Prévia do material em texto
04/04/2019 1 Profa. Luisa Pereira Figueiredo LAVRAS - MG ÓRGÃOS REGULADORES E FISCALIZADORES – Internacionais e Nacionais Legislações Internacionais Existem várias normas e legislações internacionais referentes à produção de alimentos → harmonizar as legislações e normas adotadas em diferentes países → garantir a segurança dos alimentos e eliminar barreiras de mercado, favorecendo a importação e exportação de produtos alimentícios seguros. Integração → hoje a circulação de produtos em escala mundial é intensa. Assim como, as pessoas sadias e os produtos idôneos se movimentam de forma extremamente dinâmica pelo planeta, existe, também, a movimentação de pessoas doentes e produtos contaminados. Multinacionais → padronização internacional dos alimentos é necessária Food and Drug Administration (FDA) pertencente ao Department of Health and Human Services; o Food Safety and Inspection Service (FSIS) do USDA; e a Environmental Protection Agency (EPA). A União Europeia e o Mercosul são uniões econômicas que possuem uma legislação comum (dentro da união) que regulamentam legislações. Existem também os organismos mundiais que lançam diretrizes e obrigações para os seus países signatários. Dentre eles podemos citar a OMS, OMC, FAO e a Comissão do Codex Alimentarius. Legislações Internacionais FDA FDA (Food and Drug Administration) é o órgão governamental dos Estados Unidos da América responsável pelo controle dos alimentos (tanto humano como animal), suplementos alimentares, medicamentos (humano e animal), cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e produtos derivados do sangue humano. com exceção de carnes, aves e produtos à base de ovos→ USDA EPA → limites para resíduos de pesticidas em alimentos e rações e programas relacionados à água 04/04/2019 2 Qualquer novo alimento, medicamento, suplemento alimentar, cosméticos e demais substâncias minuciosamente testado e estudado antes de ter a sua comercialização aprovada. A FDA também controla e regulamenta a importação e exportação de produtos dos Estados Unidos. Exceto: carnes, ovos → Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (FSIS/USDA) Referência mundial no controle de alimentos FDA Interessante: Site – For consumers –food Legislações FDA A FDA possui uma quantidade enorme de legislações sobre alimentos: desde a produção no campo → à mesa do consumidor. Plano de Proteção de Alimentos 2007 FDA desenvolveu o Plano de Proteção de Alimentos para abordar as mudanças nas fontes de alimentos, produção e consumo. O plano apresenta uma estratégia para proteger a oferta de alimentos do país. Lei de Modernização Segurança Alimentar FDA (FSMA) - 4 de janeiro de 2011. Capacita a FDA a melhor proteger a saúde pública garantindo a segurança dos alimentos. Capacita a FDA a centrar-se na prevenção de problemas de segurança alimentar, em vez de reagir aos problemas quando ocorrem. Capacita a FDA poderes de fiscalização concebidos para atingir índices mais altos de cumprimento de padrões de segurança alimentar baseados na prevenção e nos riscos, e para reagir melhor aos problemas e contê-los quando ocorrerem. Fornece à FDA novas ferramentas para fazer com que os alimentos importados tenham os mesmos padrões que os alimentos nacionais. Legislações FDA Boas Práticas de Fabricação Atuais - Current Good Manufacturing Practices (CGMPs) Descrições dos métodos, equipamentos, instalações e controles para a produção de alimentos processados e suplementos alimentares. Legislações FDA 04/04/2019 3 CURIOSIDADE! Desde 1980 (para drogas de uso oral) e 1981 (para alimentos), o FDA exige que o CORANTE TARTRAZINA seja listado no rótulo de todos os produtos que o contenham, de modo que os consumidores sensíveis possam evitá-lo. “Este produto contém FD&CYellow Nº. 5 (tartrazina) que pode causar reações do tipo alérgica (incluindo asma bronquial) em certas pessoas susceptíveis. Embora a incidência de sensibilidade a FD&CYellow Nº. 5 (tartrazina) na população em geral seja baixa, esta é frequentemente observada em pacientes que também possuem hipersensibilidade à aspirina”. Informe Técnico nº. 30, de 24 de julho de 2007. InformeTécnico nº. 30, de 24 de julho de 2007. Em 23 de agosto de 2002, seguindo o mesmo princípio da precaução, a Anvisa propôs a inclusão de advertência nos alimentos sobre os efeitos do corante tartrazina em pessoas sensíveis por meio da Consulta Pública nº. 68. “Este produto contém o corante tartrazina que pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis” CURIOSIDADE! CURIOSIDADE! CURIOSIDADE! 