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Capítulo 1 Criatividade no contexto das AH/SD Este capítulo tem como objetivo apresentar conceitos no campo das AH/SD que permeiam as complexas dimensões presentes no fenômeno da Criatividade. Para tanto, apresentará as características presentes nesse constructo e estratégias de identificação. Tem como desafio ainda, fazer com que o leitor compreenda a importância de se investir no desenvolvimento do potencial criativo de nossas crianças e jovens, recurso esse, pouco valorizado e muitas vezes reprimido em nossas escolas. Conhecer as características que compõe o construto da Criatividade é imprescindível quando se estuda o fenômeno da superdotação. A legislação brasileira preconizada pela Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva evidencia essa ênfase quando define como característica das AH/Sd a elevada criatividade: Os que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresenta elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. (BRASIL, 2008,p.15) De acordo com Alencar e Fleith 2009, muitos são as propostas de conceituação para a Criatividade, não havendo consenso entre os autores quanto às características que a constituem. Há perspectivas que enfatizam que a Criatividade se manifesta através de idéias divergentes, outros que ela se manifesta pela elaboração de um produto original, e também os que a consideram com um fenômeno presente apenas nas áreas artísticas. Uma das definições mais aceitas é a de que a Criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo (Stein, 1974). É sabido que todo se humano apresenta um certo grau de habilidades criativas, que podem ser desenvolvidas e aprimoradas pela prática e pelo treino. Para tanto, seriam necessários condições ambientais favoráveis e o domínio de técnicas adequadas. Na maioria das pessoas, porém, o desenvolvimento e a expressão dessas habilidades têm sido bloqueados e inibidos por um ambiente que estimula o medo do ridículo e da crítica, no qual a fantasia é vista como perda de tempo e no qual predomina uma atitude negativa com relação ao arriscar e ao criar. Alencar e Fleith, pg. 09, 2009. Para Alencar e Fleith (2009), a Criatividade não é um constructo absoluto, e muitos são os fatores que a influenciam, sendo alguns de ordem individual (traços de personalidade) e outros dizem respeito a fatores externos, como o ambiente e período histórico-cultural em que eles se manifestam. Criatividade é um fenômeno multifacetado, interativo, sistêmico e evolutivo, que engloba atributos pessoais, condições ambientais, fatores antecedentes, conhecimento. Compreendendo que a Criatividade é um fenômeno multifacetado Alencar (2009) apresenta algumas características do pensamento criativo: FLUÊNCIA: abundância de ideias diferentes sobre o mesmo assunto; FLEXIBILIDADE: capacidade de aceitar novos pontos de vistas e alterar ou ampliar o pensamento; ORIGINALDADE: respostas incomuns, novas e pouco usuais; ELABORAÇÃO: riqueza de detalhes em um conceito ou idéia; AVALIAÇÃO: processo de decisão, julgamento e seleção de uma ou mais ideias dentre outras. Segundo Csikszentmihalyi (1996:23), a criatividade resulta da interação entre a capacidade cognitiva e fatores ambientais. Dessa forma a Criatividade deve ser compreendida como um processo sistêmico, influenciada por fatores intrapessoais bem como, o contexto sociocultural. A engenhosa obra de Csikszentmihalyi, criatividade é o resultado da interação de três elementos distintos: (1) um indivíduo criador (potencial), com seus talentos, suas ambições e fraquezas; (2) um âmbito de realização existente numa cultura; e (3) o campo, um conjunto de indivíduos ou instituições que julgam a qualidade das obras produzidas na cultura. (GARDNER, 2001,p.146) Para Feldhusen (1995), na produção criativa estão presentes três amplos elementos do funcionamento humano: (a) um conjunto de estratégias cognitivas para processar novas informações; (b) uma ampla bagagem de conhecimento e habilidades em um domínio específico; e (c) um conjunto de atitudes, características e motivações que predispõe o indivíduo a procurar novas alternativas, novas configurações e soluções apropriadas. O conhecimento científico compreende a Criatividade e a Inteligência como constructos que se relacionam, e que embasam o conceito da Superdotação. A Criatividade tem sido elevada a um patamar de valorização semelhante a que foi dada a Inteligência nos primórdios dos estudos da área da Supedotação. A criatividade é hoje compreendida como um dos