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1 INTRODUÇÃO O tema de gestão da qualidade está sendo evidenciado cada dia mais nas literaturas e organizações. Aos poucos vai tomando forma e mostrando os benefícios que a sua aplicação pode oferecer. Assim, a qualidade torna-se uma opção muito importante para a organização, obtendo uma grande vantagem competitiva sobre seus concorrentes. De modo geral a qualidade tem os seus princípios básicos; o atendimento ao cliente com o fornecimento de produtos e serviços que produzam a máxima satisfação do cliente e a ausência de falhas. Um dos conceitos básicos da qualidade é a utilização das suas ferramentas que ajudam a coletar, organizar e usar os dados dentro da organização. Essas ferramentas podem ser utilizadas em conjunto ou isoladamente, permitem ações preventivas e corretivas no processo, elas são o ponto de partida para melhoria continua e a redução de custos. 2 1. CONCEITOS E HISTÓRIA DE GESTÃO DA QUALIDADE 1.1. CONCEITO DE QUALIDADE De acordo com Falconi (2004), qualidade é a capacidade que uma pessoa ou empresa tem para satisfazer uma necessidade, resolver um problema ou fornecer benefícios a alguém. Deve atender perfeitamente (projeto perfeito), de forma confiável (sem defeitos), de forma acessível (baixo custo), de forma segura, e no tempo certo às necessidades do cliente (entregar no prazo, local e quantidade certa), seja a qualidade em forma de produto ou serviço. A qualidade varia de acordo com as necessidades dos clientes. Nem sempre a qualidade está relaciona a todos os benefícios acima citados, mas apenas um ou dois benefícios podem atender perfeitamente. 1.2. CONTEITO DE QUALIDADE TOTAL Qualidade Total é uma filosofia de gestão empresarial, que vem ganhando destaque por sua grande evolução e hoje está presente nas maiores empresas do mundo, pois a plena satisfação do cliente é a condição primordial de qualquer organização. Numa gestão empresarial moderna, o conceito de Qualidade Total resume-se em condições para que a empresa sobreviva e se desenvolva em um ambiente competitivo e de rápidas mudanças. Chama-se total porque o seu objetivo é a implicação não só da empresa inteira mais também a organização estendida: fornecedores, distribuidores e demais parceiros de negócios. 3 1.3. CONCEITO DE GESTÃO Cabe á gestão a otimização do funcionamento das organizações através da tomada de decisões racionais e fundamentadas na escolha e tratamento de dados e informação relevante e, por essa via, contribuir para o seu desenvolvimento e para a satisfação dos interesses de todos os seus colaboradores e proprietários e para a satisfação de necessidades da sociedade em geral ou de um grupo em particular. De acordo com o conceito clássico inicialmente desenvolvido por Henry Fayol, compete à gestão atuar através de atividades de planeamento, organização, liderança e controlo de forma a atingir os objetivos organizacionais pré- determinados. 1.4. CONCEITO DE GESTÃO DA QUALIDADE Quando nos referimos à gestão da qualidade, temos que determinar, ainda, qualidade em relação “a quê?” qualidade de atendimento, qualidade de produto, qualidade de procedimento, enfim, qualidade relativa ao processo. A Gestão da Qualidade é uma estratégia de administração orientada a criar consciência de qualidade em todos os processos organizacionais. Essa gestão tem sido amplamente utilizada em indústria, educação, governo e serviços. Ela é composta de estágios tais como: análise geral do processo, planejamento, organização, controle, implementação, análise de indicadores e educação continuada. E atualmente, a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produtos e/ou de serviços. 4 1.5. HISTÓRIA O controle de qualidade começou na década de 30 nos Estados Unidos, em uma empresa de telefonia, através de um gráfico de controle inventado pelo Dr. Walter A Shewhart. Ele usou o gráfico para analisar os dados resultantes de inspeções para detectar e corrigir os produtos defeituosos. Com isso, ele previu os problemas relacionados à qualidade, de maneira que os produtos defeituosos não fossem produzidos (WERKEMA, 2006). O controle de qualidade também foi adotado cedo na Inglaterra em 1935, a partir dos trabalhos que foram usados para elaboração dos padrões normativos britânicos, cujas normas foram formuladas e utilizadas pela Inglaterra no período da guerra. No entanto, só na Segunda Guerra Mundial que teve uma grande aplicação do controle de qualidade, tornando possível que as indústrias produzissem suprimentos militares de boa qualidade, grande quantidade e baixo custo. O Japão já conhecia os padrões normativos britânicos antes da Segunda Guerra Mundial, mas seu controle de qualidade não era satisfatório, pois apresentava dificuldades em seus métodos administrativos. É bom lembrar que, nessa época, eles não competiam em qualidade, somente no preço. Com a derrota do Japão, as forças americanas ocuparam o país e descobriram que o seu sistema telefônico era falho, e era um empecilho para a sua administração militar. Diante disso, os americanos “educaram” os japoneses a partir do modelo de qualidade utilizado, com o objetivo de eliminar defeitos e a pouca uniformidade de seus produtos. Entretanto, esse modelo não foi adaptado à cultura japonesa, o que gerou algumas dificuldades, mas mesmo com essas dificuldades rendeu um resultado positivo, pois esse método passou a ser utilizado em outros setores da economia. 