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ARTIGO ALINE - PÓS-GRADUAÇÃO

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A INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN NO ENSINO REGULAR COMUM
Ilires Pelissari Mayer [1: Pós graduando do Curso de Diversidade, Educação Especial Turma 07, Instituto Libera Limes/Uniasselvi]
Perpétua Dutra[2: Mestra em Educação pela UCDB Profª e Orientadora do Instituto Libra Limes/ Uniasselvi.]
Resumo
Este trabalho tem como objetivo estudar e analisar a inclusão das crianças do ensino fundamental com Síndrome de Down na rede regular de ensino regular comum, após a seleção de diversos materiais bibliográficos, resultado de pesquisas qualitativas, observações e questionário realizado na inclusão do educando com Síndrome de Down em sala de aula comum. O resultado deste estudo oferece possibilidades e novos desafios que apontam a necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas, cujos resultados possam ser aplicados na prática pedagógica. A realização da observação das práticas pedagógicas e o aprendizado de um aluno com Síndrome de Down incluso na sala comum do 2º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Pedro Aleixo, no município de Sidrolândia-MS, teve intuito de compreender e analisar as práticas pedagógicas para o desenvolvimento no ensino-aprendizagem no cotidiano de alunos com Síndrome de Down em salas de aulas comuns.
Palavras- chave: Inclusão, Síndrome de Down, Ensino Regular Comum
1 INTRODUÇÃO
 Com o intuito de investigar os mais diferentes aspectos que estão envolvidos e influenciam o processo de inclusão dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais na escola comum, optou-se por uma pesquisa na modalidade bibliográfica, que segundo Lakatos (1991), pretende colaborar com as discussões em torno da inclusão de alunos com Síndrome de Down, dentro da escola comum. Neste estudo, utilizaremos um levantamento da literatura especializada para uma análise do tema escolhido a partir de uma visão crítica-reflexiva.
 	Este estudo surgiu diante do exposto e a partir das inquietações que durante este curso de Pós-Graduação lato sensu em Educação Especial e Inclusiva e das indagações que são pertinentes, como a relação:
	- Como se dá a inclusão do aluno com Síndrome de Down no contexto escolar;
	- A relação família/escola no processo de inclusão; 
	- O que podemos fazer para que o processo de inclusão realmente ocorra.
 Esta pesquisa se apresenta no primeiro momento abordando a inclusão do aluno com a Síndrome de Down para melhor compreensão do tema, por meio de estudo teórico que nos faz refletir sobre a luta em prol das pessoas com Necessidades Especiais. Em seguida aborda-se a relação família/escola enfatizando-a, bem como, o papel da família nesse processo de inclusão. 
	
	A seguir, apresenta-se o resultado de observações de um educando com síndrome de Down no processo de inclusão em sala de aula comum: necessidade de reflexão sobre suas práticas, com aplicação do questionário à professora regente ou seja, a relevância da participação de todos os envolvidos nesse processo. 
 Enfim, encerra-se o trabalho com as considerações, discorrendo sobre a emergência que o movimento da inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino comum traz, tomando como base um olhar histórico que tem norteado as práticas mais atuais, lançando para todos os envolvidos, desafios que prometem gerar ainda muitas reflexões e discussões em busca de sua concretização. 
 A INCLUSÃO DO ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN NO CONTEXTO ESCOLAR
			A inclusão pressupõe que a escola se ajuste a todas as crianças que desejam matricular-se, em vez de esperar que determinada criança com necessidades educacionais especiais se ajuste à escola. De acordo com a Declaração de Salamanca, “aquelas que possuem necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola normal, a qual deve acomodá-las dentro de uma pedagogia centrada na criança capaz de atender às suas necessidades” (UNESCO, 1995). 
			Essa conquista se deve por um ambiente de aprendizagem escolar que tenha altas expectativas dos alunos, que seja seguro, acolhedor e agradável. As práticas pedagógicas em uma escola inclusiva precisam refletir uma abordagem mais diversificada, flexível e colaborativa.
			 Sabemos que a inclusão pode estar associada à idéia de uma comunidade de aprendizagem diferente, dentro da qual as pessoas atingem níveis mais altos de desenvolvimento juntas do que conseguiram separadamente. A suposição básica é que todas as crianças possuem necessidades especiais a serem satisfeitas, e não apenas aquelas cujas necessidades são bastante óbvias.