mais importantes recursos da mente humana, com um papel decisivo na evolução cultural e tecnológica de qualquer época (Huang, 2009; DeLisle, 2009; Reis & Renzulli, 2009). Joseph Renzuli (1986), renomado psicólogo e pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa sobre Superdotação e Talento da Universidade de Connecticut nos EUA ao formular o Modelo dos Três Anéis, atribui aos alunos identificados com AH/SD um conjunto de três características: Habilidade Acima da Média, Alta Criatividade e Grande Envolvimento com a Tarefa, evidenciando a Criatividade como um dos traços presentes no fenômeno da superdotação. O comportamento superdotado consiste em comportamentos que refletem uma interação entre três grupamentos básicos de traços humanos - capacidade acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. Os indivíduos capazes de desenvolver comportamento superdotado são aqueles que possuem ou são capazes de desenvolver esse conjunto de traços e aplicá-los a qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano. As pessoas que manifestam ou são capazes de desenvolver uma interação entre os três grupamentos de traços exigem uma ampla variedade de oportunidades e serviços educacionais que normalmente não são oferecidos nos programas regulares de ensino. (RENZULLI e REIS, 1997, p. 8). Essas características (Anéis de Renzulli) se entrelaçam e precisa haver uma interseção entre eles para que se afirme que o comportamento de AH/SD esta presente. Modelo Triádico de Superdotação de Renzulli Em suas pesquisas Renzulli (1992) buscou agrupar características presentes no perfil da pessoa com AH/Sd, e para tanto, analisou a biografia de expoentes nas ciências, artes e esportes, o que o fez definir a Superdodação em 2 tipos: Superdotação Acadêmica e Superdotação Criativo-Produtiva. A seguir, vejamos, resumidamente, os aspectos que podem auxiliar na identificação de cada uma das categorias. 1. Superdotação Acadêmica – Mais facilmente identificada pelos testes de QI. O aluno, além de boas notas, apresenta QI elevado. A ênfase nessa habilidade são os processos de aprendizagem dedutiva, treinamento estruturado nos processos de pensamento e aquisição, estoque e recuperação da informação: 2. Superdotação Criativo-produtiva – Desenvolvimento de materiais e produtos originais. A ênfase é dada no uso e aplicação da informação/conteúdo e processos de pensamento de forma integrada, indutiva e orientada para os problemas reais. O aluno costuma ser visto como um “aprendiz em primeira mão”, no sentido de que ele trabalha nos problemas que têm relevância para ele e são considerados desafiadores. O educando que apresenta superdotação desse tipo pode apresentar as seguintes características. É importante ressaltar que Renzulli se preocupava com a necessidade de se investir na identificação e valorização dos alunos com Superdotação Criativo - Produtiva. Dentre as duas categorias identificadas porRenzulli, o autor demonstrou maior interesse pelo 2º Tipo, a Superdotação Criativo - Produtiva, pois além de ser a que esta mais sujeita a invisibilidade, pelos mitos que norteiam a Criatividade e as dificuldades de se estabelecer um processo de avaliação, há também a necessidade urgente de se identificar e valorizar os alunos com potencial criador, pois esses jovens são catalisadores do conhecimento, impulsionando a humanidade para o novo. Segundo Virgolim (2007) a Superdotação produtivo - criativa envolve aspectos tanto cognitivos quanto de personalidade, e assim sendo é impossível de ser totalmente apreendidas apenas pela noção de QI. Portanto, a superdotação resulta diretamente do grau em que uma determinada habilidade é apreendida, interiorizada e expressa; do nível de motivação que o indivíduo revela ao desempenhar tarefas específicas; e do alcance que a originalidade de suas idéias pode trazer ao campo. [...] os programas para superdotados que confiam nos procedimentos tradicionais de identificação podem estar atendendo alunos certos, mas, sem dúvida, estão excluindo um grande número de alunos bem acima da média que, se receberem oportunidades, recursos e incentivo, também são capazes de produzir bons produtos. (RENZULLI,2004. p.90) Preocupada com a necessidade de se identificar e atender alunos com indicadores de AH/S Produtivos – Criativas Renzulli (2005) reflete que: ―(...) a história nos mostra que as pessoas criativas e produtivas do mundo foram os produtores, e não os consumidores do conhecimento, os reconstrutores de pensamento em todas as áreas do esforço humano e que foram reconhecidos como indivíduos ―realmente superdotados (...) A história não se lembra das pessoas que meramente obtiveram boas pontuações em testes de QI, ou aqueles que aprenderam bem as lições, mas não aplicaram seus conhecimentos de formas inovadoras e práticas.