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Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais
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1
Publicado por João Beltrão & Advogados Associados
há 2 anos
39,3K visualizações
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA
JUSTIÇA GRATUITA
(10 espaços)
FERNANDA XXXXXX XXXXXXXX xXXXXXXX, brasileira, casada, comerciante, inscrita no CPF sob o nº XXX. XXXX. XXX-XX, residente e domiciliada na Rua XXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, através de seu procurador infra assinado, conforme instrumento procuratório em anexo (doc. 01), cujo endereço parar receber intimações e notificações de estilo é a XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, perante Vossa Excelência, com fulcro na Constituição Federal, no Código de Defesa do Consumidor e no Código de Processo Civil, ajuizar a presente Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais em face de TNL PCS S/A - Operadora “Oi”, sociedade anônima fechada inscrita no CNPJ sob o nº 05.423.963/0001-11, podendo ser encontrada e citada no St Setor Comercial Norte S/N – Asa Norte, Brasília – DF, CEP 70713900, de acordo com as razões fáticas e jurídicas a seguir expostas.
1. DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A nossa Carta Magna assegura às pessoas o acesso ao Judiciário, senão vejamos:
“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.
Neste caminho, a Lei 1.060/50 também garante a assistência judiciária à parte processual, verbis:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar à custa do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.
Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima transcritos, com a declaração de hipossuficiência financeira, que a promovente tem direito e requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições para, arcar com as custas do processo em comento.
2. DOS FATOS
A promovente foi cliente da demandada durante alguns anos até que decidiu mudar de operadora e em 05/06/2014 foi a uma loja da Claro, comprou um Chip e realizou a portabilidade da Oi para a Claro (videdocumento em anexo), ocasião em que foi informada que não haveria necessidade de cancelar o plano da Oi, pois assim que fosse concluída a operação, o cancelamento seria automático.
Registre-se que a partir da data que comprou o chip, a autora não realizou mais ligações pela Oi, até porque nem funcionava mais, uma vez que a demandante recebeu um chip provisório da Claro enquanto a operação fosse finalizada.
No dia 11/06/2014 ocorreu de fato a portabilidade, mas a autora se surpreendeu no dia 11/07/14, eis que chegou uma fatura no valor de R$ 111,34 (cento e onze reais e trinta e quatro centavos) e decidiu ligar para o numero da Oi (*1057 – Protocolo nº 201400112661342) para relatar tudo, ocasião em que Vera (funcionária) confirmou a portabilidade e disse que iria passar para o setor do cancelamento e, quando a promovente falou com o atendente, este informou que não havia sido concluída a portabilidade por parte da Oi.
Irresignada, após uma longa ligação recebeu a informação do funcionário da Oi que iria determinar ao setor competente para tentar realizar novamente o cancelamento, para finalizar a operação, mas a verdade é que até o presente momento não foi feito, uma vez que as cobranças (faturas mensais em anexo) e ligações telefônicas da Oi, que muitas vezes ocorrem em situações constrangedoras, continuam, o que acarreta stress, perda de tempo e de dinheiro à promovente.
Eis, portanto, os fatos.
3. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
No caso em apreço é indiscutível a aplicação do CDC, uma vez que toda a técnica de manejo da portabilidade e suas vertentes é de responsabilidade exclusiva das operadoras de telefonia, sendo os consumidores partes hipossuficientes no que se refere à técnica deste tipo de serviço.
Apesar de o CDC ser favorável aos consumidores, em face da outorga da hipossuficiência técnica e econômica, o que se percebe do caso é que todas as provas estão nos autos, restando apenas a este nobre julgador analisá-las, determinar o procedimento de praxe e dar total procedência à ação.
Assim, considerando os fatos e provas existentes nos autos, requer-se a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao presente caso, mais precisamente dos Arts. 2º, 3º, 6º, 14º, dentre outros.
3.2 DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
Pela narrativa dos fatos se percebe que a promovente está supostamente em débito há 03 (três) meses com a parte demandada, o que é inverídico, haja vista que desde Junho do corrente ano efetuou a portabilidade, não sendo mais cliente da “Oi”.
Além disso, a própria funcionária confirmou que por culpa exclusiva da promovida não foi concluída a portabilidade pela Oi, o que certamente é a causa de todas as cobranças indevidas.
Registre-se que a promovida vem cobrando da autora o valor total de R$ 211,28 (duzentos e onze reais e vinte e oito centavos) referentes aos meses de Junho, Julho e Agosto – em anexo, inclusive a demandante corre o risco de ser inscrita negativamente nos órgãos de proteção ao crédito
Desse modo, requer-se a Vossa Excelência (1) a declaração de inexistência de débito das cobranças até então feitas pelas promovida (em anexo) e também (2) das que por ventura vierem posteriormente ao ajuizamento da presente ação, julgando totalmente procedente a ação.
3.3. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Nobre Juiz, conforme exposto nessa peça, a promovida além de cobrar valores de forma incorreta, persistiu no erro e ficou ligando diversas vezes para a promovente, cobrando tais valores, enquanto a autora explicava que já tinha feito a portabilidade e que a Oi deveria ter finalizado a operação, que era sua obrigação contratual.
Além das cobranças, a promovente teve que ligar para a Oi explicando o motivo, por várias vezes e, antes mesmo de iniciar qualquer conversa, ao solicitar o número de protocolo das ligações, algumas ligações caíram.
Destaca-se, ainda, que esses dissabores se deram por várias vezes, haja vista que o problema não foi solucionado, persistindo até o presente momento, pois no dia 03/09/2014 a promovente recebeu novamente uma fatura cobrando valores indevidos.
É cediço que a reparabilidade do dano moral, alçada ao plano constitucional, no artigo 5º, incisos V e X da Carta Política, e expressamente consagrada na lei substantiva civil, em seus artigos 186 c/c 927, exige que o julgador, valendo-se de seu bom senso prático e adstrito ao caso concreto, arbitre, pautado nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, um valor justo ao ressarcimento do dano extrapatrimonial.
O dano moral causado à autora deve ter a sua reparabilidade plena, de molde a compensar os valores atingidos pelo evento danoso, servindo também de desestímulo à prática de atos ilícitos semelhantes, encontrando amparo desde a nossa Carta Magna até à profusa legislação infra-constitucional (Art. 927, CC e Art. 5º, inc. V, X da Constituição Federal), verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
CF, “art. 5º, inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
O novel Diploma Civil, em seu art. 186, também assegura a devida reparação pelos danos causados:
“Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
Pois bem, Douto Julgador, no caso em comento não há a mínima dúvida de que a promovente sofreu danos morais em razão de uma falha na prestação do serviço pela promovida Oi.
E uma vez verificado o dano, prevalece o princípio da responsabilidade objetiva, na qual se entende ser do fornecedor de serviço, o dever de sanar o prejuízo sofridopelo consumidor.
Desta forma, resta patente que a superveniência do sentimento de frustração, impotência e injustiça, assim como o constrangimento que foi imposto (cobranças indevidas, inclusive durante o expediente de trabalho), ultrapassaram o liame entre o mero aborrecimento e a ocorrência de uma lesão, ficando caracterizado o dano moral, que como já mencionado, reclama a devida reparação.
Vejamos o entendimento jurisprudencial a respeito do tema:
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONSUMIDOR. PORTABILIDADE NÃO CONCLUIDA. COBRANÇAS INDEVIDAS. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. Sustentou o autor que em abril/2012 recebeu a proposta para efetuar a portabilidade das linhas 9956 6256 e 9846-0636 para a requerida, no valor mensal de R$ 49,90. Todavia, a portabilidade não foi concretizada sob a alegação de que seria necessário que o consumidor se dirigisse até estabelecimento da requerida. Assim, o demandante solicitou o cancelamento do seu pedido, consoante números de protocolos que constam à fl. 07. Ocorre que, em que pese o pedido de cancelamento, teve o autor seu nome foi inscrito em órgão de proteção de crédito, fl. 04. Diante de tais alegações, cabia à demandada, ora recorrente, comprovar a origem dos débitos que originaram a inscrição negativa, o que não logrou fazer. Também não trouxe aos autos comprovação do efetivo uso das linhas ou de que os protocolos informados não existem, mediante telas do sistema, tampouco o áudio dos protocolos informados. No que tange aos danos morais, estes decorrem do indevido cadastramento do nome do demandante junto a órgão de devedores, o que gera o chamado dano moral puro que prescinde da comprovação do efetivo prejuízo. Em relação ao quantitativo indenizatório fixado em R$ 6.780,00, tem-se que não comporta redução, pois de acordo com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, bem como porque de acordo com os parâmetros adotados pelas Turmas Recursais em demandas análogas. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (Recurso Cível Nº 71005024617, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Julgado em 27/08/2014)
(TJ-RS - Recurso Cível: 71005024617 RS, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento: 27/08/2014, Segunda Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 01/09/2014).