 			Esses princípios implicam uma procura sem fim por uma melhoria nas condições. Preocupações sobre o crescimento afetivo e emocional das crianças são relevantes, assim como a realidade da relação pedagógica e a necessidade de disponibilizar um apoio contínuo a todos os alunos. Existem muitas maneiras de se criar um contexto educacional inclusivo. Isso envolve a criação de condições organizacionais e curriculares nas quais cada um e todos os alunos possam aprender.
 			A classe inclusiva precisa ser pré-planejada. Aspectos importantes é a formação de relacionamentos, um ambiente afetuoso e generoso, a igualdade, a possibilidade de apoio permanente e altas expectativas em relação a necessidades múltiplas. As estratégias valorizadas são o trabalho em equipe de professores e alunos, aprendizagem cooperativa, a intensificação das relações sociais, as adaptações de atividades e equipamentos de ensino, dentro da proposta curricular apresentada pela escola.
 			Vygotsky (1984) reafirma o forte efeito de interação social sobre o desenvolvimento do pensamento, ao assinalar que a interação gera uma área potencial de desenvolvimento, ou seja, induz e estimula um conjunto de processos internos que constituem um modelo de desenvolvimento e aprendizagem à criança, uma vez que possibilita a interiorização de novos conceitos. 
			Assim estabeleceria a zona do desenvolvimento proximal, mostrando a distancia entre o nível real de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema e o nível potencial de desenvolvimento, favorecido sob a orientação de um aluno ou em colaboração de um educador. Vygotsky (1988). 
			Acreditamos, de acordo com Vygotsky (1984), que as crianças que apresentam algum distúrbio de aprendizagem devam estudar por mais tempo, que sejam respeitadas suas limitações, que recebam menos trabalhos que as crianças ditas normais e que sejam ensinadas de um modo diferente, com a ajuda de métodos e técnicas especiais adaptadas às habilidades singulares de sua condição, mas que aprendam as mesmas coisas que todas as crianças, que recebam o mesmo preparo para vida futura a fim de que possam, posteriormente, participar dela com o mesmo grau e em pé de igualdade com todos. 
			Como ressalta Ferreira (1997), para a comunicação estar presente entre a criança e o professor, quer seja através de atividades propostas pelo professor ou de intenções transmitidas pela criança, é fundamental que haja aceitação e reconhecimento de ambas as partes. 
				Por isso não podemos perder de vista que a relação professor-aluno deve fluir possibilitando à criança um desenvolvimento global, benéfico às próximas etapas da vida, tornando-a um ser possuidor de qualidades motoras, cognitivas, sociais e afetivas, sendo humana e sensível, independente do fato dessa criança apresentar algum distúrbio ou não.
A RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA NO PROCESSO DE INCLUSÃO 
 Debater os pressupostos teóricos é de grande importância para analisar a possibilidade de se formular estratégias integradoras, para se fazer as mudanças necessárias e para maiores reflexões teóricas, na tentativa de construir uma crítica construtiva, sendo pautado nas concepções de família.
 Na literatura atual, Lenhard (1985) destaca que, a família é considerada como um grupo social concreto. É o ambiente inicial, onde a criança começa a se socializar, e também, aqueleonde o ser humano se encontra pela primeira vez com os outros que o pretendem educar. Para ela devemos, pois, voltar a nossa atenção inicialmente. 
 Vygotsky (1988) denomina que a distância entre dois níveis de desenvolvimento traduzidos nas tarefas que a criança consegue realizar com auxílio de pessoas mais experientes, como ”zona de desenvolvimento proximal”. Sendo assim, as interações sociais estabelecidas na educação escolar podem criar zonas de desenvolvimento proximal, possibilitando saltos qualitativos no desenvolvimento do sujeito. Os processos de aprendizagem, particularmente os garantidos por situações de ensino, onde a criança interage com parceiros mais experientes (a mãe, o professor, etc.), mas também na brincadeira simbólica onde a criança adota o papel deste parceiro mais experiente e o desempenha, impulsionam os processos de desenvolvimento. 
