Buscar

Princípios Mecânicos na Cirurgia Oral

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRINCÍPIOS MECÂNICOS | TÉCNICA II 
CAPÍTULO DO LIVRO “CIRURGIA ORAL E 
MAXILOFACIAL CONTEMPORÂNEA” 
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 85
que causa dano ao osso. A irrigação também aumenta a efi ciên-
cia da broca através da remoção de partículas ósseas das lâmi-
nas da broca, fornecendo certa quantidade de lubrifi cação. Além 
disso, uma vez terminado o procedimento cirúrgico, e antes do 
reposicionamento e sutura do retalho mucoperiósteo, o campo 
operatório deve ser irrigado de forma abundante. Uma seringa 
plástica grande com uma agulha romba de calibre 18 normal-
mente é utilizada para irrigação. Embora a seringa seja descartá-
vel, ela pode ser esterilizada várias vezes antes de ser descartada. 
A agulha deve ser sem ponta e lisa para que não danifi que o teci-
do mole e deve ser angulada a fi m de facilitar o direcionamento 
do jato de irrigação (Fig. 6-29).
EXTRAINDO DENTES
Um dos instrumentos mais importantes nos procedimentos de 
exodontia é a alavanca dental. Esse instrumento é utilizado para 
luxar dentes (soltá-los) do osso circunvizinho. Soltar os dentes 
antes da aplicação do fórceps torna as extrações mais fáceis. 
Através da luxação dos dentes com alavancas antes da aplicação 
do fórceps, o dentista pode minimizar a incidência de fratura 
de raízes, dentes e osso. Por último, a luxação dos dentes antes 
da aplicação do fórceps também facilita a remoção de uma raiz 
fraturada caso esta fratura ocorra, pois a utilização prévia da ala-
vanca provavelmente terá luxado a raiz dentro do alvéolo dental. 
Além do papel na luxação dos dentes do osso circunvizinho, as 
alavancas também são utilizadas para expandir o osso alveolar. 
Através da expansão da cortical óssea vestíbulo-cervical, o cirur-
gião facilita a remoção do dente que apresenta um espaço peque-
no ou obstruído para sua remoção. Finalmente, as alavancas são 
usadas, ainda, para remover de seus alvéolos as raízes fraturadas 
ou seccionadas cirurgicamente.
Alavancas Dentais
Os três principais componentes da alavanca são o cabo, a haste 
e a lâmina (Fig. 6-30). O cabo da alavanca geralmente é gran-
de, de maneira que ela possa ser confortavelmente segurada na 
mão para que então seja aplicada uma força substancial, porém 
controlada. A aplicação de uma força específi ca é fundamental 
na utilização correta das alavancas dentais. Em alguns casos são 
utilizadas alavancas com um cabo em cruz ou em forma de “T”. 
Estes instrumentos devem ser usados com extrema cautela, pois 
podem gerar uma quantidade excessiva de força (Fig. 6-31).
A haste da alavanca simplesmente conecta o cabo à ponta 
ativa, ou lâmina, da alavanca. A haste quase sempre tem compri-
mento substancial e é forte o sufi ciente para transmitir a força do 
A
B
FIGURA 6-27 A, A ponta de aspiração cirúrgica apresenta pequeno 
diâmetro. Pontas de aspiração geralmente possuem um orifício para 
prevenir lesão tecidual causada por excesso de pressão de sucção. 
No alto, a ponta desmontada para limpeza; embaixo, a ponta está 
montada para uso. B, A ponta de aspiração de Fraser tem um orifício 
no cabo que permite que o operador tenha maior controle sobre a 
quantidade de pressão de sucção. Mantendo o polegar sobre o ori-
fício, aumenta-se a sucção na ponta. Um fi o em forma de estilete é 
usado para limpar a ponteira quando ela entupir por causa de partí-
culas de osso ou dente.
FIGURA 6-28 A pinça de campo é utilizada para manter os campos 
operatórios em posição. As pontas ativas apreendem os campos e 
o cabo com trava os mantém em posição. A pinça apresentada tem 
pontas ativas rombas não penetrantes. Também estão disponíveis 
pinças de campo com pontas ativas afi adas e penetrantes.
Lâmina Haste Cabo
FIGURA 6-30 Os principais componentes da alavanca são o cabo, 
a haste e a lâmina.
FIGURA 6-29 Seringas plásticas grandes podem ser utilizadas para 
dispensar solução de irrigação no campo operatório utilizando uma 
agulha romba angulada.
