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Teorias e Técnicas de Grupo

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1 
 
Disciplina: Teorias e Técnicas de Grupos. 
Profa. Marilucia Ricieri 
Curso: Psicologia – 4º semestre 
 
 
Visão Geral da Disciplina 
A disciplina de Teorias e Técnicas de Grupos tem como objetivo: 
dominar procedimentos que permitam analisar a dinâmica dos grupos e das 
instituições sociais, compreendendo-os como unidades inseridas em contextos 
econômicos, políticos e sócio-culturais dinâmicos e em permanente transição. 
O ser humano é complexo e estudá-lo no convívio e no processo de 
grupo é fundamental, pois o indivíduo pertence à sociedade, influencia e é 
influenciado pela cultura dessa sociedade. 
Portanto, essa é uma oportunidade para que você conhecer um pouco 
mais sobre o ser humano no seu convívio em grupo e a utilização das 
ferramentas nos processos de desenvolvimento das pessoas. 
 
 
1 - O estudo sobre o desenvolvimento dos grupos 
 
Palavras-Chaves 
Tipos de Grupos; Grupo familiar; Desenvolvimento. 
 
1.1 Definição de grupos 
 
Mas afinal, o que é mesmo um grupo? Qual o conceito de grupo? O ser 
humano é gregário por natureza e somente existe, ou subsiste, em função de 
seus inter-relacionamentos grupais. Sempre, desde o nascimento, o indivíduo 
participa de diferentes grupos, numa constante dialética entre a busca de sua 
identidade individual e a necessidade de uma identidade grupal e social. 
 
Um conjunto de pessoas constitui um grupo, um conjunto de grupos 
constitui uma comunidade e um conjunto interativo das comunidades configura 
uma sociedade (Zimerman, 1997). 
 
2 
 
 
A essência de todo e qualquer indivíduo consiste no fato dele ser 
portador de um conjunto de sistemas: desejos, identificações, valores, 
capacidades, mecanismos defensivos e, sobretudo, necessidades básicas, 
como a da dependência e a de ser reconhecido pelos outros, com os quais ele 
é compelido a viver. 
 
Assim como o mundo interior e o exterior são a continuidade um do 
outro, da mesma forma o individual e o social não existem separadamente, 
pelo contrário, eles se diluem, complementam e confundem entre si. 
 
Com base nessas premissas, é legítimo afirmar que todo indivíduo é 
um grupo (na medida em que, no seu mundo interior, há um grupo de 
personagens introjetados, como os pais, irmãos, etc.); da mesma maneira 
como todo grupo pode comportar-se como uma individualidade 
(Zimerman, 1997). 
 
Todo grupo tem identidade própria. Uma pessoa que entra ou deixa um 
grupo modifica sua identidade. 
 
A palavra grupo tanto define concretamente um conjunto de pessoas (a 
partir de uma relação entre duas pessoas) como também pode conceituar uma 
família, uma turma ou gangue de formação espontânea, uma classe de aula, 
uma fila de ônibus, um auditório, uma torcida no estádio, etc. 
 
Um grupo não é um mero somatório de indivíduos, pelo contrário, ele se 
constitui como nova entidade, com leis e mecanismos próprios e específicos. 
Todos os integrantes do grupo estão reunidos em torno de uma tarefa e de 
objetivos comuns ao interesse deles. 
 
Processo de institucionalização: como ele acontece? 
 
Iniciando esse tópico ressaltando que a nossa vida cotidiana é 
demarcada pela 
 
3 
 
vida em grupo. Estamos o tempo todo nos relacionando com outras pessoas; 
mesmo quando ficamos sozinhos, a referência de nossos pensamentos são os 
outros – amigos, familiares. Para que o homem consiga conviver com outras 
pessoas e fazer parte de um grupo é preciso estabelecer algumas regras. O 
estabelecimento de regras institucionalizadas é o que nos faz conviver com 
outras pessoas, é que mantêm uma sociedade em funcionamento. 
 
Pode-se dizer que um hábito se estabelece quando uma das formas de 
regularidade de comportamento repete-se muitas vezes; quando estabelecido 
por razões concretas, com o passar do tempo e das gerações, transforma-se 
em tradição. As bases concretas estabelecidas com o decorrer do tempo não 
são mais questionadas e, a partir daí, a tradição passa a ser vista como uma 
herança de antepassados respeitada, que transmite a crença de validade e 
com razão de existência, reforçando mais ainda a sua repetição através de 
gerações, tornando-se assim, uma regra estabelecida. 
 
Quando se passam muitas gerações e a regra estabelecida perde essa 
referência de origem do grupo de antepassados, pode-se dizer, então, que 
essa regra social foi institucionalizada. 
 