04/04/2019 4 União Europeia A União Europeia (UE) é uma união econômica e política de 28 Estados-membros independentes situados principalmente na Europa. É o maior bloco econômico do mundo, conhecido pela livre circulação de bens, pessoas e mercadorias e pela adoção de uma moeda única: o euro. A origem data, oficialmente, o dia 07 de Fevereiro de 1992. Política de segurança alimentar → proteger a saúde e os interesses dos consumidores. Estabelece e faz respeitar as normas de controle em matéria de higiene dos produtos alimentares, de saúde e de bem-estar dos animais, de fitossanidade e de prevenção dos riscos de contaminação por substâncias externas. Rotulagem adequada destes gêneros e produtos. União Europeia A estratégia alimentar da UE tem três elementos principais: A legislação de segurança alimentar. Pareceres científicos sólidos nos quais se baseiam as decisões - Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) - princípio da precaução. Reforço e controle. União Europeia “Da exploração agrícola até à mesa” "UM PASSO ATRÁS E UM PASSO À FRENTE" que implica que os operadores das empresas de alimentos tenham em vigor um sistema que lhes permita identificar imediatamente o(s) seu(s) fornecedor(es) e o(s) seu(s) cliente(es).. 04/04/2019 5 Legislações da UE Segurança dos gêneros alimentícios e dos alimentos para animais - Regulamento (CE) n.° 178/2002 Abordagem integrada significa que todos os alimentos para consumo humano e animal produzidos e vendidos na UE podem ser rastreados, desde o campo até à mesa, e que os consumidores estão bem informados sobre o teor dos alimentos que consomem. Aditivos Higiene Alimentar Limites de segurança para materiais em contato com os alimentos Rótulos mais claros Os alimentos devem ser claramente rotulados com as principais informações sobre os alérgenos e o valor nutricional, nomeadamente a energia e o teor de gorduras, gorduras saturadas, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal. Os rótulos não devem ser removíveis e devem ser bem visíveis, legíveis e compreensíveis. Legislações da UE 04/04/2019 6 MERCOSUL O MERCOSUL – Mercado Comum do Sul – é um bloco econômico criado em 1991, conta com 5 países membros, dentre eles o Brasil. Com a criação deste mercado → necessidade de harmonização das legislações nacionais→ qualidade e segurança de alimentos. O processo de harmonização → Grupo Mercado Comum (GMC), órgão executivo do MERCOSUL. No Brasil várias resoluções que se referem à qualidade e segurança de alimentos foram e vem sendo alteradas visando incorporar as Resoluções MERCOSUL/GMC. Legislações do MERCOSUL Contaminantes Inorgânicos em Alimentos - GMC/RES. Nº 12/11 Aditivos alimentares em alimentos - GMC/RES. Nº 34/10 Rotulagem Nutricional de Alimentos - GMC/RES Nº 46/03 - GMC/RES. Nº 44/03 Ex no Brasil: RESOLUÇÃO-RDC Nº 360, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003. compatibilizar a legislação nacional com basenos instrumentos harmonizados no Mercosul relacionados à rotulagem nutricional de alimentos embalados - Resoluções GMC nº 44/03 e 46/03. Boas Práticas de Fabricação na elaboração de alimentos - GMC/RES Nº 80/96 Regulamento técnico do Mercosul sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos elaboradores/industrializadores de Alimentos. Legislação harmonizada no Brasil: Portaria SVS/MS Nº 326, de 30/07/1997 - Regulamento Técnico sobre Condições HigiênicoSanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos; e Decreto MAPA Nº 368, de 04/09/1997 - Regulamento Técnico sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos. Legislações do MERCOSUL Informação Nutricional de Alimentos - GMC/RES. Nº 01/12 Porções para rotulagem de alimentos - GMC/RES. Nº 47/03 Aditivos para materiais plásticos utilizados em embalagens para alimentos - GMC/RES. Nº 50/ 01 Legislações do MERCOSUL 04/04/2019 7 A Organização Mundial de Saúde (OMS) A OMS é uma autoridade internacional→ função de direção e coordenação nos assuntos ligados à saúde em todo o mundo, em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU). Formação da agenda mundial de saúde; Elaboração de normas e padronizações que deverão ser observadas pelos países membros; Provimento de suporte