universitário 23© Caderno de Referência de Conteúdo O gestor precisa conhecer todo o sistema de separação de pedido/carga aliado ao conhecimento das demais áreas, buscando novas informações e tecnologias. Tomada de decisão do modal de transporte Atualmente, a Logística vem sendo tratada como um setor estratégico, a fim de facilitar a tomada de decisão nos mais diver- sos seguimentos industriais e empresarias, objetivando sempre a redução de custos logísticos sem perder a eficiência e a qualidade em seus produtos e processos. Desse modo, ao otimizar os pro- cessos logísticos, as empresas conseguem ser mais competitivas, fidelizando, assim, seus clientes – e isso traz um impacto positivo a toda a cadeia logística e produtiva. A atividade básica antes da tomada de decisão para escolha do modal de transporte é avaliar a necessidade do cliente. Depois de de- finido o prazo de entrega do material, deve-se fazer um planejamen- to de custo do melhor modal de entrega; para isso, faz-se necessário analisar as características da carga, sua unitização, bem como o seu destino. Um estudo de roteirização também é de grande importância, pois, para cada modalidade, existe um lead time de entrega. É preciso dar ênfase ao fato de que a escolha do modal de transporte depende não só do tipo da carga, mas também da ne- cessidade do destinatário. Em alguns casos, é mais vantajoso para a empresa contra- tar um operador logístico especialista no assunto. Problemas nos modais de transporte Como em todos os setores, sejam eles administrativos, se- jam produtivos, existem problemas a serem solucionados. Com a área da Logística não é diferente, pois cabe ao profissional da área propor alternativas preventivas e até mesmo corretivas para evitar ou solucionar possíveis problemas, seja com a carga, seja com o meio de transporte utilizado. © Modais e Terminais de Transporte24 Para qualquer modal de transporte, existem inúmeros pro- blemas, tais como: frequência nas entregas, veículos antigos e com falta de manutenção, tipo de material transportado, periculo- sidade da carga, roteirização, profundidade de calado, capacidade dos terminais portuários e aeroportuários, falta de infraestrutura rodoviária e ferroviária etc. Esses problemas devem ser analisados e solucionados pelo profissional de Logística. Para termos uma noção de como devemos conhecer os as- pectos técnicos da carga a ser transportada em qualquer modali- dade de transporte, Bertaglia (2006) reafirma que os custos logísti- cos são muito afetados na realização de operações extremamente manuais, nas quais a carga é manuseada volume a volume. Com essa definição, fica evidente que, para uma eficiência na movimentação de carga, se faz necessário o estudo de viabili- dade de aplicação de equipamentos específicos, a fim de agilizar o processo, reduzindo, assim, a probabilidade de avarias nas cargas. Negociação de fretes Para Ballou (2007), negociar fretes favoráveis com os trans- portadores é atividade que costuma consumir boa parte do tempo de tráfego. Fretes publicados por transportadores nunca devem ser considerados como fixos. Muitos deles são valores médios de- rivados de condições médias. Portanto, se o gerente de transporte considera que existe uma condição que favorece as circunstâncias operacionais, esse é o caso de solicitar redução nos fretes. Com essa definição, fica claro que o profissional da área pre- cisa ter o conhecimento dos componentes que integram a forma- ção de preços dos fretes, pois algumas alterações nos preços de insumos básicos do seguimento de transporte vão impactar no custo do frete. Nas negociações de qualquer segmento empresa- rial, exige-se uma análise criteriosa de todos os fatores que envol- vem o processo decisivo, isto é, a melhor aquisição de um bem ou de um serviço. Claretiano - Centro Universitário 25© Caderno de Referência de Conteúdo A aquisição de frete é considerada como uma prestação de serviço e, por essa razão, faz-se necessário conhecer profunda- mente qual será a empresa escolhida para executar o transporte da mercadoria. Algumas empresas optam por contratar um ope- rador logístico para administrar seus processos de estocagem e distribuição. A seguir, vamos entender qual é a função de um operador logístico: Operador logístico é a empresa prestadora de serviços, especializa- da em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas, nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agre- gando valor aos produtos dos mesmos. Caracterização do Operador Logístico Para que uma empresa prestadora de serviços logísticos possa ser classificada como Operador Logístico, a mesma deve, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades básicas se- guintes: • Controle de estoque. • Armazenagem. • Gestão de transportes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MOVIMENTA- ÇÃO E LOGÍSTICA. Conceito do operador logístico. Disponível em: <http://www.abml.org.br/website/downloads/conceitoDoOpera- dorLogistico.