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Analgesia por FLK e MLK
Anestesiologia Veterinária
Giovanna Bez Fontana¹; Joel Delfino²; Mateus Wiggers³; Natália Heidemann Schlickmann4; Tainá Souza5; Vinicíus Capra6
1Anestesiologia Veterinária. Unibave. gnbfon@hotmail.com
2Anestesiologia Veterinária. Unibave. joel_delfino@outlook.com
3Anestesiologia Veterinária. Unibave. mateuswk1@hotmail.com
4Anestesiologia Veterinária. Unibave. nataliahs_0123@hotmail.com
5Anestesiologia Veterinária. Unibave. tainassouza2@gmail.com
6Anestesiologia Veterinária. Unibave. viniciuscapra@hotmail.com
Introdução
A obtenção de controle eficaz da dor no pós-operatório tem sido uma das principais metas de anestesistas veterinários, pois o sucesso do controle da dor neste período é totalmente dependente das características dos fármacos utilizados nos períodos pré e transoperatório. A intensidade da dor varia de acordo com a duração do estímulo, a área de lesão tecidual, bem como sua localização. Pacientes submetidos à cirurgia geral podem apresentar dor pós-operatória de intensidade moderada a grave, que, se negligenciada, pode levar ao retardo e complicação na recuperação do paciente (FANTONI et al., 2011), aumentando a morbidade anestésica. 
A nocicepção é o fenômeno pelo qual ocorre a codificação e o processamento dos estímulos ambientais físicos e químicos ou patológicos que resultam na dor, através de uma cascata complexa de eventos da periferia até as estruturas superiores do sistema nervoso central. O reconhecimento e a avaliação da dor são etapas fundamentais para o sucesso em seu tratamento e devem ser baseados em indicadores fisiológicos, biomarcadores específicos e de parâmetros comportamentais. A analgesia preemptiva, a analgesia multimodal e o advento de novos fármacos trouxeram grandes avanços no controle da dor perioperatória, reduzindo ou evitando a sensibilização neuronal decorrente dos estímulos nociceptivos cirúrgicos, promovendo melhor analgesia e conforto pós-operatórios, resultando em um menor requerimento de fármacos analgésicos no pós-cirúrgico e em uma recuperação mais acelerada.
O manejo da dor inclui técnicas de analgesia antes (analgesia preemptiva), durante e depois da cirurgia para diminuir a dor somática e respostas reflexas autonômicas aos estímulos nociceptivos, reduzir o stress e ansiedade, e garantir o conforto e bem-estar. Dessa forma, tem sido empregada, na Medicina Veterinária, a associação de fármacos com propriedades analgésicas a fim de bloquear a dor por diferentes mecanismos farmacodinâmicos, o que se denomina analgesia multimodal (BELMONTE et al., 2013). 
O bloqueio incompleto das vias sensitivas, com o uso exclusivo de anestésicos gerais, é responsável pelo aumento da intensidade da algia e do consumo de analgésicos no período pós-operatório, além de acarretar alterações fisiológicas e hemodinâmicas que podem ser prejudiciais para o paciente (BELMONTE, 2008). 
A infusão contínua é uma técnica que usa a associação de fármacos com propriedades analgésicas com o propósito de bloquear a dor por diferentes mecanismos farmacodinâmicos, que se denomina analgesia multimodal, atuando nas diferentes etapas dos processos álgicos como a transdução, transmissão e integração, bloqueando a nocicepção em diferentes pontos (BELMONTE et al., 2013).