E mais:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PORTABILIDADE. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. REFORMA DA SENTENÇA. A instituição ré não se desincumbiu de seu ônus processual quanto à prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (artigo 333, II, do CPC). - Não tendo comprovado a empresa telefônica a ocorrência de qualquer das possíveis excludentes de sua responsabilidade, resta demonstrada a falha do serviço do próprio apelante. - A responsabilidade do agente causador do dano moral opera-se por força do simples fato da violação. Verificado o evento danoso, surge a necessidade da reparação, independentemente da prova do prejuízo. -Assim restam configurados os danos morais experimentados. -O juiz, ao arbitrar o dano moral, deve pautar-se pela reprovabilidade da conduta ilícita, pela duração e intensidade do sofrimento da vítima e, igualmente, pela capacidade econômica do responsável pela conduta lesiva e pelas condições pessoais do ofendido, em respeito ao artigo 5º,V, da CRFB/88. Pelo que verificado dos autos, entendo ser minorada o valor fixado para a quantia de R$2.000,00 (dois mil reais), para cada Apelado em observância aos princípios informadores acima. -Refoma parcial da sentença. DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ART. 557, § 1º-A, CPC.
(TJ-RJ - APL: 02337765320108190001 RJ 0233776-53.2010.8.19.0001, Relator: DES. TEREZA CRISTINA SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO, Data de Julgamento: 06/11/2013, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CIVEL/ CONSUMIDOR, Data de Publicação: 06/12/2013 13:25).
Por fim, comprovado o nexo de causalidade entre a conduta da promovida e os danos que são presumíveis, requer-se a condenação da promovida ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a fim de reparar a autora e desestimular práticas semelhantes, conforme preconizam as leis.
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência o recebimento, processamento da presente peça postulatória e, ainda:
a) O deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita, na forma legal;
b) A citação da promovida no endereço preambular para, querendo, apresentar defesa, sob as advertências legais;
c) A inversão do ônus da prova, nos termos do Código de Defesa do Consumidor;
d) Ao final, a TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, a fim dedeclarar a inexistência do débito dos meses de Junho, Julho e Agosto de 2014 e também dos que porventura continuarem a vir;
e) A condenação da promovida ao pagamento de uma indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em razão das cobranças – ligações pelo celular e boletos de cobrança – indevidas;
f) A condenação da promovida em honorários sucumbenciais a serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa.
Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova em direito permitidos, bem como a juntada posterior de novos documentos e demais provas.
Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para efeitos meramente fiscais.
Termos em que pede e espera deferimento.
João Pessoa, 04 de setembro de 2014.
JOÃO LUIZ LEITE BELTRÃO
OAB/PB 17.275
Ação Declaratória de Inexistência de Débito Culminada com Indenização por Danos Morais e Materiais com Pedido Liminar
+ 7
3
Publicado por Gustavo Goedert
há 2 anos
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ____ DO ESTADO DE ____
NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade RG nº ___, inscrita no CPF/MF sob nº ___, residente e domiciliada na Endereço Completo, representada por seu procurador que esta subscreve, Qualificação do Advogado, com escritório profissional situado na Endereço do Escritório (procuração anexa – doc. 01), onde passará a receber as devidas notificações e intimações, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro na Lei 9.099/95, propor
AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CULMINADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAS COM PEDIDO LIMINAR
em face de NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº ___, com sede na Endereço completo, pelos fatos e direitos expostos a seguir.
I. DOS FATOS
A Autora, na data de 27 de dezembro de 2013, realizou compra com seu cartão de crédito de nº ___ (doc. 02), fornecido pelas Rés, em uma das lojas destas, no valor de R$313,84 (trezentos e treze reais e oitenta e quatro centavos), optando por parcelar a quantia em oito parcelas iguais, com primeiro pagamento programado para março deste ano.
Em 24 de fevereiro de 2014, ao voltar na loja em que realizou a compra, a Autora optou por adiantar parte dos valores que seriam cobrados futuramente, afim de não se preocupar com a possibilidade da acumulação de dívidas, além de, com tal pagamento adiantado, diminuir os juros que seriam cobrados.
Deste modo, adiantou a quantia de R$134,04 (cento e trinta e quatro reais e quatro centavos), o necessário para o pagamento de 04 (quatro) parcelas, abatidos os juros, dos valores em aberto a serem cobrados nas faturas seguintes do cartão de crédito (doc. 03).
No mês seguinte, março de 2014, como esperado, a Autora recebeu em sua residência o boleto de seu cartão de crédito com o resumo dos gastos, onde constava o pagamento antecipado recebido, gerando crédito de R$92,54 (noventa e dois reais e cinquenta e quatro centavos) a ser aproveitado nas demais faturas (doc. 04).
Como estava incerta sobre a situação e pelo fato da Ré ter lhe enviado um boleto com valor de “R$-92,54”, a Autora procurou uma das lojas da rede para confirmar se realmente se tratavade crédito ou se ainda deveria pagar algo, sendo-lhe confirmado que nada deveria pagar aquele mês, como informado ao final do próprio boleto.
Passou-se abril sem que a Autora recebesse algum boleto referente àquele mês.
Para a surpresa da Autora, no mês de maio chegou em sua casa uma nova correspondência enviada pela Ré, contendo boleto com vencimento programado para o dia 23 do mesmo mês, no valor de R$96,80 (noventa e seis reais e oitenta centavos), com a descrição de “Saldo Anterior” (datada de 23/04) na quantia de R$ 80,76 (oitenta reais e setenta e seis centavos), acrescidos, neste mês, de encargos, juros e multa, alcançando, assim, o valor total (doc. 05, fl. 01).
Sem qualquer informação detalhada, muito menos sobre o aproveitamento do crédito ainda existente e suficiente para cobrir as parcelas até o mês de junho, o boleto enviado pela Ré cobra valor indevido.
Ainda, junto do mesmo boleto, na folha de número 03 (três), para o descontento da Autora, se encontra notificação a respeito da inclusão do nome desta no cadastro do Serviço Central de Proteção ao Crédito – SCPC e na Rede Nacional de Informações Comerciais – RENIC, sem qualquer notificação prévia que permitisse o contraditório e/ou o pagamento dos valores supostamente devidos.
Inconformada com o que estava em suas mãos, a Autora procurou tomar conhecimento acerca da inclusão de seu nome nos cadastros de inadimplentes, constatando-se o registro de débito no valor de R$ 80,76 (oitenta reais e setenta e seis centavos) em face da Ré (doc. 06).
Contudo, no dia 08 deste mesmo mês, a Autora participou de entrevista para concorrer à vaga de emprego de “contas à pagar” junto da empresa “EMPRESA” (e-mails – doc. 07), que lhe concederia salário de R$1800,00 (mil e oitocentos reais) mais benefícios, restando sem resposta.
Mesmo após requerer do setor de Recursos Humanos da referida empresa informações a respeito de sua não contratação, esta permaneceu em silêncio, deixando a Autora preocupada com seu desempenho.
Porém, como recebeu o boleto da Ré alguns dias após a entrevista, juntamente com a informação da inclusão de seu nome junto aos órgãos de inadimplentes, a Autora logo chegou a conclusão dos motivos que a teriam levado a perder a vaga na empresa em que participou da entrevista de emprego.
É sabido que nas áreas de atuação que envolvem o setor financeiro da empresa, requer-se funcionários com a reputação de crédito ilibada, afim de se garantir a boa-fé na execução dos serviços que envolvem capital, seja esta atitude considerada ou não como um preconceito, em razão da sombra deixada pelo revogado artigo 508 da Consolidação das Leis do Trabalho, que permitia a demissão por justa causa de empregado bancário com dívidas exigíveis.
Ainda mais por se tratarem de informações públicas, qualquer pessoa pode ter acesso às informações de crédito existentes sobre determinado alguém.
Assim, além de ter seu nome indevidamente cadastrado junto aos órgãos de proteção ao crédito maculando sua reputação financeira, teve prejudicada a possibilidade de ser contratada diante de uma ótima oportunidade de emprego.
Deste modo, não resta alternativa senão a propositura da presente ação.
II. DOS DIREITOS
Perante os fatos narrados, verifica-se a prática de ato ilícito por parte da Ré, que por infundada atitude de cadastrar o nome da Autora junto aos cadastros de proteção ao crédito acabou por gerar danos.
Para início do debate, transcreve-se o artigo 186 do Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome da Autora nos cadastros de inadimplentes, por decorrência de dívida inexistente.
Ao se analisar os documentos anexos com os fatos narrados, é facilmente perceptível a quitação da Autora perante suas obrigações com a Ré que, ainda, ocorreram de modo antecipado à data de vencimento acordada.
Não verificada a inadimplência da Autora para com a Ré, não há que se falar no direito de que o nome dessa possa ser devidamente incluído no cadastro de inadimplentes.
Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome da Autora junto dos órgãos protetivos, verifica-se a violação de seus direitos através de ato ilícito.
O artigo 927 do mesmo código determina a obrigação de indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem mediante ato ilícito, independentemente de culpa.