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2010). Gestão estratégica nos transportes Para que o profissional de Logística possa tomar a melhor decisão quanto à escolha do modal de transporte de carga, vários fatores e indicadores deverão ser levados em consideração para que não haja problemas com a carga, bem como desperdícios de tempo e dinheiro. Os modais possuem particularidades que, se não analisadas e levadas em consideração no momento de sua escolha, poderão acarretar prejuízos financeiros às empresas, pois, como já estuda- mos, o tempo de percurso, a necessidade do cliente e o tipo de produto a ser transportado devem ser minuciosamente analisados antes da tomada de decisão do meio de transporte. © Modais e Terminais de Transporte26 Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi- da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co- nhecimento dos temas tratados em Modais e Terminais de Trans- porte. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Administração da logística: é o processo de planejamen- to, implementação, controle do fluxo e armazenagem eficientes de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o ob-jetivo de atender aos requisitos do cliente. Para Ballou (2007), a Logística empresarial estuda como a adminis- tração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, mediante planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. A Logística é um assunto vital; é um fato econômico, em que tanto os re- cursos quanto os seus consumidores estão espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumido- res não residem próximos de onde os bens ou produtos estão localizados. Este é o problema enfrentado pela Lo- gística: diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem e na condição física que dese- jarem. 2) Aduaneiro: corresponde a recinto alfandegário que fis- caliza as mercadorias que entram ou saem do país e co- bra as taxas de importação e exportação. 3) Alfândega: é repartição pública encarregada de vistoriar bagagens em trânsito e cobrar os direitos de entrada e saída. 4) Alfandegado: é a estocagem de produtos em custódia do governo em armazéns alfandegados ou transporta- dor de onde os produtos podem ser retirados após o pa- gamento de taxas ou impostos para uma agência gover- namental apropriada. Claretiano - Centro Universitário 27© Caderno de Referência de Conteúdo 5) Armazém: é o local onde os produtos são recebidos, es- tocados e expedidos, além de outras atividades. 6) Armazenagem de transporte: representa um custo de armazenagem economizado. A roteirização sobre cir- cunstâncias diversas oferece oportunidades para maxi- mizar o tempo em trânsito e, assim, o recebimento de um serviço de armazenagem sem ônus. 7) Avaria: de acordo com o dicionário Michaelis, é o dano causado a um veículo, sobretudo a um navio ou à sua carga. É o estrago de qualquer natureza, deterioração e desgaste. 8) Bitola: é a distância entre as faces internas de duas fia- das de trilhos de uma via férrea. 9) Cabotagem: é a navegação costeira que tem lugar entre portos de um mesmo país ou região. 10) Conforme a Fiesp (2010), Cadeia de Abastecimento ou Supply Chain Management: é a abor- dagem que visa oferecer o máximo valor ao cliente e o máximo re- torno sobre o ativo fixo, através da gestão efetiva dos fluxos de ma- teriais, produtos, informações e recursos financeiros, de extremo a extremo da cadeia, desde as fontes de suprimento até o consumidor final (Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/infra-estrutura/con- ceitos.aspx>. Acesso em: 28 jun. 2010). 11) Calado: é a distância vertical entre a superfície da água em que a embarcação flutua e a face inferior da sua qui- lha. 12) Canal logístico: é a rede de intermediários envolvidos na armazenagem, movimentação e comunicação em fun- ções que contribuem para o fluxo eficiente de produtos. 