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Prévia do material em texto

Curso de Primeiros Socorros 
em Equinos 
 
 
REALIZAÇÃO: 
 
 
 
Professores: 
 
Prof. André Lang - Médico Veterinário CRMV-7422 
 Mestre em Medicina Veterinária 
Doutorando em Medicina Veterinária (UFV) 
Especialista em Clínica e Cirurgia de Grandes Animais 
 
José Joffre Martins Bayeux - Médico Veterinário CRMV- 8767 
JJVet - Clínica de Equinos 
 
 
 
 
 
VIÇOSA-MG 
2009 
 
 
 
 
2 
Índice 
 
1 – Introdução .............................................................................................................3 
2 – Instalações corretas para evitar acidentes e doenças ..........................................3 
3 – Atendimento emergencial ................................................................................... 10 
4 – Farmácia Veterinária .......................................................................................... 17 
5 – Administração de medicamentos na medicina veterinária ................................. 19 
6 – Cólica eqüina: causas, tratamento e prevenção ................................................ 27 
7 – Hemorragias ....................................................................................................... 39 
8 – Doenças musculares .......................................................................................... 43 
9 – Doenças respiratórias ........................................................................................ 52 
10 – Exame Físico ................................................................................................... 53 
11 – Trato respiratório inferior .................................................................................. 59 
12 – Vacinação ......................................................................................................... 68 
13 – Neonato: cuidados necessários com os potros recém-nascidos ..................... 71 
14 – Acidentes ofídicos em equinos ......................................................................... 77 
15 – Fraturas de membros locomotores – Como agir? ............................................ 83 
16 – Principais patologias do sistema nervoso eqüino ............................................. 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 - Introdução 
Os primeiros socorros constituem-se no primeiro atendimento prestado ao animal em 
situações de acidentes ou infortúnios, por um socorrista, no local do acidente. 
A função importante do socorrista é a de manter o animal vivo até a chegada do socorro 
adequado, bem como não ocasionar outras lesões ou agravar as já existentes. 
Assim, pretendemos deste modo criar um "Manual de Primeiros Socorros" que deve de 
preferência ser colocado de forma visível junto das farmácias de primeiros socorros, 
normalmente existentes nos haras, ranchos e hípicas. 
 
Sempre que há um acidente, existe uma série de passos que podem ser dados no sentido 
de MELHORAR e de NÃO AGRAVAR o estado da vítima. 
2 - Instalações corretas para evitar acidentes e doenças 
2.1 – Microclima das Baias 
 
O cavalo, se adaptado, tolera variações relativamente grandes de temperatura. Os 
valores ótimos em animais adaptados dependem da região que estão, mas geralmente entre 
0 e 15o C. A temperatura no inverno ou durante a noite não precisa ser mantida constante, 
variações paralelas com a da temperatura ambiente são vantajosas. Assim os mecanismos 
de termorregulação dos animais são treinados, pois são bastante exigidos na mudança 
constante de dentro para fora do estábulo e vice-versa. Além disso, o perigo da formação de 
correntes de ar (> 0,2 no inverno, no verão >0,5m/seg) é tanto menor quanto mais discreta 
for a diferença entre a temperatura interna (estábulo) e a externa. Temperaturas abaixo do 
ponto de congelação devem ser evitadas porque podem levar a problemas técnicos 
(congelamento do bebedouro) e eventualmente a um maior gasto de ração. 
Nas variações de temperaturas toleradas, a umidade relativa no estábulo 
acompanha a externa. No entanto se o ar não circular suficientemente, se satura com água 
porque os animais de tamanho médio perdem de 5-7 litros de água através da pele e do 
aparelho respiratório. Sem ventilação adequada o valor ótimo de 60-65% é facilmente 
ultrapassado. Umidade relativa alta (>80%) é inconveniente em temperaturas altas e baixas. 
 
 
4 
Em combinação com temperaturas altas a termorregulação (evaporação) é dificultada; nas 
temperaturas baixas se favorece a condensação de umidade nas paredes. 
Além da temperatura e da umidade, as condensações de gás e de pó, também têm 
que ser observadas. O teor de CO2 no ar do estábulo (por cavalo se produz cerca de 150 l 
de CO2 por hora) não deveria ultrapassar 0,2% e o do amoníaco não exceder 5-10 mg/l. 
Danos são esperados com >30mg NH3/l e mais de 0,05% H2S. 
No estábulo se calcula 0,4-0,8 mg pó/m3. Após a refeição este valor pode subir a 2,5 
mg/m3. O pó não contém somente partículas dos alimentos de pequeno diâmetro, mas 
também concentra microrganismos (inclusive endotoxinas), assim como pragas de 
alimentos, principalmente ácaros. A inalação de pó contaminado sempre é indesejada, 
principalmente em animais com afecções da vias respiratórias. 
Para regulação de temperatura, umidade e concentração de gás em estábulos 
pequenos, os meios são simples (janelas, portas com abertura da parte superior). Em 
estábulos maiores, sistemas de ventilação e ventiladores podem se fazer necessários. 
Teores em NH3 e H2S podem ser diminuídos por uma boa cama (veja adiante) e uma 
nutrição protéica de acordo com a necessidade. 
 
2.2 Tipo e Tamanho 
 
O tipo, acessórios e tamanho do estábulo se orienta segundo as condições climáticas, 
raça do cavalo e utilização do animal. Esses estábulos deveriam proteger do vento, 
precipitações, e de maneira limitada também de variações de temperatura muito intensas de 
temperatura. 
Segundo a forma de estabulação se diferenciam em estábulos livres, restritos em 
compartimentos (baias) e de corrente. 
Estábulos de circulação livres podem ser totalmente internos ou ter uma parte 
externa. Não são somente apropriados para raças extensivas ou criação de potros, mas 
também para populações de cavalos de montaria. Este tipo de estabulação permite a 
formação de grupos e com isso maior contato social e movimentação. Para cavalos de 
passeio ou de hipismo sua necessidade diária em movimentação também é garantida com o 
passeio obrigatório. 
O estábulo de circulação livre deveria ter pelo menos 10m2 por animal (raça grande). 
O espaço é dividido em uma área para repouso (com cama) e uma área de superfície firme 
sem cama em frente de manjedouras (de preferência beirando as paredes longitudinais). 
Uma evolução dos estábulos de movimentação livre interna são os que contam com uma 
 
 
5 
área de circulação externa. Ela engloba um abrigo contra chuva e vento e uma área de 
movimentação. O estábulo aberto ou o abrigo se divide em área de repouso (por animal de 
raça grande cerca de 8m2) e área de alimentação. A área de circulação é dimensionada em 
30m2 por animal. Com um número maior de animais é possível uma movimentação ativa 
numa área de 300m2. 
O arraçoamento individual na estabulação em grupo fica dificultado. Se alguns 
animais são afastados do cocho por haver animais muito gulosos no grupo e competição ou 
quando existem animais subdesenvolvidos num grupo de potros, todos os animais têm que 
ser amarrados durante a alimentação em locais individuais. Estes têm que ser separados 
por paredes divisórias, se os animais recebem seu concentrado em baldes que são 
colocados de maneira similar ao saco de manjedoura. O animal de maiornível hierárquico 
tem que ser servido primeiro e dele a manjedoura tem que ser retirada por último. 
Volumoso pode ser servido em cochos atrás de grades com um espaçamento de 20-
25 cm através dos quais os animais têm que manobras suas cabeças com cuidado, ou em 
manjedouras redondas que oferecem um maior espaço e melhor possibilidade para 
esquivar-se. 
O arraçoamento individual para animais mantidos em grupos é difícil e trabalhoso. 
Mas também neste caso a tecnologia proporciona facilidades. Para grupos pequenos (até 5 
animais) criou-se um sistema que através uma chave eletromagnética (fixada no cabresto 
do animal) garante a cada animal o acesso a sua própria manjedoura. Através de um 
emissor preso ao cabresto cada animal pode requisitar a quantidade prevista de alimentos 
(em pequenas porções individuais) no cocho. Com este sistema um controle exato da 
quantidade de alimento consumido é possível de ser feito. Para o dimensionamento e 
configuração dos currais. 
O estábulo individual ou baia é mais usado para animais de criação e equitação; o 
estábulo de corrente para animais de tração e também para animais de equitação (Policia 
Militar). A baia oferece uma possibilidade modesta para movimentação e tem vantagens 
evidentes para animais que não são movimentados regularmente ou de maneira 
insuficiente. Neste tipo de estábulo os edemas e inchaços dos membros são menos 
freqüentes. A baia deve ser grande, de maneira que os animais possas se virar, deitar e 
rolar comodamente. As dimensões se orientam segundo o tamanho e a utilização do animal. 
Como regra geral para cavalos de equitação: área mínima (em m2) = [altura de cernelha (m) 
x 2]2. Numa altura de cernelha de 1,60m é necessária uma área de 10,2m2. As medidas usuais 
para baias são de 3,2 x 3,5m (11,2m2). Para animais em reprodução também 4 x 4m (16m2). 
 
