Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO • A água corporal total – 60% do peso corporal • Distribuição de líquidos nos organismo → LEC – 30% Intravascular – 5% Espaço intersticial – 15% → LIC – 40% • Forças de Starling → São responsáveis pelo movimento de fluidos entre os compartimentos → Este movimento é essencial para manter uma troca contínua de oxigênio e CO2 entre as células e o suprimento sanguíneo. → Pressão hidrostática – é a força que o sangue exerce sobre os vasos Permite que o fluido se mova para o compartimento intersticial Pressão hidrostática vascular e intersticial → Pressão oncótica – regulada pela quantidade de proteína no sangue Responsável por criar um gradiente de concentração entre o espaço intravascular e intersticial Pressão oncótica plasmática e intersticial → Osmolaridade • Perdas → Sensíveis São aquelas que conseguimos medir ▪ Urinária ▪ 3º espaço – fluido pleural, peritoneal, cerebrospinal, humor aquoso, trato digestivo, tubular renal e liquido sinovial → Insensíveis Gastrointestinais – vomito e diarreia Respiratória Cutânea – feridas com grande exsudação com perdas hídricas de proteínas • Desequilíbrio hídrico – pode ocorre devido a perda de água pura ou de água e eletrólitos DESIDRATAÇÃO • Quando há déficit de fluido intersticial • Causas → Falta de ingestão hídrica → Aumento de perdas Vomito, diarreia, hemorragia Taquipneia – perda excessiva por evaporação Perda de liquido para cavidade – ex.: ascite Clínica de Cães e Gatos • Quando a perda é muito aguda não há sinais de desidratação → Grandes hemorragias; diarreia e vomito agudo • Reconhecendo a desidratação → Anamnese, exame físico → Hematócrito e proteína total • Graus de desidratação → Leve – 4-5% Perda sutil de elasticidade cutânea → Moderada – 6-8% Enoftalmia moderada, tugor cutâneo 2-4 seg., TPC aumentado, mucosas secas → Grave – 10-12% Enoftalmia, tugor cutâneo 6-10 seg., TPC aumentado, mucosas secas, possíveis sinais de choque → Choque – 12-15% Sinais de choque, perda de consciência Morte iminente • Obs.: animais muito magros, ou idosos, as vezes aparentam estar desidratados quando não estão; e animais obesos podem não demonstrar desidratação com facilidade → Avaliar o tugor cutâneo sempre com a anamnese → Gatos também possuem tugor cutâneo diferente • Gatos normalmente perdem potássio através da urina • Sinais laboratoriais → : Hematócrito; Proteína total; Densidade urinária; Ureia e creatinina (azotemia pré-renal) HIPOVOLEMIA • Ocorre quando há perda aguda do volume circulante – Choque hipovolêmico • Desidratação ≠ Hipovolemia • Desidratação por vomito ou diarreia aguda também pode causar hipovolemia • Os sinais clínicos normalmente são: de TPC, membranas e mucosas pálidas, hipotensão → Cães podem apresentar taquicardia, enquanto que a maioria dos gatos tem frequência cardíaca normal ou bradicardia • Estágios do choque → Estágio compensatório Fase inicial momentânea – 20 min. - 1 h Estado hiperdinâmico Confunde com normalidade Animal hiperativo, taquicardíaco, taquipneia → adrenalina Normotensão e pressão arterial normal → Estágio de descompensação inicial Fase de detecção do choque Melhor fase para tratamento O sangue é distribuído preferencialmente para o coração e cérebro, e ocorre acidose lática com hipóxia tecidual Animal apresenta taquicardia, taquipneia, nível de consciência começa a ficar deprimido, mucosas pálidas, TPC, pulso fraco, hipotensão e hipotermia → Estagio de descompensação terminal Risco de morte Difícil de reverter Estagio de escape autoregulatório: indicando que o cérebro e o coração não podem mais manter a vasoconstrição mediada pelo simpático – vasodilatação em todos os órgãos Ocorre o colapso circulatório Animal apresenta bradicardia, mucosas pálidas a cianóticas, TPC ausente, pulso fraco, hipotensão severa, hipotermia Nível de consciência: estupor TIPOS