A administração é feita por via intravenosa e contínua com um anestésico injetável
(cetamina) associada a um anestésico local, como a lidocaína e um opióide que pode ser a morfina, fentanil, remifentanil, sufentanil e alfentanil. O objetivo dessas associações é o melhoramento da terapia anestésica seja ela no trans ou no pós-operatório, minimizando ao máximo dos anestésicos gerais utilizados durante o período da cirurgia pontos (BELMONTE et al., 2013). A vantagem dessa associação é complementar as propriedades analgésicas de cada fármaco; como também possibilitando as doses baixas, diminuindo a ocorrência de efeitos adversos e garantindo a analgesia por períodos longos após a cirurgia (CEREJO et al, 2013). Em outras palavras, é uma estratégia que visa obter analgesia pós-operatória eficiente, com redução da memória da dor, atenuando a sensibilização central induzida pelos estímulos nociceptivos inerentes ao procedimento cirúrgico (LIMA SILVA et al., 2011).
Com benefícios no período perioperatório e por períodos prolongados após a cirurgia, a administração contínua de analgésicos, anestésicos, ou de ambos tem sido cada vez mais adotado nos últimos anos. Dependendo da escolha e combinação dos fármacos, a infusão continua transoperatória pode proporcionar analgesia e diminuir significativamente a concentração alveolar mínima (CAM), de anestésicos inalatórios, com mínimos efeitos adversos (CEREJO et al, 2013). 
Por eliminar a ocorrência de picos e quedas na concentração plasmática que acontecem com as técnicas de bolus ou bolus intermitentes, a infusão contínua intravenosa de analgésicos resulta em uma melhor qualidade de efeito e reduz a dose total fornecida de um determinado medicamento (WHITTEM et al., 2015). Os analgésicos mais utilizados em infusão contínua são fentanil, morfina, lidocaína, cetamina, dexmedetomidina e associações destes, como morfina-cetaminalidocaína (MLK) e fentanil-lidocaína-cetamina (FLK).
Essas associações podem ser mantidas no paciente até que o estímulo doloroso seja interrompido, sendo assim utilizadas por longos períodos, desde que se tenha uma monitoração diária dos gases sanguíneos e da pressão arterial, pois seu uso prolongado pode predispor depressão respiratória e bradicardia com baixo débito cardíaco e hipotensão arterial (FANTONI; MARTINS, 2012). Além disso, esses fármacos podem apresentar efeito cumulativo, sobretudo após muitas horas de infusão, fato mais observado nas associações que contenham fármacos caráter altamente lipossolúvel (FANTONI; MARTINS, 2012)
Existem diversos métodos de infusão contínua de fármacos anestésicos, todos objetivando manter as concentrações plasmáticas estáveis e suficientes para abolição de respostas aos estímulos nociceptivos causados pelo procedimento cirúrgico, mas, ao mesmo tempo causando efeitos depressores cardiorrespiratórios pouco significativos, possibilitando que, ao final da infusão intravenosa, a recuperação anestésica seja rápida e tranquila, sem efeitos adversos (YAMAZAKI et al., 2011).
Efeitos adversos
A cetamina causa alucinações, depressão respiratória secundária a altas doses, vômitos, vocalização, recuperação prolongada e errática, movimentos musculares espásticos, convulsões, tremores musculares, hipertonicidade, opistótono e parada cardíaca. É contra-indicado em casos de cirurgia abdominal a menos que seja usado em combinação com um anestésico comum. Cetamina atravessa a placenta e pode induzir sedação para no feto. Não é considerada indutora de aborto.
A depressão respiratória, circulatória (bradicardia) e depressão neurológica central relacionada a dosagem é o principal efeito adverso do fentanil injetável. Os cães parecem menos predispostos, mas eles não são menos imunes do que as pessoas à depressão respiratória induzido por opioides.
Os anestésicos locais reduzem a condução do impulso contrátil no miocárdio, com bradicardia, esse efeito é dose-dependente. Os efeitos adversos mais frequentemente relatados são relacionados com a dosagem (nível sérico), estes são leves. Sinais neurológicos centrais incluem sonolência, depressão, ataxia, tremores musculares, etc. Podem ocorrer náuseas e vômitos que são geralmente transitórios. Com overdose efeitos cardiovasculares (arritmias cardíacas, depressão cardiovascular, colapso cardíaco) e neurológico (alterações comportamentais, excitação do SNC, convulsões) e parada respiratória (QUITO, 2019). 