 
6 
A medida mais estreita deveria ser no mínimo 1,5 vezes maior que a cernelha, e a porta de 
no mínimo 1,20m. Boxes externos são servidos por um corredor externo coberto. 
Através de portas divididas os animais têm contato com o mundo exterior pela abertura 
da parte superior. Os boxes externos são especialmente apropriados para animais com 
enfermidades crônicas das vias respiratórias. 
O estábulo de corrente necessita de menos espaço por animal. Um comprimento de 
3,00 – 5,50 e uma largura de 1,75m são suficientes. De uma baia podem ser feitos cerca de 
dois estábulos de corrente. Este tipo de estábulo hoje em dia se justifica para animais que 
são movimentados diariamente durante várias horas. 
As baias normalmente são divididas por paredes de madeira ou blocos, cuja altura 
normalmente atinge 1,35 a 1,5 vezes a altura da cernelha. Na parte superior das divisórias 
se aconselha o uso de grades de maneira que os animais possam observar os arredores. 
Nos estábulos de corrente os espaços individuais são separados por toras de 
flanqueamento que para animais de tamanho médio devem ser de uma altura de 0,90m. 
Como piso se utiliza nas baias a terra sobre uma camada de cascalho ou piso 
cimentado, já em estábulos de corrente os paralelepípedos ou cimento. As paredes externas 
e a cobertura (laje) devem ser feitas de tal maneira que possam absorver e eliminar 
quantidades limitadas de umidade. Desta maneira se reduz a formação da água de 
condensação que entre outras coisas pode favorecer a migração de larvas parasitárias. As 
paredes de barro e palha utilizadas antigamente satisfaziam esse critério, enquanto que 
paredes azulejadas que são de difícil limpeza não satisfazem neste sentido. 
O estábulo para equinos tem que ser claro. Como tamanho mínimo para área da 
janela se calcula 1/15 da área de piso do estábulo. A intensidade de iluminação tem que ser 
prevista com no mínimo 40, melhor 100 Lux/m2. Principalmente em éguas de criação cujo 
ciclo sexual é influenciado pelo fotoperíodo, uma iluminação adequada é indispensável. As 
janelas têm que permitir uma abertura de maneira que uma troca de ar não seja impedida. 
 
2.3 – Cama 
 
A cama deve absorver ou fixar as excreções do eqüino, criar um isolamento térmico 
adicional, além de proteger de agressões mecânicas. Como o bem estar do eqüino depende 
em boa parte de uma base seca, macia e limpa, a manutenção de animais em estábulos 
sem cama só é promissora em condições muito especiais. 
Como cama pode-se utilizar palha, serragem e maravalha. Palha fresca (trigo-centeio) 
picada em pedaços de 5-10 cm pode satisfazer os requisitos da melhor maneira. 
 
 
7 
Desvantagem é a grande quantidade de palha necessária para manter a cama seca, assim 
como a ingestão de palha que pode levar a uma reinfestação com parasitas e em casos com 
palha de má qualidade também a distúrbios digestivos. Quantidades de 5-6Kg de palha por 
animal só são suficientes se o animal se movimenta várias horas por dia fora do estábulo, se 
não até 10Kg se fazem necessários. 
 
2.4 – Cochos e Bebedouros 
 
Os cochos devem ser grande o suficiente (aproximadamente 50l, para que o alimento 
possa ser distribuído numa camada fina, de maneira a impedir uma ingestão 
excessivamente rápida do alimento. Cochos de 75 cm de comprimento e 35 cm de largura 
se mostram úteis. Deveriam ter uma profundidade de 20 cm e ter um rebordo na beirada 
superior para que a comida não pudesse ser empurrada ou soprada para fora do cocho. A 
beira em contato com o animal deve ser feita de tal maneira que durante a alimentação não 
ocorra uma angulação entre pescoço e cabeça (dificuldade de deglutição). Através de 
ondulações transversais de 304 cm de altura a ingestão d alimento pode ser retarda um 
pouco mais. Os cochos podem ser fabricados de barro, pedra, metal ou matéria plástica. 
Como características decisivas para um cocho ideal estão a dificuldade para promover 
ferimentos, boa possibilidade de limpeza, fácil conservação e ausência de cheiro próprio. 
Estas exigências são satisfeitas normalmente por material pétreo. Cochos de madeira não 
são tão apropriados porque acabam sendo roídos e nas frestas podem se acumular restos 
de comida levando a uma fermentação. O cheiro da fermentação acaba inibindo 
eventualmente a ingestão de alimento. 
Para facilitar a colocação do alimento existem diversas soluções: cochos giratórios ou 
escamoteáveis que podem ser servidos externamente, ou fendas que permitem atingir o 
cocho pelo corredor de alimentação. A altura da fenda não deve ser superior a 20 cm para 
que o animal não venha a se prender e machucar. 
Para a altura do cocho duas exigências opostas tem que ser colocadas em harmonia: 1) 
a ingestão de alimento deve ocorrer em condições fisiológicas. 2) a contaminação deve ser 
a menor possível. 
Em condições naturais (pastos), os animais apreendem o alimento do solo com postura 
relaxada na cabeça e no pescoço. Cochos nas proximidades do solo não são possíveis, 
porque os cavalos na ingestão de alimentos forçam em direção cranial e pisoteiam o cocho 
com as mãos, além do perigo de contaminar o alimento com cama e fezes. Cochos altos 
podem evitar este tipo de inconveniente, mas levam a uma postura pouco fisiológica durante 
 
 
8 
a ingestão de alimento e em determinadas condições até mesmo à lordose. Como solução 
se oferecem cochos de uma altura de 50-60 cm. Neles ainda existe o perigo de que os 
cavalos pisem com os membros anteriores, principalmente em boxes de paredes divisórias 
altas não permitem vista um pouco mais livre. 
Os cochos podem ser feitos do lado do corredor ou na parede oposta. Como os cavalos 
normalmente ficam parados com a cabeça virada para o corredor no primeiro caso se teria 
um menor risco de contaminação, e os animais podem ser servidos diretamente do corredor. 
Nos estábulos de corrente,os cochos normalmente são fixos na parede, porém com 
uma distância prudente para que os animais não se machuquem. Um risco também existe 
em cochos triangulares que de outra maneira economizam espaço. 
Para cavalos individualmente, como também para grupos, existem mecanismos 
disponíveis com os quais o concentrado pode ser oferecido em pequenas porções em 
freqüentes refeições. Em plantéis maiores a alimentação simultânea de todos os animais 
evita a intranqüilidade e nervosismo dos indivíduos servidos mais tardiamente. 
Os bebedouros nos estábulos de corrente tem que ser colocados próximos da 
manjedoura. Na baia, no entanto, a título de dificultar a ingestão freqüente de água durante 
a alimentação e evitar a contaminação da água por restos de comida que ficam presos no 
focinho se recomenda colocar os bebedouros na parede oposta e com deslocamento lateral 
(menor risco de uma contaminação com fezes). O bebedouro a cerca de 60 cm de altura 
pode ser protegido de coice ou pressão por uma grade de ferro. Bebedouro automático sem 
tampa tem se mostrado o mais adequado para os equinos. 
O volumoso pode ser oferecido em grades, redes ou no próprio piso. As grades acima 
dos comedouros utilizadas antigamente não são tão convenientes. Além do perigo de poder 
favorecer uma lordose, causam uma poeira desnecessária tanto na hora do preenchimento 
como na hora do consumo. Pós de partículas de alimento podem provocar irritação da 
conjuntiva ocular ou da mucosa das vias respiratórias. Se as grades são utilizadas devem 
ser fixas o mais baixo possível e lateralmente ao cocho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
TABELA 1 – Áreas de armazenamento para feno (aproximadamente 12 dt) e palha 
(aproximadamente 15 dt) por cavalo (500 kg P.V.) e semestre, inclusive com 25% de espaço 
vago. 
Forma de 
armazenamento 
Feno 
M3 
Densidade 
Dt/m3 
Palha 
m3 
Densidade 
Dt/m3 
Solto 
Fardos 
empilhados 
20 
8 
0,75 
1,8 
38 
19 
0,5 
1,0 
 
 
Até um espaçamento de 6-8 cm ainda há o perigo que os animais de casco pequeno 
possam ficar presos entre as barras. A alimentação no chão é de menor risco e por motivos 
higiênicos é feito preferencialmente a partir do corredor ao qual os animais têm acesso 
através das barras verticais bem espaçadas. Na alimentação direta no piso do box, o risco 
para contaminação e desperdício é muito grande. 
A alimentação de feno em redes não se impôs no meio, pela exigência em trabalho ser 
grande e os animais roerem as redes com certa facilidade. 
 
2.4 – Local para armazenamento de alimentos 
 
Volumoso e palha para cama são mais baratos na época da colheita, de maneira que se 
existe espaço disponível pode ser comprado e armazenado. Para o armazenamento de feno 
e palha para meio ano são necessárias as áreas mencionadas na tabela 1. Com os custos 
dos meios de transportes atuais o armazenamento em nível é mais barato. 
Alimento concentrado para haras pequenos deve ser comprado em pequenas porções 
(para cobrir 2-4 semanas), ensacado e guardado em caixas com boa vedação que ficam na 
parte externa do estábulo. O fechamento adequado previne a entrada de umidade e a 
abertura por animais que se soltam durante a noite. 
Para plantéis maiores (mais de 20 animais) o concentrado é armazenado em silos de 
preferência dentro de uma construção para que seja protegido de uma variação de 
temperatura muito intensa. A densidade para aveia varia entre 4,5-6 dt/m3, para ração 
peletizada entre 6-6,5 dt/m3. Por cavalo mensalmente devem ser previstos cerca de 0,2 m3 
de silo. Além dos silos fixos macro-sacos, de fibra sintética que são pendurados s mostram 
extremamente úteis (sem formação de água de condensação). 
 
 
10 
2.5 – Curral e Pátios 
 
Se os cavalos não têm a possibilidade de pastorear ou não têm possibilidade de 
movimentação adequada, currais e pátios são necessários de no mínimo 3 x 4 m ou melhor 
de 10 x 30 m. 
Em pisos pouco permeáveis se coloca inicialmente um dreno (distância 5-7 m, 30 cm 
profundidade). Sobre este se coloca uma camada de brita ou cascalho (15-20 cm em 
seguida uma malha de plástico que permita a penetração de água mas não de areia e para 
o pisoteio se coloca uma camada de areia grossa (0,2-3 mm de granulação), misturada 
eventualmente com maravalha de 15 cm de espessura. Se os animais ficam 
constantemente num substrato duro no estábulo a areia fofa é mais indicada do que um 
pátio cimentado. Os “paddocks” têm que ser mantidos livres de vegetação porque com 
ingestão de gramíneas nestas áreas se ingerem quantidades consideráveis de areia. 
 