Não só o Código Civil, mas a própria Constituição da República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da vida privada, honra e imagem das pessoas, garantindo o direito de indenização mediante a ocorrência de dano material ou moral pela violação.
Neste diapasão, ao tratar incialmente do cabimento de indenização por dano moral, vale trazer para esta exordial a seguinte decisão do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS. PROVA. DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO. ALTERAÇÃO NA VIA ESPECIAL. HONORÁRIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de inscrição indevida no cadastro de inadimplentes, considera-se presumido o dano moral, não havendo necessidade da prova do prejuízo, desde que comprovado o evento danoso”.
(REsp 419365 / MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, Dj. 11/11/2002) (Grifou-se)
O Superior Tribunal de Justiça é pacífico ao determinar que a inscrição indevida junto ao cadastro de inadimplentes caracteriza dano moral in re ipsa, ou seja, independe de prova para sua configuração.
Da mesma maneira que existe o dever de indenizar o dano moral, deve-se indenizar o dano material, a ser discutido no presente caso com base na “teoria da perda de uma chance” (perte d’une chance).
Como narrado, a Autora participou de processo seletivo para vaga de “contas à pagar”, concorrendo como forte candidata, sendo que, após a entrevista, deixou de receber retorno da empresa contratante sobre sua classificação; presumindo-se a não contratação pela inclusão do nome da Autora no cadastro de inadimplentes.
Assim, pelo ato ilícito da Ré, além da configuração de dano moral in re ipsa, verifica-se a existência de dano material produzido pela mesma ação, vez que tal inclusão dirimiu as chances da Autora de conquistar a vaga de emprego tão almejada.
A “teoria da perda de uma chance” se aproxima muito da natureza dos lucros cessantes, diferindo-se que essa é aplicável quando o ato ilícito resulte na perda da oportunidade de alcançar uma situação futura melhor, precisando, segundo as lições de Sérgio Cavalieri Filho, que: "se trate de uma chance real e séria, que proporcione ao lesado efetivas condições pessoais de concorrer à situação futura esperada" (Programa de Responsabilidade Civil, 4ª ed., São Paulo: Malheiros, p. 92).
Outrossim, verifica-se que a própria empresa demonstrou grande interesse no ingresso da Autora em seu corpo de trabalhadores, sendo maleável até na data e horário da entrevista que foi aplicada, fazendo com que a pretensão aqui debatida encontre guarida na referida teoria, que é aplicada "nos casos em que o ato ilícito tira da vítima a oportunidade de obter uma situação futura melhor, como progredir na carreira artística ou no trabalho, arrumar um novo emprego" (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Op. Cit., pp. 91-92).
Por ser atuante do setor financeiro, a informação de existência de débitos no mercado em nome da Autora prejudica seriamente suas possibilidades de conquistar uma vaga de emprego, merecendo justa indenização pela perda de oportunidade causada em decorrência do ato ilícito da Ré.
Esta é a linha de raciocínio que vem sendo aplicada pelo próprio STJ, como pode ser visto no caso do “Show Do Milhão” no RECURSO ESPECIAL Nº 788.459 - BA (2005/0172410-9).
Na mesma linha, o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor é claro ao estabelecer que o fornecedor de serviços responde objetivamente, ou seja,independentemente da existência de culpa, pelos danos causados por defeitos relativos à prestação dos serviços.
Ainda, o mesmo CDC visa proteger o consumidor, apoiando-se no princípio in favor debilis. Tal princípio pressupõe a fragilidade do consumidor diante da relação de consumo, visto sua hipossuficiência diante do que lhe é imposto na relação de consumo.
Neste sentido, há de se destacar o artigo 6º, inciso VII, do referido código, que garante ao consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, garantindo-lhe a inversão do ônus da prova em detrimento da superioridade do prestador de serviços (neste caso).
Portanto, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés vai além do determinado pelo Código Civil, infringindo o CDC e a própria Constituiçãoda República no que diz à honra e imagem dos indivíduos.
III. DA LIMINAR
O artigo 273 do Código de Processo Civil permite ao juiz antecipar, a pedido da parte, os efeitos da tutela pretendida na inicial, desde que exista prova inequívoca, verossimilhança e dano iminente.
Desta maneira, configurado o ato ilícito devidamente comprovado, gerando prejuízo para a Autora, verifica-se a possibilidade da concessão de tutela antecipada para que o nome da Autora seja retirado dos cadastros de inadimplentes sob pena de aplicação de astreinte.
a. DA VEROSSIMILHANÇA
Verificando-se o direito da Autora em ter sua honra e imagem imaculadas frente ao seu adimplemento perante suas obrigações civis, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés fere seus princípios constitucionais e legais ao ter seu nome indevidamente “sujo” perante o mercado de crédito e até de trabalho, ensejando reparação imediata.
b. DO PERICULUM IN MORA
Como alegado, a manutenção indevida do nome da Autora nos cadastros de inadimplentes trazem graves prejuízos à sua honra e imagem, prejudicando oportunidades de emprego e de concessão de crédito junto a instituições financeiras.
Portanto, a não retirada imediata do nome da Autora dos serviços de proteção ao crédito, além dos prejuízos já ocasionados, continuará a gerar novos e irreparáveis danos por consequência de ato ilícito.
IV. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência:
a) Conceder a tutela antecipada pleiteada para determinar às Rés que removam o nome da Autora dos cadastros de inadimplentes constantes em 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de astreinte no montante de R$150,00 (cento e cinquenta reais) diários;
b) Julgar procedente a presente demanda, tornando definitivos os efeitos da tutela antecipada, declarando a inexistência de débito para com as Rés;
c) Julgar procedente a presente demanda, para condenar as Rés ao pagamento de indenização:
a. A título de Danos Morais, em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, levando em consideração o alto patrimônio das Rés e o grave prejuízo causado à Autora pelo ato ilícito, afim de que tal montante seja capaz de produzir efetiva repreensão perante ao reiterado descaso com seus consumidores, sem extrapolar os limites da razoabilidade e acabar por gerar enriquecimento sem causa;
b. A título de Danos Materiais, com base na “teoria da perda de uma chance”, no valor de R$5.400,00 (cinco mil e quatrocentos reais), equivalente a três vezes o valor do salário da vaga de emprego perdida por decorrência do ato ilícito que prejudicou a honra e imagem da Autora, tempo considerado razoável por decorrência do “período de experiência” frequentemente utilizado pelas empresas.
Requer-se a citação da Ré, na forma do art. 19, da Lei nº 9.099/95, para comparecer à audiência pré-designada, a fim de responder à proposta de conciliação ou querendo e podendo, conteste a presente peça exordial, sob pena de revelia e de confissão quanto à matéria de fato, de acordo com o art. 20 da Lei 9.099/95;
Requer-se, ainda, a inversão do ônus da prova, por consequência da relação de consumo, de acordo com o artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Dá-se à causa o valor de R$5.400,00 (cinco mil e quatrocentos reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO (A)
OAB/UF Nº...