5 Em 1946, foi criada a JUSE (Union of Japanese Scientist and Engineers) uma organização constituída por engenheiros e pesquisadores, que tinha objetivos de disseminar e pesquisar os conhecimentos sobre o controle de qualidade, para que as indústrias japonesas pudessem melhorar seus produtos. (WERKEMA, 2006) Em 1950 a organização convidou William Edward Deming para um seminário sobre controle de qualidade para administradores e engenheiros. Os tópicos abordados foram: Utilização de gráficos de controle; Utilização do ciclo PCDA; A importância do entendimento da variabilidade presente em todos os processos de produção e de serviços. Após este seminário, o controle foi amplamente empregado no Japão. Entretanto, o controle de qualidade japonês enfrentou alguns problemas, com a ênfase excessiva em estatísticas, foi criada uma impressão incorreta de que era algo muito complicado. Com objetivo de resolver parte dos problemas a JUSE convidou o engenheiro americano J.M. Juran para proferir seminários para a alta administração. A partir desta visita o controle de qualidade passou a ser entendido e utilizado como uma ferramenta administrativa, o que representou a transição do controle estatístico de qualidade para o controle de qualidade total que é praticado ultimamente. O TCQ (Controle de Qualidade Total) surgiu a partir da percepção que alguns ramos do conhecimento são universais e igualmente aplicados em todos os países do mundo e apresenta as seguintes características: Participação de todos os setores da empresa; Educação e treinamento em controle de qualidade; Atividades dos círculos de qualidade; Auditorias do controle de qualidade; Utilização de técnicas estatísticas e das 7 ferramentas da qualidade; Campanhas nacionais de promoção do controle de qualidade; 6 Com essas característicaso Japão passou a fabricar produtos da mais alta qualidade e vários outros países perceberam as vantagens do TCQ japonês e vem utilizando seus métodos. 7 2. FUNDAMENTOS DA QUALIDADE 2.1. AS CINCO PRINCIPAIS ABORDAGENS O conceito de qualidade depende do contexto em que é aplicado, podendo-se considerar diversas percepções em relação à qualidade, em face da subjetividade e complexibilidade de seu significado. “Garvin (1992) identifica cinco abordagens para a definição da qualidade: transcendental, fundamentada no produto, fundamentada no usuário, fundamentada na produção e fundamentada no valor” (OLIVEIRA et al, 2004. p.9). 2.1.1. ABORDAGEM TRANSCENDENTAL Qualidade é amplamente conhecida pela abordagem transcendental. É uma propriedade que não se pode explicar, só é reconhecida pela experiência. Garvin enfatiza que “[...] embora não se possa definir qualidade, sabe-se o que ela é”. (GARVIN, 1992. apud OLIVEIRA, 2004) 2.1.2. ABORDAGEM FUNDAMENTADA NO PRODUTO Nessa definição a qualidade precisa ser medida, e pode refletir nas diferenças das quantidades de materiais ou atributos. Assim podendo ser classificado de acordo com o atributo desejado. O referencial mais usado para medir a qualidade nessa abordagem é a durabilidade já que a estética não pode ser usada como uma referência, pois não se pode levar em conta as diferenças pessoais do ser humano. 2.1.3. ABORDAGEM FUNDAMENTADA NO USUÁRIO O preceito dessa abordagem está no consumidor, por possuírem diferentes desejos e necessidades, os produtos que tiverem as suas preferências atingidas será o que tem maior qualidade. 8 2.1.4. ABORDAGEM FUNDAMENTADA NO PRODUTO Qualidade para essa abordagem significa “conformidade nas especificações”, está relacionado diretamente com a produção e a engenharia do produto, se houver um desvio no projeto ou nas especificações que foram estabelecidas para ele haverá uma redução de qualidade. A partir desse conceito a excelência é considerada como atendimento das especificações. 2.1.5. ABORDAGEM FUNDAMENTADA NO VALOR Nessa definição a qualidade é definida pelo custo e preço, o produto precisa estar nas conformidades e no preço ou custo razoável. Como essa abordagem trabalha em cima de dois conceitos relacionados, mas distintos, seus limites não são bem definidos, dificultando a aplicação prática. 2.2. OS PENSADORES William Edwards Deming Segundo Deming (1990), a qualidade é uma conformidade entre as exigências e as necessidades do consumidor. Como elas sofrem constantes mudanças, as especificações devem ser sempre alteradas. Para que isso ocorra é preciso utilizar os instrumentos de controle estatísticos de qualidade, em vez de uma mera inspeção no produto. Ele recomenda igualmente uma seleção criteriosa dos fornecedores com que a empresa trabalha, e critica o sistema empresarial norte-americano por não apostar na participação dos trabalhadores no processo de decisão. Deming ainda argumenta que os gestores são responsáveis por 94% dos problemas de qualidade. O seu principal papel é remover as barreiras na empresa que impedem a realização de um bom trabalho. “Os executivos devem fazer os outros trabalhar melhor, e não apenas mais”, é uma das suas frases famosas. 