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Processo civil III 2º Bimestre

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TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
É o meio ou instrumento destinado a provocar o reexame da decisão judicial, no mesmo 
processo em que proferida, com a finalidade de obter-lhe a invalidação, a reforma, o 
esclarecimento ou a integração. 
“Recurso é remédio voluntário e idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, 
invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna.” (José Carlos 
Barbosa Moreira) 
1. CLASSIFICAÇÃO 
→ Ordinário: É os que viabilizam o reexame da causa em sua totalidade inclusive 
provas, sendo como exemplo a apelação e agravo de instrumento. 
→ Extraordinário: É os que não visam o reexame da causa, mas a uniformidade de 
interpretações da legislação federal e a eficácia e integridade da CF, são exemplos 
o recurso especial, extraordinário e embargos de divergência. 
→ Recursos totais: é aquele que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão 
recorrida. Sendo assim se o recorrente não especificar a parte em que impugna a 
decisão, o recurso deve ser interpretado como total. 
→ Recurso parcial: é aquele que, em virtude da limitação voluntária, não 
compreende a totalidade do conteúdo impugnável da decisão. Esse é o qual o 
recorrente decide impugnar uma parcela apenas da decisão. 
→ Recurso principal e adesivo ou subordinado. 
Recurso adesivos e seus pressupostos (Art. 997, CPC) 
I - Sucumbência recíproca; 
II – Interpõem-se perante a autoridade competente para o recurso principal no prazo para 
responder; 
III – apelação, recurso especial e extraordinário; 
IV – é preciso que tenha sido interposto e recebido o recurso principal da parte contrária ou que 
não haja desistência. 
→ Recurso com fundamentação livre: é aquele em que o recorrente está livre para deduzir 
qualquer tipo de crítica em relação à decisão, sem que isso tenha influência na sua 
admissibilidade. 
→ Recurso com fundamentação vinculada: é a qual a lei limita o tipo de crítica que deve 
ser impugnada para determinada decisão. 
O recurso é interposto dentro da relação jurídica que a decisão foi proferida, impedindo o 
trânsito em julgado. 
2. SUCEDÂNEOS RECURSAIS 
 É todo meio de impugnação de decisão judicial que não é recurso e não é ação autônoma de 
impugnação, a qual se não for nenhuma delas será uma sucedânea recursal. Exemplo, a remessa 
necessária, a correição parcial, as autônomas de impugnação (mandado de segurança, a ação 
rescisória, ação declaratória de inexistência e a reclamação). 
• Remessa necessária. 
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• Correição parcial, reclamação contra o juiz efetuada na corregedoria dos juízes. O juiz 
será chamado e terá que dar explicações acerca da reclamação contra ele. (Puxão de 
orelha para os juízes) 
• Ações autônomas de impugnação, mandado de segurança, pois é uma ação que cabe 
contra ato de agente público. 
Remessa necessária ou reexame necessário → condição de eficácia das decisões de mérito 
condenatórias contra o estado, ou que julgue procedente embargos à execução fiscal. Só surge 
efeito depois de confirmadas pelo tribunal. Quando o juiz julga uma ação de mérito contra o 
estado ele manda para o tribunal para confirmação do mesmo. (Art. 496, CPC) Há reexames 
necessário que está estipulado no artigo mencionado. 
“Não haverá remessa necessária se as decisões proferidas contra o Poder Público se fundarem 
em súmula de tribunal superior (STJ e STF), acórdão dos tribunais superiores em julgamento de 
recursos repetitivos, incidente de demandas repetitivas ou assunção de competência e 
orientação vinculante.” → pois o juiz será obrigado a aplicar. 
Na própria decisão, sentença, será determinada a remessa ao tribunal competente. Se o juiz não 
determinar a remessa, a parte que tem interesse irá comunicar o presidente do tribunal 
competente e este irá pedir ao juiz para que esta peça o reexame. 
REGRA: apenas reexame necessário da sentença. MAS há possibilidade de haver decisão parcial 
do mérito (Art. 356, CPC) 
Súmula 45 do STJ → O reexame necessário só pode beneficiar a fazendo, não podendo em 
nenhuma hipótese piorar a situação da Fazenda. Pois este tem como objetivo proteger o caixa 
do Estado. 
“Reexame não é recurso porque não há voluntariedade, tipicidade, preparo e tempestividade.” 
3. PRINCÍPIOS DOS RECURSOS 
São as normas que regem toda a matéria dos recursos 
A. Correspondência/correlação 
Para cada decisão há um recurso previsto, exceção quando tiver um acordão que ofende lei 
federal e constitucional, poderá impugnar essa decisão através de dois recursos. 
B. Unicidade (singularidade, unirrecorribilidade): 
Da decisão cabe apenas um recurso, podendo ter recursos suscetíveis, mas não ao mesmo 
tempo. Podendo haver exceção como contra acórdãos objetivamente complexos e também, 
discutida doutrinalmente, a interposição de dois embargos de declaração. 
C. Taxatividade 
Só existem os recursos previstos no CPC/2015 artigo 994. Sendo assim não pode o Estado-
membro criar recurso novo por lei estadual. 
D. Fungibilidade: 
É aquele que permite a conversão de um recurso em outro, no caso de equívoco da parte, desde 
que não haja erro grosseiro ou não tenha precluído o prazo para interposição. Havendo 
requisitos para isso: 
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• Desde que não haja erro grosseiro, quando nada justifica a troca de um recurso pelo 
outro, como por exemplo entrar com agravo de instrumento contra a decisão da sentença, isso 
pois a lei fala que contra sentença cabe apelação. 
• Desde que haja dúvida objetiva, dúvida existente na doutrina, na jurisprudência e 
equivocidade no texto legal. 
E. Proibição da “reformatio in pejus” ou reforma para pior 
Dispõe que a situação do decorrente, não pode piorar em razão do seu próprio recurso. Poderá 
apenas em razão do recurso do outro. 