 
3 – Atendimento Emergencial 
 
3.1 – Educação Correta para o atendimento inicial 
 
Todos os proprietários de cavalos estão sujeitos a passarem por situações de 
emergência médica, por isso é vital conhecer as atitudes que podem predispor os animais e 
tratadores a acidentes como cortes, contusões e abrasões graves. 
A manutenção do local aonde os animais transitam bem como as baias devem sempre 
estar livre de materiais que possivelmente ocasionaram lesões perfuro-cortantes. 
As lacerações são provavelmente as emergências mais comuns, além das cólicas, 
complicações com os potros, laminite aguda e outras ocorrências. 
Desta forma, os proprietários precisam saber como reconhecer e agir diante das 
emergências, adotando a ação apropriada até a chegada do veterinário. 
 
· Reconhecendo sinais das situações de emergência 
Quando o animal está sangrando é óbvio que há um problema. Porém, existem casos 
em que os sinais são inaparentes e podem surgir dúvidas. 
 
 
11 
Os sinais vitais são os indicativos do estado do seu cavalo, e, portanto, é importante 
conhecer os padrões normais do seu cavalo, anotando a temperatura, freqüência cardíaca, 
respiratória e conhecendo os padrões de comportamento. 
 
· O que é normal? 
 
Estes valores padrão podem variar de animal para animal, o que reforça a importância 
de cada proprietário anotar os valores individuais e deixar estas anotações em local de fácil 
acesso. 
Os valores normais dos sinais vitais dos cavalos podem apresentar a seguinte variação: 
- Freqüência cardíaca: de 28 a 40 batimentos por minuto 
- Freqüência respiratória: 12 a 16 movimentos por minuto 
- Temperatura retal: 36,58ºC a 38,5ºC (adultos) e 38,7ºC a 39,2ºC (potros) 
- Tempo de preenchimento capilar: 02 seg. 
 
Caso a temperatura exceda 40.5oC, contate seu veterinário imediatamente. 
Temperaturas abaixo de 36oC também indicam sérias desordens funcionais. 
Outras observações devem ser feitas: 
- Hidratação (prega do pescoço); 
- Coloração das mucosas gengival, conjuntiva ocular e vulvar deve ser rosada 
(vermelho brilhante, rosa pálido a branco ou a presença de pontos vermelhos são 
indicativos de problemas); 
- Coloração, consistência e volume de fezes e urina; 
- Sinais de desconforto, angústia, ansiedade, letargia, depressão, perda de apetite 
e/ou ausência de sons intestinais; 
- Movimentação da cabeça, relutância ao andar, posição estranha, dor, resistência 
para levantar-se; 
- Sangramentos e suor intenso; 
 
3.2 - A importância da observação dos sinais vitais do seu cavalo: 
 
Como saber se o seu cavalo está doente? Qual a gravidade da doença? 
 
 
12 
O principal sinal de que o seu animal está com problema é a alteração do 
comportamento, e uma vez constatada a doença, os sinais vitais podem fornecer 
informações a respeito da causa e severidade. 
O monitoramento da temperatura, freqüências respiratória e de pulso não são apenas 
importantes para o diagnóstico, mas também para o monitoramento da recuperação ou piora 
da situação do cavalo. 
Portanto, estesvalores podem ajudar nas seguintes situações: 
1. Estou diante de uma emergência? 
2. Está melhorando ou piorando? 
3. Devo chamar o veterinário? 
 
- Instruções para a obtenção dos sinais vitais: 
 
· Temperatura 
A temperatura do cavalo é resultado de dois fatores, sua produção e sua perda de calor, 
e a temperatura de um cavalo sadio pode variar em até 3ºC dependendo das condições. 
Animais submetidos a exercícios extenuantes podem apresentar aumento de 
temperatura que pode demorar até 4 horas para se restabelecer. 
Portanto, quando for medir a temperatura do seu cavalo considere se ele foi submetido 
ao exercício. 
O melhor momento para medir a temperatura é no período da manhã, após a noite de 
descanso. 
A temperatura de repouso deve ser de 36.5ºC a 38.5ºC e você deve sacudir o 
termômetro antes de introduzi-lo no reto do animal, pois isso garante que o termômetro 
estará marcando a temperatura mais baixa possível. 
A contenção do animal é muito importante para neste momento, você deve estar 
posicionado do mesmo lado de quem está segurando o animal e o seu corpo deve estar na 
região do tórax do animal. 
 
· Freqüência de pulso arterial 
 
Apesar de dois ou mais sons serem formados durante cada batimento cardíaco, o pulso 
arterial é único para cada contração cardíaca. 
 
 
13 
 A freqüência de pulso deve ser medida no animal em repouso, pois há influencia do 
exercício ou excitação do animal. E assim como os demais sinais vitais, também 
apresentam variações individuais de acordo com a idade e função do animal. 
Dores, febre e mudanças na pressão sangüínea são exemplos de fatores que alteram os 
batimentos cardíacos. 
Aferir o pulso é fácil e rápido, apenas colocamos o dedo indicador levemente sobre a 
artéria que segue pelo ramo interno da mandíbula, e avaliamos em um minuto a quantidade 
de pulsos. 
A aferição do pulso na região da quartela (artérias digitais) pode auxiliar em casos de 
laminite ou lesões em um dos cascos, pois, o membro afetado estará com uma freqüência e 
intensidade (pulso “cheio”) maior do que os outros membros normais. 
 
· Freqüência Respiratória 
 
Este sinal vital talvez seja o mais fácil de ser notado, pois pode ser medido apenas pela 
observação do movimento do tórax ou das narinas, durante cada inspiração e expiração. 12 
a 16 mpm. 
 
· Coloração das mucosas 
 
Normalmente a coloração da gengiva do cavalo é levemente mais pálida que a 
gengiva humana, e a observação da coloração da mucosa pode ajudar a estabelecer as 
condições da circulação periférica ou mesmo refletir a condição geral do sistema 
circulatório. 
A palidez pode apontar para casos de febre, dor, anemia e perda de sangue, e as 
colorações mais vermelhas, azuladas ou mais escuras podem ser conseqüência de 
casos de endotoxemia bacteriana, choque tóxico, choque cardiovascular ou 
envenenamento (picada de cobra, erva de rato,...). 
 
· Esclera 
 
O branco dos olhos representa a esclera. Os vasos nesta região são facilmente 
visualizados e tornam-se dilatados antes mesmo de qualquer alteração de coloração de 
mucosa, em casos de endotoxemia ou septicemia. 
 
 
14 
Estes vasos também ficam dilatados em casos de inflamação local, mas neste caso 
apenas um dos olhos estará acometido, normalmente. 
Devido à cor branca da esclera, qualquer pigmento presente é facilmente observado, e os 
pigmentos mais freqüentemente observados são os pigmentos biliares, que proporcionam 
uma coloração amarelada (conhecida como icterícia). 
A icterícia pode ser causada por doenças hepáticas, jejum prolongado ou doença em que 
haja hemólise, como no caso de animais infectados por Babesia sp, por exemplo. 
 
· Plano de ação 
 
Mantenha o número do seu veterinário sempre próximo ao telefone, e consulte-o com 
antecedência a respeito de qual profissional chamar caso não consiga contatá-lo. 
O kit de primeiros socorros deve ser mantido em local limpo, seco e de fácil acesso, e 
sua composição básica segue abaixo: 
 
- Analgésicos, antiinflamatórios; 
- Seringas, agulhas e cateteres; 
- Termômetro; 
- Algodão; 
- Gaze 
- Esparadrapo; 
- Ataduras; 
- Anti-sépticos a base de iodopovidona a 1%; 
- Líquido de Dakin; 
- Caixas de soro (ringer simples, ringer lactato, fisiológico e glicose 5%); 
- Material para contenção (peia, cachimbo, cordas); 
 
 
· Cuidados com as feridas de emergência 
 
As atitudes iniciais podem prevenir maiores danos e otimizar a cicatrização. 
Contenha e acalme o animal para prevenir maiores lesões, leve-o para outro local que 
lhe seja familiar, caso isso seja possível sem causar mais sofrimento. 
Fornecer feno pode ser uma boa distração. 
 
 
15 
A ajuda de mais de uma pessoa é essencial par promover a contenção necessária, pois 
você não poderá ajudar seu cavalo se também for ferido. 
Avalie a localização, a profundidade e severidade da ferida. 
Ligue para seu veterinário para solicitar recomendações a qualquer hora nas seguintes 
situações: 
 
- Sangramento excessivo; 
- Ferimentos que ultrapassem toda a espessura da pele; 
- Feridas próximas às articulações; 
- Perfurações; 
- Feridas severamente contaminadas (ferro enferrujado, por exemplo). 
 
Consulte seu veterinário antes de tentar limpar ou retirar objetos perfurantes, pois você 
pode causar hemorragias incontroláveis ou maiores danos à ferida. Antes disso, utilize 
apenas compressa e água fria. 
O sangramento pode ser estancado com um pano limpo (estéril) e nunca utilize 
algodão. 
Medicações devem ser especificadas pelo médico veterinário, pois caso o animal tenha 
sofrido sangramento severo, a administração de certas drogas podem colocar a vida do seu 
animal em risco. 
Lesões oculares devem, obrigatoriamente, esperar por atendimento veterinário. 
Em caso de animal com objeto pontiagudo ou cortante alojado na sola, primeiramente 
deve-se limpar o casco. Consulte seu veterinário antes de remover o objeto, para que ele 
não se torne mais profundo. 
Assim que for feita a remoção, aplique solução anti-séptica (iodopovidona a 1%) e faça 
uma bandagem que previna o contato da região diretamente com o solo, para evitar mais 
contaminação. 
Todos os cavalos que sofreram lacerações ou perfurações devem ser vacinados contra 
o tétano. 
 