9 Joseph Moses Juran Para Juran (1993), a gestão da qualidade é dividida em três pontos fundamentais: planejamento, controle e melhoria. Para ele, a melhoria da qualidade deve ser a prioridade do gestor, seguido pelo planejamento, e finalizando com o controle de qualidade, que deve ser delegado aos níveis operacionais. A qualidade pode ser definida segundo a ótica de resultados, que consiste nas características do produto que satisfazem às necessidades do cliente e geram lucros. Logo, alta qualidade implica, geralmente, em maiores custos. De acordo com uma ótica de custos, a qualidade é a ausência de defeitos ou erros de fabricação. Logo, alta qualidade custa, em regra, menos dinheiro para as empresas. Armand Vallin Feigenbaum O conceito de qualidade total remonta aos anos 50, quando Armand Feigenbaum definiu TQM (Total Quality Management) como um sistema eficaz para integrar esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais 27 econômicos da operação e que atendam plenamente à satisfação do consumidor. (FEIGENBAUM, 1994). Philip Crosby Para Crosby (1990), qualidade está associada, sim, a defeitos na indústria. O conceito está em fazer certo da primeira vez, e isso significa conformidade nas especificações, que, por sua vez varia de acordo com as necessidades dos clientes. Para ele zero defeito é um padrão de desempenho, e a ausência da qualidade é responsabilidade dos gestores e não dos trabalhadores. Ele considera as técnicas não preventivas como inspeção, teste e controle da qualidade, pouco eficazes. Assim, a prevenção deve ser ponto a ser seguido. 10 Genichi Taguchi A filosofia de Taguchi (1990) é relativa a todo o ciclo de produção desde o design até a transformação em produto acabado. Ele define a qualidade em termos das perdas geradas por esse produto para a sociedade. Essas perdas podem ser estimadas em função do tempo que compreende a fase de expedição de um produto até ao final da sua vida útil. Para ele a chave para reduzir as perdas não está na conformidade com as especificações, mas na redução da variância estatística em relação aos objetivos fixados. Em sua opinião, a qualidade e o custo de um produto são determinados em grande medida pelo seu design e pelo seu processo de fabricação. O preço representa para o consumidor uma perda na hora da compra, e a baixa qualidade representa uma perda adicional para ele durante o uso do produto. Um dos objetivos da engenharia da qualidade deve ser redução da perda total para o consumidor (TAGUCHI, 1990). Na fabricação de um produto ou no atendimento ao cliente a qualidade é primordial. Com isso, diversas ferramentas são desenvolvidas, como contribuição ao aperfeiçoamento da gestão de organização e métodos gerenciais também vem sendo estudados, como o sistema de gerenciamento e processos denominado P.D.C.A ( Plan, Do, Check, Action ). Kaoru Ishikama Criada e desenvolvida por Ishikawa temos a ferramenta denominada – diagrama de Espinha de peixe ou Diagrama 6M, que é uma técnica simples que enumera as possíveis causas sobre um determinado problema. Estas por sua vez, são agrupadas em família para facilitar sua análise, sendo relacionadas ao efeito causado de forma visual e clara. 11 2.3. AS SETE FERRAMENTAS DA QUALIDADE 2.3.1. GRÁFICO DE PARETO “O gráfico de Pareto dispõe da informação de modo a tornar evidente e visual a priorização de problemas e projetos” (WERKEMA, 2006, p.71). Esse gráfico organiza as informações, para que se torne claro a visualização do problema, permitindo metas numéricas e viáveis de serem alcançadas. Ele também estabelece que um problema possa ter poucas causas, portanto se essas “poucas causas” podem ser os problemas vitais na organização, assim o gráfico prepara as informações de maneira que permita a centralização dos esforços para a melhoria aonde os maiores ganhos maiores vão ser obtidos. 2.3.2. DIAGRAMA DE ISHIKAWA É também conhecido como "Diagrama deCausa e Efeito", "Diagrama Espinha-de- peixe" ou "Diagrama 6M", conforme demonstra a figura 1. Figura 1: Diagrama de Ishikawa 12 É uma ferramenta utilizada pela administração para o gerenciamento e o controle da qualidade em processos diversos. Foi proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa (1943) e aperfeiçoado nos anos seguintes. Na sua estrutura as causas dos problemas podem ser divididos em seis tipos diferentes: Máquina Método Mão-de-obra Meio ambiente Medida Matéria prima 2.3.3. HISTOGRAMAS Histogramas são gráficos que tem a finalidade de apresentar a distribuição de dados de um determinado conjunto que é dividida em intervalos menores, normalmente em um gráfico de barras verticais. O histograma é um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada um destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao numero de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente (WERKEMA, 2006, p.113). 2.3.4. FOLHA DE VERIFICAÇÃO Este ferramenta é utilizada no começo dos controles de processos para reunir registros de dados, de forma que ajude na organização e na otimização do processo. É útil porque em vez de reunir opiniões sobre o processo reuni fatos sobre ele, sendo essencial a diferença entre dados e números. A folha de verificação é utilizada conforme o objetivo da coleta de dados, depois que se defini a categoria para a estratificação. Alguns tipos de folhas são mais utilizadas, como: 13 Folha de verificação para distribuição de um item de controle de um processo produtivo. Esta folha permite que os dados sejam classificados no mesmo instante que são coletados. Folha de verificação para classificação. Esta folha é utilizada para subdividir determinadas características em suas categorias. Folha de verificação para localização de defeitos. È útil para poder identificar os defeitos relacionados a aparência externa dos produtos acabados. Folha de verificação para identificação de causas e defeitos. Permite uma estratificação mais ampla dos fatores do processo, facilitando a identificação das causas dos defeitos. 2.3.5. GRÁFICO DE DISPERSÃO O diagrama de dispersão é utilizado para avaliar se existe relação entre duas variáveis ou características de um produto ou não. Com isso contribuindo para o desenvolvimento com eficiência dos métodos do controle de processo. 