 Mazzotta (1993) nos diz que a responsabilidade partilhada e a remoção de rótulos é que faz da educação de um indivíduo com necessidades especiais um momento de transformação e diversificação de oportunidades. Desta forma, são as necessidades educacionais individuais, globalmente consideradas, confrontadas com os serviços educacionais existentes na comunidade, que devem subsidiar a definição da via ou dos recursos a serem utilizados para a educação de qualquer pessoa, e não a categoria, o rótulo, o estigma de deficiente, com as negativas e perniciosas conseqüências de sua generalização.
 
 	O aluno com necessidade educacionais especiais é produzido pelo ambiente de carências afetivas, sociais, econômicas e culturais. Por natureza, toda pessoa tem suas necessidades. Aqueles que apresentam desvio físico, intelectual, sensorial, social e de comportamento muito acentuado, que não podem beneficiar-se dos programas da educação comum, necessitam de ensino ou serviços especiais, através da modificação ou apoio ao programa educacional comum, de maneira que eles próprios se tornem capazes de satisfazer suas necessidades. É preciso adequar a estrutura do ensino, os conteúdos e os métodos ao ritmo e as características do aluno, a fim de lhe facilitar a construção de conhecimentos.
 Neste sentido, enfatiza-se que a Educação Especial, em conformidade com a Política Nacional de Educação Especial, 
 É um processo educacional que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas com necessidades especiais, condutas típicas, altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu alunado (MEC, 1994, p. 17). 
 	
 A conscientização da família, no sentido de que ela faz parte de um contexto social, que exerce influências sobre o indivíduo, preparando-o para o mundo escolar é essencial. Também a conscientização dos educadores não só em saber trabalhar com o aluno, mas também em promover o desenvolvimento familiar, de forma que a família se torne um agente ativo no processo de integração/inclusão, deve ser buscada. Sendo assim, é importante assumir-se, a postura de que a produção da criança é o resultado da inter-relação de toda essa rede que constitui o contexto de sua vida. 
  Chacon (1995) teve como objetivo discutir a integração do sujeito com deficiência mental, enquanto um processo que se inicia na e pela família, não exclusivamente na escola. A partir das definições de outros autores em conjunto com sua pesquisa, ele traça sua própria definição sobre integração e afirma: 
A integração é um processo dinâmico e paulatino que se inicia na/pela família e Constitui-se pela internalização de valores sócio-culturais mediados pelos indivíduos. Valores esses condicionantes para a participação das pessoas em maior ou menor grau nos diferentes níveis sociais (família, escola, trabalho, comunidade, etc.) de forma a usufruir dos mesmos direitos e deveres de cidadão (CHACON,1995,p.118). 
 De acordo com o autor, é importante dizer da internalização dos processos vividos pelo sujeito com deficiência, a partir das mediações de seu contexto familiar, porém propõe tal fato como determinante do sujeito, sendo que sua maior ou menor inserção se daria a partir dele e não das mediações que a escola, ou outras instâncias sociais possam lhe proporcionar. Tal fato o posiciona numa formação discursiva da integração, onde cabe ao sujeito a responsabilidade pelo seu processo de inserção na sociedade. 
 Segundo Sassaki (1997), a educação especial integra o sistema educacional vigente, identificando-se com sua finalidade, que é a de formar cidadãos conscientes e participativos. O princípio da normalização "tinha como pressuposto básico a idéia de que toda pessoa com necessidades especiais, especialmente aquela portadora de deficiência mental, tem o direito de experienciar um estilo ou padrão de vida que seria comum ou normal à sua própria cultura". A idéia inicial foi, então, a de normalizar, mas isto foi confundido com a noção de "tornar normais as pessoas com necessidades especiais". 
 Várias instituições da sociedade exercem a função de educar, dentre as quais a família, a igreja, o ambiente de trabalho, os espaços de lazer, os meios de comunicação, mesmo que a ação educacional desenvolvida por esses grupos seja informal, no sentido de não obedecer a regras explícitas nem ser submetida a rígido controle externo. No entanto, observa-se que até hoje, nunca existiu nenhuma célula social melhor que a família. É nela que se forma o caráter. 
 Como bem enfatiza Aranha (2000), antes do surgimento da escola como um lugar separado e especializado de educação formal, as crianças e jovens educavam-se na família e na comunidade, inclusive pela participação nas práticas produtivas e rituais coletivos, a exemplo da educação grega e romana, desde a antiguidade. Nesse sentido bases que fundamentam esta investigação, abordando a relevância da inter-relação família e escola, estão pautadas em literaturas que estão fundamentadas em pressupostos filosóficos e metodológicos que objetivem a qualidade de vida e realização humana, apontando para um determinado conceito de sociedade, homem, educação, cultura e mundo. 