13) Capatazia: é o serviço utilizado geralmente em portos e estações/terminais ferroviários, em que profissionais autônomos, ligados a sindicatos ou empresas particula- res, executam o trabalho de carregamento/descarrega- mento, movimentação e armazenagem de cargas. 14) CD: é um Centro de Distribuição. 15) Conhecimento de embarque: é um documento que evi- dencia o contrato de transporte e prova o direito sobre as mercadorias. © Modais e Terminais de Transporte28 16) Custo de transporte: são os custos incorridos nas opera- ções dos veículos e demais modos de transporte. Com- posto normalmente de custo fixo. 17) Doca: é a interface entre a expedição e o transporte, com a finalidade de facilitar o carregamento e o descar- regamento de mercadorias. 18) Embarcador: é o dono da carga que receberá os docu- mentos de cada um dos transportadores envolvidos, re- ferentes a cada um dos trajetos/modais utilizados para o transporte. 19) Estufar: atividade de carregamento e proteção da carga em contêineres ou em um meio de transporte. 20) Estufamento: é ato de encher o contêiner com merca- dorias, podendo ser a granel (sem embalagens), emba- ladas ou paletizadas (PEREIRA, 2007). 21) Frete: quantia em dinheiro a ser paga pelo transporte de produtos, adiantado ou mediante entrega. 22) Granel sólido: de acordo com a Antaq, é toda carga seca fragmentada ou em grãos, transportada diretamente nos porões do navio, sem embalagem e em grandes quantidades, que é movimentada por transportadores automáticos ou mecânicos, como manganês, soja em grãos, trigo, cimento, minério de ferro, gusa, cavacos de madeira, entre outros. 23) Granel líquido: é o tipo de carga líquida transportada di- retamente nos porões do navio, sem embalagem e em grandes quantidades, que é movimentada em dutos por meio de bombas, como petróleo e seus derivados, óleos vegetais, sucos de laranja, entre outros. 24) Hiato: corresponde a um intervalo. 25) IATA ou Internatinal Air Transport Association: pode ser definida como uma entidade internacional que incorpo- ra a maioria das transportadoras aéreas do mundo. Tem como finalidade conhecer e dar soluções para problemas técnicos, administrativos, econômicos ou políticos surgi- dos com o desenvolvimento do transporte aéreo. Em ou- tras palavras, ela regulamenta o transporte aéreo Interna- Claretiano - Centro Universitário 29© Caderno de Referência de Conteúdo cional. No Brasil, o órgão regulador é o Departamento de Aviação Civil – DAC, do Comando da Aeronáutica. 26) Içamento: de acordo com o dicionário Michaelis, iça- mento deriva do verbo “içar”, que significa “erguer” e “levantar”. 27) Incoterms: Termos de Comércio Internacional. 28) Infraestrutura: é a estrutura básica de uma organização, sistema etc. 29) Intermodalidade: sistema pelo qual as mercadorias são transportadas por dois ou mais modos, por diferentes transportadores, que são responsáveis, cada qual, pelo seu trecho de transporte. 30) Segundo a Fiesp (2010), logística: é o processo de planejar, implementar e controlar eficiente- mente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas e estoque durante a fabricação de produtos acabados, e as informa- ções relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o lo- cal de consumo, visando atender aos requisitos do cliente (Disponí- vel em: <http://www.fiesp.com.br/infra-estrutura/conceitos.aspx>. Acesso em: 28 jun. 2010). 31) Modal: é o uso que as empresas fazem das alternativas de transporte. 32) Multimodalidade: é o sistema pelo qual as mercadorias são transportadas, por diversos modos de transporte, sob a responsabilidade de um único operador (legal e contratual). 33) OGMO: Órgão Gestor de Mão de Obra criado pela Lei n. 8630/93, constituído pelos operadores portuários para solicitação de trabalhadores avulsos para as operações portuárias e no navio. 34) Operador logístico: responsável pela movimentação, ar- mazenagem, transporte, processamento de pedidos e controle de estoques. 35) Operador portuário: empresa criada pela Lei n. 8630/93, constituída para realizar as operações portuárias ou ope- rar instalações públicas ou de outrem. 36) PBR: padrão de pallet brasileiro criado pela ABRAS –As- sociação Brasileira de Supermercados. © Modais e Terminais de Transporte30 37) Picking: é a separação de mercadorias. 38) Trade off: é a troca compensatória. 39) Trasnporte: é o ato, efeito ou operação de transportar. Para BALLOU (2007, p.137): a administração de tráfego ou de transportes é o braço operacional da função de movimentação realizada pela atividade logística. Sua principal responsabilidade é garantir, todo dia, que as operações de transporte sejam executadas eficaz e eficientemente. 