F. Duplo grau de jurisdição 
O duplo grau garante à parte vencida o direito de provocar outra avaliação do seu alegado 
direito, em regra perante órgãos jurisdicional diferente, com outra composição originária. Em 
regra, os recursos dos tribunais são julgados por colegiados. Algumas matérias são reservadas 
para o plenário, órgão máximos. 
G. Consumação 
No caso da interposição do recurso tempestivamente e com prazo sobrando, não é permitido 
ao recorrente modificar o recurso, seja para a juntada de documentos ou teses, pois já ocorreu 
o fenômeno da preclusão consumativa. Não posso depois de recorrer querer emendar, querer 
complementar. 
3º Aula 
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4. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E DE MÉRITO 
Todos os recursos devem observar estes requisitos. 
O juízo de admissibilidade é a decisão sobre a aptidão de um procedimento ter o seu mérito 
examinado. Verificando se é possível o exame do conteúdo da postulação, existindo requisitos 
de admissibilidade. 
Dar provimento, quer dizer que o tribunal analisou o mérito e reformou a sentença. Não dar 
provimento, analisou o mérito, mas não concordou. O recurso que não é conhecido, por 
ausência de algum juízo de admissibilidade, não terá seu mérito analisado. 
O juízo a quo tem competência para proceder ao primeiro juízo de admissibilidade. Já o juízo de 
ad quem sempre terá a competência para proceder ao juízo de admissibilidade do recurso. 
A apelação é julgada pelo Tribunal. O a quo é o juiz de 1º grau, quem julga é o ad quem (a 
apelação). Agora da apelação, se ingresso contra esta decisão com um Recurso especial, o que 
julgou a apelação é o a quo, e ou ad quem será o STJ. 
Pressupostos 
→ Objetivos ou extrínsecos (consideram o modo do exercício de recorrer ou fatores 
externos da decisão). 
→ Subjetivos ou intrínsecos (consideram a existência do direito de recorrer ou à decisão 
recorrida). 
 
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a. Cabimento e adequação: Se a decisão é recorrível e se o recurso é o corretopara esta 
determinada ação. Colocando dois princípios, o da unirrecorribilidade e fungibilidade dos 
recursos. 
b. Interesse em recorrer: Tem que ter interesse em recorrer. O recurso tem de 
providenciar uma melhora na situação do recorrente, só pode recorrer a parte que sucumbiu. 
Isto é, se o juiz acolheu tudo que eu pedi, não poderei recorrer, apenas se proferiu parcialmente 
ou não deu provimento a nada. O réu poderá entrar com recurso contra sentença terminativa 
de não análise do mérito, para ter a improcedência da ação (Art. 488). 
c. Legitimidade: Poderá recorrer as partes, autor e réu, desde que seja sucumbido. O 
ministério público, como parte ou como fiscal da lei. Ou o terceiro interessado, caso a decisão 
lhe atingido. (Art. 996, CPC) 
d. Regularidade procedimental ou formal: Para que o recurso seja conhecido, é necessário 
preencher alguns requisitos. Precisando apresentar suas razões fundamentadas, precisa ser 
interposto por escrito, não poderá ser dado verbalmente e obedecer aos requisitos específicos 
exigidos por lei para cada recurso. 
“Nas razões, o recorrente deverá atacar e impugnar a decisão recorrida demonstrando o vício 
da decisão, não bastando a repetição dos argumentos da inicial ou contestação.” 
Agravo de instrumento: Exemplo, a parte pede antecipação de tutela que é deferido, a parte 
contrária não concorda e entra com Agravo (no 2º grau), falando que a decisão está errada e 
que não foi apresentado os requisitos para a antecipação de tutela. 
e. Tempestividade: O recurso deve ser interposto dentro do prazo fixado em lei, a qual o 
prazo geral é de 15 dias para interposição e contrarrazões (Art. 1.003 §5º). Apenas o do 
Embargos de declaração que é de 5 dias (Art. 1.023), sendo que geralmente, os embargos não 
têm prazo para as contrarrazões. 
Quando há feriado local no último dia do prazo, preciso comprovar no ato da interposição do 
recurso que era feriado local (Art. 1003 § 6º). “Prazo em dobro apenas para os processos físicos 
se houverem litisconsortes com advogados distintos (e escritórios distintos CPC/2015, art. 229, 
§ 2º)” 
Lembrando que o advogado e as partes deverão ser intimados pessoalmente. 
f. Preparado: Consiste no adiantamento das despesas relativas ao processamento do 
recurso, ou seja, recolher às custas do recurso, caso não seja paga as custas haverá deserção, o 
recurso será declarado deserto. Terá que ser anexada juntamente com o recurso a guia 
comprovando que as custas foram pagas (Art. 1.007, CPC) 
Possibilidade de sanar o vício quando as custas não foram recolhidas corretamente: 
→ Insuficiência do preparo, quando houve o pagamento, porem de um valor menor. O 
advogado será intimado para complementar as custas em 5 dias (Art. 1.007, § 2º). 
→ Ausência do preparo, quando não houve preparo, o advogado será intimado para 
recolher às custas do recurso em dobro (Art. 1.007, § 4º). Não haverá possibilidade de 
complementação neste caso se o preparo efetuado for insuficiente (Art. 1007 § 5º). 
→ Justo impedimento, quando não consegue pagar às custas de jeito nenhum (Art. 1.007, 
§ 6º). 
→ Equívoco no preenchimento da guia, o relator deverá intimar o recorrente para sanar o 
vício em 5 dias (Art. 1.007, § 7º). 
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g. Inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer 
Extintivo: renúncia, expressa, do direito de recorrer, independe de vontade da parte contraria 
(Art. 999, CPC). Concordância tácita (Art. 1.000, CPC). 
Impeditivo: aquele que o ato de que diretamente haja resultado a decisão desfavorável àquele 
que pretende impugná-la. Como por exemplo, se a sentença homologou a desistência da ação 
a parte não poderá recorrer e se já interpôs o recurso terá que desistir deste (Art. 998). O não 
pagamento de multas por serem considerados protelatórios os recursos anteriores (Art. 1.026 e 
1.021). 