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA XXª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO (A) ________ – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA Xª REGIÃO. URGENTE! ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. JUSTIÇA GRATUITA. CONSUMIDORA AFLITA DA SILVA, brasileira, casada, aposentada, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, RG sob o nº XXXXXXXXXX SSP/XX, residente e domiciliada à AV. XX, Ed. XX, nº XX, Bairro de XXXX, CEP: XX.XXX-XXX, CIDADE – ESTADO, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência por seu advogado infra firmado e bastante procurador, com instrumento de mandato anexo, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA E REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS (NOVO CPC) LEI 13.105/2015 em face da BOLSA DE ECONOMIA FEDERAL – B.E.F.,, instituição financeira sob a forma de empresa pública federal, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao Ministério da Fazenda., inscrita no CNPJ/MF sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede à SBS QD X BL A LT X X. XX AND – ASA SUL – BRASILIA - DF, CEP: XX.XXX-XXX, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir alinhavados: WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 1 – PRELIMINARMENTE; DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUITA: Preliminarmente, pugnar-se-á de Vossa Excelência, pela concessão dos favores da JUSTIÇA GRATUITA, com fulcro nos preceitos elencados no art. 4º da Lei n° 1060/50, e art. 5º, inciso LXXIV da CF/1988, que asseveram que a parte gozará dos benefícios da Assistência Gratuita mediante simples afirmação, e a qualquer tempo do processo, porquanto não possua a Requerente condições financeiras de arcar com as custas e demais despesas do processo. Ademais Vossa Excelência, a requerente não possui condições para arcar com as custas e despesas processuais, uma vez que o seu cônjuge se encontra doente, entre outros fatores de grande relevância, como o fato de receber uma baixa aposentadoria além de ter que arcar com todas as despesas para a manutenção de seu lar, como: remédios, transporte, médicos e alimentação. Outro ponto de suma importância para que ocorra a concessão dos favores da justiça gratuita, se diz ao fato da solicitante não ter se quer condições de continuar a pagar o seu plano de saúde. Não podemos deixar de destacar que se o benefício requerido não for concedido, o acesso à justiça restará obstaculizado, posto que o valor das citadas custas, supera demasiadamente o montante recebido mensalmente pela requerente. Fundamenta-se também com o princípio da isonomia (igualdade), que é o princípio constitucional informador da concessão, pelo Estado, do benefício da Justiça Gratuita, permitindo a todos, pobres ou ricos, o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o princípio de que "todos são iguais perante a lei", é a gênese do benefício da Justiça Gratuita. As normas estabelecidas no direito positivo brasileiro, que concedem os benefícios da Justiça Gratuita aos necessitados, estão, em sua maior parte, contidas na Lei Federal nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950. Tal diploma legal foi recepcionado pela Constituição Federal, vindo a regulamentar seu art. 5º, inciso LXXIV ("o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos"). Invocando-se o princípio isonômico, conclui-se que, qualquer pessoa, é beneficiária da Justiça gratuita, nos termos da Lei Federal nº 1.050/60, mais especificamente em seu art. 2º, parágrafo único. Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar às custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família". Através da presente Lei Federal, estabelece-se a isenção ao necessitado, de custas, despesas processuais, bem como de honorários advocatícios. Desta forma, permite o Estado que qualquer do povo, por mais necessitado que seja, tenha acessoao Poder Judiciário, podendo, desta forma, exercer direitos conceituados como fundamentais, permitindo, pois, a construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 2- INICIALMENTE: Requer ao douto juízo o DEFERIMENTO DA MEDIDA LIMINAR, pois se acham induvidosamente demostrados o fumus boni iuris e o periculum in mora a seguir narrados e comprovados, bem como a declaração inicial de INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, a teor do dispositivo no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, considerando a “exposição” da Demandante às práticas contrarias ao CDC e por ser visivelmente vulnerável o consumidor nas relações consumeristas, devendo, portanto, o Banco demandado ter a incumbência de produzir provas contrarias às alegações iniciais da Autora. 3- DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: A Carta Magna traz taxativamente a competência da Justiça Federal, ao passo que a competência da Justiça Estadual é subsidiária. Da análise do artigo 109, I, resta evidente que compete à Justiça Federal processar e julgar causas em que seja parte, ou que tenha interesse empresa pública federal, como é a Bolsa de Economia Federal Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Ademais, diante do valor da causa ultrapassar o limite para propor ação na esfera do Juizado Especial Federal (até 60 salários mínimos vigentes), compete, exclusivamente, a esse Juízo o processamento e julgamento do presente feito. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 4- DOS FATOS: 1- A Consumidora e ora Autora é cliente da Bolsa de Economia Federal, na Agência: xxx, Conta Poupança: xxxxxxx-x, Operação: xxx. 2- Conforme documentação anexada aos autos verifica-se que a requerente contratou na data de 01/02/2010 um empréstimo bancário sob a modalidade CRÉDITO CONSIGNADO BOLSA, contrato nº XX.XXXX.XXX.XXXXXXX-XX, no valor de R$ 14.430,00 parcelados em (60) X de R$ 423,93, sendo a primeira para 07/03/2010 e a 60ª e última, para 07/02/2015. 3- Eis que para a sua surpresa e infelicidade, em 08/02/2015, a Requerente foi comunicada pela SERASA que possuía uma dívida com a Demandada no valor de R$ 231.137,92, referente ao mesmo contrato que no referido mês já deveria estar liquidado (pago), conforme contrato e comunicação anexados aos autos. Porém a mesma acreditou ser um erro. 4- Desde então, e de forma irregular, senão ilegal, mesmo já tendo adimplido todas as parcelas do contrato, a Instituição Financeira continuou a realizar descontos, mês a mês, referente ao então contrato adimplido e liquidado. 5- Inconformada com tamanho absurdo, a Consumidora dirigiu-se até a Agência da Bolsa de Economia Federal, situada na cidade de ________ no Estado do (a) ______, prefixo XXXX e fez o relato dos fatos que a levaram a presente provocação do Poder Judiciário Federal, quais sejam: “ Primeiro, informou que o desconto ocorrido em seu contracheque era muito alto e já havia terminado de pagar as já descritas 60 (sessenta) parcelas, afirmou ainda que o seu “benefício” pago pelo INSS é a sua única fonte de renda. O segundo fato se deve a verificação de que não houve renovação de qualquer operação de crédito em junho de 2014, bem como não há qualquer contrato assinado por ela referente a rechaçada renovação/renegociação de crédito. Afirmou ainda que o único empréstimo que reconhece refere-se ao realizado em fevereiro de 2010, onde contratou pouco mais de 14 mil reais. Além do fato de procurar a instituição bancaria e ter redigido em tal momento, uma contestação por escrito, observa-se ainda que o referido Banco não apresentou qualquer documento que corroborasse a cobrança de refinanciamento, bem como qualquer posição ou tentativa de resolver a situação de forma administrativa e extrajudicial. “ 6- Após o descrito no parágrafo anterior, e acreditando já ter resolvido o “mal-entendido”, e justamente para a sua total perplexidade e susto, a consumidora recebeu nova comunicação do SERASA em 01/09/2015, agora informando que a sua WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR suposta dívida (mesmo contrato) seria de R$ 289.203,97, o que gerou problemas físicos e abalo psicológico. 7- Após a segunda comunicação a requerente verificou que o seu nome foi inserido diversas vezes em órgãos de proteção ao crédito, e inclusive lhe foi negado um pedido de crédito por tais restrições. 8- Sem saber mais como agir, e em uma situação de total desespero, a Demandante dirigiu-se outra vez até a Bolsa de Economia Federal em 17/11/2015, e para o seu novo “assombro”, ratificaram que a dívida em debate teria sido originada por meio de uma renovação/renegociação “que ela nunca fez”, do empréstimo que ela contraiu no longínquo ano de 2010. 9- Não bastando o susto de ter sido supostamente vítima de um erro bancário ou até uma mesmo uma fraude, lhe foi fornecido relatório que ora se anexa, com data de 17/11/2015, informando que a sua dívida era de impressionantes R$ 332.722,58. (Trezentos e trinta e dois mil setecentos e vinte e dois reais e cinquenta e oito centavos) 10- Questiona-se, como alguém que recebe pouco mais de R$ 3.000,00 de proventos mensalmente, poderia obter crédito consignado em tal patamar, ou até com qual margem consignada ela conseguiria (contratar/adimplir) com a suposta dívida que lhe é atribuída? 11- Em sua ida a agência da Bolsa de Economia Federal na cidade de __________, não lhe foi fornecido o suposto contrato de renovação, o que torna inegavelmente suspeita a operação em comento, perfazendo-se um dos motivos para que seja concedida a inversão do ônus da prova. 12- Outro ponto importantíssimo, diz respeito em qual conta bancária ocorreu o suposto crédito do obtemperado empréstimo, posto que na conta bancária de titularidade da Peticionária, não ocorrera tamanha e abundante movimentação financeira. 13- O tema que emerge a urgência e funciona também como um dos fundamentos do pedido de antecipação da tutela, diz respeito ao fato comprovado nos autos de que o empréstimo contratado no ano de 2010 e não questionado pela requerente, já deveria ter o seu desconto na sua folha de pagamento descontinuado. Posto que, como já dito nos parágrafos iniciais, a 60ª e última parcela conforme o multicitado contrato anexo, se deu em fevereiro de 2015. 