2.3.6. FLUXOGRAMA O fluxograma demonstra de uma forma gráfica, etapas de um processo, do seu inicio ate a sua finalização, assim permitindo que o funcionamento do processo seja compreendido de forma rápida podendo ser feitas melhorias na qualidade, conforme demonstra a figura 2. Símbolos do Fluxograma Processo ou atividade – representa as atividades de um processo. Decisão – Representa o fluxo de decisão a ser adotado dentro do processo. Disco magnético – representa o armazenamento ou a consulta a um disco magnético. 14 Documento – representa um documento. Inicio / fim – representa o início e fim de um fluxograma. Conector – representa a continuação do fluxograma em outra página. Figura 2: Fluxograma 2.3.7. GRÁFICO DE CONTROLE Essa carta de controle foi criada controlar a variação de processos e as causa que dão origem as variações. Em um processo existe uma linha de produção quem tem uma combinação de pessoas, matéria-prima, equipamentos, métodos e ferramentas para ser criado o produto, se houver uma modificação em uma desses elementos irá resultar outro processo de produção totalmente diferente, destacando a importância de usar a carta de controle. 15 2.4. OUTRAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE 2.4.1. CICLO PDCA (PLAN, DO, CHECK, ACTION) Este método é utilizado pelas organizações para garantir o alcance de metas estabelecidas, buscando a melhoria continua como prática de controle, conforme demonstra a figura 3. Fonte: http://www.wikipedia.org.br/ Figura 3: Ciclo PDCA Os termos no ciclo P.D.C.A. tem o seguinte significado: Planejamento (P): Estabelecer Metas Estabelecer um sistema para atingir as metas propostas Execução (D): Executar as tarefas exatamente como foi prevista na etapa P e fazer a coleta de dados que vão ser utilizados na próxima etapa de verificação. Nessa etapa precisa ser feita uma educação e treinamento no trabalho. Verificação (C): A partir de dados coletados na etapa, compara-se o resultado com a meta que foi planejada. 16 Atuação Corretiva (A): Nessa etapa é onde o usuário detectou desvios e atuara no sentido de fazer correções definitivas. Com duas formas de atuações possíveis. Tomar com padrão o plano proposto casa a meta tenha sido alcançada; Atuar sobre as causas do não alcance das metas, se o plano não foi positivo. 2.4.2. 5W2H (WHAT, WHO, WHERE, WHY, HOW, HOW MUCH) A planilha 5W2H é uma ferramenta administrativa que pode ser utilizada em qualquer empresa a fim de registrar de maneira organizada e planejada como serão efetuadas as ações, assim como por quem, quando, onde, por que, como e quanto irá custar para a empresa. Seu nome não é por acaso, pois designa uma sigla que contem todas as iniciais dos processos em inglês, conforme o Quadro 1. Quadro 1 – 5W2H Existem também duas variações da planilha 5W2H: uma sem o How Much (quanto custará) formando uma planilha 5W1H ou 5W3H que inclui a etapa “How many” (quantos). 17 2.4.3. ESTRATIFICAÇÃO Ela é usada para subdividir o problema em partes menores, facilitando a analise em busca de uma solução. A autora Werkema frisa que “a estratificação consiste no agrupamento da informação (dados) sob vários pontos de vista, de modo a focalizar a ação” (WERKEMA, 2006. p.54). A estratificação é uma ferramenta muito efetiva no ciclo do PDCA para que possa ter melhorias nas suas etapas. 2.4.4. PROGRAMA 5 S De acordo com Falconi (2004), o programa 5s, visa mudar o modo de pensar das pessoas no sentido de um melhor comportamento. A sua sigla significa: SEIRI, SEITON, SEISOH, SEIKETSU e SHITSUKE. Esse programa deve ser gerenciado pela alta administração e é baseado na educação, treinamento e pratica em grupo. SEIRI – Senso de Organização / Arrumação; SEITON – Senso de Utilização / Ordenação; SEISOU – Senso de Limpeza; SIKETSU – Senso de Saúde / Segurança; SHITSUKE – Senso de Autodisciplina 18 3. CUSTOS QUALIDADE Custos da qualidade são os custos associados com a obtenção e manutenção da qualidade em uma organização, tanto em manufatura quanto em serviços. As definições de custos de qualidade variam de acordo com a definição de qualidade e estratégias adotadas pela empresa, o que leva a diferentes aplicações e interpretações. Segundo Juran (1992), custos da qualidade são aqueles custos que não deveriam existir se o produto saísse perfeito da primeira vez. Juran associa custos da qualidade às falhas na produção que levam ao retrabalho, desperdício e perda de produtividade. Já Feigenbaum (1990) define custos da qualidade como aqueles custos associados com a definição, criação e controle da qualidade, assimcomo a avaliação e retroalimentação da conformação da qualidade, garantia e requisitos de segurança, e aqueles custos associados às falhas nos requisitos de produção e depois que o produto já se encontra nas mãos do cliente. Estes custos estão relacionados à satisfação total do cliente. Para Crosby (1990), custo da qualidade está relacionado com a conformação ou falta de conformação aos requisitos. Custo da qualidade é o catalisador que leva a equipe de melhoria da qualidade e o restante da gerência, a plena percepção do que está acontecendo. Antes, limitavam-se, muitas vezes, a simular que seguiam o programa só para causarem boa impressão. Mason (1990) segue a definição de Crosby e define custos da qualidade como a conformação aos requisitos. Se a qualidade é conformação, então os problemas de conformação terão um custo, assim como ações preventivas que evitem estes problemas. Portanto, custo da qualidade é a soma dos custos da conformidade com os custos da não conformidade. 