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Disciplina: Introdução aos Estudos Históricos (HID16) Avaliação: Avaliação Final (Objetiva) - Individual FLEX ( Cod.:444106) ( peso.:3,00) Prova: 11558907 Nota da Prova: 6,00 Legenda: Resposta Certa Sua Resposta Errada 1. No início do século XIX assistimos à crescente valorização por parte dos historiadores da época, de um tipo de fonte específica, que aliás se expandia a esse tempo enquanto forma de registro: estamos falando dos arquivos públicos. Procurava-se valorizar a perspectiva de que o bom relato histórico seria aquele que se revelasse a partir de suas próprias fontes. Nesse sentido passou-se a valorizar os registros oficiais. Com relação às teorizações de Langlois e Seignobos sobre os documentos como fontes históricas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Para esses autores, o documento histórico priorizado origina do arquivo público. ( ) Esses autores priorizam documentos não catalogados, reunidos ao acaso. ( ) Documentos oficiais são suspeitos por terem sido selecionados pela autoridade. ( ) Os documentos oficiais primam pela subjetividade, por isso priorizados. a) V - F - F - V. b) V - F - F - F. c) F - F - V - V. d) V - V - F - F. 2. "Por trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem, os artefatos ou as máquinas, por trás dos escritos aparentemente mais insípidos e as instituições aparentemente mais desligadas daqueles que as criaram, são os homens que a história quer capturar. Quem não conseguir isso será, no máximo, um serviçal da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça" (BLOCH, 2002, p. 159). A citação retirada do clássico livro de Marc Bloch, "Apologia da história", apresenta o ofício do historiador como sendo semelhante ao ogro em farejar a carne humana. Nas análises históricas que foram apresentadas nos seus estudos, temos diferentes visões sobre o objeto de estudo da História. Com base na fonte apresentada e nos seus estudos, assinale a alternativa CORRETA: FONTE: BLOCH, Marc. Apologia da História: Ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. a) O autor procura afirmar a importância do estudo das pessoas comuns, em detrimento dos personagens considerados socialmente como relevantes. b) Para Marc Bloch, o objeto da história é o estudo do homem em sociedade através do tempo, não se limitando aos grandes feitos e personagens. c) O autor afirma que o estudo da história está embasado na concepção de enaltecimento dos grandes feitos do passado, como guerras e revoluções. d) A comparação que o autor faz busca apresentar a relevância do estudo da história do tempo presente, a qual trabalha apenas com os indivíduos vivos. 3. A história das mentalidades, ou História cultural, tem uma abordagem própria e peculiar dos fatos históricos, a começar pela seleção dos fatos históricos e dos fatos que considera relevantes para sua análise. Os autores dessa vertente gostam de destacar o caráter etnográfico de seus trabalhos. Nesse sentido, essa corrente costuma utilizar narrativas exóticas em suas análises. Com relação à História cultural, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) A História Cultural trata nosso passado analogamente ao tratamento do Antropólogo a outra cultura. ( ) Nessa vertente o historiador pesquisa como as pessoas comuns entendiam o mundo. ( ) Os historiadores dessa linha trabalham com documentos de fácil e rápido entendimento. ( ) Nessa perspectiva a dimensão social do pensamento é negligenciada pelo historiador. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) V - F - F - V. b) F - V - F - V. c) V - V - F - F. d) F - V - V - F. 4. As fontes orais, por meio de testemunhos, de depoimentos e da memória, têm fornecido amplas possibilidades de renovação e diversificação temática à produção historiográfica contemporânea. A história oral devolve a história às pessoas em suas próprias palavras. E ao lhes dar um passado, ajuda-as também a caminhar para um futuro construído por elas mesmas. Com relação à importância da História Oral, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I- A história oral permite ampliar e diversificar as fontes históricas tradicionais, tais como documentos escritos e fotográficos. PORQUE II- As entrevistas orais são fontes das quais se utilizam tanto historiadores, como jornalistas, sociólogos, antropólogos, pedagogos, cientistas políticos entre outros. Assinale a alternativa CORRETA: FONTE: Thompson, Paul. A voz do passado. São Paulo: Paz & Terra, 1998. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. b) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. c) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. d) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 5. Heródoto, que viveu no século V a.C., é considerado o pai da História por ter dado ao passado uma conotação filosófica e porque seu estudo poderia resultar na compreensão do comportamento humano. Conforme João (2005) "O historiador grego Heródoto, em seu clássico relato sobre a guerra entre gregos e persas, fornece importantes observações acerca do mundo egípcio, resultantes de suas viagens ao Oriente." Sobre a historiografia de Heródoto, segundo a visão de Maria Thereza David João, assinale a alternativa CORRETA: FONTE: JOÃO, Maria Thereza David. Herodoto e o Testamento de Udjahor- Resenet. Revista Cantareira - Revista Eletrônica de História. V. 2, Nº 3, dez. 2005. Disponível em: hhttp://www.historia.uff.br/Cantareira. Acesso em: 9 out. 2018. a) Heródoto desenvolveu o conceito de modo de produção para analisar os processos produtivos da antiguidade. b) Heródoto escrevia segundo princípios éticos vinculados ao pensamento persa e criticava as práticas dos gregos. c) Heródoto escrevia segundo princípios éticos vinculados ao pensamento grego e criticava as práticas dos persas. d) Heródoto desenvolveu o conceito de luta de classe para analisar os conflitos sociais da Antiguidade. 6. Apesar das críticas recentes à possibilidade do exercício da objetividade na narrativa histórica, esse seria um preceito fundamental do paradigma positivista, que marcou o campo da História quando da construção dela enquanto disciplina científica. Evidentemente, as críticas que hoje se fazem com relação à questão da objetividade se dão com base numa reação às limitações impostas pelo método positivo em História. Este conhecimento é necessário para que possamos compreender as críticas atuais à possibilidade da objetividade na narrativa histórica. Quanto ao paradigma positivista na História, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Para o positivismo, haveria a possibilidade de se narrar uma História Universal. ( ) Para o positivismo, a imparcialidade do historiador não influi no fazer História. ( ) O positivismo se apoia na ideia da natureza imutável do homem na produção do saber. ( ) No positivismo, desenvolvem-se técnicas próprias para as ciências humanas, diferentes das exatas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) F - F - V - V. b) V - F - V - F. c) V - V - F - F. d) V - F - F - V. 7. A explicação histórica não pode tratar de absolutos e não pode apresentar causas suficientes, o que irrita muito algumas almas simples e impacientes. Elas supõemque, como a explicação histórica não pode ser Tudo, é portanto Nada, apenas uma narração fenomenológica consecutiva. É um engano tolo. A explicação histórica não revela como a história deveria ter se processado, mas porque se processou dessa maneira, e não de outra [...] (THOMPSON, E. P., 1981, p. 232). Na citação apresentada, o historiador britânico Edward Palmer Thompson nos apresenta a história como sendo aberta a novas abordagens e interpretações. Sobre o pensamento de Thompson, analise as afirmativas a seguir: I- O autor afirma que o objeto de estudo da história é o real, sendo esse real composto por todos os indivíduos que estão ou já passaram por uma determinada sociedade. II- Os sujeitos, na análise de Thompson, são imperfeitos e incompletos. Fato este que impossibilita uma análise historicamente verdadeira, sem relativismos. III- Para o autor, toda produção historiográfica é provisória, pois a entrada de uma nova fonte, por exemplo, pode alterar uma interpretação previamente endossada. IV- Thompson lançou as bases para uma historiografia da completude. O ofício do historiador, portanto, é o tratamento das fontes construtoras de uma história absoluta. Assinale a alternativa CORRETA: FONTE: THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. a) As afirmativas I e II estão corretas. b) As afirmativas II e IV estão corretas. c) As afirmativas I, II e III estão corretas. d) As afirmativas I, III e IV estão corretas. 8. Se de fato a história começou com Heródoto ou não pouco importa agora. Nasceu, sim, com os gregos uma certa concepção de história: uma narrativa de certo tipo de ações heroicas ou humanas dignas de serem lembradas. A cidade-estado, os impérios, as monarquias ou, num plano mais abstrato, a República e/ou Estado, foram os centros ou núcleos que polarizaram as narrativas históricas e, nestas, o papel dos políticos e/ou homens de Estado, as teorias filosóficas, jurídicas e teológicas acerca das origens, instituições e fins da República. No decorrer dos séculos, a história compreendeu diferentes preocupações e formas distintas de escrita. Tal tradição historiográfica, como pode ser percebido na fonte apresentada, tem início na Grécia Antiga com Heródoto, considerado o pai da história. Sobre as diferentes preocupações da História, bem como da historiografia, analise as afirmativas a seguir: I- Na Grécia Antiga, Heródoto, ao empregar o termo história, o manifestava como a prática que buscava a permanência na memória das próximas gerações dos feitos dos homens de seu tempo. II- Para os romanos, a história possuía um viés marcadamente utilitário. A escrita da história pelos historiadores romanos era entrelaçada por intenções morais e patrióticas. III- Na Idade Média, a história passa a receber grande influência da filosofia. O Renascimento, ao continuar com a tradição medieval, abandonou a história escrita pelos gregos e romanos. IV- Os eruditos modernos passaram a utilizar fontes não literárias, como o estudo de monumentos, moedas, cavernas, pedras, inscrições rupestres, dentre outros vestígios históricos. Assinale a alternativa CORRETA: FONTE: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010. a) As afirmativas I e III estão corretas. b) As afirmativas II, III e IV estão corretas. c) As afirmativas I, II e IV estão corretas. d) As afirmativas II e III estão corretas. 