O elemento que completa a dinâmica de construção social da realidade é o 
grupo – o lugar onde a instituição se realiza. O grupo é que realiza as regras e 
promove os valores, é o sujeito responsável pelas transformações e 
adequações das regras e hábitos. As regras são condizentes com a cultura de 
cada sociedade. 
 
1.2 – Processo e desenvolvimento de grupos 
 
Quero convidá-los para realizarem uma retrospectiva da sua vida. É 
fácil! Reflita sobre as questões que vou propor! Existem diferenças no seu 
comportamento quando está só e quando está em grupo? Você se lembra do 
seu primeiro grupo de amigos? Você consegue identificar aspectos que 
facilitam e que dificultam o convívio em grupos? Aliás, o que é mesmo um 
grupo? E que tipos de grupos existem em nosso convívio? 
 
4 
 
 
Acreditamos que esse pensar sobre grupos que você realizou até aqui 
vai contribuir na sua participação nas aulas. Um ponto fundamental nesse 
contexto é que convivemos com grupos diariamente. As pessoas são 
diferentes, únicas, com valores e crenças muito pessoais, apesar de alguns 
valores serem compartilhados por grupos pertencentes a determinada cultura. 
Alguns costumes e hábitos caracterizam os grupos e identificam nossa cultura. 
 
Você sabe qual é o primeiro grupo que fazemos parte em nossas vidas? 
 
Acesse o link e assista a esse vídeo, ele mostra qual é o primeiro grupo 
ao qual o ser humano pertence. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=jo37pmGnfoQ&NR=1 
 
 
Família: base de sustentação do ser humano 
 
 
A família sempre será a base de uma sociedade e, principalmente, do 
ser humano no seu convívio em grupo e na constituição de suas atitudes como 
individuo. Anexados à família vêm também os problemas, as complexidades e 
a milagrosa dinâmica de estabelecer relacionamentos com um grupo de 
pessoas que estão ligadas por laços de parentesco. Qualquer indivíduo, por 
mais isolado que seja jamais estará separado da experiência dele em sua 
própria família. 
 
Segundo Osório (1997), a estrutura familiar pode variar conforme a 
latitude, as distintas épocas históricas e os fatores sócio-políticos, econômicos 
ou religiosos prevalentes num dado momento da evolução de determinada 
cultura. Portanto, uma definição a ser considerada é que “a família é uma 
unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais: aliança 
(casal), filiação (pais/filhos) e consangüinidade (irmãos) e que, a partir dos 
objetivos genéricos de preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e 
 
5 
 
fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais 
desenvolveu, através dos tempos, funções diversificadas de transmissão de 
valores éticos, estéticos, religiosos e culturais” (Osório, 2007, pag. 50). 
 
 
 
1.3 Tipos de grupos 
 
Existem, portanto, grupos de todos os tipos. Vejamos então, alguns 
tipos de grupos. 
 
 GRUPOS DE TREINAMENTO: 
- Surgiram para acentuar capacidades de relações humanas, mas as 
perspectivas se tornaram mais amplas. Estudos, reciclagem, capacitação, 
desenvolvimento de novas habilidades, aprimoramentos, etc 
 
 GRUPOS CENTRADOS NA TAREFA: 
- Muito utilizados em indústrias ou locais que desenvolvem atividadesrotineiras 
e repetitivas. Estão relacionados a resultados e produtividade. 
 
 GRUPOS DE TRATAMENTO 
- Grupos de tratamento ou ajuda (gestantes, alcoolistas, auto-ajuda, entre 
outros). 
 
 GRUPOS DE ENCONTRO: 
- Acentua o crescimento pessoal, o desenvolvimento e aperfeiçoamento, a 
comunicação e as relações interpessoais. Possibilita um clima de liberdade 
de expressão entre as pessoas, acentua valores e cria intimidade. 
 
 GRUPOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: 
- A ideologia fundamental deste tipo de grupo é a de que o essencial é 
“aprender”. 
 
6 
 
 
 GRUPOS SOCIAIS: 
- Caracteriza-se pela distribuição e classificação social de acordo com a cultura 
de cada sociedade. Não é um grupo constituído nos moldes dos grupos acima 
citados, mas é um grupo que interage, têm objetivos e tarefas. 
 
 
 
“A cooperação é a convicção plena de que ninguém pode chegar à meta 
se não chegarem todos” 
 
Virgínia Burden 
 
 
 
 
 
 
2 – A dinâmica de grupo e as fases de desenvolvimento 
 
Em primeira instância percebemos a necessidade de apresentar para 
vocês como surgiram as atividades com grupos, qual a origem e quais foram os 
pesquisadores precursores dessa modalidade de trabalho. Sabe-se que todo o 
processo teve início com as dinâmicas de grupos, e provavelmente, com 
características bem peculiares à época em que foram iniciadas. 
 