19 Corradi (1994) define duas categorias para os custos da qualidade: Custos da qualidade aceitáveis, ou seja, são aqueles que a empresa planeja gastar; custos da qualidade não aceitáveis, ou seja, aqueles que a empresa deseja eliminar ou evitar. E acrescenta: "custos da qualidade são medidas de custos especificamente associadas com o alcance ou não alcance da qualidade de produtos e serviços, incluindo todos os requisitos de produtos e serviços estabelecidos pela companhia e seus contratos com os clientes e a sociedade". Apesar das diferentes definições dos custos da qualidade, podem-se classificar as ideias dos autores citados acima dentro da proposta de Feigenbaum, como mostra a figura 4, a seguir. Fonte: Feigenbaum, 1990 Figura 4: Custos totais da qualidade Os custos de controle são aqueles necessários para garantir que o produto saia perfeito. Já os custos da falha de controle são devidos a falhas que podem ser detectadas na linha de produção, antes que o produto saia da empresa ou mesmo depois que o produto já se encontra no mercado. 20 4. TEORIA APLICADA NA PRÁTICA O primeiro ponto para se abordar para que a gestão da qualidade possa trazer um benefício para a organização é de como as ferramentas podem ser importantes para se descobrir quais são os problemas da organização, e como elas vão poder ajudar nesse sentido. É essencial definir o que representa um problema dentro da organização. Segundo Falconi (2004), um problema é o resultado indesejável de um processo, ou seja, um item de controle que não atingiu o nível desejado. “O único critério para a existência de um problema é o responsável pelo processo estar ou não satisfeito com os resultados mostrados pelos seus itens de controle” (FALCONI, 2004, p.22). McGregor declara que gerenciar é essencialmente resolver problemas, assim para poder ter um bom gerenciamento, temos que, aprender a localizar os problemas e resolve-los, transformando todos da organização em solucionadores de problemas. Para que esse resultado atinja o nível desejado, temos as ferramentas da qualidade, que ajudam a descobrir qual é o problema; Por que ele aconteceu; O que pode ser feito para que não aconteça novamente. Uma dessas ferramentas é o Ciclo PDCA, que segundo Werkema (2006), esse é um método gerencial de tomadas de decisões para que a empresa garanta o alcance de metas necessárias á sobrevivência de uma organização. Esse ciclo é um método de controle que deve ser realizado de uma forma organizada e padronizada. É essencial falar que o conceito de controle se aproxima com ideias de inspeção, verificação, supervisão, controlar um processo significa, manter a sua estabilidade e sua rotina. O P.D.C.A. padroniza informações de controle, reduz erros, facilita o entendimento da organização, melhora a realização das atividades e proporciona resultados mais confiáveis. Ele aborda em profundidade a aperfeiçoamento dos processos e do 21 controle de qualidade em organizações, é um instrumento valioso para melhoria continua e deve ser de domínio de todos na empresa. Esse ciclo consiste em planejar uma meta, estabelecer caminhos a atingí-las. Após a fase de planejamento é necessário que passe por uma etapa de educação e treinamento para aplicações dos padrões que foram propostos. A seguir, os processos devem ser cumpridos de acordo com o planejamento e controlados, permitindo assim a verificação dos resultados e se foi executado nos padrões que foram estabelecidos, se identificados a não conformidade desses padrões, devem ser implementadas ações corretivas. De acordo com Campos (1992), a aplicação do ciclo P.D.C.A. de forma integral, permitira um real aproveitamento do processo, visando à redução de custos e o aumento da produtividade. A sua forma cíclica contribui para o melhoramento continuo das atividades. Em resumo, o ciclo P.D.C.A. reúne os conceitos básicos da administração, exibindo uma estrutura clara e simples, de ser compreendido e gerenciado. Podendo ser utilizado para o estabelecimento de metas dentro da organização, resolução de problemas críticos que podem prejudicar a empresa. Na utilização desse ciclo é preciso aplicar várias ferramentas da qualidade, elas constituirão os recursos importantes para a coleta, processamento e a preparação das informações necessárias para as etapas do P.D.C.A. Entre essas ferramentas temos a estratificação que, como foi citado anteriormente, ela consiste em dividir um grupo em diversos subgrupos com base em fatores apropriados. A importância dessa ferramenta está no reconhecimento das características de um problema, estratificando as informações podemos ter vários pontos de vista dele, tais como: Local – se existem resultados diferentes em diferentes linhas de produção; Indivíduo – diferentes colaboradores estão associados a resultados diversos; 22 Sintoma – resultados diferentes em função dos diferentes defeitos que podem ocorrer; Tempo – resultados que possam ser diferentes de manhã, tarde e noite; Tipo – resultados diferentes de acordo com a matéria prima utilizada. Essa ferramenta ajuda na organização, mas só pode ser utilizada na solução do problema se ele puder ser identificado. Durante a coleta de dados é importante registrar as condições e valores assumidos pelos possíveis fatores da estratificação. Percebe-se que quanto maior a estratificação ou a segmentação dos atributos, mais específica e mais focada ficará o resultado. De acordo com Werkema (2006), outra ferramenta que é utilizada para auxiliar e organizar o processo