 Marques (2001) aponta que Vigotsky, tornou-se o principal expoente da abordagem psicológica histórico-cultural, que concebe o sujeito socialmente inserido num meio historicamente construído. De acordo com o autor, Vigotsky(1984) considera que a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar, que consiste justamente nas interações sociais que se processam desde o nascimento da criança, e até mesmo antes dele, se considerarmos que o modo como estas relações se estabelecem também é construído historicamente. 
 Qualquer projeto educacional sério depende da participação dos pais, ou seja, do incentivo, da valorização e da preocupação para com seus filhos e o que eles trazem da escola. Por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados, que estejam seus professores, nunca a escola vai suprir a carência deixada por uma família ausente. 
	Segundo Correia (2001), a família exerce um papel fundamental no processo da inclusão, mesmo porque foram eles que começaram a partir dos anos 60 a exigir a colocação de seus filhos com NEE nas escolas de sua comunidade. Cabe a família ter atitudes positivas no que se refere à inclusão, deve haver uma cooperação entre as autoridades educacionais e professores para encorajar os pais a participar e incentivar atividades educativas dentro da própria casa e ajudar na orientação do progresso escolar de seus filhos. 
 
 Glat (2001) refere-se à família como grupo social primário, pois ela desempenha uma função fundamental no desenvolvimento da personalidade do indivíduo e no modo como este se situa e interage na sociedade, mesmo em idade adulta. Esclarece que é pormeio do relacionamento familiar, que o indivíduo desde os primeiros tempos de vida começa a aprender até que o ponto ele é um ser aceitável no mundo, que tipo de concessões e ajustes necessita fazer, assim como a qualidade das relações humanas que encontrará. 
 Com essas reflexões que a escola deve buscar desenvolver habilidades e competências e prepará-los para os desafios, com informações de qualidade, que lhes possibilitem a leitura clara da realidade na qual estão inseridos e onde irão atuar. Nesse sentido, Alarcão cita Perrenoud que afirma que a abordagem por competências não pretende mais do que permitir a cada um aprender a utilizar os seus saberes para atuar. E acrescenta ainda: 
A cultura pelo menos para os antropólogos, não se opõe às práticas sociais, à ação humana. Pelo contrário, trata-se de uma característica da nossa espécie compreender e dominar a sua condição pela linguagem, pela partilha, pela memória coletiva e pela conceptualização (PERRENOUD, 2001:15 apud ALARCÃO, 2003, p.22). 
A família brasileira, em meio a discussões sobre a sua desagregação ou enfraquecimento, está presente e permanece enquanto espaço privilegiado de socialização, de prática, de tolerância e divisão de responsabilidades, de busca coletiva de estratégias de sobrevivência e lugar inicial para o exercício da cidadania sob o parâmetro da igualdade, do respeito e dos direitos humanos.
De acordo com Kaloustian (2004), os grupos familiares, os parentes e as instituições comunitárias devem receber apoio para poderem suprir as necessidades das crianças órfãs, refugiadas ou abandonadas. Esforços devem ser enviados para evitar a marginalização da criança na sociedade. 
 Esta pesquisa pretende argumentar que o envolvimento dos pais com a educação formal ou institucional se faz necessário para desenvolver o espírito de colaboração entre família e escola. Parte do pressuposto de que o ato educacional se dá de modo integral em todos os ambientes, nos quais o sujeito em formação possa transitar. Assim sendo, a escola jamais poderá educar sozinha. O apoio dos pais no sentido de promover a educação de seus filhos e a evolução da escola é de extrema importância, pois, a aprendizagem também começa em casa e a escola atua como grande colaboradora na continuidade dessa formação. 
RESULTADOS DA OBSERVAÇÃO DE UM EDUCANDO COM SÍNDROME DE DOWN EM SALA DE AULA REGULAR COMUM
O texto que segue tem por objetivo enfocar os resultados de um período de observação realizado em uma sala do ensino comum, no 2º ano do ensino fundamental da Escola pesquisada, no município de Sidrolândia-MS.