tecnológico e científico aos países; Monitoramento das principais tendências relacionadas à saúde em cada país. Organização Mundial do Comércio (OMC) A OMC é a única organização internacional global que lida com as regras de comércio entre os países Ajudar os produtores de bens e serviços, exportadores e importadores, a negociar, de acordo com as regras internacionais, suas mercadorias. Em algumas situações, a OMC é favorável à manutenção de barreiras comerciais entre os países, tendo como objetivos: Proteção do consumidor, Prevenir a disseminação de doenças ou Proteger o meio ambiente. Organização Mundial do Comércio (OMC) Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) Como a maioria das organizações mundiais, a FAO também foi criada logo após a Segunda Guerra Mundial, no dia 16 de outubro de 1945. Objetivo de ser um fórum de negociações e acordos entre os países nas questões de agricultura e alimentação; Realizar pesquisas nestas áreas; Órgão consultivo para os países terem condições de ofertar alimentos em quantidade e qualidade para a sua população. 04/04/2019 8 Comissão do Codex Alimentarius (CAC) A CAC é um órgão intergovernamental com mais de 170 membros → Programa Conjunto sobre NORMAS ALIMENTARES estabelecido FAO e pela OMS; O Codex Alimentarius → um COMPÊNDIO DE NORMAS ALIMENTARES, DIRETRIZES E CÓDIGOS DE PRÁTICAS aceitas internacionalmente. O Brasil é um país signatário do Codex Normas do Codex Alimentarius As normas Codex: Todos alimentos→ processados, semiprocessados ou crus Substâncias e produtos usados na elaboração de alimentos aspectos de higiene e propriedades nutricionais dos alimentos; Aditivos alimentares, pesticidas, resíduos de medicamentos veterinários, substâncias contaminantes Rotulagem, classificação, métodos de amostragem e análise de riscos “É totalmente ineficaz cada país ter sua legislação própria sobre controle de alimentos sem se orientar por diretrizes, como as que estabelecem o Codex” Comissão do Codex Alimentarius (CAC) Padronizar o comércio internacional de alimentos → qualidade total CAC COMITÊ EXECUTIVO SECRETARIADO COMITÊ DE ASSUNTOS GERAIS COMITÊ DE PRODUTOS GRUPO Ad Hoc INTER- GOVERNAMENTAL COMITÊ REGIONAL DE COORDENAÇÃO Alimentos Derivados Biotecnologia- Japão Alimentação Animal- Dinamarca Sucos de Frutas e Hortaliças - Brasil Ásia - Tailândia Europa - Espanha Oriente Próximo - Egito África - Uganda América Latina e o Caribe - Rep. Dominicana Amér. Norte e Pacíf. Sudocidental - Austrália PR - Países Baixos FICS - Austrália RVDF - USA NFSDU - Alemanha FL - Canadá MAS - Hungria GP - França FAC - Países Baixos FH-USA PFV - USA FO - Reino Unido FFV - México NMW - Suiça CPC - Suiça FFP - Noruega SH - Reino Unido MMP - N. Zelândia MH - N.Zelândia* CPL - USA* VP - Canadá* SB - Suiça* * Comitês paralisados Sine Die Estrutura do Codex Alimentarius 04/04/2019 9 O Comitê do Codex Alimentarius do Brasil (CCAB) tem como principal atividade: Participação e a defesa dos interesses nacionais nos comitês internacionais do Codex Alimentarius; Observar as normas Codex como referência para a elaboração e atualização da legislação e regulamentação nacional de alimentos. Normas do Codex Alimentarius CAC/GL 2-1985 (última modificação 2014) - Orientações sobre rotulagem nutricional CAC/GL 9-1987 (última modificação 1991) – Princípios gerais para a adição de nutrientes essenciais em alimentos. CAC/GL 25-1997 (última modificação 1997) - Diretrizes para a troca de informações entre os países sobre Rejeição de alimentos importados. CAC/GL 30-1999 (última modificação 2012) - Princípios e Orientações para a Condução de Avaliação de Risco Microbiológico CAC/GL 40-1993 (última modificação 2010) - Orientações sobre Boas Práticas de Laboratório em Análise de Resíduos de Pesticidas Normas do Codex Alimentarius CAC/GL 50-2004 (última modificação 2004) – Orientações gerais sobre a amostragem CAC/GL 66-2008 (última modificação 2008) - Orientações para o uso de aromas CAC/GL 81-2013 (última modificação 2013) – Orientação para os governos em priorizar perigos nos alimentos CODEX STAN 1-1985 (última modificação 2010) – Norma Geral para a Rotulagem de alimentos pré-embalados CODEX STAN 53-1981 (última modificação 1983) - Padrão para alimentos dietéticos especiais com baixo teor de sódio. Normas do Codex Alimentarius Legislação Nacional Os principais órgãos reguladores das legislações