de coleta e registro de dados é a folha de verificação, ela contribui de forma a aperfeiçoar a analise dos dados obtidos. Essa folha é empregada dependo do objetivo da coleta, e são construídas após a definição das categorias de estratificação, as folhas de verificação mais utilizadas são: Folha de verificação para a distribuição de um item de controle de um processo produtivo, o uso dessa folha é usado na etapa da identificação do problema no ciclo PDCA. Folha de verificação para a classificação, usado na etapa de observação do ciclo PDCA. Folha de verificação para localização de defeitos, usado na etapa de observação do ciclo PDCA. Folha de verificação para identificação de causas de defeitos, o uso dessa folha é na etapa de observação do ciclo PDCA. Um benefício dessa ferramenta é que ela permite uma identificação rápida dos problemas que acontecem com maior frequênciadentro da organização, ela é necessária para alcançar a qualidade tornando os dados fáceis de obter e de se usar, dispondo-os assim os dados de uma forma mais organizada. 23 Segundo Werkema, “Uma folha de verificação é um formulário no qual os itens a serem examinados já estão impressos, com o objetivo de facilitar a coleta e o registro dos dados”. (WERKEMA, 2006. p.59) Temos várias formas de identificar quais são os problemas vitais para a organização. Com isso, temos o Gráfico de Pareto, que eliminam as perdas por um pequeno número de ações. A sua maior utilidade é permitir fácil visualização e reconhecimento das causas ou problemas mais relevantes, possibilitando a centralização de esforços sobre os mesmos. Relata Juran (1992) que, com o conceito desse gráfico, pode-se, por exemplo, verificar se os clientes estão sendo adequadamente atendidos, e se eles são vitais para a organização, aplicando assim, as melhorias adequadas e significativas, concentrando-se nos problemas poucos vitais. Para a construção do Gráfico de Pareto é necessário à coleta e o preparo dos dados tem que definir o problema, listar os possíveis fatores, estipular um período e um método para a coleta de dados, preparar uma lista de verificação apropriada para a coleta, preencher a lista e registrar o total de vezes que cada categoria foi observada e o número total de observações, elaborar a planilha do Gráfico de Pareto e preenchê-la com os dados. Com a ferramenta do Gráfico de Pareto para efeitos podemos organizar as informações que se torna possível a identificação do principal problema que pode ser relacionado às cinco dimensões da qualidade que são: Qualidade: produtos defeituosos, reclamações dos clientes e numero de devoluções de um produto. Entrega: entrega em quantidade e no local errado, atraso na entrega e falta de matéria-prima no estoque. Segurança: gravidades de acidentes no trabalho, acidentes sofridos por usuários do produto e acidentes de trabalho. Custo: custo na manutenção de equipamentos, perdas de produção e gastos com reparos de produtos ainda com garantia. 24 Moral: reclamações trabalhistas, demissões e absenteísmo. Existe também o Gráfico de Pareto para causas, que torna possível a identificação das principais causas de um problema, e essas causas fazem parte dos fatores de um processo: Insumos – Fornecedor, transporte, armazenamento e tipo; Condições ambientais – Temperatura, iluminação, umidade e clima; Métodos ou procedimentos – Atualização, clareza das instruções e informação; Pessoas – Treinamento, saúde, experiência e idade; Equipamentos – Desgaste, modo de operação, tipo de ferramentas usadas e manutenção. Informações do Processo ou Medidas – Calibração e precisão dos instrumentos de medição, métodos e medição. Conceitua Werkema (2006) que existem variáveis expressas em unidades monetárias para o gráfico de pareto. Em muitos casos, categorias que apresentam um baixo número de ocorrências têm associados a elas altos custos para a empresa, enquanto categorias muito frequentes resultam em perdas financeiras poucos significativas. Portanto, a construção de um gráfico de pareto com base no custo pode resultar em um conjunto de problemas “poucos vitais” diferentes daquele que é obtido a partir de um gráfico baseado no numero de ocorrências. (WERKEMA, 2006, p.82) O custo é um relevante guia a ser considerado durante a construção de um gráfico de pareto, para que a identificação possa ser dos poucos problemas vitais. A estratificação do Gráfico de Pareto nos permite detectar se a causa do problema considerado é comum a todo o processo ou se existem causas específicas associadas a diferentes fatores que compõem o processo. Os Gráficos de Pareto construídos em um determinado intervalo de tempo pode expor grandes alterações de ordenação de categorias, mesmo que não tenha sido aplicada qualquer medida para melhoria, fornecendo indicações sobre a estabilidade 25 do processo. Temos também o gráfico de comparação antes e depois esse pode ser utilizado a partir de dados coletados antes e após a ação corretiva e avalia se realmente foi eficaz. “Desdobramento de Gráficos de pareto também permite o estabelecimento de metas numéricas viáveis de serem alcançadas”, com esse desdobramento podemos dividir um grande problema em problemas menores e mais específicos e possibilita a priorização dos projetos de melhoria (WERKEMA, 2006, p.88). Para que a qualidade possa ser sempre melhorada, é adequado que se divida e subdivida os processos, pois enquanto houver causas e efeitos haverá processo. Portanto, com esses processos divididos torna-se mais fácil localizar e agir diretamente sobre as causas. Entende-se