A análise foi realizada com um educando com Síndrome de Down (SD) da sala acima citada para compreender o processo de ensino–aprendizagem ocorrido no cotidiano deste educando, entretanto a dificuldade na linguagem é bem exposta e a capacidade de concentração é mais curta, gerando uma necessidade de práticas pedagógicas flexíveis que possibilitem o aprendizado e as possibilidades deste sujeito observado, desenvolver e acompanhar as adaptações exigidas no currículo.
“A afirmação de que as dificuldades entre as pessoas diferem-se em grau de importância e manifestação, deveria mobilizar a escola para trabalhar sobre essa ótica. Dessa forma, tanto educador, quanto á família tem um conjunto de situações a serem trabalhadas e não um problema.” (Parolin, 1998, p. 26).
Entende-se que este educando compreende mais do que consegue expressar, ou seja, não consegue expor tudo o que aprendeu, memoriza com mais facilidade filmes, jogos e música, subsídios de forte influencia para o desenvolvimento da aprendizagem da criança com Síndrome de Down (SD) inserida na sala de aula regular.
A integração apresenta-se como forte e importante aliada para o desenvolvimento contínuo, além de estabelecer e proporcionar resultados positivos para a aprendizagem do educando com Síndrome de Down (SD). Conforme o auto descreve,
O movimento pela integração escolar manteve as práticas adaptativas, com o objetivo de propiciar a inserção e/ ou a reinserção de alunos com necessidades especiais na escola comum, pelo treino dos mesmos conteúdos e programas do ensino regular. (Batista.2005 p.21)
Neste aspecto percebe-se um agravante dessa prática adaptativa/integrativa está no fato de se insistir para que esse treino se realize a partir do que é concreto, ou seja palpável, insistentemente reproduzido, de forma alienante.
 
Suas características próprias demonstram serem crianças carinhosas e apresentam um quadro de constante felicidade, são curiosos e participativos, que facilita ao educador o trabalho em grupo e a socialização.
Outro fator importante para a aprendizagem é a estimulação de temas que proporcione interesses como a aplicação de atividades impressas em papéis coloridos com palavras e linguagens simples, e a representação das frases com palavras em tiras de cartolinas, esses recursos pedagógicos contribuem para a aprendizagem da criança incluída em sala de aula regular.
Batista (2005, p.26) “na concepção inclusiva, a adaptação ao conteúdo escolar é realizada pelo próprio aluno e testemunha a sua emancipação intelectual” .Em vez de adaptar e individualizar/ diferenciar o ensino para alguns, a escola precisa recriar suas práticas, mudar suas concepções, rever seu papel, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças.
O questionário aplicado à professora regente propõe as questões abaixo mencionadas:
- De que forma esta criança com Síndrome de Down (SD) está sendo incluída na escola? Resp.: Freqüentar a escola é direito de todos, garantido pela Constituição Federal e pela LDB 9394/96, e a criança portadora de Síndrome de Down (SD) exerce esse direito, tal como qualquer outra criança, com ou sem deficiência. Estamos cumprindo a Lei.
- Qual a metodologia utilizada no processo de ensino-aprendizagem deste educando? Resp: Para facilitar a aplicação das práticas pedagógicas e os subsídios utilizados para o aprendizado deste educando, foi proposto colocar o aluno mais à frente e falar diretamente como o aluno; reforçar o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos e utilizar material de apoio como: visual, figuras e fotos, sendo que quando os outros alunos responderem ao que lhes foi perguntado, repetir as respostas em voz alta, se for necessário.
- Quais as dificuldades encontradas? Resp: As dificuldades encontradas são as alterações de comportamento e as dificuldades de fala e linguagem.
- De que forma são feitas as capacitações de profissionais que atuam diretamente com crianças com Síndrome de Down (SD)? Resp: Na área de Síndrome de Down (SD), não há nenhum curso específico, mas buscou realizar leituras e pesquisas para desenvolver seu método de trabalho.
- Como são planejadas suas aulas devido à inclusão desta criança em sua sala? Resp: São planejadas conforme os conteúdos da proposta curricular da escola, propondo a flexibilidade nas atividades realizadas em sala, de acordo com as dificuldades diárias apresentadas pelo educando.