· Outras emergências 
 
Existem muitos tipos de emergências, desde traumas a paralisias, fraturas a picada de 
cobra (acidentes ofídicos), complicações com os potros a cólicas. Entretanto, independente 
da situação, é importante lembrar-se das seguintes orientações: 
 
 
16 
 
1. Mantenha-se calmo; 
2. Mantenha seu cavalo o mais calmo possível; 
3. Leve seu cavalo para uma área segura, onde haja menores riscos de 
ferimentos; 
4. No caso de uma síndrome cólica a simples ação de caminhar com o animal 
já é de grande ajuda para a manutenção da dor. Trotar e galopar poderá aumentar 
ainda mais a freqüência cardíaca e gerar prejuízos maiores ao estado do animal; 
5. Chame alguém para ajudá-lo a conter o animal, ligue para o veterinário, 
pegue o kit de primeiros socorros – Mantenha os telefones atualizados; 
6. Esteja preparado para fornecer informações precisas sobre as condições do 
animal para facilitar o trabalho do veterinário; 
7. Escute as orientações atentamente e não utilize drogas, especialmente 
tranqüilizantes ou sedativos, a não ser sob orientação específica do seu veterinário. 
8. O uso de analgésicos em síndromes cólicas sem a aferição inicial dos 
parâmetros ou a prévia consulta ao seu veterinário poderá causar danos à avaliação 
clínica do veterinário. 
9. Nunca aplique diurético quando o animal apresentar-se com sintomasde 
síndrome cólica!!! A posição adotada pelo animal em situações de dor abdominal 
muita das vezes é a mesma adotada para urinar, ou seja estica o corpo e fica 
“estacado”, isto não significa que o animal “quer urinar e não consegue” como é 
bastante difundido. Apenas a dor gerada pela síndrome cólica o faz adotar posições 
diferentes e até estranhas (senta sobre os posteriores, por exemplo). 
10. O uso de antibióticos deve ser rigorosamente indicado e prescrito pelo 
veterinário. O uso irregular de certos grupos fármacos poderá agravar o quadro. 
 
4 – Farmácia Veterinária 
 
O acondicionamento dos medicamentos deve ser feito com muita atenção, pois, no corre–
corre, eles podem ser confundidos uns com os outros, principalmente se a pessoa que está 
prestando socorro ao animal, não tem formação veterinária. 
A melhor solução nesse caso é dividir os remédios e suprimentos, em duas 
categorias: um de primeiro – socorros, contendo material básico como tesoura, ataduras, 
álcool, etc., que pode ser usado por qualquer pessoa que tenha experiência com os cavalos; 
e um de uso veterinário; contendo medicamentos controlados, cuja administração deve ser 
 
 
17 
orientada por um profissional. O primeiro deve ficar a disposição também dos tratadores, 
enquanto o segundo deve ser restrito ao veterinário e, por tanto, ficar longe dos olhos e 
mãos dos demais. Esses produtos podem ficar no mesmo armário, com tanto que ocupem 
outro compartimento, de preferência protegido com chave. 
Ter os medicamentos e suprimentos certos e organizá-los adequadamente, além de 
agilizar os primeiros – socorros do animal, diminuindo, por tanto, os riscos de contaminação 
e agravamento do quadro, contribui para o uso do produto adequado aquela circunstância. 
Uma dica útil para diminuir ainda mais a incidência de erros de medicação, é colocar 
etiquetas nos remédios indicando sua função, modo de usar, contra – indicações e efeitos 
colaterais. As etiquetas também podem servir para alertar o leigo a não utilizar determinado 
produto sem orientação veterinária. Outra precaução é deixar na frente os produtos mais 
usados e, no fundo aqueles que serão utilizados esporadicamente. 
Não basta ter um arsenal de produtos na cocheira se eles são de baixa qualidade ou 
não são específicos para o uso que foi designado. Você pode achar, por exemplo, que tendo 
um termômetro humano por perto, está pronto para detectar com segurança um quadro 
febril de seu cavalo, mas não se dá conta que se esse termômetro escapar das mãos de 
quem está medindo a temperatura e se alojar no reto do animal, você estará causando um 
problema muito mais grave que a alteração de temperatura. O termômetro veterinário pode 
custar um pouco mais caro, mais em compensação é especialmente projetado para animais 
de grande porte. Bem maior que o convencional, ele possui uma corda de segurança que 
fica do lado de fora, caso o objeto entre no ânus do animal. 
Alguns remédios são mais perecíveis que os outros, ou seja, estragam com mais 
facilidade, portanto, para evitar que eles cheguem até os cavalos, é importante que se faça 
uma checagem periódica dos prazos de validade contidos na embalagem e se descarte tudo 
o que estiver vencido. Um medicamento vencido pode ter reações adversas, ele tanto pode 
ser inócuo, não surtindo, portanto, efeito algum, como pode atuar como um desencadeador 
de alergias e outros efeitos colaterais. Os dois casos são igualmente preocupantes, o 
primeiro porque o criador terá a sensação de estar cuidando do problema enquanto o 
quadro pode estar gradualmente se agravando e o segundo porque não se pode prever as 
desastrosas conseqüências da administração uma droga imprópria para o uso. 
A parte mais importante do processo é a responsabilidade e ela deve estar presente 
em todas as etapas da organização de uma farmácia caseira. Sempre que você pensar em 
descuidar, lembre-se que, apesar da estrutura física imponente, o cavalo é um ser frágil e 
precisa de cuidado e atenção em período integral, como um filho, para o qual, com certeza, 
você nunca daria um remédio de qualidade inferior, errado ou vencido. 
 
 
18 
4.1 - Conteúdo da Farmácia 
 
 > PRODUTOS BÁSICOS 
 
- Para Curativos: 
Dois rolos grande de algodão hidrófilo (absorve água) 
Um pacote de Gaze 
Um litro de álcool tópico 
Um litro de iodopovidona tópico (PVP iodo), para pequenos ferimentos 
Um litro de líquido de Dakin 
Um rolo de esparadrapo grande 
Dois pacotes de ataduras (12cm) 
Pomadas diversas 
 
- Para os Olhos: 
Um litro de soro fisiológico tópico 
Um litro de soro fisiológico estéril (injetável) 
Pomadas oftálmicas 
 
- Para Tratamento: 
Antiinflamatórios 
Analgésicos 
Antitóxicos 
Laxativos 
Soros 
 
> MATERIAL DE APOIO 
Seringas e agulhas descartáveis 5, 10 ,20 ml – 40x8, 40x9, 40x10, 40x12, 40x16 (muitas) 
Equipos para soro 
Cateter no mínimo uns 5 Nº16 
Um termômetro veterinário 
Uma cx. de luvas descartáveis 
Tesoura (c/ uma ponta romba e outra fina) 
 
 
 
19 
> PRODUTOS DE USO DO VETERINÁRIO 
Os medicamentos a seguir são para situações de emergência e só devem ser utilizados com 
a orientação do veterinário. Lembre-se de que vacinas e soros devem ser mantidos sob 
refrigeração. 
 
Tranqüilizantes 
Soros Anti-Tetânico e vacinas 
Carrapaticidas 
Anestésicos locais 
Sedativos 
Antibióticos 
 
5 - Administração de medicamentos na medicina veterinária 
 
5.1 - Introdução 
 
O propósito deste tópico é o de agir como uma referência para ajudar o aluno das 
técnicas de administração de medicamentos. Este tópico não pretende encorajar o uso ou 
indicações de medicações pelos proprietários, aliás, sou veemente contra tal atitude. 
Existem várias situações em que o uso indiscriminado de medicamentos prejudique o 
animal, isto quando não o levam à morte, acompanhei inúmeros casos de óbitos em animais 
em que seu dono não "fez por mal" ou "foi pensando no melhor". Outro ponto importante 
deve-se a médicos humanos aplicando drogas em cavalos, a ação e toxicidade de muitas 
drogas humanas podem ser totalmente diferentes em cavalos ou em outros animais, desse 
modo não se deve deixar que o falso senso de segurança obtido em sua especialidade faça 
com que medique seus animais. 
Sabendo disto, a credibilidade e cobrança de responsabilidade de uma prescrição 
médica veterinária serão exacerbadas, assim sendo a terapia deverá ser a mais apropriada 
diminuindo os efeitos adversos das drogas sobre o animal e potencializando seus 
benefícios. 
A administração das drogas deve seguir um protocolo bem definido para que nunca 
ocorram "enganos" ou "mal entendidos". A diferença entre dose terapêutica e uma dose 
tóxica pode ser relativamente pequena, então preste muita atenção a números, pontos 
decimais e todos os detalhes pertinentes a dosificação. Sempre tenha certeza que as 
embalagens estão claramente rotuladas e que você saiba as dosagens, freqüência e tempo 
 
 
20 
de tratamento. Esteja seguro que os medicamentos prescritos estejam armazenados 
separadamente, de forma que outras substâncias não sejam administradas acidentalmente. 
Também se devem levar em conta quantas pessoas administrarão a medicação, instituindo 
horários claros de forma que dosagens dobradas não sejam aplicadas. 
No caso de um animal estar em tratamento, estipule um registro de administração da 
medicação com um controle diário (inclusive com o tempo, dose e um lugar para a 
marcação das doses administradas) e deixe em um lugar bem visível. 
Lembre-se: Confirme, Confirme, sempre Confirme!! 
O cálculo das dosagens está relacionado como a causa mais comum em desastresterapêuticos sistema métrico varia em medicamentos importados e nacionais e isto pode 
confundir a muito de nós. 
As unidades mais comuns, em muitos medicamentos para equinos, são o miligrama 
(mg) e o mililitro (ml). Uma droga líquida terá, muitas das vezes, a concentração informada 
em miligramas / mililitros (mg/ml). O miligrama é 1/1000 de um grama e o mililitro é 1/1000 
de um litro. Se você quer relacionar estas medidas para o sistema usado nos USA por 
exemplo, deverá saber que 30,1 gramas são iguais a 1 (uma) Onça e que 1 (um ) litro é 
igual a 0,946 quarto. Outra unidade que freqüentemente confunde as pessoas é o "CC" , 
abreviação de centímetro cúbico e é a mesma unidade de volume de 1 (um) mililitro: 1ml = 1 
cc. 
Sempre diga aos proprietários para seguirem as instruções prescritas e ter muito 
cuidado durante o preparo e administração. Muitas drogas podem ser potencializadas 
quando conjugadas em uma mesma seringa ou mesmo a dose quantificada erroneamente 
em seringas com a identificação de "CCs" apagada, podendo levar a uma over-dose, 
portanto sempre esclareça bem o modo de aplicação e verifique os meios de aplicação. 
Lembre-se, Confirme!!! 
Induza o proprietário a consulta-lo sempre que a dúvida surgir, faça-o entender que 
ele está jogando com a vida de um animal. 
A causa mais comum de falhas terapêuticas em medicina humana e veterinária, está 
no fracasso da atitude da pessoa responsável pela administração, que não aplica a dose 
adequada, na freqüência indicada para o tempo total de tratamento! 
Verifique sobras ou os frascos pela metade na farmácia do cliente!!! 
Uma correta explanação sobre a dose/freqüência/tempo de tratamento deverá ser feita para 
que não ocorram surpresas.... 
Mesmo que o intervalo entre as aplicações seja de 6 horas, explique que há razões 
importantes para que determinadas drogas seja dada quatro vezes ao dia ao invés de três. 
 