‖ (p. 256, tradução livre) Apesar de nós educadores considerarmos que a criatividade deve ser valorizada e estimulada, muitos são as idéias equivocadas que dificultam o seu desenvolvimento. O sistema escolar brasileiro utiliza um método de ensino rígido, que privilegia a transmissão e reprodução do conhecimento científico, e pouco se ocupa de estimular o potencial criativo de nossas crianças e jovens. Compreender as características singulares presentes na Criatividade é imprescindível para que possamos identificá-la, estimulá-la e desenvolvê- la em nossos alunos. Mitos sobre a Criatividade Fleith (2007): � Criatividade é um dom presente em alguns poucos indivíduos. � A criatividade consiste em um lampejo de inspiração. � Criatividade depende de características do próprio indivíduo. � A criatividade manifesta-se exclusivamente em atividades artísticas. � Existe uma relação entre criatividade e loucura. � Criatividade pode ser comparada a uma estrutura cristalizada. � Criatividade inclui predominantemente aspectos intelectuais. � Criatividade desenvolve-se muito mais na infância do que em qualquer outra fase do desenvolvimento humano. Os alunos com indicadores de AH/SD necessitam de serviços educacionais especializados que acolham suas especificidades, respeitem suas assincronias e promovam o desenvolvimento acadêmico, artístico, psicomotor e social. É imprescindível que nosso país invista em estudos pesquisas e serviços na área, e abra suas portas às modernas evidências de pesquisa sobre o indivíduo com de altas habilidades, e que considere seu potencial como promotor do desenvolvimento tecnológico, cultural e educacional da nossa nação. Não podemos desperdiçar nossas inteligências; há por toda parte um rico manancial de jovens esperando por melhores oportunidades e desafios às suas capacidades. Virgolim (2007) Muitos educadores questionam se a criatividade pode ser ensinada. Para essa pergunta á resposta é Sim, a criatividade pode ser estimulada, ensinada e aprendida através de um ambiente propício e estratégias enriquecedoras. Segundo a Dra. Ângela Virgolim ( 2014 ) pesquisas na área apontam que podemos ensinar as pessoas a usarem a criatividade, assim como a inteligência de forma mais efetiva. Todos os seres humanos nascem com um determinado grau de criatividade e inteligência, cabendo aos educadores ensinar estratégias criativas que estimulem o uso da imaginação, da flexibilidade, da originalidade e da autonomia, encorajando-os a desenvolver o seu potencial criativo. A prof. Dra. Eunice Alencar no seu livro “Como desenvolver o potencial criador: um guia para a liberação da criatividade em sala de aula” nos presenteia com reflexões que ampliam nosso horizonte acerca do tema. Segundo a autora a compreensão que grande parte dos educadores tem acerca do tema criatividade esta contaminada por idéias equivocadas, preconceitos, que dificultam a valorização do potencial criador de nossos alunos. Se estudarmos as pesquisas recentes da área, claramente descartaremos esses mitos. Desde o final do século passado, o fenômeno da criatividade passou a ser examinado sob uma perspectiva sistêmica, sendo considerado um processo dinâmico e contínuo, resultante de fatores intraindividuais e ambientais. Para desenvolver o potencial criador de nossas crianças e jovens é preciso para além da técnica, um ambiente estimulante e acolhedor, onde as críticas sejam positivas, tendo como função orientar e encorajar o desenvolvimento das idéias e projetos inovadores. Porém, infelizmente, o que na pratica se observa em muitas situações é que nossos alunos sofrem com um currículo extenso e rígido, que não privilegia a autonomia do pensar, o pensamento divergente e as idéias originais são reprimidos, não havendo tempo nem espaço para o novo. Fatores que Contribuem para o Processo Criativo De acordo com Alencar (2009), para que uma sala de aula tenha uma atmosfera criativa é necessário que ela oportunize aos alunos as seguintes condições: 1. Dar chances ao aluno para levantar questões, elaborar e testar hipóteses, discordar, propor interpretações alternativas, avaliar criticamente fatos, conceitos, princípios, idéias. Além disso, o professor deve ter uma atitude de respeito pelas questões levantadas, independentemente de serem elas banais e irrelevantes ou “inteligentes” e bem formuladas. 