por “Causa e Efeito”: para a não conformidade, o “efeito”, tendo sido detectado, será necessário procurar os fatores, as “causas” que provocaram os problemas. De acordo com Falconi (2004), sempre que ocorre algo, existe um grupo de causas que pode ter influenciado, analisando a importância da separação das causas de seus efeitos foi criado o diagrama de causa e efeito ou diagrama de ishikawa, ele apresenta a relação existente entre um processo e fatores do processo que, por razões técnicas, possam afetar o resultado. Na construção de um diagrama de causa e efeito é necessária uma participação de um maior número de pessoas possíveis, para o levantamento das causas é importante a realização do brainstorming, que tem o objetivo de auxiliar o grupo com o maior número de ideias possíveis em um curto período de tempo. Tem que ser definido o problema do processo da forma mais clara possível colocando-o no eixo central do diagrama, em seguida linhas diagonais são incluídas contendo os elementos que fazem parte do cenário, estabelecendo o grau de importância para cada causa relacionada a ele. Após, para cada categoria procura-se detectar os fatores que possam colaborar para aumentar ou reduzir o problema. Dependendo do tipo de empresa podem surgir 26 diferentes categorias as principais são: mão-de-obra, matérias, métodos, máquinas, meio ambiente e medida. Esse diagrama possibilita que se visualizem, em uma só figura, todas as causas relacionadas ao mau funcionamento e às relações, entre elas, de um determinado problema. Analisando todos os dados produzidos pelo gráfico podemos verificar a principal causa do problema, possibilitando o detalhamento de cada. Ele não identifica apenas as causas possíveis, mas sim as causas reais, quando ele é usado para os fins de um planejamento, concentram a atenção sobre um resultado desejado. Afirma Werkema (2006) que o histograma ordena as informações de uma forma que seja possível a visualização da distribuição de um conjunto de dados e também a percepção da localização do valor central e da dispersão dos dados em torno desse valor central. Para aumentar e contribuir a eficiência dos métodos de controle de um processo, é necessário o entendimento dos tipos de relações existentes entre as variáveis associadas a ele, com o diagrama de dispersão ele nos permite o estudos dessas relações, contribuindo para a eficiência dos métodos e das melhorias a serem adotadas. Assim podemos concluir a relação causal entre variáveis, auxiliando na determinação da causa raiz do problema. Quando é fabricado um produto, existem características de variação que são inevitáveis, devido aos fatores que compõe o processo produtivo, essas variações podem ser efeito da maquina, variações de lotes, mudanças domeio ambiente, entre outras. É importante que essa variabilidade seja controlada, para que os produtos a serem fabricados possam ser de alta qualidade para isso existe a ferramenta do gráfico de controle, que verifica a estabilidade do processo. Se ele estiver instável ira resultar em um produto defeituoso, a perda da produção e a baixa qualidade. 27 Com o acompanhamento do processo através dessa ferramenta podemos mostrar evidencias das causas do problema e as medidas corretivas a ser tomadas, manter as funções dos limites de controle como base de decisões e apresentar informações para tomadas de ações gerencias de melhoria dos processos. Conceitua Falconi ( 2004) que um fluxograma é fundamental para a padronização e entendimento de um processo, ele deve ser estabelecido em todas as áreas da organização. Com ele pode, por exemplo, ser identificados clientes que antes eram negligenciados por um planejamento mal feito e falhas no processo. Através de uma disciplina de preparação do fluxograma fica evidenciada a pergunta “quem são os clientes?”, assim podendo reconhecer mais claramente. Feito o fluxograma cada membro da organização fica inteiramente informado dos seus processos e subprocessos, podendo assim, refazer o que foi feito anteriormente, e nesse refazer surge à oportunidade para o melhoramento. O fluxograma serve para proporcionar uma compreensão do status quo – daquilo que aconteceu no passado. Então, à medida que prossegue o planejamento, o fluxograma torna-se um auxilio para a revisão. Ele prova a compreensão de quem será impactado (JURAN, 1992. p.51). Essa ferramenta para a gestão organizacional faz a análise de um processo, principalmente de processos críticos, o fluxograma dinamiza o cotidiano das organizações e serve como uma base para organogramas, manuais de organização e o melhor uso da informação e do conhecimento da empresa. O seu objetivo é garantir a fluidez da movimentação e manter os limites das decisões das estratégias a serem desenvolvidas e evidenciar as menores falhas que precisam ser aperfeiçoadas. O programa 5 s (cinco sensos), é considerado um dos principais passos para a gestão da qualidade na organização (CAMPOS, 1992). De acordo com Houaiss (2001), senso é a capacidade de sentir, apreciar e julgar. Logo, nunca se implementa um senso, mas se desenvolve através de um processo educativo. 