14- Comprova-se a existência do perigo da demora, posto o indevido bloqueio/aprovisionamento do valor de R$ 17.810,88 na conta poupança da Autora, o que faz com que todo e qualquer valor creditado em sua conta, seja imediatamente apropriado de forma indevida pelo Banco requerido. Conforme extrato anexado e emitido em 03/01/2016. 15- De forma complementar, restou evidenciado que o valor descontado desde o mês de março de 2015 é indevido, devendo ocorrer a devolução de tais WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR descontos conforme a norma da repetição do indébito até o mês atual, ou seja, janeiro de 2016. 5- DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA: O artigo 298 do NCPC disciplinou a antecipação de tutela inominada e geral, enquanto o artigo 497, parágrafo único do NOVO diploma processual legal, a antecipação de tutela específica de obrigações de fazer ou não fazer: "Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar, ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará o seu convencimento de modo claro e preciso : "Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem a obtenção da tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. Inicialmente foram explicitados os abusos praticados pela Bolsa de Economia Federal, não deixando alternativaa Autora a não ser procurar as medidas judiciais cabíveis, na tentativa de estabelecer o verdadeiro equilíbrio contratual, pois a Peticionaria, se não obtiver a guarida do judiciário, continuará sofrendo descontos indevidos que impactam em perda de grande valor para o sustento de sua família. DA URGÊNCIA E DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO ANTE A PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS E DO PEIRCULUM IN MORA. O presente caso tem perfeitamente configurado todos os requisitos do artigo 298 do NCPC, haja vista, o episódio em tela, tratar-se de contrato de adesão, onde a relação de consumo regulada por imposição da Ré, seus valores, índices, forma e conteúdo, com inteira ausência de bilateralidade, sujeitando a Autora às graves lesões e difícil reparação causadas pelos descontos onerosos e, reiteradamente, que não mais deveriam existir. Os acenados fatos desequilibram e causam danos irrerversíveis a mesma, bem como para a sua familia. O PERIGO DA DEMORA caracteriza-se, pela possibilidade da Requerente continuar com seu nome inserido nos órgãos de proteção ao crédito devido a um débito que já se encontra liquidado. Não podendo deixar de frizar que em ato contínuo, a Instituição Financeira se mantem a proceder com os descontos mensais na folha de pagamento da Autora, fato este, que continuará, caso não seja deferida a medida liminar requerida para que sessem os guerreados descontos indevidos. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Em mesma linha de raciocínio, a não retirada imediata do nome da Autora dos serviços de proteção ao crédito, bem como, a continuação do desconto de R$ 423,93, oriundo de um débito já quitado, além dos prejuízos já acarretados, continuaram a gerar novos e irreparáveis danos consequentes de tais atos ilícitos. Como alegado, a manutenção indevida do nome da Autora nos cadastros de maus pagadores e os descontos relativos a débito inexistente, trazem graves prejuízos à sua saúde financeira e sustendo de sua família, bem como para a sua honra e imagem. O FUMUS BONI JURIS no caso vertente, não está consubstanciada exclusivamente na pronta compreensão de sua certeza jurídica, mas sim, vinculado fundamentalmente à plausividade de sua argüição e da inutilidade de sua concretização tardia. Em comentário ao art. 51 IV da Lei n° 8.078/90 está à lição de Caio Mário: “Numa sensível aproximação com os requisitos etiológicos do instituto da lesão, o Código do Consumidor fulmina de nulidade as cláusulas que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas ou exageradamente desvantajosas para o consumidor, atentando contra a boa-fé ou a equidade” (art. 51, IV; e ainda as que ameaçam o equilíbrio contratual, isto é, afronta o princípio da justiça comutativa), (op. Cit. P. 212). Frisa-se os perigos da continuidade dos descontos indevidos na folha de pagamento da Autora, o que sem dúvida faz uma grande diferença em um orçamento familiar tão restrito, bem como a manutenção do bom nome da mesma, nos órgãos de proteção ao crédito, Tal fato pode levar, sem dúvidas, inclusive, a uma situação irreparável – perda da capacidade de comprar alimentos e demais necessidades básicas de um ser humano comum na sociedade atual, não esquecendo a sua atual impossibilidade de adquirir crédito ou financiar bens duráveis, RESTANDO ASSIM, PATENTE O PERICULUM IN MORA. Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação da parte Autora atende perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida antecipatória, pelo que, se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para: 1- Que a Ré se abstenha de fazer novos descontos referente ao contrato de empréstimo em comento; 2- Retirada, imediata, do nome da autora dos órgãos de proteção ao crédito. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Para tanto, requer de Vossa Excelência, que se digne a determinar a expedição de INTIMAÇÃO à Ré, ou por outro meio que entender mais eficaz. 6- DO DIREITO: 6.1 - Do Código de Proteção e Defesa do Consumidor: O CDC em seus artigos 2º, parágrafo único, 3º, §1º, estabelece e define o conceito de consumidor e de fornecedor, bem como o conceito de produto, senão vejamos: 3 Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (grifo nosso) Diante dos artigos supramencionados, depreende-se do caso em tela, se trata de uma relação consumerista, onde resta configurado à devida aplicação imperiosa do CDC. E em seu art. 4º, I, aponta que o consumidor é sempre a parte mais fraca da relação de distribuidor-consumidor: Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995). I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; Forma-se bem claro e evidente que o requerente é o elo mais fraco da relação de consumo devido a sua posição econômica e jurídica estabelecida no liame contratual. 6.2- Da declaração de inexistência de debito: Pela narrativa dos fatos se percebe que a Autora está com um impugnado débito em valor impressionantemente elevado junto a Instituição Financeira questionada, o que é notavelmente inverídico, conforme a documentação acostada à presente, sem sobrepujar o fato de já ter ocorrido a liquidação do contrato do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR empréstimo realizado no ano de 2010 onde o seu valor supera em pouco a quantia de R$ 14.000,00. Além disso, a própria Instituição não comprovou sua alegação de que houve uma nova contratação de crédito que justificasse o montante da dívida descrita em R$ 332.722,58. (Trezentos e trinta e dois mil setecentos e cinquenta e oito reais) Registre-se que, a Bolsa de Economia Federal continua cobrando da Autora, ou melhor, descontando mês a mês o valor R$ 423,93 em contracheque, indevidamente, e mais, já inseriu o seu nome no rol dos maus pagadores. Desse modo, diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência que determine à Bolsa de Economia Federal a suspenção dos descontos referente ao empréstimo ora discutido e que seja declarada a inexistência do débito. 6.3 - Da Repetição do Indébito: Proclama o CDC, por intermédio de norma contida em seu art. 42, parágrafo único, o direito patente do suplicante consistente na restituição em dobro dos valores perante o qual fora lhe cobrado indevidamente, robustecido pela imposição unilateral de taxas e serviços que deveriam ser disponibilizados pela inteira responsabilidade da requerida, senão vejamos: Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Desta feita, torna-se plenamente viável no caso em tela a escorreita aplicação do parágrafo único do art. 42 do CDC, haja vista que a consumidora fora cobrada indevidamente dentro do negócio jurídico suscitado, uma vez que, por etimologia da própria palavra, indébito se oriundo de um débito não devido perante o qual o consumidor fora cobrado. Assim resta totalmente configurado o direito da suplicante haver de maneira inequívoca os valores dobrados referentes aos descontos sofridos do valor de um contrato de empréstimo já quitado. Por ora, resta demostrado não só durante a narrativa fática, bem como pelo conjunto de provas anexadas, que ocorreram descontos indevidos no contrachequeda consumidora entre os meses de marco de 2015 a janeiro de 2016, cada um no valor de R$ 423,93. Diante de tal linha teleológica, alcançamos a quantia de R$ 8.478,60, vejamos: O valor descontado mensalmente é de R$ 423,93 e já perdura por 10 (dez) meses, chegamos assim ao valor de R$ 4.239,30. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Aplicando a regra da repetição do indébito, posto o desconto ser indevido chegamos ao valor de R$ 8.478,60 que deverá ser devolvido a Consumidora e Requerente. 6.4 - Do cabimento da indenização por Danos Morais: 6.4.1 - Inclusão em cadastro de inadimplente: Perante os fatos narrados, verifica-se a primeira prática ilícita por parte da Bolsa de Economia Federal, que por infundada atitude de cadastrar o nome da Autora junto aos órgãos de proteção ao crédito acabou por gerar danos. O apontamento indevido do nome da Requerente para sua inscrição no SPC por conduta de Ré, impõe a esta última, a obrigação de indenizar os danos morais conforme preceitua o Artigo 5º, X, da Constituição Federal, que a Peticionária vem sofrendo, com a mácula de seu bom nome e sua honra, além da preocupação e intranquilidade por conta da impossibilidade de financiamento de um bem e a falta de crédito junto às instituições financeiras. A questão de fato não oferece maiores controvérsias, não houve qualquer contribuição da Autora para o evento danoso, e por outro lado, resta comprovado a negligência e o descontrole da Requerida, ao permitir que indevidamente fosse levado à inscrição o nome da Consumidora aos órgãos de proteção ao crédito. Não se trata da clássica hipótese de falta de atenção. Aqui a situação é mais grave, pois em razão do desmazelo e da amálgama da Requerida, a Peticionária foi “negativada” como se devedora inadimplente fosse, gerando assim, a obrigação de indenizar o dano moral daí advindo. Neste sentido temos o entendimento dos nossos Tribunais: SERVIÇO DE PROTEÇÃO DO CRÉDITO – I NSCRIÇÃO INDEVIDA – OCORRÊNCIA DE DANO MORAL – INDENIZAÇÃO – CABIMENTO. Apelação Cível – Dano moral – Inscrição indevida no Serviço de Proteção ao Crédito – Ocorrência – Procedência – Confirmação – Desprovimento. A inscrição em cadastro de serviço de proteção do crédito de verba comprovadamente indevida, implica em indenização por dano moral, devendo o quantum indenizatório ser compatível com as conseqüências causadas, irrelevantes o valor original do débito inscrito para fixação de reparação. (TJ/PB – Apelação Cível n. 98.004677-9 – Comarca da Capital – 1a Câm. Cív. – Dês. Marcos Antônio Souto Maior EMENTA: CÍVEL E CONSUMIDOR. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO CONTRATUAL E DO REFERIDO DÉBITO DANOS MORAIS CONFIGURADOS. MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ( 2ª Turma – Cível e Criminal, PROCESSO Nº 5236/08 – Cível, TJ/BA, Rel. SANDRA INÊS MORAES RUSCIOLELLI AZEVEDO, 05 de juh. 2009.) WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR DANO MORAL – INSCRIÇÃO ILÍCITA NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – INDENIZAÇÃO CABÍVEL. Dano moral. Abalo de crédito. Inscrição do nome do autor no SPC. Ilícito reconhecido. Indenização devida. Procede o pleito indenitário moral pelo abalo de crédito causado à vítima pela ilícita inscrição de seu nome no cadastro do SPC. (TA/PR – Ap. Cível n. 0098659-2 – Comarca de Londrina – Ac. 7339 –unân .- 8a Câm. Cív. – Rel. juiz Rafael Augusto Cassetari – j. em 30 mar. 98). DANO MORAL – INDENIZAÇÃO –ADMISSIBILIDADE – ENVIO DO NOME DO AUTOR AO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO – INADIMPLEMENTO NÃO CONFIGURADO – ABALO DE CRÉDITO – CONFIGURAÇÃO Indenização por danos morais. Violação à imagem do cidadão. Envio do nome do autor ao serviço de proteção ao crédito como devedor inadimplente. Inadimplência não caracterizada. I – A mácula ao nome, honra e crédito do cidadão é ofensa indenizável a título de danos morais. A empresa que envia o nome do cidadão ao Serviço de Proteção ao Crédito deve pautar-se com zelo necessário para não incorrer em equívocos. II – Aquele que, por ação ou omissão, viola a imagem de outro deve responder pelos danos que causar. (TJ/DF – Ap. Cív. N. 35508 –Distrito Federal – Ac. 78243 – unân. – 3a T. Cív. – Rel: Dês. Nancy Andrighi) Em continuidade ao debate, transcreve-se o artigo 186 do Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome da Autora nos cadastros de inadimplentes, por decorrência ainda de dívida inexistente. Ao se analisar os documentos anexos com os fatos narrados, é facilmente perceptível a quitação da Autora perante suas obrigações com a Ré. Não verificada a inadimplência da Autora para com a Ré, não há que se falar no direito de que o seu nome possa ser devidamente incluído no cadastro de inadimplentes. Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome da Autora junto dos órgãos protetivos, verifica-se a violação de seus direitos através de ato ilícito. O artigo 927 do mesmo Código determina a obrigação de indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem mediante ato ilícito, independentemente de culpa. Não só o Código Civil, mas a própria Constituição da República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da vida privada, honra e imagem das WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR pessoas, garantindo o direito de indenização mediante a ocorrência de dano material ou moral pela violação. 6.4.2 - Da Cobrança por dívida inexistente e dos descontos indevidos: É cediço que cobrança indevida feita de forma insistente, mesmo após ciência da falha ao fornecedor, enseja dano moral e direito à indenização, em especial ao fato de se atribuir dívida de montante tão elevado, como no caso em comento, ou seja, R$ 333.722,58, independentemente de qualquer outra prova, porque nesse caso é presumida a ofensa à dignidade do cidadão, tratado com desprezo e desdém. O valor da indenização por danos morais deve ser fixado de forma proporcional às circunstâncias deste caso em espécie. Enseja reparação por danos a cobrança de dívida inexistente, se dela resultou a exposição da suposta devedora a situações constrangedoras ou a sua submissão a qualquer tipo de vergonha ou ameaça (art. 42, do CDC.) ou ainda a restrição de crédito em banco de dados público do sistema de proteção ao crédito, fatos estes que ocorreram e vitimaram a Consumidora e peticionaria. Deverá ocorrer a aplicação da sanção prevista no art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor, a conduta da Ré encontra-se revestida de má-fé. Restando configurado o dano, tendo os seus efeitos exorbitando, por sua clara natureza e gravidade, o aborrecimento normalmente decorrente de uma perda patrimonial e ainda repercutirem na esfera da dignidade da requerente. O quantum indenizatório tem o condão de prevenir, de modo que o ato lesivo não seja praticado novamente. Deve-se atentar, ainda, em juízo de razoabilidade, para a condição social da vítima e do causador do dano, da gravidade, natureza e repercussão da ofensa, assim como exame do grau de reprovabilidade da conduta do ofensor. Onde resta inegavelmente configurado um prejuízo equiparado ao valor de mais de trezentos mil reais cobrados ilegalmente da Reclamante. O referido valor deve garantir à Autora e também parte lesada, reparação que lhe compense o sofrimento, bem como cause impacto suficiente para desestimular a reiteração do ato por aquele que realizou a conduta reprovável. “Quantum indenizatório”. Por fim, Excelência, diante de tudo que lhe foi apresentado, podendo e devendo o d. Juízo, conforme o narrado e provado anteriormente, condenar o Banco demandado ao pagamento de todos os descritos e terríveis danos morais sofridos pela consumidora. Excelência, com a devida vênia, reiteram-se os perigos da continuidade dos descontos indevidos na folha de pagamento da Autora, o que WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR sem dúvida faz uma grande diferença em um orçamento familiar tão restrito, bemcomo a manutenção do bom nome da mesma, nos órgãos de proteção ao crédito, Como já narrado, tal fato pode levar, sem dúvidas, inclusive, a uma situação irreparável – perda da capacidade de comprar alimentos e demais necessidades básicas de um ser humano na sociedade atual, não esquecendo da sua atual impossibilidade de ou adquirir crédito ou financiar bens duráveis. 7- DOS PEDIDOS: Diante do exposto, a Autora REQUER: a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro na Lei n° 1.060/50, uma vez que a parte Autora não possui condições de arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios. b) A inversão do ônus da prova, em favor da Autora, nos termos do Art. 6º, inciso VIII da Lei 8.078/90 (CDC); c) Em razão da verossimilhança dos fatos ora narrados, da hipossuficiência da consumidora, da fumaça do bom direito e do perigo da demora que Vossa Excelência se digne a conceder, liminarmente e “inaudita altera pars”, A ANTECIPAÇÃO DA TUTELA e a expedição da competente ordem com o fito de a Requerida ser obrigada a suspender imediatamente os descontos realizados na folha de pagamento da Requerente, sob pena de multa a ser arbitrada por este Juízo, no importe de R$ 500,00 (quinhentos reais) ou no valor que Vossa Excelência entender como justo e equitativo. d) A citação da Requerida para, querendo, comparecer à audiência designada por este Juízo, bem como, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de ser declarada sua revelia e cominada a pena de confissão quanto a matéria de fato; e) Requer que seja declarado inexistente o absurdo débito imputado à Autora pela Bolsa de Economia Federal no montante de R$ 332.722,58. (Trezentos e trinta e dois mil setecentos e vinte e dois reais e cinquenta e oito centavos). f) Que seja deferida a repetição do indébito sobre o valor indevidamente descontado, no montante de R$ 8.478,60 (oito mil quatrocentos e setenta e oito reais e sessenta centavos) atualizados e corrigido monetariamente. g) Como finalidade do pedido de inversão do ônus da prova e para comprovar o direito da Autora, que a Requerida seja obrigada a fornecer os extratos bancários do período de janeiro de 2010 a janeiro de 2016, bem como a suposta renovação contratual que dá motivo a presente demanda. Seja a presente demanda julgada procedente para: h) Condenar a Instituição Financeira a compensar a parte Autora pelos inúmeros danos morais sofridos e comprovados, no valor que Vossa Excelência entender como justo e equitativo, sugestionando para tanto, o montante de R$100.000,00 (Cem mil reais). WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR i) Que seja a Requerida compelida a pagar quaisquer eventuais despesas advindas deste feito, bem como honorários advocatícios; j) Requer que todas as publicações vinculadas no Diário Oficial, intimações e qualquer ato de comunicação no presente processo sejam feitas EXCLUSIVAMENTE em nome do Advogado: ________________________, OAB/XX: XX.XXX, sob pena de nulidade dos atos que vierem a ser praticados, em consonância com o disposto no parágrafo 2º do artigo 272 do NOVO Código de Processo Civil. l) A parte Autora protesta pela produção de todas as provas admissíveis em direito, notadamente a juntada de novos documentos; bem como pelo depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão; oitiva testemunhal; vistorias; laudos e perícias – se necessidade houver, para todos os efeitos de direito. m) Requer, por fim, que seja a requerida condenada ao pagamento das custas e honorários advocatícios no importe de 20%. Dá-se à causa, o valor de R$ 341.201,18 (trezentos e quarenta e um mil duzentos e um reais e dezoito centavos), para todos os efeitos de direito. Termos em que, Pede, aguarda e confia no deferimento. COMARCA, DATA __________________________ ADVOGADO (A) OAB WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
MODELO DE PETIÇÃO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE MANAUS, SEÇÃO JUDICIÁRIA DO AMAZONAS. 