DE FLUIDOS • Coloides → São soluções com alto peso molecular – macromoléculas → Naturais: sangue, plasma Plasma fresco congelado – congelado a -70º C por até um ano Plasma congelado – pode ser armazenado por mais de 1 ano e contém fatores e coagulação estáveis → Sintéticos: soluções sintetizadas com amilopectina ou albumina Vantagens: armazenamento, mais fácil de se conseguir Desvantagens: mais caro → Indicado para pacientes com hipovolemia associado a hipoproteinemia • Cristaloides → São soluções que contem água e eletrólitos → Glicofisiológico: glicose + NaCl Pacientes com alcalose metabólica – êmese → Ringer: água + potássio + NaCl São mais balanceadas → Glicosado 5%: só tem glicose Usado principalmente na fase de manutenção, quando precisa mais de água, e não de eletrólitos Baixa glicemia – Pode apenas add glicose na bolsa de fluido → Ringer lactato: todos os componentes do Ringer + lactato Mais indicado em casos de diarreia – acidose metabólica Alcalinizantes → Solução salina 0,9% Não contem potássio ou tampões Fluido de escolha para hipercalemia e hipercalcemia Pode exacerbar sobrecarga de volume, acidose metabólica, doença cardíaca e hipertensão → Solução salina hipertônica Está disponível em soluções de 7-7,5% e 23% (este deve ser diluído antes da adm) Não pode ser adm mais rapidamente do que 1 mL / Kg / min ▪ Para evita bradicardia mediada pelo vago e potencial parada cardiorrespiratória FASES DA FLUIDOTERAPIA • Reposição → Déficit → Duração: 4-6 h → Devem ser suplementados com potássio quando usados a longo prazo → Regime de ressuscitação Grandes volumes rápido Objetivo de combater hipovolemia → Regime de reidratação: infusão em 6 a 8 horas Objetivo de corrigir desidratação • Manutenção → Requerimento basal + perdas → Requerimento basal – Varia de 40-70 mL/ Kg / dia De acordo com o tamanho do animal → Infusão lenta: 24 h → É feito porque normalmente o animal não esta ingerindo água sozinho → Cálculos diários → Cálculos de perdas são estimativas – em média 50-60 mL/ Kg /dia Se tiver vomito e diarreia – dependendo da intensidade → Reposição de potássio – 20 mEq/ Kg /L de fluido calculado, ao dia • Cálculo de reposição diária 1. Desidratação sugerida em % × Peso em gramas = Volume em mL 2. Diarreia: 50 mL/kg/dia 3. Vômito: 50 mL/kg/dia 4. Perdas Contínuas (Urina, Fezes e Respiração): 40- 80 mL/kg/dia Total = 1 + 2 + 3 + 4 • Sistemas de infusão → Macrogotas – 20 gotas / mL → Microgotas – 60 gotas / mL TTO HIPOVOLEMIA • É mais grave que a desidratação, portanto deve ser tratada primeiro • Regime de ressuscitação → Uso de cristaloides, volumes grandes e rápido Ringer lactato Bolus IV de de 20 ml/kg/10 minutos, seguidos de 10 ml/kg/10 minutos. Até melhora de sinais vitais e/ou PAM sistólica > 80 mmHg Em cães a recomendação limite é de 90 mL/ Kg / h – é bom evitar usar tudo isso porque pode causar edema pulmonar ▪ Fazer prova de carga – da um volume x e avalia a resposta, se não funcionar aumenta o volume até atingir o volume máx. → Sem resposta em 30 minutos Alguns animais podem ser refratários a essa técnica Cuidado, pois pode ocorrer edema pulmonar Neste caso, ouso de fármacos simpatomiméticos (heparina, dopamina – vasoconstritores) podem ser uteis → Usando coloides Pode ocorrer casos de SIRS (Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica) É indicado a associação de coloides juntamente com os cristaloides ▪ Devido a presença de hipoproteinemia – volume ▪ Bolus 5 a 10 ml/kg, IV (5 minutos) + Cristaloides 10 ml/kg/10 minutos → Coloide x solução salina Coloide tem maior duração e não aumentam a carga de Na do organismo → Usando solução salina hipertônica 7,5% Volumes pequenos – 3 a 5 ml/kg, bolus IV Mais cristaloides isotônicos Não indicado na desidratação – agrava a desidratação intersticial e intracelular Torna o espaço vascular hipertônico – volume circulante Para