Origem dos trabalhos com grupos: 
 
Não de sabe ao certo como surgiram os primeiros jogos, as primeiras 
atividades lúdicas, ao que parece, as brincadeiras de criança foram as 
precursoras da utilização de dinâmicas de grupo e jogos estruturados para o 
trabalho com adultos. 
 
Nas organizações, o primeiro uso de dinâmicas de grupo foi decorrente 
de pesquisa realizada por Elton Mayo, em 1933, nos Estados Unidos, na 
 
7 
 
Western Eletric Company. Considerando a relação entre as condições de 
trabalho e sua incidência sobre a fadiga dos operários, o mérito do trabalho foi 
concluir que a fadiga não vinha apenas de problemas físicos individuais ou 
estruturais (iluminação, higiene, etc), mas também das relações interpessoais 
entre os funcionários, principalmente destes com suas lideranças. Pela primeira 
vez, verificou-se empiricamente que o líder exerce papel fundamental no 
desempenho do grupo (Failde, 2007, pág. 17). 
 
Na mesma década, o psicólogo Kurt Lewin estudou a formação dos 
grupos e procurou entendê-los por meio de pesquisa de campo, que originou 
sua Teoria de Campo. A partir daqui começaram a aparecer as primeiras 
“dinâmicas de grupo” entre administradores e teóricos das organizações, 
acentuando a importância dos grupos nas relações humanas. 
 
 
 
 
 
No Brasil, tudo começou em 1960, com a chegada do psicólogo francês 
Pierre Weil que iniciou as atividades com o Laboratório de Sensibilidade Social. 
Em seguida, pesquisadores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia 
implantaram a técnica de T-groups ou sensitivy training. 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Fases de desenvolvimento dos grupos 
 
São três zonas de necessidades interpessoais existentes em todos os grupos 
na visão de Schutz: 
 
Conheça mais sobre a origem da dinâmica de grupos. Acesse o site: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kurt_Lewin 
Conheça mais sobre trabalhos com dinâmica de grupos. Acesse o site: 
http://www.sbdg.org.br/ 
 
 
8 
 
a) Inclusão: que significa a necessidade de se sentir considerado pelos 
outros, de sua existência no grupo ser de interesse para os outros; 
b) Controle: que significa respeito pela competência e responsabilidade 
dos outros e consideração dos outros pela competência e 
responsabilidade do individuo; 
c) Abertura: significa sentimentos mútuos ou recíprocos de amar os outros 
e ser amado, ou seja, sentir-se amado. 
 
As necessidades interpessoais serão satisfeitas normalmente por um 
equilíbrio de relações nas três zonas. Essas caracterizam as três fases de 
desenvolvimento grupal, embora muitas vezes não possam ser 
nitidamente distinguidas, elas acontecem em todos os grupos. 
 
INCLUSÃO 
- Fase inicial do grupo, sempre que se forma um novo grupo ou alguém entra 
no grupo. Cada membro do grupo procura seu lugar através de tentativas para 
encontrar e estabelecer os limites de participação no grupo, o quanto vai dar de 
si, o quanto espera receber, que significado e importância pode ter para aquele 
grupo e vice-versa, e se vai fazer parte ou não desse grupo. É uma fase de 
estruturação do grupo de forma experimental e dinâmica. 
 
CONTROLE 
- Essa fase se caracteriza pela necessidade que as pessoas têm 
de mostrar seu conhecimento, sua competência, de se afirmar no grupo. Cada 
um busca conquistar um lugar, exercer um papel que satisfaça suas 
necessidades de controle, influência e responsabilidade. Nessa fase, podem 
surgir sentimentos de medo por não ter a competência necessária para lidar 
com as situações novas e desafiadoras, que não correspondam às exigências 
do grupo e pelo fato do indivíduo não se perceber com habilidades, 
experiências e conhecimentos suficientes. 
 
ABERTURA 
- A fase é marcada pelo afeto, as pessoas já se conhecem, se relacionam bem, 
tem definidas as afinidades interpessoais. Essa fase evidencia-se com 
 
9 
 
expressões emocionais, trocas afetivas intensas e de qualidade. É uma fase de 
manifestações de sentimentos, carinho e harmonia. O clima emocional do 
grupo pode oscilar de momentos de grande harmonia e afeto a momentos de 
insatisfação, hostilidade e tensão. A tendência é o estabelecimento de um 
clima afetivo positivo dentro do grupo, que propicia a satisfação de todos. 
 