9. A pesquisa histórica consiste num aspecto de grande importância no exercício do ofício de historiador. Na pesquisa, é fundamental a definição da metodologia a ser utilizada, bem como proceder a uma crítica das fontes. Para que sua análise seja bem sucedida, o historiador deve, portanto, valer-se de uma metodologia adequada e ter fontes apropriadas a resolução das questões que pretende tratar. Com relação à pesquisa e uso de fontes, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Constrói-se a pesquisa histórica espontaneamente em função das descobertas. ( ) As questões só se apresentam no decorrer da pesquisa. ( ) Toda manifestação histórica humana pode ser estudada legitimamente. ( ) É possível problematizar historicamente a própria realidade. a) F - F - V - V. b) V - F - F - V. c) V - F - V - F. d) F - V - V - F. 10. No século XIX a História estava em processo de institucionalização, tentando conquistar o estatuto de ciência. Nesse período, no Brasil, as principais influências no campo do fazer História vinham do positivismo francês e do darwinismo social, que se encontrava amplamente difundido na Europa. Embora o próprio Darwin rejeitasse essa ideia, e tenha posto um aluno seu para refutá-la, o darwinismo social penetrou vários campos do conhecimento à época, incluindo a História. Com relação ao darwinismo social, analise as afirmativas a seguir: I- Segundo essa teoria, a Europa seria o auge da civilização mundial. II- O darwinismo social justificou o processo de descolonização. III- Tem uma perspectiva relativista das culturas. IV- Era uma extrapolação indevida da teoria evolucionista. Assinale a alternativa CORRETA: a) Somente a afirmativa I está correta. b) As afirmativas I e IV estão corretas. c) As afirmativas I, II e IV estão corretas. d) As afirmativas I, II e III estão corretas. 11. (ENADE, 2014) Ao se problematizar a produção do conhecimento histórico, as representações do tempo, do passado e da ciência com que operamos, um novo conceito de temporalidade se tornou possível: não mais o de um tempo definido aprioristicamente, em que o historiador inscreveria os acontecimentos, como num filme linear; mas o tempo da experiência, do acontecimento em sua singularidade, o que torna possível perceber que há diferença na repetição e que trabalhamos com a multitemporalidade, ao invés de restringirmo-nos a uma temporalidade única. O conceito de tempo associa-se diretamente à escrita da História, tendo em vista que os acontecimentos são produzidos em uma determinada temporalidade, a qual expressa sinais do pensamento, das ações e experiências humanas em uma determinada época. Sobre o conceito de tempo, a partir das perspectivas teóricas mais atuais, avalie as afirmações a seguir: I- Valoriza-se o tempo plural e em diferentes sintonias, em detrimento do tempo linear e progressivo, entendido como sentido único. II- A História se constrói com base na ideia de tempo cumulativo, na qual a curta duração forma a longa duração. III- Reconhecem-se múltiplas temporalidades, onde o tempo cronológico coexiste com o tempo das rupturas e das continuidades. IV- O tempo deve ser entendido em seu contexto histórico e, nesse sentido, a divisão cronológica da História é o principal instrumento para explicar as ações humanas. É CORRETO apenas o que se afirma em: FONTE: ROSSI, WS; ZAMBONI, E. (Org.). Quanto tempo o tempo temi 2 ed. Campinas: Editora Alínea, 2005. a) I e III. b) II e III. c) II e IV. d) I, II e IV. 12. (ENADE, 2008) O nascimento dos Annales marca profundamente a reflexão dos historiadores tanto acerca da sua área de estudos, como acerca do seu trabalho. O programa intelectual de que a revista é porta-voz surge, assim, novo, agressivo. Organiza-se em torno de uma proposta central: a urgência em fazer sair a História do seu isolamento disciplinar, a necessidade de que esteja aberta às interrogações e aos métodos das outras ciências sociais. REVEL, Jacques. A invenção da sociedade. Lisboa: Difel, 1990. p. 17-18.Conforme o trecho acima, a proposta de renovação historiográfica dos fundadores dos Annales opunha-se a um fazer historiográfico que encerrava a história num campo limitado de atuação, identificado à chamada escola metódica. Pode-se afirmar que essa oposição, naquele momento, apresentou as características a seguir: I- Desvalorização dos eventos de natureza política, por serem insuficientes para explicar os processos históricos por si mesmos. II- Defesa da interdisciplinaridade como forma de dotar a história de instrumentos mais eficazes para a análise dos complexos processos sociais. III- Desenvolvimento de um novo programa de pesquisa, baseado na micro-história, em oposição à história política tradicional. IV- Rejeição aos métodos de pesquisa empírica e ao uso maciço dos documentos, vistos como procedimentos anacrônicos. São corretas APENAS as características: a) II e III. b) III e IV. c) I e II. d) II, III e IV