28 Seiri – Senso de utilização. Significa organizar e separar tudo que é necessário das que são desnecessárias, dando destino para cada coisa que deixa de ser útil para o local de trabalho. Possibilitando assim uma melhor estrutura do local, criando novos espaços, diminuindo a perda de tempo e desperdício de recursos. Seiton – Senso de ordenação, organização. Significa guardar as coisas necessárias em seu único e exclusivo lugar, de acordo com a facilidade de usá-las prontamente, levando em conta a freqüência de utilização. Refere-se à disposição organizada dos objetos com utilização de etiquetas para identificações dos locais, dos objetos, das tarefas, e do material adotado para uso em cada setor. Esse senso possibilita que o ambiente de trabalho fique organizado, assim promovendo ações que facilitem o dia a dia, proporcionando rapidez e facilidade em busca de itens tornando o ambiente mais funcional e agradável. Seiso – Limpeza. Significa eliminar a sujeira, inspecionando para descobrir e atacar as fontes de problema. A limpeza deve ser encarada como uma oportunidade de inspeção e de reconhecimento do ambiente. Para tanto, é importante que cada um limpe a sua área de trabalho. Esse senso possibilita o aumento da autoestima e da disposição da equipe gerando resultados, evita perdas de material, danos em equipamentos, melhora a imagem interna e externa da empresa, reduz condições inseguras e danos à saúde. Seiketsu – senso asseio, saúde e higiene. Significa manter o asseio, refere-se à aplicação dos 3 sensos anteriores conservando a higiene, tendo cuidado com os estágios de organização e ordem e limpeza, todos esses já alcançados. É importante a padronização dos sensos anteriores para que os resultados não retrocedam. O objetivo 29 dessa padronização é que todas as tarefas sejam cumpridas, sejam voluntarias e rotineiras. Possibilitando assim uma melhoria da produtividade, incentivo a criatividade das pessoas e uma melhora continua do ambiente de trabalho. Shitsuke – Senso de autodisciplina. Significa ser disciplinado e responsável pela qualidade do seu trabalho, buscando melhoria sempre ao cumprir rigorosamente as normas e tudo o que for estabelecido pelo grupo. A disciplina é um sinal de respeito ao próximo. Nesse senso os benéficos são o favorecimento do trabalho em equipe, melhoria das relações humanas, eliminação de desperdício e cumprimento dos requisitos de qualidade. Conceitua Osada (1992) que o programa objetiva a educação, treinamento e busca a qualidade através do aperfeiçoamento constante dos detalhes que formam a rotina do trabalho. Os conceitos fundamentais do programa devem ser entendidos, incorporados e praticados por todos os níveis hierárquicos, dos empregados a gerencia, visando entre outras metas, evitar desperdícios e garantir um ambiente de trabalho cada vez mais saudável (PRADO, 2001. p.1). Sempre que há uma mudança dentro de uma organização, os incômodos para as pessoas envolvidas aparecem, é natural a rejeição. Para a implantação do programa 5s que visa educar e transformar pessoas através de ações, mudando ou descartando coisas, a primeira reação é contrária a ele. Por essa desaprovação, antes de se implementar o programa temos que preparar as pessoas, para que eles possam entender o benefício desse programa. Uma ferramenta importante na gestão da qualidade é a 5W2H ela é utilizada para analisar ou planejar as ações propostas para a solução de um problema. A sua 30 nomenclatura essa associada as suas 7 perguntas básicas what, why, Who, when, where, how e how much? Ou seja, quando nos deparamos com determinada tarefa, perguntamo-nos cada uma dessas palavras e escrevemos as respostas. Essa ferramenta ajuda a melhorar a segregação de tarefas dentro de um processo e a ver, de maneira gerencial, como os processos estão de desenvolvimento. 31 CONCLUSÃO A gestão da qualidade está presente em grande parte das organizações e está envolvida diretamente nos seus processos, abrangendo tanto a parte interna, quanto à externa, de forma progressiva e contínua. Isso se dá pela necessidade de se ter produtos e serviços bons e de baixo custo, ou seja, de qualidade. Ela utiliza de diversas ferramentas criadas pelos “pensadores da qualidade” para analisar, planejar, executar e corrigir os processos, que vão desde a fabricação até o atendimento ao cliente. Cada uma das ferramentas tem sua importância, pois cada uma analisa o quadro da empresa de ângulos diferente, definindo qual decisão tomar diante de um problema. Conclui-se desse modo que a gestão da qualidade é uma filosofia de melhoria contínua e que possui ferramentas específicas que geram benefícios pra organização quando implantadas de forma correta. 32 REFERÊNCIAS ARAUJO, Luis César d. Organização, sistemas e métodos e as modernas ferramentas de gestão organizacional. São Paulo:Atlas, 2001. CAMPOS, Vicente Falconi. TQC: Controle da Qualidade Total. Belo Horizonte: Bloch, 1992. ________. TQC: Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês). 8.ed. Belo Horizonte: Indg Tecnologia e Serviços, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, processo e prática. 4.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Saraiva, 1990. FEIGENBAUM, Armand V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, v.1. 1994. INSTITUTO ANTONIO HOUAISS. Dicionário eletrônico da língua portuguesa 1.0. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 1 CD-ROM. JURAN, M. Planejando para a qualidade. São Paulo: Pioneira, 1993. OLIVEIRA, Otávio J. et al. Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Thomson, 2004. OSADA, T. Housekeeping, 5S's: seiri, seiton, seiso, seiketsu, shitsuke. São Paulo: IMAM, 1992. 212p. 33 TAGUCHI, Genichi. Engenharia da Qualidade em Sistemas de Produção. São Paulo: McGraw Hill, 1990. WERKEMA, Maria Cristina Catarina. Ferramentas estatísticas básicas para o gerenciamento de processos. Belo Horizonte: Werkema, 2006.
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