 
21 
Caso o proprietário não tenha disponibilidade para tal fato, explique que a 
administração de outras drogas em intervalos maiores pode ser indicada, sendo tais drogas 
muitas vezes menos efetivas. 
 
5.2 - Medicamentos 
 
O proprietário deve ter em mente que uso indiscriminado de medicamentos 
causa vários danos ao animal e administração deve ser levada a sério. 
Poderia ser mais maleável, mas sou da opinião que nenhum medicamento 
deveria ser administrado sem uma consulta prévia ao veterinário. Todas as drogas 
têm um potencial tóxico se usada de forma indiscriminada, há também drogas que 
têm efeito tóxico em doses terapêuticas se fatores predisponentes existirem e 
mesmo reações adversas, as quais apenas um veterinário está apto a percebê-las 
precocemente e dirimilas (vacinas, por exemplo). 
Muitas instituições, haras, fazendas de criação, etc.. Estão administrando 
vacinas por conta própria, esclareça ao proprietário que além desta responsabilidade 
vacinal, ele também deve ter a responsabilidade de aprender sobre o que pode 
acontecer se algo der errado. Pode ser que apenas 1 em 100.000 animais tenha 
algum tipo de choque anafilático, mas uma coisa é certa: Apenas o veterinário 
saberá dar a melhor solução, então discuta com estes proprietários e mostre os 
riscos desta prática. 
A utilização de antibióticos também deve ser analisada, o seu uso 
indiscriminado ou uso impróprio é um sério problema tanto para os animais quanto 
para as pessoas. O número de bactérias resistentes aos antibióticos está crescendo 
a uma taxa alarmante! O aparecimento de cepas altamente resistentes é assustador 
e em muitos casos estão relacionados a um julgamento equivocado quanto da sua 
indicação. Se uma terapia antibiótica for instituída, assegure que: 
1) A indicação é realmente necessária; 
2) Se a indicação é realmente necessária, o tipo e as associações 
apropriadas são selecionadas; 
3) Se a indicação é realmente necessária, avalie a via de administração, a 
dose, a freqüência e o tempo de tratamento. 
 
 
 
22 
5.3 – Administração Oral 
 
Existem vários medicamentos que são formulados para administração oral, seja em 
tabletes, líquidos, comprimidos que devem ser masserados ou cápsulas que devem ser 
dissolvidas. 
Deve-se informar os cuidados que o responsável pela preparação e administração 
tem a seguir, para que nem o medicamento , nem o operador se contaminem. 
Algumas drogas líquidas como o Regumate®, um poderoso hormônio usado em 
patologias reprodutivas, apresentam alta absorção cutânea, obrigando ao aplicador o uso de 
luvas e/ou lavar as mãos após a administração. 
Os tabletes e comprimidos masserados podem ser misturados a melaço ou outras 
substâncias palatáveis para facilitar a administração, embora muitos animais não 
necessitem de qualquer método especial para a ingestão, apenas a mistura à ração. 
A maioria dos vermífugos e alguns antiinflamatórios têm apresentação em seringas 
dosadoras, as quais tem um meio quantificador pelo peso através de um anel limitador no 
êmbolo. Informe sobre os perigos de uma sobre-dose causada pelo deslize deste anel ou de 
um erro na visualização do peso descrito no êmbolo. 
Para a administração oral destas diversas apresentações, você poderá fornecer ao 
seu cliente uma seringa de plástico de 60 ml e adverti-lo sobre o seu uso: segurar 
firmemente no chanfro do animal, lateralmente introduzir suavemente a seringa em cima do 
meio da língua e aí descarregar seu conteúdo, uma vez o conteúdo dentro da boca, pode 
ser necessário segurar a cabeça ligeiramente elevada usando o cabresto ou uma mão 
debaixo da mandíbula até sua deglutição, caso contrário, poderá ocorrer a perda do produto. 
 
5.4 – Injetáveis 
Novamente repito que o uso de medicações pelo proprietário deve ser o mais restrito 
possível, devendo ser totalmente prescrita e acompanhada por um médico veterinário. 
O cuidado inicial para aplicações de medicação injetável é sem dúvida um boa contenção. 
Você sempre deve frisar bem, que uma pessoa qualificada deve conter o animal para que o 
responsável pela aplicação possa efetuá-la com segurança e tranqüilidade. 
Informe quando da utilização de "pitos", "mão de amigo" e outros meios de contenção física, 
relate à pessoa que esta segurando a importância de segurar o animal sempre do mesmo 
lado da pessoa que esta executando a aplicação, evitando assim que o animal escoiceie ou 
mesmo consiga "prensar" contra a parede os manipuladores 
A segunda preocupação é quanto a assepsia. Deve ser dito que pincelando a pele com 
 
 
23 
álcool iodado não esteriliza a pele, mas ajuda a reduzir ou diluir o número de bactérias na 
região. Se o animal estiver solto e coberto por lama ou existir fezes secas na crina ou na 
região da aplicação, o animal deverá ser lavado antes de qualquer aplicação. 
 
- Intramuscular 
Vacinas, antibióticos, alguns antiinflamatórios e vários outros medicamentos são 
administrados por via intramuscular. Tenha muito cuidado durante a prescrição, seja claro e 
objetivo para evitar erros durante a aplicação. Medicamentos como a fenilbutazona , causam 
uma irritação grande se aplicada via intramuscular. 
 
As principais área de aplicação localizam-se na tábua pescoço e na musculatura glútea. A 
região do pescoço é a mais indicada, pois em caso de contaminação ( não sendo rara de 
ocorrer), a drenagem do abcesso é facilitada. Evite injetar mais de 20 ml em um ponto de 
aplicação e sugira para que seja feito um rodízio dos pontos de aplicação em casos de 
tratamentos longos, diminuindo o risco de inflamações. 
 
A instrução que deve ser passada ao responsável pela administração, inicia-se com a 
contenção e assepsia e a partir disto demonstra-se a técnica propriamente dita. 
Geralmente o aplicador retiraa agulha da seringa e com um movimento rápido a introduz na 
musculatura, isto evita que a seringa caia se o animal reagir a picada, depois desta reação a 
seringa deverá ser conectada a agulha. 
 
Uma manobra importante neste momento, é a de puxar o êmbolo para observar a presença 
de sangue na seringa. Estas áreas têm vários vasos sangüíneos e existe a possibilidade de 
acertá-los durante a aplicação. Algumas drogas não devem ser injetadas na corrente 
sangüínea ( penicilina procaína por exemplo), por isso deve-se enfatizar esta prática para 
evitar tal acontecimento. 
 
- Intravenoso 
As aplicações intravenosas devem ser restritas à pessoas treinadas e acostumadas com o 
preparo deste tipo de medicação, caso estes requisitos não sejam satisfeitos, desaconselho 
a indicação intravenosa, principalmente por estas razões: 
1. O principal local para a injeção intravenosa é na calha da veia jugular, logo abaixo ou 
lateralmente ao pescoço, sendo assim, local muito próximo a artéria carótida ( localiza-se 
logo abaixo a veia jugular, a menos de um centímetro). Uma aplicação na carótida pode 
 
 
24 
gerar , dependendo da droga usada e volume aplicado, desde pequenas reações à reações 
anafiláticas mortais. Por este motivo apenas indique uma droga intravenosa à aqueles 
proprietários que possuam experiência para tanto! 
2. A habilidade do aplicador deverá ser avaliada, mesmo que informe que saiba a técnica, 
Confirme! 
Drogas injetadas fora do lúmem da jugular podem levar a uma necrose do tecido 
circundante e fibrose da veia. A fenilbutazona, por exemplo, causa sérios danos se for 
aplicada fora da veia ou intramuscular. 
Caso o animal precise de uma medicação exclusivamente intravenosa para um tratamento 
longo e você avalie a incapacidade técnica do pessoal envolvido, o veterinário poderá 
instalar um catéter intravenoso (suturado ou colado) e trocá-lo a cada 3 - 4 dias (em média) 
e o proprietário executar as aplicações, instruído da técnica asséptica e da manutenção do 
catéter (uso de anticoagulantes). 
 
- Subcutâneo 
Aplicações subcutâneas podem ser indicadas e o proprietário deve seguir todas as técnicas 
exemplificadas até aqui. O local mais comum para este tipo de aplicação é a tábua do 
pescoço, podendo ocorrer reações dolorosas, assim sendo, os métodos de contenção 
também devem ser observados. 
 