86 PARTE II • PRINCÍPIOS DE EXODONTIA
cabo para a lâmina. A lâmina da alavanca é a sua ponta ativa e é 
usada para transmitir a força ao dente, osso ou ambos.
Tipos de Alavancas
A maior variação nos tipos de alavancas está na forma e no tama-
nho da lâmina. Os três tipos básicos de alavancas são: (1) o tipo 
reto, (2) o tipo triangular ou em forma de fl âmula, e (3) o tipo api-
cal. A alavanca reta é a alavanca mais utilizada para luxar os den-
tes (Fig. 6-32, A). A lâmina da alavanca reta tem uma superfície
côncava do lado que é posicionado de encontro ao dente a ser 
extraído (Fig. 6-32, B). A alavanca reta pequena no 301 é fre-
quentemente utilizada para iniciar a luxação de um dente erup-
cionado, antes do uso do fórceps (Fig. 6-33). Alavancas retas
mais largas são utilizadas para deslocar raízes de seus alvéolos 
e também são empregadas para luxar dentes que estejam mais 
separados ou quando a alavanca reta menor se tornar inefi caz. A 
alavanca reta mais larga mais utilizada é a de no 34S, porém, as 
nos 46 e 77R são também utilizadas ocasionalmente.
A forma da lâmina da alavanca reta pode ser angulada a partir 
da haste, permitindo que o instrumento seja utilizado na região 
mais posterior da boca. Dois exemplos de alavancas com haste 
angulada com uma lâmina similar à da alavanca reta são as ala-
vancas de Miller e de Potts.
O segundo tipo de alavanca mais comumente usado é a ala-
vanca triangular (Fig. 6-34). Estas alavancas estão disponíveis 
em par, uma esquerda e uma direita. A alavanca triangular é 
mais indicada quando uma raiz fraturada permanece no alvéolo 
dental e o alvéolo adjacente está vazio. Um exemplo típico seria 
quando um primeiro molar mandibular é fraturado, deixando a 
raiz distal no alvéolo e com a raiz mesial tendo sido removida 
com a coroa. A ponta da alavanca triangular é posicionada den-
tro do alvéolo, com a haste da alavanca apoiada na cortical ós-
sea vestibular. A alavanca é então girada no longo eixo da haste, 
fazendo com que a ponta afi ada da alavanca trave no cemento 
da raiz distal remanescente; a alavanca é então girada e a raiz é 
removida. As alavancas triangulares estão disponíveis em uma 
variedade de tipos e angulações, porém, a alavanca tipo Cryer é 
a mais comum.
O terceiro tipo de alavanca utilizada com certa frequência é a 
alavanca apical. Este tipo de alavanca é usado para remover raí-
zes. A versão robusta desta alavanca é a alavanca apical de Crane 
(Fig. 6-35). Este instrumento é utilizado para elevar como uma 
alavanca uma raiz fraturada do alvéolo dental. Geralmente é ne-
cessário fazer um furo com uma broca, de cerca de 3 mm na raiz 
na altura da crista óssea (ponto de apoio). A ponta da alavanca 
A
B
C
FIGURA 6-34 Alavancas triangulares (de Cryer) são instrumentos 
em par e são, desta forma, usadas para raízes mesial ou distal.
FIGURA 6-31 Cabos em “T” ou em cruz são utilizados em algumas 
alavancas. Este tipo de cabo pode gerar grande quantidade de força 
e, consequentemente, deve ser usado com grande cautela.
FIGURA 6-32 A, Alavancas retas são as alavancas mais comumente 
utilizadas. B e C, A lâmina da alavanca reta é côncava no lado de 
trabalho.
FIGURA 6-33 Variedade de tamanhos das alavancas retas, que va-
riam baseadas na largura da lâmina.
 CAPÍTULO 6 • Instrumentação para Cirurgia Oral Básica 87
é então colocada no furo e, com a cortical vestibular do osso 
como fulcro, a raiz é elevada do alvéolo dental. Ocasionalmente, 
a ponta afi ada pode ser usada sem a preparação do ponto de 
apoio através de seu travamento direto no cemento ou na furca 
do dente.