ter uma boa resposta é necessário que o animal tenha boas reservas de liquido intersticial Indicação: Hemorragia por politraumatismo Contraindicações: ▪ Desidratação hipernatrêmica, choque cardiogênico ou insuficiência renal ▪ Hemorragia descontrolada • Regime de reidratação → Em casos de choque, ocorre após a ressuscitação → Cristaloides Para reposição do déficit em 6-8 h Déficit: Peso x % desidratação x 10 = ml p/ reposição Isotônicos: Ringer c/ ou s/ lactato ou solução fisiológica Evitar solução de glicose 5%!!! • Fluidoterapia de manutenção → Até completar as primeiras 24 h Contando com as 6-8 h de reposição → Não é necessário alta quantidades de NaCl, como o que há no Ringer lactato → Gatos: lembrar de add K também Hipocalemia Usar Ringer + Glicose 5% (1 : 2) – 50% menos Na Evitar hipernatremia 5 a 7 mL de Kcl 10% em cada bolsa de 500 mL Se o animal estiver em anúria o K não deve ser feito ENDOCARDIOSE • Doença degenerativa crônica da válvula atrioventricular • É a causa mais comum de insuficiência cardíaca no cão (>70%) • Maior frequência na raças de pequeno porte de meia idade a idosos • Válvula mitral – é a mais acometida • Acredita-se que exista uma forte base hereditária • Algumas raças de grande porte também são acometidas e a prevalência pode ser maior em Pastores-alemães. • Alterações patológicas → Pequenos nódulos placas coalescentes maiores – espessam e distorcem a válvula enfraquece a válvula e suas cordas tendíneas regurgitação → da pressão atrial – ativação da atividade simpática e do sistema renina-angiotensina- aldosterona (SRAA) → do volume sanguíneo - espessamento dos átrios e ventrículos → Congestão pulmonar – AE → Dificuldade do retorno venoso (ascite) – AD • Diagnóstico – RX, ECG, ecocardiografia CARDIOMIOPATIA DILATADA • Doença caracterizada por uma fraca contratilidade miocárdica, com ou sem arritmias • Doença idiopática • A prevalência aumenta com a idade – Lenta evolução • Comum em raças de grande porte – base genética → Doberman, Dogue Alemão, São Bernardo, Pastor Alemão, Boxer, Dálmata, Cocker Spaniel • A dilatação (remodelamento) progressiva das câmaras cardíacas se desenvolve à medida que há piora da função sistólica de bomba e do débito cardíaco e ativação de mecanismos compensatórios • O baixo débito cardíaco pode causar fraqueza, síncope, e, por último, choque cardiogênico • Frequente em animais de meia idade a idosos SINAIS DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA • Tosse – manifestação clinica mais comum → Aumento do coração – compressão das vias aereas → Edema pulmonar • Perda de peso – devido a diminuição da atividade fisica → Atrofia muscular – causada pela vasoconstrição periférica • Taquipneia em repouso – pode ser um dos primeiros sinais → Nesta fase já é possivel detectar a doença através do exames complementares → 50 movimentos • Dispneia – aumenta com a evolução do quadro • Arritmias – em condições de estresse e hipóxia qualquer célula cardiaca pode iniciar uma despolarização • Palidez – devido a diminuição da perfusão • Pulso jugular – quando há quadro congestivo D → Pulsações jugulares estendendo-se além de um terço do trajeto até o pescoço a partir da entrada torácica também são anormais → A onda de pulsação da carótida é transmitida através dos tecidos moles adjacentes, mimetizando o pulso jugular em animais magros ou excitados → Para ≠ a veia jugular é ocluída levemente abaixo da área onde o pulso está visível. Se o pulso desaparecer, trata-se de um pulso jugular verdadeiro, se o pulso se mantiver, ele está sendo transmitido pela artéria carótida. • Choque precordial – pode estar presente em ambos os lados ou aumentada somente de um dos lados • Fremito – quando há turbilhamento grave → Vibração que pode ser sentida junto com o choque pré cordial → US – ferramenta mais especifica para identificar a exata localização da