5.5 – Medicamentos Oculares 
 
A instilação de medicamentos oculares pode ser complicada para proprietários 
novatos e sem experiência. Faça com que o aplicador siga as orientações com precisão e 
cautela. 
A contenção deverá ser feita por uma pessoa experiente para que a instilação seja 
facilitada. 
Institua regras para que nada saia dos padrões, demonstre que a organização do 
estoque das medicações é de fundamental importância. Verifique se todos os medicamentos 
prescritos estão em ordem e que os tubos estejam limpos e secos, às vezes você tem 
apenas uma oportunidade para a aplicação, se o tubo cair... 
Determine ao proprietário regras de higiene e assepsia, tanto de suas mãos quanto 
ao redor dos olhos do animal, com gaze embebida em solução fisiológica 0,9%.Geralmente 
resíduos de pomadas podem se acumular em baixo dos olhos e deixar esta região com 
acúmulo de impurezas. 
 
 
25 
Este processo pode ajudar a acalmar animais apreensivos, sendo de grande valia em casos 
de animais arredios. 
A técnica mais comum de aplicação consiste em colocar o indicador na pálpebra superior e 
o polegar na pálpebra inferior. O polegar imprime um deslizamento da pálpebra inferior , 
fazendo sua everção, e a pomada oftálmica é depositada ( normalmente um centímetro de 
pomada) sobre a superfície da pálpebra inferior. 
 
É muito importante não encostar o bico do frasco aplicador no olho do animal, para isto, a 
mão que segura o tubo deve ser a mesma que se apóia sobre o animal, caso ocorra uma 
agitação o tubo não encostará-se ao olho. 
 
A aplicação de produtos em gotas requer uma destreza maior. A pessoa responsável pela 
contenção do animal deverá inclinar sua cabeça sobre um ângulo de 45º, para que a outra 
instile o produto. 
 
Repasse todas as instruções para que não ocorram erros ou 
mesmo a falta da aplicação das medicações, lembre-se, a causa 
mais comum de fracassos em tratamentos relaciona-se com a 
incomplacência do proprietário a respeito das prescrições 
(dose, freqüência e tempo de tratamento). 
 
 
5.6 - Condutas irresponsáveis 
 
Muitos proprietários, peões, práticos ou mesmo curiosos, julgando ter experiência na 
criação e manutenção de cavalos aterrorizam a prática médica veterinária. 
Quantos de nós já não ouvimos falar em castradores, sangradores e curandeiros? Para 
exemplificar tomemos um caso comum de castração efetuada por um prático: 
 
ü Contenção do animal: cordas e peias, derrubando o animal muitas das vezes em lugares 
sem condições para tal, sem ater-se aos riscos dos traumas causados pela queda. 
ü Anestesia: A grande maioria - nenhuma. Casos esporádicos, anestesia local 
inadequada. 
ü Assepsia: Quando muito, o animal é lavado com água e sabão. 
 
 
26 
ü Ato "cirúrgico": Canivete "afiado" e ferro quente para cauterização 
 
Essa prática é cobrada e praticada por vários "práticos", ocasionando além de um ato contra 
os direitos dos animais, infecções de difícil tratamento, ocasionando custos mais elevados 
do que se o proprietário procurasse um veterinário para tal ato cirúrgico. 
 
Abaixo estão relacionados alguns absurdos que coletei durante 7 anos de clínica e seus 
efeitos deletérios... : 
 
ü Tétano: Pólvora na espinha dorsal e acender - óbito, crueldade, caso de Polícia. 
ü Aguamento (laminite): Sangria efetuada com antena de carro na jugular, corte das 
artérias do casco - Flebite severa , queda dos cascos. 
ü Cólica ("várias condutas...."): 
1. ovos cozidos, fumo de corda e cebolas no reto do animal, lavagem com mangueira no 
reto, palpação retal - Ruptura retal 
2. Garrafadas - a base de refrigerantes, cervejas, solventes e ervas milagrosas ingeridas 
ou aspiradas - pneumonias e/ou rupturas gástricas 
3. Administração de analgésicos em altas doses - intoxicações, rupturas gástricas, ... 
ü "Limpar e afinar" o sangue: sangrias e medicações a base de adrenalina - choque 
anafilático, enfarto, infecções,... 
ü Tosse: Aspiração de fumaça de uma fogueira de eucalipto e gasolina em baia fechada - 
irritação local até pneumonia 
ü Ferimentos : Banha de porco - infecção 
ü Ectoparasitas (pulgas, carrapatos, bernes, ...) : óleo queimado - dermatites, 
queimaduras 
ü Aumento de performance : drogas vasoativas - enfarto 
ü Miosites ( após trabalho intenso) - sangria, incisão profunda no céu da boca e na base 
da cauda - infecções nos locais incisados e miosite sem tratamento... 
ü Desidratação - de um a dois litros de soro (comprados na farmácia) - doses aquém do 
necessário - óbito 
ü Castrações : Atos efetuados por pessoas incapacitadas - infecções( funiculites, 
peritonites, tétano,...), fraturas, stress (causado principalmente pela dor) 
 
 
 
 
 
27 
Além destes existem muito mais "causos", mas estes já ilustram o sofrimento causado por 
práticos e curiosos aos animais, devendo ser denunciados para por um fim nesta prática. 
Não sou contra pessoas que mantém uma experiência adquirida com os anos de prática, 
mas sou radicalmente contra os indivíduos que agem sem escrúpulos, medicando, 
clinicando e efetuando atos cirúrgicos competentes apenas a Médicos Veterinários. 
A Medicina Veterinária visa o bem estar do seu animal e para isso as Universidades formam 
profissionais capacitados através de 5 anos de estudo e vários estágios em diversasdisciplinas para a compreensão total do animal, pense!!! Não há possibilidade de uma 
pessoa por mais experiência que tenha, ter conhecimentos técnicos para tais atitudes. O 
proprietário tem todo o direito de discordar de um profissional, procure outro e consulte uma 
segunda opinião, mas não entre nas conversas do - "deixa comigo, já vi muito disso, te 
cobro baratinho, se não ficar bom depois agente chama um veterinário....- será pior para o 
seu animal. 
 
6 – Cólica Equina: Causas, tratamento e prevenção 
 
A síndrome cólica é um termo geral usado para descrever qualquer condição que 
envolva dor na região abdominal do cavalo. A cólica pode resultar de problemas que afetam 
a área gastrintestinal e órgãos abdominais (p.e. o fígado, baço, ou rins). A cólica envolvendo 
a área de gastrintestinal pode ser separada em quatro segmentos principais: 
 
1. Estômago; 
2. Intestino delgado; 
3. Intestino grosso e o 
4. Cólon menor / reto. 
 
O foco deste tópico será nas causas, tratamentos, e prevenção das cólicas originárias nas 
áreas de gastrintestinais. 
 
Sinais 
 
Há uma grande variedade de sinais clínicos facilmente observáveis desde uma dor 
moderada a uma mais severa, entre eles podemos citar: Olhar incessantemente para os 
flancos, rolar na baia, sudorese intensa, cavar o chão, deitar e levantar diversas vezes, 
 
 
28 
assumir posições anômalas (como a posição de urinar, sentar sobre os posteriores como 
“cachorro sentado”, deitar de barriga pra cima), inapetência, apatia, febre, etc. 
O grau de dor e a resposta do animal aos analgésicos são dois dos critérios que 
podem determinar a severidade de uma cólica (cuidado nunca apliquem analgésicos sem o 
consentimento do veterinário!!! Esta ação poderá promover uma mudança do estado clínico 
e alterar o exame inicial) . 
Os problemas que afetam o intestino delgado são tipicamente evidentes por uma 
história mais aguda de dor, com progressos rápidos e muito dolorosos, os problemas 
envolvendo o cólon maior (exceto uma grandes torções de cólon) ou cólon menor / reto 
manifestam um histórico prolongado com uma progressão mais lenta. 
 
Avaliação clínica 
 
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da severidade dos 
resultados dos sinais clínicos e exames complementares. 
 
Os sinais clínicos que auxiliam na avaliação da severidade da cólica de um cavalo incluem: 
 
Avaliação da dor (moderada, severa). 
Temperatura, 
Freqüência cardíaca e respiratória, 
Tempo de preenchimento capilar (TPC), 
Coloração de membrana mucosa (oral, ocular, vaginal), 
Auscultação intestinal. 
 
Diagnósticos veterinários importantes incluem: 
 
Exame retal, 
Sondagem nasogástrica com a avaliação do refluxo (cor, pH, odor, quantidade), 
Resposta a tratamento com analgésicos. 
 
Procedimentos diagnóstico adicionais incluem: 
 
Abdominocentese (coleta de fluido abdominal que cerca o intestinos). 
Ultrassonografia, 
 
 
29 
Gastroscopia, 
Radiografias. 
Podem ser necessários exames de sangue para avaliar o quadro geral do animal 
(hidratação, infecções, anemia, etc). 
 