4º Aula 
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5. EFEITOS DOS RECURSOS 
5.1. Efeito obstativo: Impede a preclusão e o trânsito em julgado da decisão. O fato de 
ingressar com a ação tempestiva, já impede o trânsito em julgado. 
5.2. Efeito devolutivo: se devolve a outro órgão do poder judiciário para apreciação da 
matéria. “O exame da matéria pelo tribunal restringe-se ao que foi expressamente impugnado 
pela parte recorrente e objeto de decisão pelo tribunal, salvo as questões que podem ser 
conhecidas independentemente de impugnação”. 
5.2.1. Efeito devolutivo em extensão ou efeito devolutivo horizontal: delimita o que se 
submete por força do recurso, ao julgamento do órgão ad quem. Só devolvo ao tribunal 
o que consta na apelação, a matéria impugnada (Art. 1.013, caput, CPC). Se aplica a todos 
os recursos, o princípio do tantum devolutum quantum appellatum. 
5.2.2. Efeito devolutivo em profundidade ou efeito devolutivo vertical: tem um 
conhecimento amplo, podendo ser analisado de maneira ampla. “O autor pede a reforma 
da decisão porque o juiz não aplicou corretamente a lei de direito material, ou não avaliou 
bem a prova. O Tribunal pode reformar a decisão por outro fundamento, mesmo que não 
alegado pela parte.” (Art. 1.013, §1º). 
A regra geral é que o Tribunal deve limitar-se à análise do que foi objetivo de impugnação pela 
parte e decidido pelo juiz de primeiro grau. Porém este poderá analisar ou se omitir as outras 
questões do processo. 
Exceção: O Tribunal pode conhecer de matérias não conhecidas pelo juiz de 1º grau se a causa 
estiver madura, sendo essa que já tenha prova suficiente, poderá então julgar o mérito, sem 
retornar para o primeiro (Art. 1.013, §3º e §4º) 
5.2.3. Efeito devolutivo próprio: por força do recurso é submetido ao tribunal. 
5.2.4. Efeito devolutivo impróprio: somente será submetido pelo Tribunal se houver 
outro recurso. 
5.3. Efeito suspensivo: Suspende-se ou obsta o efeito da decisão anterior. É aquele que 
provoca o impedimento da produção imediata dos efeitos da decisão que se quer impugnar. O 
fato de ingressar com a ação tempestiva, já impede o trânsito em julgado. A regra geral é que 
os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em 
sentido diverso (Art. 995). O recurso de apelação prolonga o estado de ineficácia da sentença, 
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tem efeito suspensivo automático. Já o agravo não tem efeito suspensivo, a qual a eficácia da 
sentença é imediata. 
5.4. Efeito translativo: toda vez que entro com recurso, transfiro para ao tribunal analisar a 
matéria de ordem pública. O tribunal poderá analisar as matérias preliminares, mesmo que não 
tenha sido analisado pelo tribunal de 1º grau. 
5.5. Efeito expansivo: o julgamento do recurso poderá abranger mais do que do havia na 
matéria impugnada para reexame. 
→ Efeito expansivo objetivo: quando a matéria acolhida no recurso atinge outros atos 
processuais. 
→ Efeito expansivo subjetivo: quem é atingido pelos efeitos da decisão é apenas aquele 
que recorre. Menos aquele com litisconsórcio unitário. 
5.6. Efeito substitutivo: sempre haverá a substituição da decisão proferida pelo Tribunal, por 
mais que a decisão esteja confirmando a sentença, sendo que está decisão que transitará em 
julgado (SENTENÇA DE MÉRITO). Relevância para a ação rescisória, que irá ir contra o 
ARCORDÃO e não com a sentença de 1º grau. 
5.7. Efeito regressivo: é o que autoriza o órgão a quo a rever a decisão recorrida. No Agravo 
de Instrumento, o juiz sempre poderá se retratar. Regra geral: apelação não poderá 
mudar/reformar a sua decisão, salvo Art. 331, 485 e 332, § 3º. 
 
APELAÇÃO 
A apelação é o recurso cabível contra a sentença e decisões interlocutórias não impugnáveis por 
agravo de instrumento (Art. 1.009, § 1º, CPC). Não havendo preclusão dessas questões. Não há 
restrição na matéria e/ou na decisão do tribunal, podendoser por qualquer motivo 
Terá legitimidade para interpor apelação a parte sucumbente, terceiro prejudicado e o 
Ministério Público. 
Devolutividade da apelação: “denunciam-se erros de julgamento – in “judicando” (substitui-se 
a sentença), erros “in procedendo” de procedimento ou vícios (volta-se ao primeiro grau ou se 
a causa estiver madura o Tribunal julga).” 
Fatos não alegados pelo primeiro grau por motivo de força maior, podem ser arguidos em 
apelação se a parte alegar e demonstrar que não fez por motivo de força maior (Art. 1.014, CPC). 
→ Fatos novos: aqueles adquiridos após a prolação da sentença (Art. 342, I e 493). 
→ Ignorância de fatos pelas partes: fato ocorreu anteriormente a prolação da sentença, 
mas a parte só teve ciência após a sentença (ex. sucessores tem ciência de novação 
praticada pelo falecido); 
→ Impossibilidade de comunicação do fato ao advogado ou ao juízo. 
→ Prova nova. O fato foi alegado nos autos, mas a prova não foi possível. Pode ser 
apresentada ao Tribunal para apreciação. 
→ Alegações trazidas pelo terceiro prejudicado. 
→ Questões de ordem pública. Podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de 
jurisdição. 
1. PROCEDIMENTO 
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1.1. Procedimento da apelação perante o juízo a quo 
A apelação é regida de maneira escrita ao juiz de 1ª grau (Art. 1.010, caput), no prazo de 15 dias 
após a publicação da sentença ou decisão que quer impugnar. O apelado será intimado a 
apresentar contrarrazões no período de 15 dias (Art. 1.010, § 1º). Após os autos são remetidos 
ao tribunal, independentemente do juízo de admissibilidade (Art. 1.010, § 3º). 