2. Dar tempo para o aluno pensar e desenvolver as suas idéias criativas, pois nem toda idéia mais criativa ocorre imediata e espontaneamente. 3. Criar um ambiente de respeito e aceitação mútuas, onde os alunos possam compartilhar, desenvolver e aprender tanto uns com os outros e com o professor com também independentemente. 4. Estimular no aluno a habilidade de explorar conseqüências para acontecimentos imaginários e para outros que já ocorreram no passado ou que poderão ocorrer no futuro. Alguns exemplos de problemas que poderão ser propostos são: � O que aconteceria se a terra tivesse vários satélites naturais? � Como seria o Brasil se o mesmo tivesse sido colonizado pelos espanhóis? � Quais serão as conseqüências do desmatamento indiscriminado das florestas brasileiras? � Como seria o mundo hoje, caso os nazistas tivessem vencido a 2ª Guerra Mundial? 5. Encorajar os alunos a refletir sobre o que eles gostariam de conhecer melhor, ou temas sobre os quais gostariam de realizar estudos e pesquisas. 6. Desenvolver nos alunos a habilidade de pensar em termos de possibilidade, de fazer julgamentos, de sugerir modificações e aperfeiçoamentos para suas próprias idéias e proposições. 7. Diante de um problema, deve permitir que os alunos sigam as diversas etapas do processo criativo, explorando e analisando os diferentes aspectos de um problema em um primeiro momento, seguido por leituras, discussões, formulações de diferentes soluções propostas. Isto permitirá a emergênciade uma possível solução mais adequada, a qual será, então, novamente testada e avaliada. 8. Neste clima, o sentimento de ameaça e temor, tão freqüente em nossas escolas, deva dar lugar a um desejo de arriscar, de experimentar e de manipular; o medo do fracasso e da crítica, tão comuns entre nossos alunos, não deve existir. Ele implica em uma sensação de liberdade para inovar e explorar, sem medo de avaliação. 9. Deve-se valorizar o trabalho do aluno, as suas contribuições e suas idéias. De modo geral, em nosso meio, a tendência maior é no sentido de tecer comentários negativos, comunicando ao aluno apenas a extensão de seus erros, salientando os seus fracassos e a sua incompetência. Muito raramente, ouve-se um professor dizer para um aluno: “Como você é capaz!” “Como sua idéia é original!” “Como você é habilidoso!” “Como você escreve bem!” Por outro lado, sabemos que todo o ser humano, seja criança, adolescente ou adulto, tem uma necessidade básica de ser aceito, de ser estimado, de ser valorizado, de ver as suas contribuições, os seus esforços, o seu ponto de vista, reconhecidos e valorizados; de perceber-se como tendo alguma habilidade especial. 10. Encorajar o aluno a escrever poemas, histórias, trabalhos artísticos, criando um espaço para divulgação desta produção. 11. Proteger o trabalho criativo do aluno da crítica destrutiva e das gozações dos colegas. 12. Usar dos recursos mais adequados à manifestação da criatividade, condizentes com o que se está ensinando no momento. Se a matéria for “Comunicação e Expressão”, não se estimula à criatividade simplesmente solicitando aos alunos para escrever sobre determinados temas e desenvolvendo posteriormente as redações com comentários positivos ou negativos. Para facilitar redações criativas, o professor deve fazer uso dos mais variados recursos, possibilitando as crianças trabalhar com idéias antes de colocá-las no papel. Alguns desses recursos seriam: � Dar oportunidade aos alunos para desenvolver sua imaginação e para elaborar idéias imaginativas com relação a um determinado tema proposto pelo professor ou pelo aluno. � Estimular a aplicação de princípios para gerar novas idéias, como pensar em outros usos; adaptar; modificar; substituir; rearranjar; combinar etc. � Encorajar a criação de idéias que sejam de toda a classe, antes de partir para um trabalho individual, onde as idéias do grupo possam ser aproveitadas. � Não considerar disciplina com alunos sentados, quietos e de boca fechada. Aceitar a espontaneidade, a iniciativa, o senso de humor e a capacidade criadora como traços universais do homem, que não devem ser prescritos da sala de aula, mas devem ser cultivados. � Não se deixar vencer pelas limitações do contexto em que se encontra, mas fazer uso dos próprios recursos criativos para contornar as barreiras e dificuldades encontradas. Já as condições consideradas desfavoráveis a Criatividade na escola são aquelas que inibem ou reprimem a espontaneidade e não