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DISLIPIDEMIA Prof Marília Tokiko Recife - 2019 CONTEÚDO ▸ Terapia nutricional nas dislipidemias: - bases fisiopatológicas; - estratificação do risco cardiovascular para prevenção; e - tratamento da aterosclerose; - recomendações dietéticas para hipercolesterolemia. - National Cholesterol Education Program - NCEP. DISLIPIDEMIA METABOLISMO LIPÍDICO ▸ Lipídios biologicamente importântes: - Fosfolipídeos; - Colesterol; - Triglicerídeos; - Ácidos graxos. - Saturados; - Monoinsaturados (MUFA); - Polinsaturados (PUFA) - ômega 3 (EPA, DHA, Linolênico); - ômega 6 (Linoleico): Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA TRANSPORTE DE LIPÍDEOS NO PLASMA ▸ Transporte realizado por lipoproteínas; ▸ Classificação de acordo com a densidade: - Quilomicrón (QM); - Very Low Density Lipoprotein (VLDL); - Low Density Lipoprotein (LDL); - High Density Lipoprotein (HDL). Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA LIPOPROTEÍNA DISLIPIDEMIA LIPOPROTEÍNAS DISLIPIDEMIA TRANSPORTE REVERSO DE COLESTEROL Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA PERFIL LIPÍDICO Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 ATEROGÊNESE DISLIPIDEMIA ATEROSCLEROSE ▸ É uma doença inflamatória, crônica, de origem multifatorial; ▸ Ocorre em resposta à agressão endotelial; ▸ Acomete principalmente a camada íntima das artérias de médio e grosso calibres. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA DISLIPIDEMIA FORMAÇÃO DA PLACA DE ATEROMA DISLIPIDEMIA DISLIPIDEMIA DISLIPIDEMIA Alterações decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas ‣ Anormalidades podem ser tanto de natureza quantitativa quanto qualitativa. ‣ Fator de risco clássico para o desencadeamento da doença aterosclerótica. DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA PRIMÁRIA SÃO AQUELAS NAS QUAIS O DISTÚRBIO LIPÍDICO É DE ORIGEM GENÉTICA. SECUNDÁRIA DECORRENTE DE ESTILO DE VIDA INADEQUADO, DE CERTAS CONDIÇÕES MÓRBIDAS, OU DE MEDICAMENTOS Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL ▸ Hipercolesterolemia isolada: - ↑ isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL); ▸ Hipertrigliceridemia isolada: - ↑ isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum); Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL ▸ Hiperlipidemia mista: - ↑LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum). - Se TG ≥ 400 mg/dL, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL-c ≥ 190 mg/dL. ▸ HDL-c baixo: - ↓ HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao ↑ LDL-c ou de TG. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 LDL-C = CT – HDL-C –TG/5 DISLIPIDEMIA CLASSIFICAÇÃO FENOTÍPICA (FREDRICKSON) Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS DISLIPIDEMIA RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 2017 DISLIPIDEMIA GORDURA DA DIETA ▸ Fatores de risco para doenças aterosclerótica; ▸ É mais importante a qualidade é mais importante do que a quantidade; Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ▸ Anteriormente: ▸ AG saturados mais presentes: Cuppari, 2019 RECOMENDAÇÃO ↓AG SATURADOS ↑CH REFINADOS ↑RISCO DCV E DIABETES LÁURICO PALMÍTICOMIRÍSTICO ESTEÁRICO ↑LDL-C DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS Cuppari, 2019 AG saturado Fontes alimentares Láurico Gordura do coco Mirístico Gordura do leite e derivados Palmítico Óleo de dendê (ou de palma) e gordura da carne animal Esteárico Gordura do cacau e óleos vegetais AG saturados e suas principais fontes. DISLIPIDEMIA AG TRANS ▸ Relacionados com: ↑CT, ↑LDL-c e ↓HDL-c; Cuppari, 2019 ↓HDL-C ↑ATIVIDADE DA CETP: RESPONSÁVEL PELA TRANSFERÊNCIA DO COLESTEROL DA HDL PARA VLDL E LDL ↑CT E ↑LDL-C ↓EXPRESSÃO GÊNICA DOS RECEPTORES HEPÁTICOS B-E RESPONSÁVEIS PELA CAPTAÇÃO DAS PARTÍCULAS DE LDL DISLIPIDEMIA COLESTEROL ▸ Exerce pouca influência sobre as [ ] plasmáticas de colesterol e aterosclerose precoce e também na mortalidade cardiovascular; ▸ Aproximadamente 56% do colesterol dietético são absorvidos; ▸ As atuais diretrizes internacionais mostram que não há evidências suficientes para se determinar um valor de corte para o consumo de colesterol. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA COLESTEROL ▸ Evitar o consumo excessivo; ▸ Principais fontes alimentares: - leite e derivados; - carne vermelha e embutidos; - frutos do mar; - peles de aves e vísceras. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS Cuppari, 2019 ÁCIDO LINOLEICO ÔMEGA -6 ÁCIDO ALFALINOLÊNICO ÔMEGA -6 ÁCIDO ARAQUIDÔNICO - Eicosanoides pró-inflamatório; - Eicosanoides anti-inflamatório/ anti-agregantes. EPA E DHA - Melhora o perfil lipídico (TG); - ↓PA; - Efeito anti-inflamatório e antitrombótico; - Melhora a função endotelial; e - Efeitos antiarrítmicos. DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSTAURADOS ▸ Diretriz brasileira sobre gorduras: - Consumo de 2 refeições à base de peixe/ semana; - Fontes de origem vegetais; - Hipertrigliceridemia grave (≥400mg/dL): suplementação de ômega-3 marinho (2-4g/dia) Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS MONOINSTAURADOS ▸ Representados pela série Ômega - 9 ; ▸ Fontes alimentares: - Azeite de oliva; - Óleo de canola; - Azeitona; - Abacate; - Oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas). Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA ÁCIDOS GRAXOS MONOINSTAURADOS ▸ Benefícios: - ↓CT e LDL-c; - ↓LDL-c/HDL-c em homens e mulheres. - tornam as LDL menos propensas à oxidação. Cuppari, 2019 ALIMENTOS COADJUVANTES DISLIPIDEMIA FIBRAS ALIMENTARES Cuppari, 2019 FARELO DE AVEIA FIBRA SOLÚVEL ↓COLESTEROL PLASMÁTICO ↓ABSORÇÃO COLESTEROL MICROBIOTA INTESTINAL AGCC HMG-COA REDUTASE INIBINDO A SÍNTESE DE COLESTEROL HEPÁTICO DISLIPIDEMIA FIBRAS ALIMENTARES ▸ Fibras insolúveis: - não atuam sobre a colesterolemia; - ↑saciedade; - auxiliando na ↓ingestão alimentar. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FIBRAS ALIMENTARES ▸ Psyllium: - fibra solúvel; - doses de 7-15g/dia; - ↓5,7-20,2% de LDL-c e ↓2-14,8% de CT; - não afeta significativamente HDL-c e TG; - orientar consumo fracionado, antes das grandes refeições. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FIBRAS ALIMENTARES ▸ Aveia: - resultados semelhantes ao do psyllium; - ↓5,3-5,6% do LDL-c; - sem efeitos no HDL-c e TG; - é no farelo que se encontra os maiores teores de fibra solúvel (betaglucanas); - recomendação de 3g/dia de betaglucanas. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FIBRAS ALIMENTARES ▸ Probióticos: - Ausência de efeito ou ↓ modesta de [ ] LDL-c; - Lactobacillus acidophilus; - L. acidophilus +Bifidobacterium lactis; - Lactobacillus plantarum. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA SOJA ▸ Eficácia comprovada em ↓ níveis de CT pela ação das proteínas da soja e das isoflavonas; ▸ Benefícios relacionados a composição nutricional: gord. poli-insaturada, fibras, vitaminas, minerais; e baixo teor de gord. saturada. ‣ Principais fontes alimentares: - feijão, queijo, molho, farinha, leite de soja; - concentrado proteico de soja. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA SOJA ‣ Consumo diário de 15-30g de proteína (alimentos fontes de soja): - ↓5% de LDL-c; - ↑3% de HDL-c; - ↓11% na []TG. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FITOSTERÓIS ‣ Grupo de esteróis alcóolicos e ésteres que ocorrem exclusivamente nos vegetais; ‣ Estrutura semelhante do colesterol; ‣ Efeitos: - ↓colesterolemia por competirem pela absorção intestinal com o colesterol Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FITOSTERÓIS ‣ 2-3g/dia de fitosteróis pode ser utilizada como adjuvante ao tratamento hipolipemiante. Cuppari, 2019 DIETA BALANCEADA 200-400MG QUANTIDADE NECESSÁRIA 2G/DIA ↓10-15% NO LDL-C DISLIPIDEMIA FITOSTERÓIS ‣ Deve fazer parte da mudança de estilo de vida; ‣ Indicação: - Indivíduos com ↑CT e RCV baixo ou intermediário; - Que não têm indicação de tratamento farmacológico; - Como medida adjunta ao tratamento farmacológico que não atingem a meta de LDL-c em tratamento com estéticas ou seja intolerantes a ela; - Adultos ou crianças (a partir dos 5 anos) com HF. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FITOSTERÓIS ‣ Modo de uso: - incorporados aos alimentos; - na forma de capsulas. Cuppari, 2019 - preferencialmente nas refeições; - podendo ser fracionados; - efeitos observados a partir de 3-4 semanas. DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES ‣ Antioxidantes polifenólicos envolvidos na prevenção da aterosclerose; ‣ Fontes alimentares: - Verduras e frutas (cereja, amora, uva, morango, jabuticaba); - Grãos, sementes, castanha, condimentos e ervas; - Vinho, suco de uva e chá. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES ‣ Antioxidantes polifenólicos envolvidos na prevenção da aterosclerose; ‣ Fontes alimentares: - Verduras e frutas (cereja, amora, uva, morango, jabuticaba); - Grãos, sementes, castanha, condimentos e ervas; - Vinho, suco de uva e chá. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES Cuppari, 2019 SUCO DE UVA VINHOx mais rico em flavonoides RESULTADOS CONTROVERSOS INIBINDO A OXIDAÇÃO LDL-C ↓DESENVOLVIMENTO DO ATEROMA NÃO ↓ OXIDAÇÃO LDL-C - ↓agregação plaquetária; - melhora a função endotelial; - Vasodilatação; - ↓CT; - ↓citocinas inflamatórias; - ↓PA DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES Cuppari, 2019 SUCO DE UVA VINHOx - ↑TG e glicemia; - ↑PA; - Favorecer ganho de peso; EFEITO PROTETOR ÁLCOOLFLAVONOIDES + NÃO É RECOMENDADO O CONSUMO DE ÁLCOOL NA PREVENÇÃO DA DOENÇA ATEROSCLERÓTICA DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES ‣ Chocolate: - Cautela com chocolate ao leite; - Amargo relacionado com melhora da função endotelial e influencia os fatores de RCV; - Efeitos relacionados a epicatequina (ação antioxidante). Cuppari, 2019 ÁC. PALMÍTICO ÁC. ESTEÁRICO ÁC. OLEICO OUTROS AG DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES ‣ Chocolate: - efeitos cardioprotetores do cacau: a. ↓suscetibilidade de oxidação da LDL; b. ↓agregação plaquetária e expressão de moléculas de adesão; c. ativação do NO; d. ↓PA; e. ↑sensibilidade à insulina. Cuppari, 2019 DISLIPIDEMIA FLAVONOIDES ‣ Chocolate: - ainda não foi definida quantidades recomendadas; - parece está relacionado ao uso crônico; - mais estudos são necessários para determinar doses e mecanismos. Cuppari, 2019 REFERÊNCIA ▸ Cuppari, L. Nutrição clínica no adulto. Manole, 4ºed, 2019; ▸ ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Volume 109, Nº 2, Supl. 1, Agosto 2017. CASO CLÍNICO ▸ Homem, idade: 55 anos; peso: 106kg e altura: 1,70m ▸ PA: 170/11mmHg; ▸ Exame físico: Paciente em bom estado geral, ausculta cardiopulmonar normal, ausência de sopros carotídeos. Abdômen flácido, indolor, com fígado e baço não- palpáveis. Ruídos hidroaéreos anormais presentes. Ausência de sopros abdominais. Extremidades com alterações tróficas de fâneros; pulsos presentes e simétricos, ausência de edemas. CASO CLÍNICO ▸ Exames laboratoriais: - Glicemia de jejum: 172 mg/dl; - Potássio plasmático: 3,7 mEq/l; - Ácido úrico: 8 mg/dl; - Colesterol total: 230 mg/dl; - HDL-colesterol: 28 mg/dl; - LDLcolesterol não calculado devido aos valores elevados de triglicérides (450 mg/dl). - Creatinina sérica: 1,8 mg/dl; - Uréia de 96 mg/dl. - Exame de Urina Rotina demonstrando a presença de proteínas. Proteinúria de 24 horas de 1,2 g/24 horas. CASO CLÍNICO ▸ Exames complementares: Eletrocardiograma e raios X de tórax dentro da normalidade para o biótipo do paciente. Ecocardiograma mostrando alterações do relaxamento ventricular esquerdo, sem aumento da massa ventricular. Função sistólica preservada. ▸ Diagnóstico: Hipertensão arterial primária, associada a diabetes melito e dislipidemia. Lesão de órgãos-alvo demonstrada pela presença de insuficiência renal com proteinúria. CASO CLÍNICO ▸ Quais as recomendações nutricionais? ▸ Fazer um plano alimentar e as orientações nutricionais.
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