Essa deverá conter: 
→ Nomes e qualificação das partes; 
→ Exposição do fato e do direito; 
→ As razões do pedido de reformar ou de decretação de nulidade. Demonstrando o erro 
do juiz de primeiro grau; 
→ o pedido de nova decisão ou anulação da decisão. 
Em caso de fato novo ou prova de fato novo a petição de apelação far-se-á acompanhar pela 
prova documental respectiva ou pedido de produção de outra modalidade de prova em primeiro 
grau. 
5º Aula 
1.1.1. Juízo de retratação 
Se o juiz profere uma sentença e ele mesmo percebe que essa decisão está errada, este não 
poderá corrigir, a qual cabe da parte entrar com recurso para correção dela. Caso a parte não 
entre com o recurso ocorre a preclusão pro judicato. 
Lembramos que em regra o juiz não pode se retratar, mas há exceções. Hipóteses que o juiz 
pode se retratar, quando houver apelação: 
→ Indeferimento da petição inicial (Art. 330, CPC) 
→ O juiz julga improcedente liminarmente improcedente o pedido (Art. 332, CPC). → neste 
caso extingue a ação com análise do mérito, pelo pedido do autor contrariar decisão do 
STJ e STF. 
→ Nos casos do Art. 485, sentenças proferidas que não resolvem o mérito. 
O juiz poderá se retratar em 05 dias após a interposição do recurso. O juiz analisa se há 
possibilidade de retratação e contrarrazões, abrindo o prazo. Visto isso envia os autos para o 
Tribunal de 2º Grau. 
1.2. Procedimento da apelação no tribunal 
1.2.1. Decisão monocrática 
O recurso será distribuído ao relator. Esse fará o juízo de admissibilidade do recurso, podendo 
decidir monocraticamente o recurso, podendo não conhecer por inadmissibilidade ou se estiver 
prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida. 
Também poderá o relator julgar monocraticamente o mérito quando já houver decisão de 
acordo ou em confronto com súmula do STF, STJ ou próprio tribunal, acórdão proferido pelo STJ 
ou STF, julgado em recurso repetitivo, e entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência (Art. 932, IV e V, CPC). 
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Da decisão monocrática caberá Agravo de Interno (Art. 1.021, CPC), a qual poderá requerer que 
a apelação vá para o julgamento do colegiado, para análise da decisão monocrática. 
1.2.2. Voto por colegiado 
Não havendo decisão monocrática, o juiz relator irá elaborar seu voto e pedir data para 
audiência, para que esse seja votado pelo colegiado. A decisão será tomada pelo voto de três 
juízes (Art. 941, § 2º). 
Nessa face irá permitir a sustentação oral (Art. 937, I). 
O julgamento da turma será restrito ao que foi objeto da impugnação pela parte no recurso, 
princípio do tantum devolutum quantum appellatum. 
Poderá no julgamento da apelação, em certos casos, já analisar o mérito da causa (Art. 1.013, 
§3º). Sendo essas as hipóteses para reconhecimento do mérito na apelação: 
→ Sentença de conteúdo processual: quando a sentença extinguiu o processo sem 
resolução do mérito. 
→ Sentença que violou a regra da congruência: pela sentença não ser congruente com os 
limites do pedido ou da causa de pedir. 
→ Sentença que não examinou um pedido: quando constatar a omissão no exame de um 
dos pedidos. 
→ Sentença sem fundamentação: quando falta fundamentação na sentença. 
 
2. EFEITOS DA APELAÇÃO 
2.1. Obstativo 
A apelação irá impedir o trânsito em julgado. 
2.2. Efeito devolutivo 
São transferidos ao órgão ad quem as questões suscitadas pelas partes no processo, com o 
objetivo de serem reexaminadas. Lembrando que a matéria a ser reexaminada é limitada ao que 
foi trazido ao Tribunal. A apelação apenas terá efeito devolutivo segundo o rol do Art. 1.012, 
§1º, CPC. 
→ Extensão: o recorrente definirá o capítulo da sentença apelada que ele pretende seja 
reexaminada pelo Tribunal (Art. 1.013, caput). 
→ Profundidade: poderá o tribunal, na sua profundidade, analisar todo o material 
constante dos autos (Art. 1.013, §§1º e 2º). 
2.3. Efeito suspensivo 
Terá a apelação efeito suspensivo apenas quando se tratar de interposição a uma sentença. No 
Art. 1.012, §1º, lista as hipóteses que NÃO tem efeito suspensivo. Poderá a parte que recorreu 
requerer o efeito suspensivo ao juiz (Art. 1.012, §§ 3º e 4º) 
Exceção é nas hipóteses do Art. 1.012, a qual a sentença produz efeito imediato e que o juiz 
pode dar ou não o efeito suspensivo. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após 
a sua publicação a sentença que: 
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I - Homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - Condena a pagar alimentos → tem como objetivo manter durante a pendência da apelação 
aquele em que o réu deve alimento. 
III - Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; → 
Pois o Embargos se constitui em uma ação acidental. 
IV - Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - Decreta a interdição. 
A REGRA é que a apelação tem ambos os efeitos, suspensivo e devolutivo. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
O Agravo de Instrumento é um recurso cabível contra decisão interlocutória. Só serão agraváveis 
as decisões mencionadas no Art. 1.015 e outras previstas na legislação, sendo igualmente 
agraváveis as decisões proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de 
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
Não serão agraváveis as que não estiverem no rol do Art. 1.015. Não cabendo agravo, caberá 
apelação ou nas contrarrazões da apelação (Art. 1.009, § 1º). 
1. Cabimento 
→ Tutela provisória: a decisão que defere, indefere, revoga ou modifica. Podendo esta ser 
de urgência ou de evidência. No caso de a tutela provisória ser concedida ou não na 
sentença, não caberá agravo. 