de alimentos no Brasil são: MS - Ministério da Saúde - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – coordenação do Sistema Nacional deVigilância Sanitária (SNVS). Órgãos da Agricultura - MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 04/04/2019 10 Outros órgão estão envolvidos com a comercialização e consumo de alimentos, como: MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Inmetro Articulação internacional – Exigências técnicas sobre alimentos MCT - Ministério da Ciência eTecnologia Alimentação e Nutrição MDS - Ministério do Desenvolvimento Social Políticas de combate a fome MJ - Ministério da Justiça Código de defesa do consumidor MME - Ministério das Minas e Energia Regulamentos sobre água mineral MRE - Ministério das Relações Exteriores Exportação e importação de alimentos MMA - Ministério do Meio ambiente Legislação Nacional Sistema Nacional de Vigilância Sanitária O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS é composto por: Unidades federais, estaduais e municipais de vigilância sanitária. Órgãos da Agricultura - MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Federal) Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de seu órgão de defesa sanitária; As secretarias ou departamentos de agricultura Municipais, por meio de órgão com atribuição para o exercício da defesa sanitária. MAPA - Produtos de origem animal O controle sanitário para os produtos de origem animal, durante o processo produtivo→ MAPA O Ministério da Agricultura edita um conjunto de normas e regulamentos com o objetivo de conferir qualidade aos alimentos de ORIGEM ANIMAL, tanto durante o processamento, quanto nos estabelecimentos. Para o cumprimento dessas regras, são desenvolvidas ações de fiscalização, investigação, avaliação e auditagem. Importante: Todos os produtos de origem animal, após o processo produtivo, são fiscalizados pela Vigilância Sanitária (quando expostos a venda). 04/04/2019 11 MAPA e Vigilância Sanitária - Produtos de origem vegetal Existem dois tipos de serviço de controle sanitário para os estabelecimentos e produtos de origem vegetal: o Serviço ligado ao MAPA e aVigilância Sanitária. Os estabelecimentos de bebidas, de vinagres, de vinhos e de derivados de uva e vinho, polpas de frutas, frutas e grãos crus são controlados pelo MAPA. Os demais produtos de origem vegetal são controlados pela SNVS, por meio da ANVISA, ou da vigilância sanitária dos estados e/ou municípios. Importante: ANVISA também desenvolve ações de controle sanitário de embalagens, aditivos alimentares, coadjuvantes de tecnologia, limites de contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários. Exemplos de produtos sob competência do MAPA Água de coco Bebidas alcoólicas (cervejas, vinhos) Refrigerantes Sucos e néctares Refrescos Vinagres Frutas e hortaliças cruas Polpa de frutas e de vegetais Cereais e leguminosas Leite e derivados Doce de leite Grãos (arroz , feijão, trigo) Mel Patês Ovos Margarina e Manteiga Carne e derivados e Pescados Palmito Sal Gelatos comestíveis Amendoins Cafés Frutas e hortaliças em conserva Vegetais minimamente processados Água mineral e água natural (obs: Legislação - Ministério das Minas e Energia) Indústria de pães Doces de frutas/calda Exemplos de produtos sob competência da SNVS Em resumo MAPA SNVS Controle da produção primária e das respectivas atividades industriais: produtos de origem animal; alguns produtos de origem vegetal. Controle da produção: alguns produtos de origem vegetal; outros categorias de produtos; Controle de estabelecimentos comerciais: serviços de alimentação, supermercados, dentre outros; Controle de todos os produtos alimentícios expostos à venda. 04/04/2019 12 Responsabilidade compartilhada Conflitos de competência: Alimentos da mesma natureza sendo registrados em dois ministérios diferentes; Falta de clareza no enquadramento de alguns alimentos; Dupla fiscalização em estabelecimentos produtores de alimentos; Duplicidade de normatização sobre processos de produção, de registro, de rotulagem e transporte de alimentos. Nos casos em que a unidade agroindustrial processar tanto produtos de competência do MAPA quanto do MS? E se o produto possuir características mistas? Responsabilidade compartilhada Exemplos: 1) Doce de leite + Doce de fruta? 2) Doce de leite com fruta? 3) Iogurte de soja? 4) Açái processado? 04/04/2019 13 Dúvidas??