O segundo tipo de alavanca apical é o elevador de ápice radi-
cular (Fig. 6-36). O elevador de ápice dental é um instrumento 
delicado usado para luxar pequenos ápices dentais de seus alvé-
olos. Deve ser enfatizado que este instrumento é fi no e não deve 
ser usado girando-o ou utilizando umfulcro como a alavanca 
de Cryer ou de Crane. O elevador de ápice dental é usado para 
luxar a ponta mais apical da raiz através da inserção de sua ponta 
no espaço do ligamento periodontal, entre a raiz e a parede do 
alvéolo.
Fórceps para Exodontia
Os fórceps para exodontias são instrumentos usados para remo-
ver o dente do osso alveolar. Estes fórceps são projetados em vá-
rias formas e confi gurações para que se adaptem à variedade de 
dentes nos quais eles são usados. Cada desenho básico oferece 
uma multiplicidade de variações para se adequar às preferências 
do cirurgião. Esta seção trata dos desenhos básicos fundamentais 
e cita algumas variações.
Componentes do Fórceps
Os componentes básicos do fórceps para extração dentária são 
o cabo, a articulação e a ponta ativa (Fig. 6-37). Os cabos ge-
ralmente são de tamanho adequado para que sejam conforta-
velmente manuseados e para transferirem pressão e força sufi -
cientes para a remoção do dente. Os cabos têm uma superfície 
serrilhada para permitir uma correta apreensão e evitar que 
escorreguem.
Os cabos do fórceps são seguros de maneiras diferentes, de-
pendendo da posição do dente a ser removido. Os fórceps maxi-
lares são seguros com a palma da mão sob o fórceps de manei-
ra que a ponta ativa seja direcionada para cima (Fig. 6-38). Os 
fórceps utilizados para a remoção de dentes mandibulares são 
seguros com a palma da mão sobre o fórceps de maneira que a 
ponta seja direcionada para baixo, na direção dos dentes (Fig. 
6-39). Os cabos dos fórceps geralmente são retos, mas podem 
ser curvos. Isto propicia ao operador uma sensação de “melhor 
pega” (Fig. 6-40).
A articulação do fórceps, como a haste da alavanca, é apenas 
um mecanismo para conectar o cabo à ponta ativa. A articulação 
transfere e concentra a força aplicada aos cabos para a ponta. 
Existe uma diferença distinta de estilos: o tipo americano co-
mum tem a articulação na direção horizontal e é usado como 
foi descrito (Fig. 6-37). A preferência inglesa é pela articulação 
vertical e o cabo vertical correspondente (Fig. 6-41, A). Desta 
forma, o cabo e a articulação do estilo inglês são usados com a 
mão na direção vertical de maneira oposta à direção horizontal 
(Fig. 6-41, B).
As pontas ativas do fórceps para exodontia são a fonte da 
maior variação entre os fórceps. A ponta ativa é desenhada para 
se adaptar à raiz dental próxima à junção da coroa com a raiz. 
Deve-se lembrar que as pontas ativas dos fórceps são projetadas 
para se adaptar à estrutura radicular do dente, e não à sua co-
roa. Neste sentido, pontas ativas diferentes são desenhadas para 
dentes uni, bi e trirradiculares. A variação no desenho é tal que 
a extremidade da ponta ativa adaptar-se-á fi rmemente às várias 
formas de raízes, melhorando o controle do cirurgião sobre as 
forças aplicadas à raiz e diminuindo a chance de fratura radi-
cular. Quanto mais estreita for a adaptação da ponta ativa do 
fórceps às raízes dentais, mais efi ciente será a extração e menor 
será a chance de ocorrência de resultados indesejáveis.
Uma última variação no desenho está na largura da ponta 
ativa. Algumas pontas ativas de fórceps são fi nas, pois seu princi-
pal uso é na remoção de dentes fi nos, como os incisivos. Outras 
pontas ativas são mais largas, pois os dentes para os quais elas 
Ponta
ativa
Articu-
lação Cabo
FIGURA 6-38 O fórceps utilizado para a remoção de dentes maxi-
lares é segurado com a palma da mão embaixo do cabo.
FIGURA 6-35 Alavanca de Crane é um instrumento utilizado para 
elevar uma raiz, ou até mesmo dentes, após a preparação de um 
ponto de apoio com uma broca.
FIGURA 6-36 O delicado elevador para ápices radiculares é utiliza-
da para luxar o ápice radicular no alvéolo. A ponta fi na pode se que-
brar ou dobrar se o instrumento for utilizado de modo incorreto.
FIGURA 6-37 Componentes básicos do fórceps para extração.

Outros materiais