cardiomegalia → RX – mostra se há alterações pulmonares TRATAMENTO • Classificação da gravidade • Paciente assintomático (estágio A e B) → Orientação do proprietário sobre a doença e os primeiros sinais clínicos (A e B). → Evitar sobrepeso/obesidade e tratar se presente (A e B). → Evitar dietas/petiscos ricos em sal (A e B). → Dieta com restrição moderada de sal (B). → Evitar a prática de exercícios intensos (B). → Retorno para reavaliação (6 a 12 meses). • ICC discreta a moderada (estágio C2). → Furosemida – 1-3 mg/kg TID/SID (menor dose efetiva) ± Espironolactona – 0,5-2 mg/kg BID/SID → Inibidor ECA: Enalapril – 0,5 mg/kg SID ou BID → Pimobendan – 0,1-0,3 mg/kg VO, BID → Dieta com restrição moderada de sal • ICC grave. (estágio C1) → Requer tto imediato → Suplementação com oxigênio e repouso O2: para pacientes com hipoxemia → Furosemida – 2 a 5 mg/kg, IV/IM, a cada 1-4 h até reduzir FR, então 1-4 mg/kg 6-12h ou 0,6-1 mg/kg/h → Vasodilatadores Nitroprussiato – 0,5-1µg/kg/min Hidralazina – 0,75 a 1 mg/kg, VO , a cada 3 horas Nitroglicerina gel 2% → Inotrópicos Dobutamina – 5-10 µg/kg/min, IV Pimobendan → Inibidor ECA – Enalapril • ICC grave refratária. (estágio D) → Elevar a dose da furosemida + Espironolactona → Enalapril BID → Pimobendan → Manejar arritmias quando presente → Avaliar a necessidade de vasodilatadores → Considerar supressores de tosse. • Monitoramento e reavaliação do paciente → Educar o proprietário quanto a progressão da doença e sinais clínicos. → Monitoramento contínuo da função renal e da concentração sérica de eletrólitos. → Ajustes de doses e medicamentos. → Manejo dietético • Sobre os medicamentos → Tto de edema e efusões – diuréticos → Tto da diminuição da carga cardíaca – inibidores da ECA → Tto para melhora do débito cardíaco – inotrópicos + (aumentam a força de contração) → Tto das arritimias – deve avaliar o quanto a arritimia pode ser tratada e o quanto de comprometimento hemodinâmico ela pode causar → Furosemida Diurético IV – provoca diurese rápida (5 min.) com pico em 30 min. e dura cerca de 2h. essa via tambem oferece um leve efieto dilatador → Nitroprussiato de sódio É um potente dilatador arteriolar e venoso, com ação direta sobre o musculo liso vascular Administrado por infusão IV, em razão de sua baixa duração de ação Pressão sanguínea deve ser monitorada com atenção durante o uso desse medicamento Efeito adverso – hipotensão profunda não deve ser administrado juntamente com outros medicamentos → Hidralazina Dilatador arteriolar puro, é uma alternativa ao nitroprussiato Útil para tratamento de edema pulmonar refratário provocado pela regurgitação mitral → Nitroglicerina Age principalmente no músculo liso venoso para aumentar a capacitância venosa e reduzir a pressão de preenchimento cardíaco A principal indicação é o edema pulmonar cardiogênico agudo É geralmente aplicada na virilha, área axilar ou pina auricular Sua eficácia na insuficiência cardíaca não é clara → Pimobendan Inodilatador – aumenta a contratilidade enquanto provoca vasodilatação sistêmica e pulmonar Útil para a terapia de cães com ICC aguda resultante de valvopatia mitral crônica, bem como para os com cardiomiopatia dilatada Seu inicio é razoavelmente rápido Mais utilizado e o mais caro também → Dobutamina Catecolaminas Aumenta a contratilidade por meio do aumento no Ca ++ intracelular mediado por AMPc. Ela pode provocar arritmias e aumentar a resistência pulmonar e vascular sistêmica O uso concomitante de um β-bloqueador também corta o efeito das catecolaminas Tem menos efeito na frequência cardíaca e na pós-carga, sendo preferida em vez da dopamina A velocidade de infusão inicial deve ser baixa Os gatos são mais propensos a efeitos adversos – estes incluem náuseas e convulsões em doses relativamente baixas → Espironolactona Diurético Para paciente com ICC crônica Ela é um