→ Decisão de mérito: que decidem o mérito de uma parcela do pedido, que não encerra o 
processo. Como por exemplo rejeitar a alegação de prescrição ou de decadência, 
determinando a instrução probatória. 
→ Rejeição da alegação de convenção de arbitragem:é a que se decide sobre a 
competência. 
→ Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: desconsidera a pessoa jurídica 
e começa a considerar o sócio da empresa que tem bens. 
→ Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação: uma exceção a regra será no caso de a decisão interlocutória não revogar a 
gratuidade, a qual caberá apelação (Art. 1.009, § 1º), dos outros casos Agravo de 
Instrumento. 
→ Exibição ou posse de documento ou coisa; 
→ Exclusão de litisconsorte: excluiu um litisconsorte do processo e para este o processo 
foi extinto sem análise do mérito, mas apenas para este que foi excluído. 
→ Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
→ Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
→ Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
→ Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º: também será passível de 
Agravo aquela decisão que não redistribui o ônus da prova. 
→ Outros casos expressamente referidos em lei: Art. 354, 1.037, §13, I, Art. 928, CPC. 
6º AULA 
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2. REGULARIDADE FORMAL E PRAZO 
O agravo de instrumento deve ser interposto no prazo de 15 dias por meio de petição escrita 
dirigida ao próprio tribunal que irá examiná-lo. 
Essa petição deve conter segundo o Art. 1.016, CPC: I - Os nomes das partes; II - A exposição do 
fato e do direito; III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio 
pedido; IV - O nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. 
2.1. Autos físicos 
Há peças obrigatórias que devem ser juntadas no Agravo, sendo essas a Petição inicial, da 
contestação, a petição que fez com que houvesse a decisão agravada, da própria decisão 
agravada, da certidão da própria decisão ou outro documento que comprove a tempestividade 
(isso por causa do prazo que é contado) e as procurações dos advogados do agravante e do 
agravado (Art. 1.017, I, CPC). Não terá necessidades de as cópias serem autenticas. Terá também 
que anexar as custas pagas do agravo. 
Caso haja uma ausência de alguma peça, o relator dará o prazo de 5 dias para que seja sanado 
ou complementada a documentação (Art. 932, parágrafo único). 
O agravo poderá ser protocolado diretamente no tribunal competente, tendo assim o prazo de 
03 (três) dias para avisar o juiz de 1º grau juntando da cópia do agravo e informando quais são 
as peças que foram juntadas (Art. 1.018, § 2º). Sob pena de inadmissibilidade se o agravado 
arguir e provar (Art. 1018 § 3º). 
Lembrando que no agravo o juiz sempre pode se retratar. 
2.2. Autos eletrônicos 
Não há a necessidade de instruir, pois o Tribunal terá acesso ao processo. Também não é 
necessário comunicar o juiz de 1º grau. A parte terá apenas a faculdade de juntar cópia (Art. 
1.016). 
Prazo de 15 (quinze) dias para a interposição do recurso, a qual este será dirigido e protocolado 
no Tribunal. Lembrando que nos autos eletrônicos não será aplicado prazo em dobro para 
aqueles casos já vistos em processo I. 
3. PROCEDIMENTO 
O agravo é registrado e é distribuído a um relator, por meio de um sorteio. O relator fará a 
análise prévia, para saber se estão presentes os requisitos de admissibilidade, caso não haja ele 
não conhece o recurso em decisão monocrática (Art. 1.021) 
➢ Efeito suspensivo, o agravo não tem esse efeito ope legis, mas a parte pode postular o 
efeito suspensivo. Antecipar a tutela recursal. 
Após o juiz determina a intimação do agravado para contrarrazões do recurso. Se for o acaso de 
manifestação do MP, este também será intimado. Será então elaborada a decisão e levada ao 
órgão colegiado, como é a apelação. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
São cabíveis quando se afirmar que há, na decisão, obscuridade, contradição ou omissão ou erro 
material. Serve para integrar a decisão quando há omissão, ou para esclarecer a decisão, aclarar, 
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quando ele é obscuro e/ou contraditório, também serve para corrigir erro material. Cabe de 
TODA e qualquer decisão, em qualquer procedimento, mesmo que tal recurso seja irrecorrível. 
Tal recurso é regido pelo Art. 1.022 do CPC. 
1. FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA 
• Omissão → é quando o juiz não julga tudo que foi pedido na inicial. Quando não analisa 
todos os argumentos que foram postos. Se incorrer em qualquer dos casos do Art. 489, 
§ 1º. 
• Contradição → a decisão judicial deve ter coerência, haverá quando não é devidamente 
fundamentada essa decisão. 
• Obscuridade → quando a decisão não é clara, ou quando o juiz é confuso em sua decisão 
ou quando utiliza muitos termos latinos. 
• Erro material → quando a decisão judicial tem inexatidões materiais ou erros de cálculo 
(Art. 494, CPC). 
Recurso de fundamentação vinculada. 
2. PROCEDIMENTO 
O prazo para a interposição do mesmo é de 5 dias, diferente dos demais recursos, e não estão 
sujeitos a preparo (Art. 1.023, CPC), a qual não necessita do pagamento de custas. Nesse recurso 
será aplicado de todo modo prazo em dobro para aqueles casos previstos em lei. O embargado 
será intimado para responder acerca dos embargos no prazo de 5 dias (Art. 1.023, § 2º). 
É necessário que na petição escrita dos Embargos, o embargante indique expressamente qual o 
ponto omisso, qual a contradição, a obscuridade e/ou erro material. 
2.1. COMPETÊNCIA 
Em regra, quem julga o recurso é outro órgão, mas nos embargos quem julga é o mesmo órgão, 
o próprio juiz que prolatou a decisão. Caso a decisão embargada seja um acordão, então que irá 
julgar esse será o colegiado. 
2.2. FUNGIBILIDADE EMBARGOS E AGRAVO INTERNO 
Fungibilidade dos embargos de declaração com agravo internos, deveria ter entrado com 
agravo, mas entrou com embargos. Recebe como se fosse agravo interno, com prazo de 5 dias 
para a parte adaptar para agravo (Art. 1.024, § 3º). 