40) Já para Fiesp (2010), transporte: é o deslocamento de bens de um ponto a outro da rede logística, respeitando as restrições de integridade da cargae de con- fiabilidade de prazos. Não agrega valor aos produtos, mas é funda- mental para que os mesmos cheguem ao seu ponto de aplicação, de forma a garantir o melhor desempenho dos investimentos dos diversos agentes econômicos envolvidos no processo (Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/infra-estrutura/conceitos.aspx>. Acesso em: 28 jun. 2010). 41) Unitização: é a conversão de diversas unidades de carga fracionada numa única unidade, para movimentação e es- tocagem, por meio de contêineres intermodais ou pallets. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema é re- presentar, de maneira gráfica, as relações entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Claretiano - Centro Universitário 31© Caderno de Referência de Conteúdo Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas estruturas cognitivas já exis- tentes, outros serão, também, relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhecimen- to sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site dis- ponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/ utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). © Modais e Terminais de Transporte32 Modais de transporte de carga Essencial Economia de um país Distribuição da produção Diversidade de modalidades de transportes Terrestre, aquático e aéreo Multimodalidade e Intermodalidade Características próprias Vantagens e desvantagens Competição do modal Trade off Custo Logístico Uso do modal da infraestrutura e da área de mercado Tipo de Produto Custos de seguro Incoterms Terminais de transportes Função e localização Administração da Logística BALLOU Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Modais e Terminais de Transporte. Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Claretiano - Centro Universitário 33© Caderno de Referência de Conteúdo O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presen- cialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EAD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio conhecimento. Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis- sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática de Logística pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparan- do para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari- to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas). As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. © Modais e Terminais de Transporte34 Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos abordados, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) Esse estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno dos Curso de Graduação na modalidade EAD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri- mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, paraque você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. Claretiano - Centro Universitário 35© Caderno de Referência de Conteúdo No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Claretiano - Centro Universitário 1 EA D Modais de Transporte 1. OBJETIVOS • Identificar e interpretar os modais de transporte. • Reconhecer e interpretar as características e as particula- ridades dos modais. 2. CONTEÚDOS • Modais de transporte. • Características dos modais de transporte. • Competição dos modais de transporte. • Picking aplicado ao transporte de carga. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © Modais e Terminais de Transporte38 1) Tenha sempre à mão um dicionário bem como o significa- do dos conceitos explicitados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendiza- gem e seu desempenho. 2) Lembre-se de que, devido à amplitude dos conceitos logís- ticos, se faz necessária a pesquisa em livros ou na internet. Caso você encontre algo interessante, disponibilize tal in- formação para seus colegas na Lista. 3) Leia os livros da bibliografia indicada para que você amplie seus conhecimentos teóricos. Coteje-os com o material di- dático e discuta a unidade com seus colegas e com o tutor. 4) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser inte- ressante conhecer um pouco da biografia do autor Ronald Ballou, tido como referência para os profissionais de Logís- tica. Ronald H. Ballou É professor de Operações da Weatherhead School Ma- nagement, Case Western Reserve University, Cleveland, Ohio, EUA. Dr. Ballou recebeu BME, MBA e doutorado nas áreas de engenharia e administração de negócios, com es- pecialização em negócios logísticos. Ele tem publicado mais de 50 artigos na área de logística e é o autor de Business Logistics/Supply Chain Management e Basic Business Lo- gistics. Também tem desenvolvido softwares de computador para localizar instalações e redes de logística, amplamente utilizados por companhias ao redor do mundo. O professor Ballou é consultor em diversas companhias, especialmente na área de projeto de redes logísticas (adaptado do site disponível em: <http:// supplychainassoc.com/BALLOU.htm>. Acesso em: 3 set. 2010). 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Nesta primeira unidade, estudaremos as diferentes modali- dades de transportes de carga que podem ser utilizadas pelas em- presas para o transporte de seus produtos. Ao todo, são cinco os modais de transporte: 1) Rodoviário. 2) Ferroviário. Claretiano - Centro Universitário 39© U1 - Modais de Transporte 3) Aquaviário. 4) Aéreo. 5) Dutoviário. Cada modal possui características específicas, como custos, vantagens e desvantagens para a sua utilização. Por esse motivo, é importante que se tenha conhecimento dos tipos de modais disponíveis, pois a principal decisão relativa ao transporte de cargas é a escolha dos modais de transporte (FI- GUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2003). 5. MODAIS DE TRANSPORTE DE CARGA: UMA VISÃO GERAL O sistema de transporte de carga é essencial para a dinâmica da economia de um país, pois, sem ele, os produtos não chegariam até os consumidores, sejam eles pessoas físicas, sejam pessoas ju- rídicas. Além disso, as indústrias não teriam acesso às matérias- -primas nem teriam condições de distribuir sua produção. Desse modo, pode-se dizer que o sistema de transporte de carga é o se- tor que viabiliza todos os outros setores da Economia. Como você pode notar, sem transporte não há logística. Po- demos fazer essa afirmação porque o setor de transportes fornece seus serviços para a maioria dos outros setores, como agricultura, mineração, comércio, serviços, entre outros. Assim, o transporte repercute em todas as atividades e acaba por expandir o mercado. Por exemplo, a produção, o uso de infraestrutura e o de equipamentos de transporte correspondem a uma parcela con- siderável do Produto Interno Bruto (PIB), de 4 a 8% de diversos países, além de gerar em torno de 2 a 4% dos empregos (ALBANO; SENNA, 2007). © Modais e Terminais de Transporte40 6. DIVERSIDADE DE MODALIDADES DE TRANSPORTE DE CARGA É salutar considerar que há uma diversidade de modalidades de transporte. No entanto, antes de conhecê-las, é preciso respon- der às seguintes questões: o que é modal? O que é modalidade? Modal é o que diz respeito ao modo particular de fazer algu- ma coisa, a maneira como se executa algo. Já as modalidades são os meios pelos quais se processam determinada ação. Assim, mo- dalidade de transporte ou modal de transporte são os meios dis- poníveis para se utilizar e transportar produtos (FERREIRA, 2001). O transporte pode ser feito por meio de três modalidades diferentes: • Terrestre: estradas, rodovias, trilhos e dutos. • Aquático: rios navegáveis, lagos e oceanos. • Aéreo: aviões, aeronaves entre outros. Cada uma dessas modalidades possui suas próprias caracte- rísticas, vantagens, desvantagens e custos logísticos. Seus modelos são adaptados para servir às demandas específicas do tráfego de transporte de mercadorias nacional e internacional. Na modalidade terrestre, temos: • Transporte por meio de rodovias: o modal rodoviário. • Transporte feito por ferrovias: o modal ferroviário. • Transporte feito por meio de dutos: o modal dutoviário. Na modalidade em que se utiliza a água como superfície, te- mos o modal aquaviário e, pelo ar, o modal aéreo. 7. CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE Cada modalidade é caracterizada por um rol de característi- cas técnicas, operacionais e comerciais que diferenciam cada um dos modais (BALLOU, 2001; RODRIGUE; COMTOIS; SLACK, 2006). Claretiano - Centro Universitário 41© U1 - Modais de Transporte Assim, para uma escolha do modal de transporte mais ade- quado, é importante saber quais modais são mais vantajosos em cada percurso, situação e tipo de produto a ser transportado. Ao contrário do que muitos pensam, não basta apenas escolher o tipo de transporte, uma vez que podem existir restrições a algum tipo de carga a ser transportada.. Alguns critérios para essa escolha são importantes, como, por exemplo, menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança e rapidez. Vejamos, a seguir, algumas características relacionadas com os tipos de modais de transporte. Transporte rodoviário O transporte rodoviário exige a maior infraestrutura e es- paço físico entre as modalidades do transporte. O transporte por meio de estrada possui uma flexibilidade operacional de nível alto, pois garante agilidade no deslocamento de cargas, possui simplici- dade de funcionamento e permite embarques urgentes em qual- quer momento e lugar (BRASIL, 2007a). Ao mesmo tempo, o sistema de transporte rodoviário pos- sui custos de manutenção elevados, tanto para os veículos quanto para os reparos de infraestrutura logística. O transporte rodoviário nacional e internacional é fundamental para interligar as opera- cionalizações das indústrias, em que se exigem entregas rápidas e seguras em curtas distâncias, e nas quaisas pequenas frotas são as mais comuns. Transporte ferroviário As ferrovias são compostas por um trajeto pelo qual os veí- culos não percorrem. Possuem um nível médio de extensão física, mas não possuem flexibilidade e agilidade no percurso. No en- tanto, se comparadas ao rodoviário, possuem um custo menor de transporte e não apresentam problemas de congestionamento. © Modais e Terminais de Transporte42 Segundo Ballou (2003), indústrias pesadas são tradicional- mente ligadas por sistemas de transporte ferroviário, pois essa é a modalidade de transporte que alcança maiores distâncias e ofe- rece melhor opção para transporte de cargas pesadas em terra. O transporte ferroviário é apropriado para o transporte de mercado- rias agrícolas a granel, derivados de petróleo, produtos siderúrgi- cos e movimentação de contêineres. Para Keedi (2007), a malha ferroviária brasileira apresenta um problema sério, que é o de bitolas, que são diferentes entre os vários países com quem o Brasil faz fronteiras. Além disso, esse problema ocorre mesmo internamente, podendo variar desde a estreita de 1,0m até 1,676m, passando pelas de 1,435m e 1,6m, esta última sendo considerada como bitola larga. Transporte aquaviário O transporte aquaviário é a modalidade mais eficaz para mover grandes quantidades de cargas, sendo o mais utilizado no comércio internacional. Esse modal não apresenta limites sobre o tipo de produto que pode transportar. O volume de mercadoria transportada pode atingir centenas de milhares de toneladas. As principais rotas marítimas são realizadas em oceanos, entre costas marítimas e em mares. Contudo, o transporte aquaviário tem altos custos, uma vez que as construções portuárias estão entre as mais caras, assim como a manutenção, a construção e a melhoria de sua infraestru- tura (BALLOU, 2003; GEPOI, 2007). Outro problema são os elevados custos dos estoques que caracterizam o transporte aquaviário. Mais do que todas as outras modalidades, esse transporte é importante para a indústria pesa- da, como o aço e o petróleo. Transporte aéreo As rotas aéreas são praticamente ilimitadas. São ideais para remessa de mercadorias com pouco volume e muito eficazes quan- Claretiano - Centro Universitário 43© U1 - Modais de Transporte do se trata de entregas urgentes. Elas possibilitam, ainda, o alcan- ce de mercados de difícil acesso por outros meios de transporte. As atividades aéreas estão ligadas ao setor terciário, prin- cipalmente com o fluxo de turistas. Recentemente, o transporte aéreo tem sido utilizado para movimentar produtos de alto valor agregado. Obteve, nos últimos anos, um aumento do número de frotas e rotas, apresentando um papel importante na logística glo- bal (GUIMARÃES, 2003). Transporte dutoriávio O transporte dutoviário tem uma capacidade ilimitada. O maior trajeto de encanamento de gás, por exemplo, fica em Alber- ta (no Canadá), com 2.911 quilômetros de comprimento. O enca- namento de óleo mais longo está na Transibéria, estendendo-se 9.344 quilômetros na Europa Ocidental do campo petrolífero da Sibéria oriental, na Rússia. Os limites físicos desse tipo de transporte são baixos, incluin- do possibilidade de estabelecimento em regiões árticas. Os custos para construção dos encanamentos variam de acordo com o diâ- metro e aumentam proporcionalmente com a distância e com a viscosidade dos líquidos (do gás ao óleo). Assim, os transportes por dutos são muito importantes, des- de que correspondam às refinarias e aos portos. 