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Afecções reprodutivas em CADELAS e GATAS Tecnologia e Reprodução Animal Taty, uma spitz alemão, 5 meses, chega ao seu consultório apresentando corrimento serossanguíneo, edema de vulva e vagina, alopecia perineal, lambedura local, atração de macho. Na citologia vaginal, há a presença de células parabasais e intermediárias, muitos neutrófilos e células espumosas. Qual seu diagnóstico, tratamento e prognóstico? VAGINITES: Etiologia: - juvenil X adulta - agentes primários - agentes secundários: neoplasias, corpo estranho, infecção urinária Fatores predisponentes: - fêmeas castradas - período pós-cio (diestro) VAGINA VAGINITES: Sinais clínicos: - corrimento sero-sanguíneo ou purulento - edema da mucosa - prurido com lambedura - alopecia perianal - atração de machos “CIO” VAGINA Fonte: SIAE VAGINITES: Diagnóstico: - idade e histórico clínico - vaginoscopia - citologia vaginal - cultura e antibiograma VAGINA VAGINITES: Tratamento - JUVENIL: - expectativa - aplicação de cremes ou soluções intra-vaginais - repositor de flora - higienização VAGINA VAGINITES: Tratamento - ADULTO: - definir a etiologia - lavagens com soluções intra-vaginais - meio acidificante do pH vaginal - Flogo-rosa® - ácido ascórbico, VO - antibioticoterapia ??? VAGINA Sua paciente Nani, uma dálmata de 10 meses vem ao seu consultório, pois entrou em cio pela primeira vez. Você a examina após 5 dias do inicio do sangramento e ao exame físico nota edema de um intenso de vulva, com presença de secreção serossanguínea, além de um grande aumento de volume na região perineal com uma exposição de tecido pela rima vulvar. Quais pontos do exame ginecológico são muito importantes para o diagnóstico da afecção? Qual seria o tratamento? HIPERPLASIA E PROLAPSO: Etiologia: - alteração hormonal : estrógeno - endógeno: cio e final de gestação - exógeno - alteração anatômica: compressão abdominal - gestação final - patológica VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Sinais clínicos: - exposição da mucosa vaginal em 3 graus variados GRAU 1: moderada eversão do assoalho, SEM protrusão GRAU 2: prolapso do assoalho cranial e paredes lateriais GRAU 3: prolapso de toda circunferência vaginal, com um lúmen VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Sinais clínicos: - exposição da mucosa - COMPLICAÇÕES VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Sinais clínicos: - exposição da mucosa – COMPLICAÇÕES - corrimento vaginal –cio?? - obstrução da uretra Diagnóstico: - histórico + sinais clínicos - colpocitologia FUNDAMENTAL !! VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Tratamento: - depende do estágio do ciclo estral - medicamentoso: interrupção do cio - limpeza tópica - cirúrgico VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Tratamento: - cirúrgico Luciano Schneider da Silva VAGINA HIPERPLASIA E PROLAPSO: Tratamento: - cirúrgico Luciano Schneider da Silva VAGINA Nancy, uma cadela da raça Boston terrier, 4 anos, usada como reprodutora em um canil é trazida ao seu consultório. Ela foi inseminada há 3 semanas e veio para o diagnóstico de gestação pelo ultrassom. Ao exame físico, você observa uma secreção mucopurulenta em moderada quantidade Ela apresenta bom estado geral, porém o proprietário diz que está um pouco inapetente, pois “está grávida”. Qual a sua suspeita diagnóstica? Baseado nesta suspeita, como você conduziria o caso para o correto diagnóstico? Considerando a importância reprodutiva, qual sua orientação de tratamento? COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Etiologia: - inflamação de todas as camadas do útero, com acúmulo de pus no lúmen uterino, acarretando doença sistêmica. - DIESTRO - cadelas de meia idade – senis - cadelas com ciclos irregulares ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Etiologia: - hiperplasia cística endometrial - acúmulo de muco no útero - contaminação por bactérias vias ascendente - E. coli, S. aureus, Streptococcus β hemolítico, Pseudomonas sp. ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Patogenia – ALTERAÇÕES RENAIS: - infecção ascendente do aparelho urinário - lesão renal direta pela ação das bactérias: causam insensibilidade dos túbulos ao ADH ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Diagnóstico - ANAMNESE: - idade - estro há 1 a 2 meses - letargia, depressão, inapetência - vômito - PU / PD - hormônios ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Diagnóstico – EXAME CLÍNICO: - hiper ou hipotermia - descarga vaginal (cérvix aberta) - distensão abdominal e uterina - aumento de sensibilidade abdominal - desidratação ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Diagnóstico – EXAMES COMPLEMENTARES: - hemograma - imagem: volume, conteúdo e espessamento ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Diagnóstico Diferencial: - processos que levam à secreção vaginal: vaginite, neoplasia, cistite - aumento de volume abdominal: ascite, neoplasias abdominais, ascite - síndrome PU / PD: Cushing, diabetes, nefrite crônica ÚTERO COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA - PIOMETRA Tratamento: - cirúrgico -medicamentoso - inibidores de P4 - prostaglandina - ANTIBIOTICOTERAPIA - SUPORTE ÚTERO Um colega veterinário lhe telefona para um aconselhamento em um caso, pois você tem mais experiência com reprodução de cadelas. Ele tem acompanhado o ciclo de uma fêmea para realizar a inseminação com uma amostra de sêmen que virá de Belo Horizonte. O início do sangramento vaginal começou há 25 dias e a citologia vaginal esteve com células superficiais queratinizadas durante todo o período. O macho demonstra interesse pela fêmea. Seu colega gostaria de saber se o cio pode ser normal, apesar de longo, ou se há algum problema. Qual ou quais exames complementares você indicaria para ele solicitar? Por que? Qual a sua suspeita diagnóstica? CISTOS FOLICULARES Classificação: - únicos ou múltiplos - uni ou bilateral - PROESTRO ou ESTRO, antes da ovulação: estruturas > 8 mm - ESTRO, DIESTRO ou ANESTRO: estruturas de qualquer tamanho OVÁRIOS CISTOS FOLICULARES Patogenia: - desconhecida (falhas na ovulação ou administração exógena de E2) - predisposição de cadelas idosas Sinais clínicos: - irregularidade do ciclo estral - corrimento vaginal prolongado - alterações dermatológicas - ninfomania OVÁRIOS CISTOS FOLICULARES Complicações: - HEC-piometra - depressão medular Diagnóstico: - sinais clínicos - citologia: ação estrogênica - US: difícil !! - diferencial com neoplasia ovariana !! OVÁRIOS CISTOS FOLICULARES Tratamento: - OHE eletiva - hormonal: indução da ovulação - sucesso ?? OVÁRIOS Uma gata encontrada na rua é trazida ao seu consultório, pois foi encontrada prostrada dentro e uma caixa. Ao exame físico, são observados múltiplos nódulos homogêneos e simétricos em toda a cadeia mamária. Há tecido necrosado em algumas mamas, ela encontra-se desidratada e com muita sensibilidade ao exame físico. Explique a sua suspeita diagnóstica? Qual tratamento realizaria? HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA DEFINIÇÃO: condição não neoplásica, responsiva à P4, caracterizada por rápida hipertrofia e hiperplasia, ou proliferação do estroma ductal e do epitélio das glândulas