antagonista competitivo da aldosterona e, no rim, ela promove a perda de Na + e a retenção de K Tem inicio de ação lento Contraindicada em pacientes hipercalêmicos → Inibidor da ECA Indicados em casos de ICC crônica Bloqueiam a formação de angiotensina II, permitindo a vasodilatação arteriolar e venosa. Além disso, a inibição secundária da liberação de aldosterona ajuda a reduzir o Na + e a retenção de água e, por conseguinte, edema/derrames, bem como os efeitos adversos da aldosterona diretamente no coração Enalapril ▪ Tem cerca de 20% a 40% de biodisponibilidade, que não é reduzida pela administração com alimentos ▪ Duração de ação – 12 a 14 h AFECÇÕES CEREBRAIS • Sinais clínicos → Estado mental alterado – desorientação, estupor, coma → Andar em círculos → Pressionar a cabeça contra obstáculos → Convulsão → Déficits dos Nervos cranianos III -XII → Sinais vestibulares centrais → Déficits proprioceptivos com andar normal CONVULSÕES • É a manifestação clínica da atividade elétrica anormal excessiva ou hipersincrônica no córtex cerebral • Pode ser desencadeada por uma anormalidade funcional ou estrutural cerebral (alterações circulatórias) • Fases da convulsão → Pródromo: momento antes da convulsão Pode ser pouco perceptível em alguns animais e distinto o suficiente para permitir que os proprietários prevejam com precisão o início das crises em outros. → Aura: é o período de tempo imediatamente antes da convulsão Quando os animais podem apresentar atividade sensorial ou motora estereotipada (andar de um lado para o outro, lamber, engolir), padrões autonômicos (salivação, vômitos, urina) ou comportamento anormal (esconder-se, buscar atenção, ganir ou ficar agitado) por segundos ou minutos antes do início da crise → Ictus: convulsão propriamente dita Quando o animal apresenta uma série de sinais, que podem incluir perda ou perturbação da consciência, tônus muscular alterado, bruxismo, salivação e micção e defecação involuntárias Esta fase geralmente dura apenas alguns segundos a minutos → Período pós-ictal: vem imediatamente após a convulsão e pode durar desde alguns segundos a várias horas Tempo durante o qual o animal pode apresentar um comportamento anormal, desorientação, ataxia, sonolência ou cegueira, bem como deficits neurológicos sensoriais e motores definidos • Epilepsia: é um termo usado para qualquer condição caracterizada por crises recorrentes crônicas • Tipos de convulsões → Generalizada: Tônico-clônica simétricas de início generalizado são a maioria das convulsões em cães e gatos O animal vivencia um período de aumento extremo do tônus muscular extensor (tônus), cai em decúbito lateral em opistótono com os membros em extensão e, em seguida, tem períodos de tônus alternando com períodos de relaxamento (clônus), resultando em contrações musculares rítmicas manifestadas como movimentos bruscos ou de remada dos membros e movimentos de mastigação → Parcial: Menos comum são as convulsões de início focal (parcial) Provenientes, em parte, de um hemisfério cerebral, resultando em sinais assimétricos Podem evoluir para convulsões motoras generalizadas Manifestações: cabeça virando para um lado, espasmos focais ou contrações tônico-clônicas dos músculos faciais ou dos membros As convulsões focais sensoriais podem causar formigamento, dor ou alucinações visuais, resultando em perseguição da própria cauda, mastigação dos membros, escavação compulsiva ou “morder moscas” → Parcial com generalização secundaria • Causas de convulsões → Idiopática ou Primária Epilepsia idiopática É diagnosticada em aproximadamente 25% a 30% dos cães com convulsões Não é comum em gatos Os animais são neurologicamente normais entre as crises Presume-se que as convulsões sejam de origem genética Aparece em animais entre 1-5 anos de idade A primeira convulsão geralmente ocorre entre 6 meses e 3 anos de idade, embora