2.3. EFEITO MODIFICATIVO 
Se a decisão embragada modificou com o acolhimento a outra parte que já recorreu pode 
complementar no tocante ao pedido que foi concedido (Art. 1.023, § 2º e Art. 1.024, § 4º). 
2.3.1. Necessidade de contrarrazões 
Não existe contrarrazões, pois não há como objetivo alterar a decisão. Porém se a decisão dos 
embargos tem efeito infringente ou modificativos, acarreta abertura de prazo para 
contrarrazões. Ocorre quando o juiz ao sanar o vício alterar a decisão, por isso abre prazo para 
contrarrazões. Isso tem que ser feito antes da decisão deste → prazo de 05 dias (Art. 1.023, § 
2º). 
2.3.2. Desnecessidade de ratificação 
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Se não ocorreu a modificação do julgado não há necessidade de ratificação do recurso 
interposto pela outra parte (CPC/2015 art. 1.024 § 5º). 
2.3.3. Regra de complementaridade do recurso já interposto 
O recorrente poderá complementar a fundamentação do seu recurso já interposto, se houver 
alteração ou integração da decisão, me virtude do acolhimento dos embargos. Se a outra parte 
já recorreu poderá complementar suas razões em 15 dias (Art. 1.024 § 4º). 
3. PRÉ-QUESTIONAMENTO 
Se a matéria tiver sido suscitada previamente ou se se tratar de questões cognoscível de ofício, 
mas o tribunal não tiver apreciado, a parte pode opor embargos de declaração para que seja 
suprida a omissão (Art. 1.025). 
4. EFEITOS DOS EMBARGOS 
4.1. Efeito suspensivo 
Em regra, os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo (Art. 1.026). Porém é 
possível requerer esse efeito (Art. 1.026, § 1º). Esses irão apenas interromper o prazo para a 
interposição de outros recursos. 
4.2. Efeito modificativo 
Como já mostrado, é quando a decisão dos embargos modifica a sentença, abrindo assim prazo 
para contrarrazões. 
5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS 
Na intenção de obter mais tempo, de dispor de ummaior prazo ou até mesmo de protelar o 
andamento do processo, poderia a parte lançar mão dos embargos de declaração. 
5.1. Multa 
Como tem o efeito que interrompe o prazo para outro recurso, caso seja constatado que a parte 
usou este apenas para protelar, será aplicado multa de 2% do valor da causa (Art. 1.026, § 2º). 
Caso os embargos sejam reiterados novamente, a multa pode ser levada até 10% do valor da 
causa (Art. 1.026, § 3º). Nesse caso para a parte poder apelar, esta deverá pagar a multa. 
7º AULA 
AGRAVO INTERNO 
O agravo interno é cabível nas decisões monocráticas do relator (Art. 1.021). Sendo essa 
interposta no prazo de 15 dias e havendo 15 dias para contrarrazões (Art. 1.021, § 2º). Esse 
recurso dispensa preparo, isso pois as custas do agravo estão embutidas no custo da causa que 
tramita no tribunal. 
O Agravo será dirigido ao relator e propicia o juízo de retratação. Caso o relator não se retrate 
o agravo interno será levado a julgamento ao órgão colegiado. A admissibilidade está 
condicionada à impugnação específica da decisão monocrática. O Relator não poderá repetir os 
argumentos da decisão monocrática para julgar improcedente o agravo interno. 
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Se o agravo interno for julgado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação 
unânime, o órgão colegiado condenará o agravante ao pagamento de multa de 1% a 5% do valor 
da causa atualizado a ser revertida ao agravado. 
Condenado ao pagamento da multa, o agravante somente poderá interpor novos recursos se 
recolher a multa, salvo no caso de gratuidade da justiça ou a Fazenda Pública cujo pagamento 
será efetuado ao final. 
8º AULA 
RECURSO EXTRAORIDNÁRIO E ESPECIAL 
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
O cabimento dos recursos extraordinário e especial, estão previstas na constituição (Art. 102, III 
e 105, III). São recursos semelhantes, porém que são dirigidos a Tribunais diferentes. 
1.1. COMUNS 
Tanto o especial como o extraordinário somente cabem se houverem esgotados os recursos 
ordinários. 
Não se discute existência ou inexistência dos fatos (súmula 07 do STJ e 270 do STF), os tribunais 
superiores aceitam a tese fática estabelecida pelo tribunal “a quo”, e a partir daí, examinam o 
mérito do recurso, que consiste sempre, direta ou indiretamente, na alegação de ofensa a regra 
constitucional ou lei federal. 
Pagamento de custas mais porte de remessa e retorno (por peso, se for físico), sob pena de 
deserção. 
Efeitos: somente devolutivo, executa-se provisoriamente a decisão. 
2. CABIMENTO 
2.1. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Ao STF cabe conferir interpretação às normas constitucionais, fazendo-o por meio de controle 
concentrado de constitucionalidade ou por meio do controle difuso. Esse recurso tem como 
finalidade a de assegurar a inteireza do sistema jurídico, que deve ser submisso à CF. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, 
quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; única hipótese possível, por ato judiciário. 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; ofensa à constituição por ato 
legislativo. Essa é a única que dispensa discussão em torno do pré-questionamento. 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. Quando o 
julgador privilegiou a lei ou ato de governo locais do que a CF. 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Invasão de competência da lei local e 
estadual em face de lei federal. 
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No Acordão deve constar a questão federal o constitucional que foi pré-questionada, adotando 
um posicionamento sobre o que foi trazido. Quando ele analisa essa questão dará o nome de 
causa decidida. O Tribunal precisa analisar, caso não analise será arguido Embargos de 
Declaração. 
Proferida em única ou última instância: ação de única instância dos Tribunais. Em última é uma 
causa normal que vai para segundo grau, a qual deste cabe recurso ext e esp, pois esgota os 
recursos anteriores para ingressar com essa. 