8. COMPETIÇÃO DOS MODAIS Uma análise geral dos modais de transporte revela que cada um deles possui vantagens operacionais, comerciais e suas pró- prias propriedades. No entanto, hoje, a demanda é influenciada pela integração dos sistemas de transporte, a qual requer máxima flexibilidade. Como resultado disso, existe uma competição dos modais em vários níveis e em diversas dimensões. © Modais e Terminais de Transporte44 Nesse sentido, os modais podem competir ou complemen- tar um ao outro, em termos de custos, acessibilidade, frequência, segurança, agilidade, conforto, entre outros. Para essa competi- ção, o transporte intermodal está aberto a muitas oportunidades e, para a complementaridade entre os modais, existe, atualmente, uma intensa competição no ramo empresarial relacionada à ca- deia de transporte de carga. Transporte Intermodal é, portanto, o uso de mais de um mo- dal, possibilitando a troca livre de equipamentos entre os modais. A competição modal ocorre em três dimensões (RODRIGUE; COMTOIS; SLACK, 2006): • Uso do modal: competição que envolve a comparação das vantagens quanto ao uso. A distância que pode ser percorrida utilizando determinado modal é um fator rele- vante na tomada de decisão. Outros fatores como custo, velocidade e agilidade também são significantes para es- colha de um modal. • Uso de infraestrutura: a competição resulta, também, na possibilidade de utilização da mesma infraestrutura para o transporte de mercadoria e passageiros no mesmo trajeto, conciliando, assim, o uso da mesma estrutura de rede. • Área de mercado: trata-se da competição existente entre os terminais de transporte para alocar novos espaços ou conquistar novos mercados. Todavia, como a demanda por transporte deriva de indiví- duos, grupos ou indústrias, o sistema pode ser adaptado para aten- der a diversas necessidades, por meio de técnicas de transporte, veículos e infraestrutura. Além disso, o crescimento da complexi- dade na economia e, também, da sociedade demanda mudanças tecnológicas nos modais de transporte de carga. A evolução tecnológica na indústria do transporte tem como objetivo adaptar a infraestrutura para necessidades e exigência de Claretiano - Centro Universitário 45© U1 - Modais de Transporte crescimento. Quando um modal de transporte começa ser mais vantajoso que outro, apresentando desempenho superior na mes- ma rota ou mercado, uma opção diferente de modal pode ser es- colhida (BALLOU, 2003). Dessa maneira, uma mudança no modal é provinda do cres- cimento da demanda por modais com menores custos, maior con- veniência, maior velocidade ou confiabilidade. Para transporte de mercadoria, isso implica a mudança para um modal mais flexível com melhor custo efetivo. Vejamos, agora, um texto sobre os modais no Brasil, que aborda os usos indevidos de alguns modais que geram dependên- cia do modal rodoviário. Modais no Brasil ––––––––––––––––––––––––––––––––––––– No Brasil, o uso inadequado dos modais gerou uma enorme dependência do mo- dal rodoviário, que acaba suprindo lacunas dos demais modais. Porém, apresen- ta uma frota ultrapassada e as rodovias em condições precárias. A participação dos modais hidroviário e aéreo é praticamente inexistente. Aproximadamente 58% dos fluxos de carga são realizados pelo transporte ro- doviário (sem contar o transporte de minério de ferro, que aumentaria para 70% essa participação), enquanto o ferroviário é de 25% e as hidrovias 13%, os mo- dos aéreos e dutoviário não passam de 3,6% e 0,4%. Existe uma sobrecarga no transporte rodoviário, em função dos baixos preços de frete, o que acaba servindo como uma barreira ao uso dos demais modais (BRASIL, 2007b). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9. MODAIS E COMPETIÇÃO INTERNACIONAL Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Trans- porte (CNT) e o Centro de Estudos em Logística (CEL) do COPPEAD- -UFRJ revela alguns dados referentes à utilização dos modais bra- sileiros para transporte de cargas comparados com outros países, mostrando a eficiência em cada um deles. Comparando a produtividade global do sistema de trans- porte de cargas brasileiro com o americano, nota-se que a produ- tividade brasileira é mais baixa que a produtividade dos Estados ©