A decisão do tratamento clínico ou cirúrgico é embasada nos dados clínicos e 
complementares, avaliados pelo veterinário. Nem sempre esta escolha é clara e fácil, pois 
existem diversas patologias com sinais clínicos iniciais muito parecidos e que apenas se 
diferenciam com a evolução do quadro.Um animal apresentando dores incontroláveis e 
progressivas (mesmo com uso de analgésicos e sedativos), refluxo gástrico constante, 
distensão ou ectopia intestinal no exame retal, freqüência cardíaca e respiratória alta, 
abdominocentese anormal, coloração de mucosas indicando congestão e TPC acima de 2’’ 
pode ser um grande candidato a uma resolução cirúrgica. 
A importância no tempo ocorrido entre a apresentação destes sinais e a atuação do 
veterinário poderá ser crucial para a vida de seu animal. Como regra geral, uma síndrome 
cólica devidamente diagnosticada e iniciada a terapia em um período compreendido entre 1 
a 3 horas oferece um bom prognóstico (cirúrgico ou clínico), diferenciando de atendimentos 
com mais de 6 horas. O atendimento rápido e eficaz visa diminuir as lesões nas mucosas 
intestinais, manter hígido o animal em caso de resoluções cirúrgicas e adequar um 
prognóstico bom ao final do tratamento. 
O erro mais comum em atendimentos é a utilização de diuréticos em síndromes 
cólicas por práticos ou leigos. As chamadas “Cólicas de Rim” são implicadas erroneamente 
na grande maioria desta patologia. Cavalos com lesões renais apresentam sinais clínicos 
distintos de cólicas gastrintestinais, sendo mais severas e muitos raras. A posição álgica 
(dor) assumida por um grande número de animais é a mesma posição de urinar, ou seja, 
com os anteriores e posteriores distendidos em forma de cavalete. Esta posição infelizmente 
faz com que leigos apliquem diuréticos para “facilitar a micção”, pois “o animal esta com 
dificuldade de urinar”, este quadro além de incorreto torna-se perigoso em casos de cólicas 
severas. 
Alguns leitores que já presenciaram tal fato talvez afirmem: 
- Mas melhorou!!! Após urinar.... 
Felizmente a grande maioria das síndromes cólicas são distensões gasosas no 
intestino delgado, ceco ou cólon maior, as quais, apenas caminhando o animal para flatular, 
já se tem à resolução do caso, porém...., coincide com a aplicação do diurético...., ou pior, 
de garrafadas orais ou nasais (coca-cola + ervas). 
 
 
30 
Outro erro muito comum é a “lavagem retal” com mangueira, aonde o leigo pensa que 
retirando <5% de fezes da ampola retal facilitará a expulsão de fezes em 40 metros de 
intestinais. O dano à mucosa do reto, na grande maioria dos casos é irreversível e gera a 
eutanásia humanitária. 
 
Ø Segmentos: 
 
1. Estômago 
 
As causas mais comuns de cólica 
envolvendo o estômago estão associadas 
a úlceras e distensões gástricas causadas 
por erros de manejo alimentar ou 
estresse. O câncer e os pólipos são 
causas menos comuns de cólica no 
estômago. 
Uma grande quantidade de grãos ou de 
volumoso (fenado ou não) administrados 
a cavalos de uma só vez (independente 
da idade, raça, esporte, etc) podem causar uma distensão gástrica, de ocorrências abruptas, 
provocando dor severa, aumento da freqüência cardíaca e causando sudorese. A estase do 
alimento no estômago gera mais fermentação e conseqüentemente mais dilatação. A 
anatomia do órgão e a fisiologia eqüina não permitem que o animal expulse este conteúdo 
através da emese, acarretando em casos sem tratamento veterinário, a ruptura deste órgão 
e morte do animal. 
As úlceras gástricas são mais comuns em potros e cavalos jovens do que em cavalos mais 
velhos. Os sintomas mais comuns de úlcera gástrica são o ranger de dentes, salivação 
excessiva, cólicas intermitentes (freqüentemente depois de comer), emagrecimento e apetite 
caprichoso. 
 
- Tratamento 
 
O ajuste no manejo alimentar, ou seja, qualidade X quantidade / 3 a 4 vezes ao dia, já surte 
um bom efeito profilático e curativo. 
 
 
31 
Quando a distensão gástrica está diagnosticada, o veterinário através da sondagem 
nasogástrica, faz a retirada do alimento com água e termina com manutenção desta mucosa 
através de medicamentos protetores. O uso ou não de analgésicos dependerá da avaliação 
clínica do animal. Este tipo de afecção é responsável por mais de 70% das síndromes 
cólicas com intervenção veterinária. 
No caso de gastrites ou úlceras gástricas o tratamento inicia-se no manejo alimentar e como 
coadjuvante o uso de antiácidos orais (pós ou pastas) ou injetáveis. 
Quaisquer antiinflamatórioscomo fenilbutazona, diclofenacos, fluxinim meglumine ou 
ketoprofeno devem ser evitados, pois contribuem na ulceração gástrica. 
 
2. Intestino Delgado 
 
O intestino delgado pode ser afetado por numerosas condições que podem causar a 
síndrome cólica. 
Será mais fácil se dividirmos estas condições em três grupos: 
 
a) Obstrução 
 
Causas: 
• Impactação verminótica por Ascarídeos (lombrigas redondas em cavalos jovens). 
• Impactação alimentar. 
• Corpo estranho (enterólitos). 
• Constrição. 
• Abscesso Abdominal. 
•. Tumores 
 
b) Estrangulamento (circulação sanguínea intestinal comprometida). 
 
Causas: 
• Torção intestinal. 
• Encarceramento de intestinos em estruturas abdominais. 
• hérnia de diafragmática (deslocamento traumático de intestinos no tórax). 
• hérnia de Inguinal (garanhões ou cavalos recentemente castrado). 
• hérnia Umbilical (potros e cavalos jovens). 
• Lipoma (tumor células adiposas em cavalos idosos). 
 
 
32 
 
c) Ileus (intestino sem motilidade): 
 
Causa comum: infecção do intestino delgado (enterites). 
 
- Tratamento 
 
Tratamento da maioria das obstruções ou estrangulamentos intestinais requer 
intervenção cirúrgica imediata. 
Estas cólicas normalmente progridem e a condição de cavalo deteriora 
rapidamente.Se a intervenção cirúrgica é uma opção, a manutenção da sonda nasogástrica 
é essencial para a sobrevivência do cavalo. Se não houver a descompressão do estômago 
este romperá. Uma vez o estômago rompido, a eutanásia é a única opção humanitária. 
Algumas impactações alimentares do intestino delgado podem ser tratadas 
clinicamente com laxantes, fluidos intravenosos, e analgésicos. 
O prognóstico dependerá da severidade da patologia intestinal e o grau de 
deterioração sistêmica. 
As infecções intestinais ou enterites demandam um tratamento clínico agressivo, às 
vezes mais oneroso que um ato cirúrgico e com prognóstico reservado. 
A infecção intestinal é uma patologia grave e demanda um acompanhamento 
veterinário hospitalar, pois o animal deve ser avaliado 24hs por dia, pois necessitam de uma 
descompressão de regular estômago pela alta quantidade de refluxo produzida pelos 
intestinos (sonda nasogástrica), drogas antiinflamatórias e antibióticoterapia potente, já que 
alguns tipos bacterianos isolados de cavalos adultos com enterite são Salmonela sp. e 
Clostridium sp. e uma fluidoterapia constante (de 50 0 150 litros de soluções poliônicas 
/Dia). 
Alguns animais chegam a receber transfusões de protoplasma para combater perdas 
protéicas e evitar a absorção de toxinas nos segmentos de intestino afetados. 
O prognóstico destes cavalos é variável e são em grande parte dependente na 
duração do refluxo e da homeostase sistêmica. Estes cavalos são propensos a laminites, 
então, deve-se dar um tratamento de apoio para evitar ou mesmo amenizar tal processo. 
 
 
 
 
 
 
33 
- Prevenção 
 
Infelizmente, não podemos prevenir crises intestinais, a única causa que pode ser 
prevenida é impactação verminótica através de vermifugações corretas e eficazes, 
principalmente em potros e cavalos jovens evitando grandes cargas de vermes mortos. 
Recomendo uma vermifugação inicial em potros com seis a oito semanas de idade e repetir 
a cada seis semanas até seis meses de idade. Neste momento, os potros podem ser 
incluídos no programa de vermifugação da fazenda que tipicamente envolve uma 
vermifugação a cada oito a doze semanas. 
Todas as éguas grávidas devem ser vermifugadas um mês antes de parir para diminuir a 
quantia de parasitas para os quais o potro é exposto. Todos os cavalos novos devem ser 
vermifugados na chegada ao haras, evitando contaminações nos pastos. 
 
3 - Intestino grosso 
 
Desordens do intestino grosso podem ser divididas em quatro categorias: 
 
 
a) Obstrução. 
 
Causas: 
• Impactação alimentar. 
• Impactação por areia (Sablose). 
• Deslocamento de cólon (à esquerda ou à direita) 
• Enterolitiase (pedras) 
•. Tumores 
• Corpos Estranhos. 
 
b) Estrangulamento 
 
Causas: 
• Torção / vovulos intestinais e 
• Hérnia de diafragmática. 
 
 
 
 
34 
c) Alterações de Motilidade 
 
Causas: 
• Contrações excessivas dos intestinos ou acúmulo de gás. 
 
d) Inflamação 
 
Causas: 
• Infecção: A colite geralmente é acompanhada por bactérias : Salmonela ou Clostridium, 
Erlichia Risticii (febre do Potomac), e parasitas (grandes estrôngilos e pequenos estrôngilos 
encistados). 
•Toxinas: Toxemia em colites incluindo o uso excessivo de drogas antiinflamatórias, 
sobrecarga de grãos e metais pesados. 
 
- Tratamento 
 
A maioria das causas de colites, como também muitas impactações alimentares e/ou 
por areia podem ser tratadas clinicamente. 
O tratamento de colites é bem similar ao tratamento das enterites, havendo algumas 
variações dependendo do segmento atingido, alterando doses ou freqüências de 
analgésicos, fluidoterapia e laxativos. 
Quando a extensão do segmento atingido não permite o trânsito fecal ou há 
comprometimento circulatório, a resolução cirúrgica é preconizada. 
 
 
- Prevenção 
 
As impactações alimentares e as impactações por areia podem ser facilmente 
evitáveis com um manejo alimentar correto. 
O animal com um manejo alimentar a base de feno deve ter sempre uma boa fonte de água 
(20L a 40L) no cocho da baia, a dentição conferida anualmente, evitando desgaste 
incorretos ou mesmo corrigindo imperfeições para facilitar a mastigação e 
conseqüentemente a digestão. As impactações por areia (sablose) ocorrem em animais que 
mantém um pastoreio em terrenos arenosos ou mesmo que consomem feno ou capim 
picado sobre superfícies arenosas, evite esta prática e a sablose não ocorrerá. 
 