_________________________ brasileiro, solteiro, autônomo, portador da Cédula de Identidade no 000000000 SESEG/AM, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas (MF) sob o no 000.000.000.-00, domiciliado nesta cidade no Beco ________________________ - Manaus/Am - CEP 00.000-000, onde reside, por intermédio de seus Advogados que abaixo subscrevem, instrumento de procuração anexo (doc.01), com escritório profissional indigitado no rodapé deste impresso, onde receberão futuras intimações, comparece à ilustre presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigos 42, 53 e 83 da Lei no 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) c/c os arts. 186 e 187 e c/c art. 4.o, inciso I e 273 do Código de Processo Civil, propor
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
em face de ______________________________., pessoa jurídica de direito privado, estabelecida nesta cidade na Rua ____________________________Manaus/Am - CEP 69.020-060, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
O Requerente, em meados do mês de Julho do corrente ano, dirigiu-se ao estabelecimento comercial da Manaus MotoCenter, com o intuito de efetuar a compra de uma Motocicleta. Durante a efetivação da compra, mais precisamente, no momento do pagamento, o funcionário do estabelecimento comercial, consultando o CPF do Requerente, verificou que existiam restrições ao seu nome, junto ao Cadastro de inadimplentes do SPC - Serviço de Proteção ao Crédito (doc. anexo).
Inconformado com a informação e por ter sido impedido de efetuar a compra, o Requerente procurou o estabelecimento da Requerida com fins de saber a origem deste débito que gerou a negativação de seu nome junto ao SPC - Serviço de Proteção ao Crédito.
Em chegando lá, o Requerente foi informado que o débito existente é relativo a empréstimo que o este, supostamente, efetuou na loja comercial da Requerida. O Requerente tomou conhecimento da existência de 01 (um) débito em seu nome, discriminado conforme comprovante anexo.
Ocorre, Culto Magistrado, que, em nenhum momento, o Requerente efetuou o referido empréstimo em qualquer dos estabelecimentos comerciais da Requerida, desconhecendo, portanto, a razão pela qual o seu nome apareceu junto ao Cadastro de Devedores Inadimplentes do SPC com essa restrição. O Requerente somente desconfia de que alguém, utilizando-se de seus documentos, que foram extraviados em 13 (treze) de fevereiro do corrente ano, conforme se pode demonstrar com a cópia da Certidão de Ocorrência Policial anexo, efetuou o referido empréstimo, sem que tenha havido qualquer tipo de participação do Requerente.
Desse modo, o que se pode observar é que o Requerente foi vítima de estelionatários atuantes na cidade de Manaus, o que somado com a negligência, com o descaso e com o despreparo dos prepostos daquele estabelecimento comercial, que não tiveram o zelo de verificar a veracidade dos documentos apresentados pelo estelionatário, dando-lhe crédito para realizar diversas compras em suas lojas, ocasionando ao Requerente sérios prejuízos financeiros, manchando o seu nome junto ao comércio de Manaus e de todo o território nacional.
Destarte, Excelência, como se pode verificar, a culpa da Requerida está demonstrada de forma muita clara, em face da permanência irregular do nome do Requerente no banco de dados do SPC - Serviço de Proteção do Crédito, uma vez que não efetuou o referido empréstimo no estabelecimento comercial da Requerida.
Desnecessário mencionar o vexame e o constrangimento a que se submeteu o Requerente, que estava acostumado a adquirir produtos em lojas de departamentos, sem nunca ter enfrentado situação tão desconfortável.
Conforme se percebe, o constrangimento experimentado pelo Requerente foi causado, única e exclusivamente,pela irresponsabilidade dos funcionários da Requerida que não tiveram o zelo de verificar a veracidade dos documentos apresentados pelo estelionatário, dando-lhe crédito para realizar diversas compras em suas lojas, ocasionou no Requerente sérios prejuízos financeiros, manchando o seu nome junto ao comércio de Manaus e de qualquer parte do país.
Há de se mencionar que o Requerente pretendia comprar uma motocicleta para poder trabalhar, coisa que até hoje está impedido de fazer pois tem seu nome no SPC e não pode constituir um financiamento.
DO DIREITO
Sem dar margem a dúvidas, estabelece a Constituição Federal, em seu art. 5.o, in verbis:
Art. 5.º, V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem"
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Por sua vez, visando a assegurar ao Consumidor a reparação de toda e qualquer espécie de dano, dispõe a Lei n.o 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor):
Art. 43, § 2.º - A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
Art. 6.º - "São direitos básicos do consumidor:
Inciso VI - a efetiva prevenção e reparação dos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Art. 53, da Lei nº 8.078/90 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis, mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
Vejamos a jurisprudência de nossos Tribunais acerca do assunto:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COMUNICAÇÃO DE INCLUSÃO DO NOME NO SERASA-COBRANÇA INDEVIDA - ILÍCITO PRATICADO POR GERENTE - CARACTERIZADA CULPA RÉ - RELAÇÃO CONSUMERISTA - DANO MORAL. Cuida-se de ação ordinária objetivando a condenação da parte ré ao pagamento indenizatório, por danos morais, no valor de R$150.856,30, em virtude da injusta cobrança de dívida e empréstimo falsos, sendo posteriormente constatada a prática do ilícito feito pelo gerente da Agência Praia do Canto, onde se mantinha a conta-corrente da ora apelada, sendo, o fato motivador da indevida inclusão do nome desta no SERASA e, do conseqüente sofrimento por não ter esclarecimentos sobre o ocorrido. - Inicialmente, rejeito a argüição de intempestividade do apelo, forte na certidão da Secretaria do Juízo a quo (fls.179). - Quanto às questões prévias, inacolho-as, outrossim, a primeira - cerceamento de defesa pela não vista de documentos acostados - forte na promoção ministerial: "Superada a preliminar, entendo descabida a prejudicial de nulidade da sentença, uma vez que o documento em discussão é da própria CEF. Assim, como alegar que não a conhecia?" , na mesma linha de argumentação das contra-razões, em epígrafe, inexistindo, assim, quaisquer máculas, a eivar de nulidade o feito. E quanto à segunda - inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor na presente relação jurídica - forte no verbete n°297, da Súmula do Superior Tribunal de Justiça (O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras), e na ADin 2591, DJ 16/06/06, na qual o Supremo Tribunal Federal, Plenário, julgamento 4 de maio de 2006, afirmou a existência, nestes casos, de relação consumerista. - No que concerne ao deslinde da causa, destaca-se o ofício n° 499/02 da empresa pública-ré de 9 de dezembro de 2002, dirigido à parte autora, bem como os documentos de fls.16, 17, 18, datados respectivamente de agosto/2001, setembro/2001, e janeiro/2002, do seguinte teor: "AVISO DE VENCIMENTO. LEMBRAMOS QUE NA DATA ACIMA, ESTARÁ VENCENDO O EMPRÉSTIMO CONTRAÍDO POR V.SA., QUANDO ENTÃO, SERÁ EFETUADO O DÉBITO EM SUA CONTA-CORRENTE.VALOR ATUALIZADO ATÉ 08/01/2002 SERÁ EFETUADA A ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PELA VARIAÇÃO DA TR. ATÉ A DATA DE VENCIMENTO OU PAGAMENTO, A QUE PRIMEIRO OCORRER." -Noutro eito, inexiste demonstrativo de inclusão do nome da parte autora no cadastro restritivo de crédito, existindo tão somente o documento de fls.15, comunicação do SERASA. - Neste panorama jurídico-processual, a meu Juízo, não obstante vislumbrar-se a ocorrência de dano moral, decorrente in re ipsa dos fatos elencados, entendo que o valor arbitrado não traduz o ressarcimento adequado, à luz dos critérios punitivo, pedagógico, ressarcitório, do locupletamento, e de capacidade financeira do ofensor, in casu integrante da Administração Pública, pelo que fixo no dobro, em números redondos, do valor cobrado indevidamente da parte autora, ou seja, em R$4.000,00 (quatro mil reais). - No que concerne à verba honorária, destaco do decisum objurgado: "Pela sucumbência, condeno a ré ao pagamento da verba honorária que arbitro em 10% (dez por cento) do valor da condenação, devidamente corrigida (CPC, art. 20, §3°)." - Em outros termos, diferentemente do alegado nas razões recursais, o valor foi arbitrado sobre o valor da condenação, e não do valor da causa, pelo que o mantenho neste patamar, com o novo valor fixado neste voto. - Recurso conhecido e parcialmente provido.
"Responsabilidade civil. Banco. SPC. Dano moral e dano material. Prova. - O banco que promove a indevida inscrição de devedor no SPC e em outros bancos de dados responde pela reparação do dano moral que decorre dessa inscrição. A exigência de prova de dano moral (extrapatrimonial) se satisfaz com a demonstração da existência da inscrição irregular. - Já a indenização pelo dano material depende de prova de sua existência, a ser produzida ainda no processo de conhecimento. Recurso conhecido e provido em parte." - (STJ - Resp no 51158/ES; DJU 29/05/1995 PG:15520; Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar)
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO NO SERASA. INFORMAÇÕES INCORRETAS PRESTADAS PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA AO ÓRGÃO CADASTRADOR. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA EFETUADA. COMPROVAÇÃO. INOCORRÊNCIA DE INFRINGÊNCIA AO ART. 43, § 2.º, DO CDC.