2.2 Conflitos nos grupos 
 
A afetividade e o poder são inerentes a toda e qualquer relação 
interpessoal na família, no trabalho, na comunidade, na sociedade. O tipo de 
afetividade existente num relacionamento profissional define sua principal 
característica: se é amistoso, cordial, de atração e simpatia recíprocas, ou se é 
de antipatia e antagonismo. No primeiro caso, as pessoas gostam de ficar 
juntas, sentem prazer na companhia uma da outra, querem comunicar-se, 
conversar mais, trocar idéias, trabalhar junto. Obviamente, um relacionamento 
de simpatia e atração parece facilitar o trabalho conjunto. Quando há antipatia 
e repulsa, o trabalho tende a ficar prejudicado. 
 
Se a afetividade é complexa no relacionamento entre duas pessoas, a 
complexidade aumenta quando se lida com a rede intrincada de relações 
afetivas de um grupo. Além das modalidades bipolares oscilantes, entram em 
jogo outras emoções e sentimentos que permeiam todo o contexto dinâmico do 
grupo. Emergem atrações, ciúmes, ressentimentos, inveja, hostilidade, 
manobras manipulatórias de chantagem emocional, sedução. 
 
A outra dimensão fundamental no relacionamento entre as pessoas é o 
poder. A distribuição de poder não se faz eqüitativamente nas relações 
interpessoais, embora a maioria das pessoas sonhe com essa paridade. No 
relacionamento humano, uma pessoa possui mais poder que a outra ou outras, 
em função do contexto, das personalidades e dos meios utilizados para 
conquistar, ampliar e manter esse domínio. 
 
A percepção social de uma pessoa como capaz de influenciar os outros 
e atribuir-lhe poder. São os influenciados que conferem poder ao 
 
10 
 
influenciador através de emaranhada teia de elementos cognitivos e 
emocionais do processo de percepção humana. 
Acordo mórbido 
 
A inabilidade de administrar acordos é uma das maiores fontes de disfunção na 
organização e no grupo. 
As organizações, muitas vezes, agem em contradição como que realmente deveriam 
fazer e, por isso, frustram os seus propósitos. A concordância mórbida é um exemplo dessa 
disfuncionalidade. 
Subjacente ao problema do acordo mórbido pode-se encontrar o medo. Este é um 
produto da cultura organizacional, do clima criado e mantido através de fantasias negativas. 
Uma expressão comum consiste em fantasiar as conseqüências de discordâncias com 
superiores ou pessoas poderosas, ou fantasias de um grupo genérico tal como “a 
administração superior” em relação a punições e outras sanções terríveis. Esses medos 
podem contribuir para reforçar um clima organizacional disfuncional mantido por mitos, 
boatos e incidentes baseados parcialmente em fatos e muito em fantasias. 
Alguns sintomas mais freqüentes de acordos mórbidos ou reação paradoxal foram 
identificados por J. Harvey (1974) e podem ser assim descritos: 
1) Os membros sentem magoa, frustração, impotência, ao tentarem lidar com o 
problema. Há muito conflito latente. 
2) Os membros concordam, particularmente, como indivíduos, quanto à natureza do 
problema organizacional e também quanto a soluções. 
3) Há uma forte tendência a culpar os outros pelas condições em que todos se 
encontram. 
4) As pessoas se reúnem em subgrupos de amigos de confiança para compartilhar 
boatos, queixas, fantasias ou estratégias que resolvam o problema. 
5) Em situações coletivas (reuniões, por exemplo), os membros não conseguem 
comunicar acuradamente suas opiniões e desejos aos outros. Freqüentemente 
comunicam até o oposto. 
6) Na base dessas informações errôneas, não-válidas, os membros tomam decisões 
coletivas contrárias a que o coletivo deseja de fato. 
7) Como resultado dessas ações contraproducentes, os membros experimentam ainda 
maior frustração, irritação, raiva e insatisfação com a organização. Podem ocorrer, 
então, comportamentos de fuga tais como faltas, atrasos, licenças, viagens, férias, 
ocupação exagerada com outras tarefas para não enfrentar o problemas, etc. 
 
Fonte: Moscovici, Fela. Equipes dão Certo, pág. 35 
 
11 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
ANDRADE, Suely Gregori. Teoria e Pratica de dinâmica de grupo – Jogos e 
exercícios. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. 
 
BOCK, Ana Mercês; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 13. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2006. 
 
FAILDE, Izabel. Manual do Facilitador para dinâmicas de grupo. Campinas, 
SP: Papirus, 2007 
 
MOSCOVICI, Felá. Desenvolvimento Interpessoal – treinamento em grupo. 
Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 7ª Ed., 1997 
 
OSÓRIO, Luiz Carlos; ZIMERMAN, David. Como trabalhamos com grupos. 
Porto Alegre: Artmed, 1997.

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