as convulsões não sejam observadas até os 5 anos de idade ou mais em alguns cães Diagnóstico de exclusão Exames laboratoriais – para exclusão das demais causas → Intracraniana Estrutural – anomalia, inflamação, neoplasia, trauma Doença intracraniana localizada no prosencéfalo geralmente causa convulsões Animais jovens – condições infecciosas e congênitas são as mais comum Animais com mais de 6 anos – neoplasia Ocorre em cerca de e 35% dos cães e a maioria dos gatos Um número muito pequeno de pacientes tem convulsões que são tidas como decorrentes de uma cicatriz ou dano cerebral residual após um trauma anterior (epilepsia adquirida) → Extracranianas Ingestão de toxinas ou distúrbios metabólicos ou endócrinos Distúrbios metabólicos e tóxicos causam alterações funcionais do equilíbrio entre os neurotransmissores inibitórios e excitatórios • Abordagem diagnóstica → Cães: → Gatos: Hemograma. Idem + PT e frações. Toxoplasma Urinálise. Retrovirus Bioquímica sérica. Criptococose Pressão arterial. PIF Ácidos biliares. LCR Raio X tórax / abdome. RM T.C. R.M. L.C.R • Objetivos do tratamento → Controlar e melhorar qualidade de vida. – NÃO HÁ CURA. → ↓ freqüência e gravidade das crises. → ↓ gravidade e complicações pos ictais. → Tratamento diário por toda a vida. → Reavaliações – Monitoração sérica dos anticonvulsivantes. • Tratamento → Tratamento sem interrupções Caso contrario pode ocorrer reincidivas dos sinais até mais graves → Terapia com anticonvulsivante Cães tratados precocemente no curso de seu distúrbio convulsivo podem ter um melhor controle das convulsões quando comparado aqueles cães que têm muitas convulsões antes do início do tratamento Recomendada a todos os cães e gatos que apresentem: ▪ Convulsões causadas por uma lesão intracraniana progressiva ▪ Um ou mais episódios de convulsões em cluster ouestado de mal epiléptico ▪ Convulsões que ocorrem com frequência maior que uma vez a cada 12 a 16 semanas ▪ Convulsões que estão se tornando mais frequentes Raramente é possível um controle completo das convulsões em cães e gatos com epilepsia idiopática, mas uma diminuição na frequência e gravidade das crises é uma meta realista que pode ser alcançada em 70% a 80% dos animais → Fenobarbital É um anticonvulsivante relativamente seguro, eifcaz e de abixo custo Farmaco de eleição para o tratamento inicial e continuo de convulsões Dose (Cão) – 2-5 mg/Kg VO BID (Gato) – 2,5 mg/Kg SID dose individual de acordo com a resposta clinica Monitorar concentração sérica após 15 dias ▪ A [FB sérico] deve estar no intervalo de 20 a 35 µg/mL em cães, e e 10 a 20 µg/mL em gatos ▪ Se a concentração for mt baixa a dose deve ser aumentada cerca de 25% - depois medir a [] após 2 semanas novamente ▪ Posteriormente, as [] devem ser reavaliadas a cada 6 meses → Brometo de potássio Adicionado a terapia com FB já estabelecida Diminui o número de convulsões em 50% ou mais em 70% a 80% dos cães Não deve ser adm em gatos – pode causar bronquite progressiva grave, que pode ser fatal Modos de adm: ▪ Solução – 200-250 mg/mL ▪ Cápsulas gelatinosas – Maior chance de causar irritação gástrica e vômitos o 20-40 mg/Kg/ dia SID ou dividido BID com alimento – diminui chance de irritação e melhora a absorção As concentrações séricas de KBr são geralmente mensuradas 1 mês após o início da terapia ▪ [] deve ser aproximadamente de 50% do nível no estado estacionário ▪ [] sérica de 2,5 a 3 mg/mL quando utilizado e monoterapia, e de 1-2 mg/mL quando usado em conjunto com FB • Estado epiléptico → Convulsões continuas sem recuperar consciência. → ↑ temp., FC, PIC, PA, consumo cerebral de oxig. → pH do sangue (acidose lática) → Conforme as convulsões continuam, é comum que haja deterioração metabólica, aumento da pressão intracraniana, acidose, hipertermia e arritmias cardíacas, o que leva a isquemia cerebral progressiva e morte