- Como é feita a avaliação deste aluno em sala de aula? Resp: È feita diariamente, enfatizando a facilidade de socialização do educando com o restante da turma, ressaltando a grande demonstração de afeto com as outras crianças, além de gostarem muito de chamar a atenção das pessoas próximas. 
- Em suas perspectivas, a que passos caminha a inclusão? Resp: Acredito em um objetivo, buscar igualdade como direito de cidadão comum.
A professora regente reforça que a aceitação dos pais de alunos do ensino regular comum aos alunos com Síndrome de Down (SD) é normal, o mesmo é aceito como outro aluno qualquer.
Embasada nas investigações realizadaspercebe-se que a inclusão é um assunto de grande importância e que ainda apresenta muitas dificuldades no cotidiano escolar, que só serão superadas mediante o enfrentamento dos novos desafios apresentados na inclusão de crianças com Síndrome de Down (SD) no ensino regular.
A proposta para a realização de cursos de capacitações e da presença de um educador de apoio com formação em educação especial, torna-se mais necessária nas salas de aulas comuns com alunos inclusos.
No cotidiano escolar das instituições públicas contem a participação de outros profissionais da área de saúde como psicólogos e fonoaudiólogos que estão se alimentando e contribuindo neste município com o mesmo propósito de facilitar e possibilitar uma prática pedagógica que possa suprir o currículo e proporcionar o desenvolvimento do ensino-aprendizagem destes educando com Síndrome de Down (SD) inserido em nossas instituições públicas de ensinos comuns, promovendo subsídios facilitadores para a aprendizagem destes educando.Conforme conclui o autor,
 
A interface entre o atendimento educacional especializado e a escola comum acontecerá conforme a necessidade de cada caso, sem a intenção primeira de apenas garantir o bom desempenho escolar do aluno com necessidades especiais, mas muito mais para que ambos os professores se empenhem em atender a maneira desse aluno lidar com o conhecimento no seu processo construtivo.(Batista,2005 p.31)
A escola pesquisada possui uma sala de recurso para o atendimento e o complemento do aprendizado da criança com necessidades educacionais especiais inseridas nesta instituição investigada, sendo que esta sala possui recursos pedagógicos adequados às necessidades especiais dos alunos inclusos em salas regulares comum. Conta também com o desempenho de uma educadora especializada em educação especial presente diariamente para proporcionar um maior desempenho e suprimento das necessidades do desenvolvimento de aprendizagem dos alunos com Síndrome de Down (SD) e outras necessidades educacionais especiais, incluídos nas salas de ensino regular da instituição municipal acima citada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 As mudanças à inclusão, na escola, precisam acontecer a partir de uma prática que tenha um bom alicerce teórico e só é viável de sucesso quando há reflexão de todos os profissionais que atuem na escola e também quando os familiares compreendem e apóiam este processo que acontece, mas, ainda é preciso muito empenho de todos para seu avanço. 
 As questões teóricas do processo de inclusão têm sido amplamente discutidas por estudiosos e pesquisadores da área de Educação Especial, no entanto pouco se tem feito no sentido de sua aplicação prática. O como incluir tem se constituído a maior preocupação de pais, professores e estudiosos, considerando que a inclusão só se efetivará se ocorrerem transformações estruturais no sistema educacional. 
 Para se incluir alunos com Necessidade Educacional Especial que já estão em escolas especiais é necessário prepará-los, pois eles enfrentarão outra realidade, diferente da encontrada até então nas escolas especiais. Além disso, as famílias também precisarão de apoio, bem como, a das outras crianças que vivem longe desta problemática e já possuem preconceitos. A escola tem que ser preparada tanto arquitetonicamente, quanto á nível de recursos humanos, mas não é isto que vem ocorrendo. 
 Portanto, o processo de inclusão lança para todos os envolvidos, desafios que prometem gerar ainda muitas reflexões e discussões em busca de sua concretização. A sociedade talvez seja o ponto primordial para a inclusão, ela deverá aceitar a conviver diretamente com a diversidade humana, sabendo respeitar as características, interesses e necessidades, em torno dos deficientes. Sendo assim, a sociedade é a base, o alicerce de uma construção muito grande e de muita responsabilidade. 
5 REFERÊNCIAS
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ARANHA, M.S.F. A interação social do deficiente na escola. Caderno no 9 Projecto Angola 93 Mo1 Nrc, Turin, Itália, v. 9, p. 1-15, 1993.
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