mamárias. GLÂNDULA MAMÁRIAGlândula mamária HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA INCIDÊNCIA: afecção exclusiva dos FELINOS - fêmeas não castradas - 1 a 4 anos de idade - 1 a 2 semanas pós cio, fêmeas em lactação ou tratadas com medicamentos progestágenos GLÂNDULA MAMÁRIA Glândula mamária HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA SINAIS CLÍNICOS: - nódulos mamários bem delimitados, não encapsulados - 2 a 5 cm de diâmetro - edema, ulceração, áreas de necrose e infecção bacteriana secundária GLÂNDULA MAMÁRIA Glândula mamária HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA DIAGNÓSTICO: - histórico + sinais clínicos - hitopatológico : diferenciar de neoplasia mamária GLÂNDULA MAMÁRIA HIPERPLASIA MAMÁRIA FELINA TRATAMENTO: remover o estímulo hormonal da PROGESTERONA - remissão espontânea após parto ou lactação - expectativa + OHE - medicamentos inibidores da progesterona: aglepristone - mastectomia - suporte GLÂNDULA MAMÁRIA A cadela Juju, 4 anos de idade, chega ao seu consultório com as seguintes manifestações clínicas: aumento de peso e volume abdominal, hiperplasia mamária progressivos há 6 semanas e secreção láctea há 4 dias. A proprietária assegura que Jujú não acasalou, pois vive sozinha em um apartamento. Explique, com base na fisiologia reprodutiva canina, o que pode ter ocorrido com Juju. Qual exame é fundamental para o diagnóstico diferencial? PSEUDOCIESE MANIFESTA Pseudo (grego, pseûdos): mentira, falsidade Ciese (grego, kúezis): gravidez Síndrome observada em cadelas não gestantes, 6 a 14 semanas após o estro, com sinais clínicos e mimetização dos comportamentos pré, peri e pós-parto. Gobello et al., 2001a GLÂNDULA MAMÁRIA Incidência: - MUITO COMUM: 50 a 87% - Não há predisposição racial - Igual em nulíparas e pluríparas - Investiga-se influência nutricional ou ambiental - Não há correlação com taxas de fertilidade - Não há correlação com demais problemas reprodutivos?? PSEUDOCIESE Fisiopatologia: Afecção exclusiva de cadelas não prenhes, que encontram-se na fase luteínica do ciclo estral, o DIESTRO. Profundo conhecimento da fisiologia do ciclo estral das cadelas !!! PSEUDOCIESE E2 FSH P4 4 meses LH E2 Anestro Proestro Estro Diestro0 – 14 dias 4 – 9 dias Ciclo estral da cadela Prolactina Prolactina Neuropeptídeo Células lactotróficas / adenohipófise Ação luteotrófica (a partir de 30 d de gestação) Progressão da secreção láctea do ácino para o canal do teto Comportamento materno ESTIMULADA pela serotonina INIBIDA pela dopamina PSEUDOCIESE Sinais clínicos: - Comportamentos pré, peri e pós-parto - Confecção de ninho, adoção de objetos - Agressividade - Distensão mamária, secreção láctea - Ganho de peso - Anorexia, emese, distensão e contração abdominais, diarreia, poliúria, polidipsia, polifagia PSEUDOCIESE - Exame físico + sintomatologia PSEUDOCIESE Diagnóstico: 1) Excluir prenhez !!! - US abdominal - > 26 dias do cio / acasalamento - RX abdominal - > 54 dias do cio / acasalamento PSEUDOCIESE Tratamento: - CONDIÇÃO AUTO-LIMITANTE !!! - Evitar auto estimulação mamária PSEUDOCIESE Tratamento: - Restrição hídrica: 5 a 7 noites - Estímulo à atividade física - Tranquilização com benzodiazepínicos, se necessário - Fenotiazínicos > antagonistas de DOPAMINA (EVITAR!!) - OHE PSEUDOCIESE Tratamento medicamentoso: AGONISTAS RECEPTOR DA SEROTONINA 3) METERGOLINA - Ação dopaminérgica indireta - Atravessa a barreira hemato-encefálica - Fraco efeito antiprolactímico e meia-vida curta: - ausência de efeitos colaterais - DOSE: 0,1 mg / kg / BID, 10 a 14 dias PSEUDOCIESE
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