valorizam pensamentos originais e divergentes. Para Alencar 2001, as principais condições desfavoráveis são: 1. Ênfase do ensino na memorização e reprodução do conhecimento; 2. Baixas expectativas do professor quanto ao potencial criador do aluno; 3. Tempo de permanência na escola reduzido; 4. Conteúdo e extensão do programa curricular (sem desafios e com muita repetição); 5. Desconhecimento do professor de técnicas para desenvolver o potencial criador dos alunos. Para auxiliar nesse processo selecionamos atividades que poderão servir de inspiração para esse novo paradigma do qual agora vocês, educadores, também fazem parte. I – Exercício (proposto por ALENCAR, 2009) Sugestões de atividades para serem utilizadas pelo professor nas salas de aula do ensino regular e também nas salas de Atendimento Educacional Especializado AEE AH/SD. Para cada questão deve-se dar 10 minutos para que o aluno desenvolva sua resposta, lembrando que se deve exercitar o não julgamento, valorizando todas as idéias, não havendo boas ou más, certas ou erradas. A proposta é justamente liberar o potencial criador. Exercícios para o desenvolvimento das habilidades do pensamento criativo: � Imagine que você tenha uma varinha de condão com a qual pode mudar o tamanho de todas as coisas. O que você tornaria menor? E maior? � Imagine que, de repente, você se tornasse invisível. O que faria? � Imagine tudo o que ocorreria caso fosse possível ler os pensamentos de qualquer pessoa. � Imagine que voe pudesse voar. O que faria? � Imagine o maior número de usos para um velho prédio abandonado. � O que aconteceria se não houvesse mais escolas? � O que aconteceria se, de repente, todos os telefones desaparecessem? � O que aconteceria se todas as pessoas se tornassem surdas? � O que aconteceria se todos nós tivéssemos quatro braços ao invés de dois? � O que aconteceria se todos os livros desaparecessem da face da terra? � O que aconteceria se plantas falassem? � Como você se sentiria se fosse o arco-íris? � Como você se sentiria se fosse a primeira flor a desabrochar na primavera? � Como você se sentiria se fosse transformado em um gigante? II – Exercício (versão modificada do proposto por CANFIELD & WELLS, 1976) SE EU FOSSE O DEUS DO UNIVERSO Se Eu fosse o Deus do Universo, Eu Aceitaria ____________________________________________________________ Desistiria de _________________________________________________________ Entenderia__________________________________________________________ Continuaria_________________________________________________________ Esqueceria__________________________________________________________ Mudaria ____________________________________________________________ Lembraria___________________________________________________________ Criaria_____________________________________________________________ III – Exercício ( proposto por ALENCAR, 2009) Dar o maior número de títulos diferentes para a seguinte história: Havia um cientista (possivelmente um psicólogo) interessado em realizar um estudo sobre a vida do maior General existente na face da terra. Após muito tempo de procura, este pesquisador foi informado que essa pessoa havia morrido. Foi ele, então, até o céu, onde pediu a São Pedro para mandar vir até ele a pessoa sobre a qual necessitava de informações para sua pesquisa. Quando a suposta pessoa chegou, o pesquisador imediatamente retrucou: - Não é esta pessoa com quem desejo falar. Esta, São Pedro, eu a conheci por anos. Foi um simples sapateiro na cidade onde vivi. São Pedro, porém, respondeu: - Teria sido, porém, o maior de todos os generais, se tivesse tido as oportunidades e as condições ambientais adequadas para o seu desenvolvimento. . IV – Exercício INVERTENDO AS COISAS � O McDonald’s decidiu parar de vender sanduíches e passou a vender apenas saladas de chuchu, repolho roxo, cebola e quiabo, servidas com leite quente. Cite três coisas boas sobre essa notícia. � É o verão mais quente do planeta e você ganhou umas férias naquela praia quevocê tanto sonhou. Dê três bons motivos para você detestar essa notícia. V – Exercício Semelhanças e Diferenças: Liste o maior número possível de semelhanças e diferenças que pode haver entre: � O Jornal Nacional e a novela das oito. � O repórter e o médico. � O lobo mau e o patinho feio. VI – Exercício Há muitos anos atrás, uma grande fábrica americana de sapatos enviou dois representantes de vendas à Austrália a fim de verificar a possibilidade de fechar negócios com tribos aborígines. Algum tempo mais tarde, a companhia