neuronal Dano neurológico permanente (> 30 min) → Emergência Mas no slide esta como urgencia (errado)! → Ocorre em animais com epilepsia idiopática devido: Pouco controle crônico das crises de convulsão em cluster E retirada abrupta da medicação anticonvulsivante (doses perdidas) → Ou em pacientes não epilépticos: Devido a distúrbios metabólicos, tóxicos e intracranianos → Tratamento Obj.: estabilizar o animal, interromper a atividade convulsiva, proteger o cérebro de danos maiores e permitir a recuperação dos efeitos sistêmicos da atividade convulsiva prolongada Reanimação ABC se necessário. Oxigenioterapia e fluidoterapia Diazepam 0,5 a 1mg/kg/IV – para parar as convulsões 9ação quase q imediata) ▪ Repetir até 3 x, se for necessário, ou até atingir o teto da dose (20 mg) Propofol 1 a 2 mg/kg/IV. Após 0,1 a 0,6 mg/kg/min em infusão contínua. – para interromper a atv convulsiva Iniciar fenobarbital Via Oral ou retal. – para prevenir a recorrencia de crises Manitol ou uma solução salina hipertônica também é recomendado para diminuir o edema cerebral decorrente da atividade convulsiva prolongada HIDROCEFALIA • É uma condição na qual o sistema ventricular cerebral encontra-se dilatado em consequência da obstrução do fluxo de LCR em seu ponto de absorção para a circulação sistêmica através das vilosidades aracnoides • Pode ocorrer em consequência de inflamação, neoplasia, hemorragia prévia, mas a maioria dos casos são congênitos • Não é muito comum • Os ainmais podem apresentar lentidão no aprendizado • Alguns animais podem apresentar estrabismo ventrolateral • Tratamento Figura 1 Suturas cranianas abertas - fontanelas → Casos mais moderados respondem ao tratamento → Tratamento a longo prazo é voltado alimitação de LCR e a redução da pressão intracraniana → Diuréticos Acetazolamida – 10 mg/kg VO TID – isoladamente ou associado com furosemida oral ( 1mg/kg/dia) → Prednisona → Omeprazol Também diminui a produção de LCR → Cirurgia Drenagem cirúrgica e a colocação de uma derivação ventriculoperitoneal permanente TRAUMA CRANIENCEFÁLICO – TCE • Fisiopatologia → Contusão direta pelo trauma → Lesões secundárias (Concussão) Edema, isquemia, necrose → Aumento da PIC • RX raramente contribui para o diagnóstico • Tratamento → Oxigenioterapia Primeira coisa a ser feita, mesmo que o paciente não aparente necessitar → Fluidoterapia → Manitol Bolus venoso – 6-6h → Diuréticos – furosemida → Cabeça mais elevada em relação ao tronco MENINGOENCEFALITES • Processo inflamatório agudo e progressivo do encéflao e meninges, • É mais frequente que encefalite e meningite isolados • Dor cervical e rigidez → Sinal comumente associado a doenças compressivas ou inflamatórias da medula espinal cervical → Os animais geralmente apresentam um posicionamento horizontal do pescoço limitado e são relutantes em movimentar o pescoço para olhar para o lado; em vez disso, viram o corpo inteiro • A dor cervical também foi reconhecida como um sintoma clínico de aumento da pressão intracraniana • Principais causas → Vírus (cinomose, PIF) → Bacteriana (incomum) → Protozoários (Toxoplasmose, Neosporose) → Fungos (Criptococose) → Riquétsias (Ehrlichia) → Meningoencefalite granulomatosa(MEG) → Responsiva a esteróides • Tratamento → Vírus (cinomose, PIF) – nada específico → Bactérias – Atb conforme antibiograma → Protozoários (Toxoplasmose, Neosporose) Clindamicina ou sulfas → Fungos (Criptococose) – antifúngicos → Riquétsias (Ehrlichia) – doxiciclina → Responsiva a esteróides – prednisolona MENINGOENCEFALITE GRANULOMATOSA - MEG • É uma doença inflamatória idiopática do SNC que ocorre primariamente em cães adultos jovens (2-6 anos) de raças pequenas → Poodles, raças do tipo toy e Terriers – mais comum → Raças grandes são acometidos ocasionalmente • Gatos não são acometidos • Autoimune • Acomete cérebro, cerebelo, medula • Sinais agudos