2.2. RECURSO ESPECIAL 
O Recurso Especial é cabível por ter havido ofensa a tratado ou lei federal. 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a 
decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; as leis municipais ou 
estaduais que ofende lei federal. 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. É preciso 
que essa divergência seja entre tribunais diversos. Duas decisões diferentes que aplicam a 
mesma norma federal diferentemente, deve-se no recurso demostrar a divergência de 
jurisprudência, comprovando que ofende a lei federal. 
3. ASPECTOS EM COMUM 
• Prazo de 15 dias para a interposição destes e para contrarrazões. 
• Serão interpostos em petições distintas, perante o presidente ou vice-presidente do 
tribunal recorrido. Poderá ser interposto os dois ao mesmo tempo, a qual um será 
direcionado ao STF e o outro ao STJ. 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição 
Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em 
petições distintas que conterão: 
I - A exposição do fato e do direito; 
II - A demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida. 
Recurso especial e extraordinário, há possibilidade de pedir a aplicação de precedentes nesses 
recursos, também cabe este quando não há. Preciso comparar o meu caso com o precedente e 
comprovar que os casos são idênticos, chamado isso de cotejo analítico. 
Os precedentes são aplicáveis tanto no RESP quanto no REXT, se já houverem casos 
anteriormente julgados e no RESP há a figura do dissídio jurisprudencial (art. 105, III “c” da CF ) 
devendo a parte comprovar a divergência segundo o art. 1029 § 1º, bem como demonstrar as 
semelhanças fáticas do caso a ser julgado com as decisões já consolidadas. 
9º AULA 
15 
 
4. PRÉ-QUESTIONAMENTO 
Para que o recurso extraordinário e o especial sejam conhecidos, é preciso que haja o pré-
questionamento. Considera-se pré-questionamento o enfrentamento pelo tribunal recorrido no 
acórdão impugnado, da questão de direito que é objeto do recurso excepcional (Art. 105, III e 
102, III da CF). 
4.1. REPERCURSSÃO GERAL 
Será usado para o Recurso Extraordinário, qual se analisa se determinada causa de pedir é 
relevante para toda a sociedade. Há uma presunção de repercussão geral, a qual essa análise 
será feita apenas pelo STF. 
O STF terá que entender que é de interesse do coletivo, que atinge toda a sociedade. Tendo 
assim que demonstrar no recurso que há uma dessas questões. 
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso 
extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos 
termos deste artigo. 
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: 
I - Contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; 
III - Tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 
97 da Constituição Federal. 
Há hipóteses em que há uma presunção absoluta de repercussão geral, como por exemplo o 
acórdão recorrido contraria súmula ou jurisprudênciadominante do STF (Art. 1.035, § 3º), ou 
quando tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal (Art. 1.035, § 3º, 
III). 
5. PROCEDIMENTO 
O recurso especial e o extraordinário são protocolados no Tribunal de 2º grau, abrindo o prazo 
de 15 dias para contrarrazões (Art. 1.030, caput). Após é realizado pelo relator o juízo de 
admissibilidade destes (Art. 1.030, V). 
Caso o juiz relator não admita o recurso caberá agravo do Art. 1.042 para o respectivo tribunal 
superior (Art. 1.030, §1º). Tendo que observar, pois em três casos poderá ser interposto agravo 
interno, segundo o Art. 1.030, §2º). 
Podem desconsiderar o vício formas, vícios que podem ser supridos. Já os vícios que não podem 
ser sanados: Intempestividade, defeito de fundamentação (A parte não poderá emendar o 
recurso, caso não comprove os atos o Tribunal negará provimento) → Apenas esses dois não 
são sanáveis, o resto é (Art. 1029, § 3º). 
Não havendo o vício para ser sanado, o Relator fará o relatório, dará o voto e incluir na pauta 
para julgamento, sendo julgado pelo colegiado. Poderá este também decidir monocraticamente. 
Se interpor um recurso ao STJ de matéria constitucional, o STJ mandará a questão ao STF, a qual 
se ocorrer ao contrário também poderá acontecer. Abrindo prazo de 15 dias para que o 
recorrente demonstre a repercussão geral (Art. 1.032 e 1.033, CPC). 
6. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
16 
 
Ao STF reconhecer a repercussão geral, poderá optar por apenas julgar o recurso ou entender 
que o caso deve ser afetado ao Plenário, a qual resultará em precedente vinculante (Art. 947, 
CPC). Caso esse entenda que deverá ser julgado pelo plenário, outros processos com tema igual 
serão suspensos (Art. 1.035, § 5º). Essa regra aplica-se exclusivamente aos casos em que a 
repercussão geral será julgada pela técnica dos recursos extraordinários repetitivos. 
Esse será julgado no prazo de 1(um) ano (Art. 1.035, § 9º). 
Caso a causa tenha sido suspenso por causa do recurso e tiver sido inutilmente sobrestado, a 
parte poderá postular o seu imediato não-conhecimento (se estiver sido suspenso sem ser igual 
ao recurso que está no STF). Negada a repercussão geral, o presidente e o vice negarão 
seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem. 
7. RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVO 
Se há um volume grande de processo com o mesmo tema é considerado ações de massa. 
Procedimento para a solução de recursos repetitivos: 
• Seleção de recursos fundada em idêntica controvérsia; 
• Afetação (identificação da questão de direito); 
• Julgamento dos recursos representativos da controvérsia; 
• Irradiação dos efeitos para os casos repetidos. 
10º AULA 
a) Seleção de recursos fundadas em idêntica controvérsia: irá ser escolhido o recurso que 
tiver maior número de argumentos (estes determinarão a suspensão dos processos no Estado 
ou Região); 
b) Afetação: um recurso é identificar para o julgamento, havendo mais de um relator será 
competente para ser relato o que primeiro isolou o tema para ser julgada. 