recebeu dois telegramas. O primeiro dizia: “Impossibilidade de fechar negócios... Os nativos não usam sapatos”. O segundo dizia: “Grande oportunidade de negócios por aqui... Os nativos não usam sapatos”. VII – Exercício 007 NÃO É O ÚNICO INVESTIGADOR DO MUNDO James Bond, Mrs. Marple, Dick Tracy e Sherlock Holmes possuem uma coisa em comum: todos eles são detetives famosos que amam o desafio de investigar e solucionar um bom mistério. Trabalhar em um produto criativo também requer investigação. Mas existe uma enorme diferença entre criar um produto e criar um produto criativo. Considere a lista de profissões abaixo. Pense o que uma pessoa criativa e solucionadora de problemas faria se ela estivesse trabalhando em uma dessas áreas. Descreva um problema que possa ser investigado e um produto que possa ser desenvolvido. O primeiro já está feito para você. COMPORTAMENTO OU ATIVIDADE TÍPICA PROBLEMA PRODUTO CRIATIVO 1. Bombeiro Investigar incêndios premeditados (criminosos) Incêndios criminosos são difíceis de serem identificados Livro sobre investigação de incêndios criminosos 2. Médico- -pesquisador 3. Administrador 4. Arquiteto 5. Artista 6. Repórter 7. Presidente de uma empresa 8. Meteorologista 9. Ator 10. Cientista Burns, D.E. (2014). Altas Habilidades/Superdotação: Manual para guiar o aluno desde a definição de um problema até o produto final (Trad. Brasileira: Angela Virgolim). Curitiba: Juruá Editora. VIII – Exercício O QUE REALMENTE ESTÁ INCOMODANDO VOCÊ? COMO ACHAR UM VERDADEIRO PROBLEMA DO MUNDO REAL! Nome ________________________________ Data___________ Série __________ Professor (a) ___________________________________ Escola ________________ O mundo está cheio de problemas incontáveis, dilemas e situações imperfeitas que precisam de uma pessoa com energia, ambição e a habilidade para melhorar as situações atuais. Use as frases incompletas abaixo para refletir sobre as situações em sua vida que precisam ser melhoradas. O que o mundo realmente necessita é a. __________________________________ b.___________________________________ c. _________________________________ d. ______________________________________ Se alguém me desse um milhão de reais para ajudar pessoas eu a. _________________________________ b. ____________________________________ c. _________________________________ d. __________________________________ Se eu tivesse todo o poder nessa cidade eu a. _______________________________ b. ____________________________________ c. ________________________________ d. ____________________________________ A maioria das pessoas não nota, mas existe realmente algo errado com a. _______________________________ b. ___________________________________ c. ________________________________ d. __________________________________ Eu desejo a. ________________________________ b. ___________________________________ c. _______________________________ d. ____________________________________ Burns, D.E. (2014). Altas Habilidades/Superdotação: Manual para guiar o aluno desde a definição de um problema até o produto final (Trad. Brasileira: Angela Virgolim). Curitiba: Juruá Editora. REFERÊNCIAS ALENCAR, Eunice Soriano de – Criatividade: múltiplas perspectivas Eunice Soriano de Alencar; Denise de Souza Fleith. – 3. Ed. – Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2003, 2009. (reimpressão) ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de – Como desenvolver o potencial criador: um guia para a liberação da criatividade em sala de aula / Eunice Soriano de Alencar. 11. Ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. ANTUNES, Celso. Inteligências Múltiplas e seus jogos: inteligência lingüística, vol. 5, 2. Ed. / Celso Antunes. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. BURNS, Deborah E. Altas Habilidades/Superdotação: manual para guiar o aluno desde a definição. FLEITH, Denise de Souza – Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: orientação a pais e professores. Porto Alegre: Artmed, 2007. VIRGOLIM, A.M.R. (2007). Parada obrigatória: A criatividade entrando em cena. Em: A.M.R. Virgolim (Org.), Talento criativo: Expressão em múltiplos contextos (pp.19- 27). Brasília: Universidade de Brasília. VIRGOLIM, Ângela M. R..Cabrum! Chuva de Idéias: desenvolvendo a criatividade das crianças / Ângela M. R. Virgolim. VIRGOLIM, Angela M R; KONKIEWITZ, Elisabete C. (orgs). Altas habilidades/superdotação, inteligência e criatividade: Uma visão multidisciplinar – Campinas, SP: Papirus, 2014.
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