de progressão rápida – dias a semanas → Comum sinais vestibulares • Prognóstico reservado • Tipos: → Focal: Induz sinais clínicos sugestivos de uma única massa crescente que ocupa espaço com sinais neurológicos lentamente progressivos, semelhante a um tumor, e uma única lesão granulomatosa observada em exames de imagem Quadros mais brandos → Multifocal ou disseminada: Causa sinais rapidamente progressivos de doença multifocal ou localmente extensiva, afetando o cérebro, o tronco encefálico, o cerebelo e a medula cervical. Mais grave → Ocular: É a menos comum e resulta em neurite óptica com um início agudo de cegueira e pupilas não responsivas dilatadas • Diagnóstico → Clínico/terapêutico → Histopatológico (necropsia) • Tratamento → Imunossupressão → Glicocorticoides Mais eficaz em animais com sinais lentamente progressivos associados a doença multifocal Azatioprina – 2mg/kg VO SID, por 30 dias, depois a cada 48 h Ciclosporina – 6 mg/kg VO BID MENINGOENCEFALITE ARTERITE RESPONSIVA A ESTERÓIDES – MARE • A MARE é a forma de meningite mais frequentemente diagnosticada • Suspeita-se de uma causa imunológica, resultando em uma vasculite/arterite que afeta os vasos meníngeos ao longo de todo o comprimento damedula espinal e do tronco encefálico • Acomete cães jovens ou jovens adultos (6-18 meses) • Cães de meia idade e mais velhos são ocasionalmente envolvidos • Acomete principalmente cães de grande porte → Raças: Boxer, beagle, Bernese • Os cães acometidos são alertas e sistematicamente normais • Sinais clínicos → Dor intensa cervical/generalizada → Febre → Exame neurológico é normal • Quadro agudo progressivo • Diagnóstico → Clínico → Ex. do Liquor • Tratamento → Glicocorticoides – prednisona Início: Dose imunossupressora Em seguida: reduzidos à terapia de dias alternados e doses decrescentes por um período de 4 a 6 meses MENINGOENCEFALITE NECROSANTE • É uma condição inflamatória idiopática específica para algumas raças → Pugs, Malteses Terriers e York • Causa sinais cerebrais graves → A maioria morre em 2-3 semanas • Acomete cães jovens e adultos – 9 meses a 7 anos • A maioria dos cães com MEN apresenta um início agudo de convulsões e sinais neurológicos atribuíveis ao cérebro e às meninges • Diagnóstico → Clínico → Imagem (RM e TC) Apresentando cavitações focais preenchidas com fluido de alta concentração proteica dentro do parênquima cerebral → Necropsia Diagnóstico defenetivo • Tratamento → Nenhum tratamento específico mostrou-se eficiente em alterar consistentemente a evolução dessa doença → Fenobarbital – pode reduzir a gravidade e frequência das convulsões por um curto período de tempo → Pobre prognóstico ENCEFALOPATIAS METABÓLICAS • Podem ocorrer devido: → Hipoglicemia → Desequilíbrios eletrolíticos → Desequilíbrio ácido-básico → Uremia → De origem hepática • Encefalopatia hepática • Os sinais de disfunção neurológica e mental desenvolvem-se em cães e gatos com doenças hepatobiliares graves devido à exposição do córtex cerebral às toxinas intestinais absorvidas que não foram removidas pelo fígado • Principais substâncias envolvidas: → Amônia* → Mercaptanos → Ácidos graxos de cadeia curta → Escatóis → Indóis e aminoácidos aromáticos • Etiologia → Há grande redução da massa hepática funcional → Ou o fluxo sanguíneo portal foi desviado pelo desenvolvimento de anastomoses venosas portossistêmicas, impedindo, assim, a desintoxicação das toxinas gastrintestinais (GI) – Shunt Pode ser congênito ou adquirido → Ou, uma combinação desses dois processos. • Tratamento → Na crise grave Enemas de limpeza Enemas de retenção ▪ Lactulose e água (3:7) 20 ml/Kg, 20 min. Antibioticos na solução de enema Fluidoterapia – corrigir hipocalemia → Paciente estável – em casa Lactulose – VO, 0,5 ml/Kg, BID ou TID. Antibióticos – VO metronidazol 10 mg/kg Dietas hipoproteicas (hepática ou renal)
Compartilhar