 
35 
Sempre proporcione ao cavalo uma dieta balanceada e acesso livre ao sal mineral para que 
o animal não adquira vícios redibitórios, como por exemplo, a coprofagia. 
 
 
4 - Cólon menor / Reto 
 
As cólicas relacionadas à porção terminal da área intestinal normalmente são causadas por 
obstrução, estrangulamento, ou dano a mucosa. 
As lesões obstrutivas variam impactações alimentares, retenções de mecônio (potros 
recém-nascidos), tricobezoares (bolas de pelo), enterólitos (pedras), pólipos, câncer, 
alterações nervosas e prolapso. O estrangulamento do cólon terminal envolve prolapsos 
severos (reto que protrai o ânus) e raramente lipomas (tumores de células adiposas em 
cavalos mais velhos). 
Os danos comuns no reto incluem: 
Uma ferida retal causada por palpação, cobertura mal executada pelo garanhão ou mesmo 
uma laceração retrovaginal causada por acidentes no momento do parto. 
 
- Tratamento 
 
Obstruções do cólon terminal podem ser solucionadas com laxantes, enemas, fluidos 
intravenosos, e analgésicos. 
Uma deficiência orgânica nervosa que conduz a impactações periódicas pode ser crônica e 
necessitar de uma evacuação manual diária do reto com enemas e uma dieta laxativa. As 
lesões requerem correção cirúrgica. 
 
- Prevenção 
 
Podemos seguir as mesmas ações já citadas. 
Em potros recém-nascidos a retenção de mecônio poderá demandar o uso de enemas. 
O risco de doenças de cunho nervoso afetando o terço distal do cólon menor é diretamente 
ligado ao aparecimento de Herpes vírus ou Rinopneumonite, ou mesmo Mieloencefalite 
protozoária (MEPE), sendo a prevenção executada através de vacinações (apenas para 
herpes vírus). 
A palpação deve ser executada apenas por veterinários e o parto deve ser assistido para 
evitar lacerações retrovaginais.36 
 
Conclusão 
 
A área gastrintestinal eqüina é propensa a uma grande variedade de desordens diferentes 
que podem resultar em cólica. Algumas causas de cólica podem ser evitadas com a 
administração de medidas práticas, tais como: 
 
· Promover um ambiente o mais natural possível natural (como um pasto). 
· Promover uma dieta balanceada. 
· Promover acesso irrestrito à água limpa. 
· Manter o cavalo em excelente forma física. 
· Realizar vermifugações regulares. 
· Realizar uma manutenção dentária anual. 
· Realizar transições alimentares graduais. 
· Não colocar fenos e rações diretamente no chão. 
· Use só a quantia prescrita de uma droga para controlar dor e inflamações. 
 
Infelizmente, há muitas outras causas de cólicas que não podem ser prevenidas, mas 
podem ser tratadas prosperamente. A chave de tratar uma cólica é descoberta precoce e a 
intervenção rápida do veterinário. NUNCA UTILIZE O “ACHOMETRO” o custo benefício de 
um atendimento veterinário pode ser resumido em vida X morte do seu animal, evite os 
“curandeiros ou práticos”, uma sondagem nasogástrica mal efetuada poderá levar seu 
animal a óbito. 
 
 
37 
Anatomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
4.4 esôfago 
4.5 estomago 
4.6 intestino delgado 
4.7 e 5 colo maior (Intestino grosso) 
4.8 colon menor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
7 - Hemorragias 
 
Hemorragia ou sangramento significa a mesma coisa, isto é, sangue que escapa de artérias, 
veias ou vasos capilares. A hemorragia pode ser definida como a perda do volume 
sangüíneo circulante. O sangramento pode ser interno ou externo e em ambos os casos é 
perigoso. 
 
 
Breve revisão do Sistema Circulatório: 
 
 
Coração: órgão muscular oco do tamanho de ½ bola de 
futebol. Localiza-se na cavidade torácica, por detrás do osso 
esterno e entre os pulmões. O coração é dividido em dois 
lados. A parte esquerda recebe sangue oxigenado proveniente 
dos pulmões e o bombeia para todo o corpo. A parte direita 
recebe o sangue proveniente do corpo e o bombeia para os 
pulmões para que volte a oxigenar-se. Cada uma das metades 
subdivide-se em uma cavidade superior (átrios direito e 
esquerdo) e uma cavidade inferior (ventrículos direito e 
esquerdo). O sangue passa dos átrios para os ventrículos através de válvulas que evitam o 
retorno do sangue (válvulas mitral e tricúspede). O coração funciona como uma verdadeira 
bomba que aspira e impulsiona o sangue constantemente. 
 
Artérias: Transportam o sangue oxigenado e nutrientes. São de diferentes diâmetros, 
algumas calibrosas (aorta), outras medianas (radial) e, também pequenas (artérias dos 
cascos). São os vasos que saem do coração. 
 
Veias: Recolhem o sangue sem oxigênio e resíduos dos vasos capilares e células do corpo. 
Não tem tanta pressão como as artérias. Conduzem o sangue venoso de retorno para o 
coração. 
 
Capilares: Cada artéria se divide em novas artérias mais e mais finas, formando finalmente 
 
 
40 
os vasos capilares. Através de suas finíssimas paredes o oxigênio, o dióxido de carbono e 
outras substâncias são trocadas entre as células do corpo e o sangue. 
 
Sangue: Líquido vermelho, viscoso, composto por plasma, células vermelhas (hemácias), 
células brancas (leucócitos), e plaquetas. O plasma (parte líquida) transporta as células e 
nutrientes para todos os tecidos. Também conduz os produtos de degradação para os 
órgãos excretores. As células vermelhas fornecem cor ao sangue e transportam oxigênio. 
As células brancas atuam na defesa do organismo contra as infecções. As plaquetas são 
essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para estancar as 
hemorragias. 
 
7.1 – Tipos de Hemorragias 
 
· Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo. 
· Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro. 
· Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue 
venoso/arterial. 
 
> HEMORRAGIAS EXTERNAS: 
 
São aquelas que podem ser vistas a partir de uma ferida aberta. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
· Agitação 
· Palidez de mucosas 
· Sudorese intensa 
· Pele fria e úmida 
· Pulso acelerado (acima de 60 bpm) 
· Hipotensão – extremidades frias 
· Sede 
· Fraqueza 
 
> HEMORRAGIAS INTERNAS: 
 
 
 
41 
Geralmente não são visíveis, porém podem ser bastante graves, pois podem provocar 
choque e levar o cavalo à morte. Exemplo: Fratura fechada de um fêmur, laceração de um 
órgão maciço como o fígado ou baço, etc. 
 
Sinais e Sintomas: 
 
· Idênticos a hemorragia externa. 
· O cavalo poderá tossir sangue, sangrar pelo nariz, ouvidos, boca, reto ou órgãos 
genitais. 
 
Ø AS 3 TÉCNICAS DE CONTROLE DE HEMORRAGIAS EXTERNAS: 
 
- TÉCNICA DE COMPRESSÃO DIRETA 
 
Controle a hemorragia fazendo uma compressão direta sobre a ferida que sangra com sua 
mão (protegida por luva descartável), ou ainda, com a ajuda de um pano limpo ou gaze 
esterilizada, para prevenir a infecção. 
 
- TÉCNICA DA ELEVAÇÃO 
 
Mantenha a região que sangra em uma posição mais elevada que o resto do corpo, pois 
este procedimento contribuirá para diminuir o fluxo de sangue circulante e, 
conseqüentemente, o sangramento. 
 
- TÉCNICA DA COMPRESSÃO SOBRE OS PONTOS ARTERIAIS 
 
Caso a hemorragia for muito intensa e você não conseguir fazer parar a saída do sangue, 
tente controlar o sangramento pressionando diretamente sobre as artérias principais que 
nutrem de sangue o local lesionado. 
 
 
Observação: Controle as possíveis hemorragias através das técnicas de compressão direta, 
elevação e pressão sobre os pontos arteriais. Segundo as mais recentes orientações, 
devemos ressaltar que o torniquete é uma técnica em abandono e os socorristas devem ser 
desencorajados ao seu uso. Infelizmente, essa técnica ainda está muito firmemente 
 
 
42 
arraigada a cultura brasileira. No entanto, tal utilização é tão excepcional e seus riscos 
tamanhos, que o ensino dessa manobra deve ser eliminado. A não utilização da técnica do 
torniquete pode ser explicada através de uma comparação simples, imaginemos que um 
jardineiro deseje regar umas flores e para isso utilize uma mangueira de jardim. No 
momento em que vai molhar as flores, a mangueira por qualquer motivo, se rompe e a água 
começa a escapar pelo furo e a faltar na ponta da mangueira, impedindo o jardineiro de 
continuar sua tarefa de molhar as flores. Caso o jardineiro pressione a mangueira antes do 
furo, a água pára de escapar, mas também não sai pelo bico da torneira na ponta da 
mangueira. Se o jardineiro pressiona depois do furo, o vazamento acaba aumentando. 
Então, o jardineiro resolve pressionar diretamente sobre o furo e resolve a situação, pois 
além de evitar o vazamento, a água volta a sair livremente na ponta da mangueira e ele 
pode regar as plantas sem problema. É isso aí, agora é só pensar que a mangueira é um 
vaso sanguíneo, a água é o sangue, o furo é um ferimento e as flores representam uma 
parte do corpo que necessita do sangue para viver (receber oxigênio, alimentos e eliminar 
resíduos). 
 
O emprego do torniquete, apesar de fazer cessar o sangramento, impede a circulação na 
parte mais distal da extremidade onde é aplicado e também possibilita o acúmulo de toxinas 
nessa região, por esse motivo, NÃO deve ser utilizado. Nos casos graves, sugerimos o 
emprego das três técnicas anteriores (compressão direta,