1. O Tribunal a quo, mantendo a sentença singular, concluiu pela total responsabilidade da instituição financeira, Losango Promotora de Vendas Ltda. (documento de fls. 60) nas informações incorretas por ela fornecidas ao SERASA, contendo número do CPF da autora, vinculado ao nome e endereço de uma terceira pessoa.
2. Não ocorreu a alegada infringência ao artigo 43, § 2.º, do CDC. Como demonstraram as instâncias ordinárias, os documentos de fls.61/62 comprovam que o SERASA, ora recorrido, remeteu devidamente as comunicações relativas à inscrição negativa do interessado, de acordo com os dados existentes em seu cadastro, fornecidos pela instituição financeira: "Desse modo, agiu o réu no exercício regular de sua atividade". (Acórdão, fls. 287).
3. A inversão da convicção firmada pelo Tribunal a quo demandaria reexame de fatos e provas, vedado pelo enunciado sumular n.º 07 desta Corte.
4. Recurso não conhecido.
O Código de Defesa do Consumidor, no art. 43, § 2.º, é cristalino ao criar a obrigação da notificação prévia do consumidor. No caso da não observância do dever de notificar o consumidor por parte do credor, deve então o órgão de proteção ao crédito, em cumprimento ao seu dever de fiscalização para a manutenção de um ilibado cadastro, corrigir tal falha e notificar validamente o consumidor ou não aceitar a inscrição negativa em seu cadastro. Tem como efeito direito da falta de notificação prévia e válida do consumidor a nulidade da inscrição negativa.
Não podemos abandonar a noção de que se trata a inscrição negativa em órgão de proteção ao crédito de um ato jurídico, e, para perquirir sua validade, é mister buscarmos a aplicação conjunta do Código Civil. É sabido que o Código Civil prevê, também de maneira irrevogável e indisponível, a nulidade do ato jurídicoque não revista a formalidade prevista na lei. Ora, quando o Código Civil fala que o ato deve revestir forma prescrita em lei, fala que deve estar circundado de certa roupagem para nascer, que deve vir ao mundo jurídico de certa forma e não de outra, que deve surgir com a observância de outros atos, tudo, sob pena de ser acoimado de nulidade.
No caso em tela, tanto o credor quanto o órgão de proteção ao crédito falharam ao não notificar o Requerente, tornando assim esse cadastro nulo, de acordo com o art. 43, § 2.º do Código de Defesa do Consumidor.
Como se pode observar, o art. 53 do Código de Defesa do Consumidor, comina de nulidade absoluta as cláusulas contratuais que estabeleçam a perda total das prestações pagas. O Superior Tribunal de Justiça - STJ, noREsp 714196\RJ; RECURSO ESPECIAL 2004\0181984-9, firmou o entendimento da total responsabilidade da instituição financeira______________________________ nas informações incorretas por ela fornecidas ao SERASA, contendo número do CPF da autora, vinculado ao nome e endereço de uma terceira pessoa, com previsão de perda das parcelas pagas em favor do vendedor, podendo ser reconhecida tanto na ação proposta pelo vendedor, como na de iniciativa do comprador, porque a restituição é inerente à resolução do contrato e meio de evitar o enriquecimento injustificado da instituição financeira.
Portanto, nada mais justo, que Vossa Excelência determine que deixe de ser cobrado do Requerente a quantia de R$ 377,56 (Trezentos e setenta e sete reais e cinqüenta e seis centavos), para evitar a caracterização de enriquecimento injustificado, por parte da _______________________, ora Requerida.
No que tange à ocorrência de danos morais sofridos pelo Requerente, estes se caracterizaram quando o Requerido, em Julho de 2007, dirigiu-se a Manaus _________________, a fim de adquirir uma motocicleta, para facilitar seu deslocamento para seu trabalho e lhe proporcionar ganhos maiores, foi informado que não seria possível a aquisição da Motocicleta, pois o seu nome estava constando no SPC, caracterizando um total abuso de direito. E mais, submetendo o Requerente a um constrangimento ilegal e desnecessário, devido a uma cobrança totalmente abusiva e inexistente, que deixou o Requerente envergonhado e diminuído perante os funcionários da loja onde se encontrava e seus familiares.
A conduta Executada pela Requerida é vedada pelo nosso ordenamento jurídico, prevendo, inclusive, a reparação por danos por quem a praticar. Senão vejamos:
Art. 187, Código Civil - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico e social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 42, "caput", da Lei no 8.078/90 - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento e ameaça.
Art. 186, CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O abuso do direito ocorre quando o ato é resultado do exercício não regular do direito. No ato abusivo há violação da finalidade do direito, de seu espírito, violação essa aferível objetivamente, independente de culpa ou dolo. Os doutrinadores Pires de Lima e Antunes Varela, em seu Código Civil Comentado, assim ensinam: "A concepção adotada de abuso de direito é a objetiva. Não é necessária a consciência de se excederem, com o seu exercício, os limites impostos pela boa-fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou econômico do direito; basta que excedam os limites."
Na Jornada de Direito Civil I, promovida pelo Superior Tribunal de Justiça, firmou entendimento ao editar a Súmula 37, in verbis: "A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico."
Conforme se pode inferir, não há dúvidas quanto ocorrência de danos morais e materiais ao Requerente, uma vez que este experimentou um constrangimento ilegal e desnecessário, danos estes decorrentes da irresponsabilidade do Requerido, que ao realizar uma cobrança ilegal e abusiva, submeteu o Requerente perante os funcionários da loja onde se encontrava e seus familiares.
Nesta ordem de idéias, podem-se observar os seguintes julgados:
O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio não há como ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o bastante para justificar a indenização" (TJPR - 4a C. - Ap. - Rel. Wilson Reback - j. 12.12.90 - RT 681/163).
Ementa oficial: A indenização por dano moral é arbitrável, mediante estimativa prudencial que leve em conta a necessidade de, com a quantia, satisfazer a dor da vítima e dissuadir, de igual e novo atentado, o autor da ofensa. (Ap. 198.945-1/7 -- 2.ª C. -- J. 21.12.93 -- rel. Des. Cezar Peluso. (in RT 706/67)
Responde a título de ilícito absoluto pelo dano moral conseqüente, o estabelecimento bancário que, por erro culposo, provoca o registro indevido do nome do cliente em central de restrições de órgão de proteção ao crédito" (TJSP - 2a C. - Ap. - Rel. Cezar Peluso - j. 21.12.93 - RT 706/67 e RJTJESP 156/95).
Indenização de direito comum. Dano moral. Prova. Juros moratórios. Súmula n. 54 da Corte. 1. Não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam. Provado assim o fato, impõe-se a condenação, sob pena de violação ao art. 334 do código de processo civil. 2. Na forma da súmula n. 54 da Corte, os juros moratórios nestes casos contam-se da data do evento. 3. Recurso especial conhecido e provido, em parte." (STJ-3a Turma; Resp no 0086271-SP; v.u., j. 10.11.97;DJ 09.12.97, p. 64684; Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)
Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura o dano moral, passível de indenização. Recurso especial conhecido e provido. (RSTJ 34/284)
Quadra-nos salientar que, no presente caso, a responsabilidade do Requerido é objetiva, não havendo lugar para futuras evasivas por parte daquela, conforme dispõe o artigo 14, da Lei no 8.078/90, in verbis:
Art. 14, da Lei no 8.078/90 - "O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos a prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos".
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Outrossim, considerando-se as provas inequívocas trazidas aos autos capazes de convencer pela verossimilhança das alegações descritas pelo Requerente à fumaça do bom direito, REQUER-SE os benefícios instituídos pela Tutela Antecipatória, prevista no art. 273, II do Código de Processo Civil, antecipando parcialmente os efeitos da tutela final.
Com efeito, o dispositivo processual mencionado sugere que o pedido da tutela antecipada seja conjugado à "prova inequívoca" conducente à "verossimilhança da alegação" bem como com o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e, como tal, constituem fundamentos suficientes para embasar a decisão pleiteada de antecipação de tutela.
A sua concessão, portanto, tem a finalidade precípua de "evitar o abuso de defesa do réu (mediante o emprego dos instrumentos de garantia previstos no procedimento ordinário do processo de conhecimento), que, também, produziria dano irreparável ao demandante derivado de inerente duração da causa; esta encerra as medidas cautelares conservativas e a condenação com reservas de exceções" isto, segundo os inestimáveis ensinamentos do jurisconsulto Rodolfo de Camargo Mancuso, In "Reforma do Código de Processo Civil, Ed. Saraiva, 1.996, p.182".
Também, fica demonstrado o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação uma vez que o Requerente dirigiu-se à loja Manaus

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