Referências
BARROS, Talyta Isly Silva. Relatório do Estágio Supervisionado Obrigatório (ESO) anestesia intravenosa total em cães e gatos–revisão de literatura. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Brasil.
MUEHLBAUER, Eloisa. Anestesiologia Veterinária. 2013.
ASSUMPÇÃO, Anderson Eberhardt et al. Avaliação de dois protocolos deanalgesia transoperatória em cadelas submetidas à mastectomia unilateral total. Acta Scientiae Veterinariae, v. 45, p. 1-8, 2017.
DA SILVA, Camila Lozano et al. Reabilitação por implantação de cadeira em cão com secção medular torácica como alternativa à eutanásia: relato de caso< ins cit. PUBVET, v. 7, p. 2678-2755, 2013.
ZANG, Luciana; DE ARAÚJO, Ana Cristina Pacheco; FERREIRA, Márcio Poletto. Estudo retrospectivo das anestesias realizadas em cães e gatos submetidos à neurocirurgia. Acta Scientiae Veterinariae, v. 44, p. 1-6, 2016.
BEIER, Suzane Lilian et al. Effects of the morphine-lidocaine-ketamine combination on cardiopulmonary function and isoflurane sparing in sheep. Semina: Ciências Agrárias, p. 2527-2538, 2014.
PARENTE, André Tiago Ibiapina. TÉCNICAS ANESTÉSICAS E ANALGÉSICAS UTILIZADAS EM CADELAS SUBMETIDAS À MASTECTOMIA-REVISÃO DE LITERATURA. 2018.
DE OLIVEIRA ALVES, Jose Edgard et al. Mecanismos fisiopatológicos da nocicepção e bases da analgesia perioperatória em pequenos animais. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 8, n. 1, p. 56-68, 2017.
TILLEY, L.P.; SMITH JR, F.W.K. Present problems and physical findings. In: The Five Minute Veterinary Consult: Canine and Feline. Baltimore: William & Wilkins, 1996, p. 81. 
WAGNER, A.E.; WALTON, J.A.; HELLYER, P.W. et al. Use of low doses of ketamine administered by constant rate infusion as an adjunct for postoperative analgesia in dogs. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.221, p.72-75, 2002. 
WOLF, R.; CAMACHO, A.A.; SOUZA, R.C.A. Eletrocardiografia computadorizada em cães. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.52, p.610-615, 2000.
BELMONTE, Ea et al. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 1075-1083, 2013.
GÓMEZ QUITO, Karina Maribel. Asociación analgésica de la ketamina con fentanilo y/o lidocaína en el dolor intraoperatorio de caninos hembras sometidas a ovariohisterectomía. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso.
MOREIRA, Allana et al. UTILIZAÇÃO DA INFUSÃO CONTÍNUA DE MORFINA (MLK) OU FENTANILA (FLK), ASSOCIADOS À LIDOCAÍNA E CETAMINA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2014. Disponível em: <https://home.unicruz.edu.br/seminario/anais/anais-2014/XIX%20SEMIN%C3%81RIO%20INTERINSTITUCIONAL%202014%20-%20ANAIS/GRADUACAO/Resumo%20Expandido%20Agrarias%20Exatas%20e%20Ambientais/UTILIZACAO%20DA%20INFUSAO%20CONTINUA%20DE%20MORFINA%20MLK%20OU%20FENTANILA%20FLK.pdf>. Acesso em: 01 de jun. 2019. 
CONSOLIN, Murilo Gabriel et al. INFUSÃO CONTÍNUA DE DEXMEDETOMIDINA OU FENTANIL ASSOCIADO AO PROPOFOL EM CADELAS SUBMETIDAS À OVARIOSSALPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA. 2017. Disponível em: <https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/3168/114_Infus_o_cont_nua_de_dexmedetomidina_ou_fentanil_associado_ao_propofol_em_cadelas_submetidas___ovariossalpingohisterec_1_15034984764015_3168.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2019.

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