 
• Suspensão de todos os processos com o mesmo tempo, esteja eles em segundo grau ou 
em primeiro grau, até a decisão do repetitivo. (Salvo aqueles que foram escolhidos para 
análise do Tribunal. 
• Pode requerer que os outros Tribunais enviem ao relator mais recursos representativos 
dessa controversa. 
• Instrução do recurso: 
Ira designar audiências públicas, podendo pedir a intervenção do amicus curiae (Art. 138, 1.028, 
CPC), sendo este uma participação institucional. 
• Julgamento: 
Esse se dará por um órgão especial, sendo este um Acordão que será um precedente. Esse 
julgamento irá repassar aos outros processos que foram suspensos, a qual serão obrigados a 
adotar esse precedente. 
Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados analisarão os recursos (serão inadmitidos 
ou desprovidos). 
Caso decida que não é caso de repercussão geral, os recursos extraordinários não serão 
admitidos. 
17 
 
• Julgado o recurso repetitivo no mérito: 
O acordão recorrido pode estar em confronto, o próprio tribunal de segundo grau irá se retratar, 
pois decidiu em confronto com o entendimento dos Tribunais. 
Se o acórdão recorrido estiver em confronto com a orientação das Cortes Superiores, o órgão 
do Tribunal de 2º grau reformará sua decisão (juízo de retratação do acórdão); 
Suspenso em 1º e 2º grau que ainda não tem recurso, esses retornarão seu curso para 
julgamento e aplicação do precedente. → No 1º grau, se o réu ainda não tiver contestado e o 
precedente foi contra o que foi pleiteado na ação inicialmente, poderá o autor desistir da ação 
(art. 1.040 § 2º e 3º). 
 
AGRAVO DE RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
1. CABIMENTO 
Esse Recurso é cabível da decisão do Presidente ou Vice-Presidente do tribunal de justiça ou do 
tribunal regional federal que inadmitir o recurso especial ou extraordinário, em juízo provisório. 
Caso os dois recursos não tenham sido admitidos, caberá agravo de cada um separadamente. 
Esse será interposto nos próprios autos do processo em que foi proferida a decisão agravada. 
Nos casos em que o recurso especial ou extraordinário não tiver sido admitido por precedente 
de recurso especial repetitivo ou de repercussão geral, não caberá o agravo. 
Esse Agravo não poderá ter seguimento negado, pois tem competência exclusiva dos Tribunais 
Superior julgar definitivamente. 
1.1. Hipóteses de cabimento (Art. 1.042, CPC) 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido 
que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de 
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos 
repetitivos. 
• Não adianta agravo, quando o STF já julgou um precedente; 
 
2. PROCEDIMENTO 
 
• A petição será dirigida ao vice-presidente ou presidente, que julgou a decisão agravda. 
Sendo que não será exigido custas, pois já foram pagas a do recurso 
especial/extraordinário; 
• Prazo de 15 dias (art. 1.003, §5º); 
• Abre prazo ao agravado, sobre o recurso (Art. 1.042, §3º). 
• Após o presidente ou vice poderá se retratar (Art. 1.042, §4º); 
• Será remetido ao STJ ou STF. 
Se o Tribunal entender pelo provimento do agravo, este já irá analisar o recurso que ficou 
pendente de análise. 
18 
 
Se a interposição for conjunta, de RESP e REXT, deverá haver um agravo para cada recurso 
trancado no tribunal local. Neste caso, o primeiro a apreciar é o STJ. 
11º AULA 
RECURSO ORDINÁRIO 
1. CABIMENTO 
O recurso é dirigido ao STF e ao STJ, nas hipóteses previstas na Constituição, mas só cabe se a 
decisão for denegatória, nas hipóteses do Art. 1.027, CPC. 
1.1. AO STF 
Das decisões proferidas pelos Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE, TST) em única instância em 
mandados de segurança, habeas data, mandado de injunção quando denegatória a decisão (Art. 
1.027, CPC). 
Lembrando que esse recurso só caberá quando a decisão for denegatória, que quer dizer que 
serve para beneficiar o cidadão em face do Estado. 
1.2. AO STJ 
Das decisões proferidas pelos TRFs, TJs em mandados de segurança quando denegatória a 
decisão. 
2.3. CONTRA O ESTADO 
Nos processos em que forem partes estados estrangeiro ou organismo internacional e de outro 
Município ou pessoa residente no País (previsão de cabimento de agravo de instrumento das 
decisões interlocutórias previstas no art. 1015); 
2. EFEITOS 
Em regra, o recurso ordinário não detém efeito suspensivo, sendo assim é necessário requer 
para ele acontecer, podemos dizer então que este terá a mesma regra aplicada no recurso 
especial e extraordinário (Art. 1.029, § 5º) 
Previsão de julgamentoimediato da causa (em caso de extinção) concessão de efeito suspensivo 
ao recurso. 
3. PROCEDIMENTO 
Prazo de 15 dias para a interposição e para as contrarrazões (Art. 1.003, § 5º). Podendo esse ser 
interposto contra acórdão proferido por tribunal ou pode ser interposto contra decisão 
interlocutória ou sentença proferida por juiz federal de primeira instância. 
Quando interposto contra acordo esse deve ser dirigido ao presidente ou vice do Tribunal que 
preferiu a decisão. Quando interposto contra sentença, este irá se submeter as regras da 
apelação quanto aso requisitos de admissibilidade e para o procedimento. 
PROCESSO NOS TRIBUNAIS 
Art. 924 a 946 
19 
 
O procedimento no tribunal tem duas fases distintas: uma perante o relator, a quem se atribui 
a função de praticar todos os atos até a sessão de julgamento, e a outra, perante o colegiado, 
que tem por finalidade o debate e o julgamento do caso. 
1. PRTOCOLO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO 
O registro do recurso deve ser feito no mesmo dia da apresentação da petição, tendo como 
finalidade a garantia da publicidade, é por meio dele que terá a suspensão quando há a 
identificação do recurso, diante de recurso repetitivo. 
A distribuição por sorteio eletrônico, para o relator. Obedecendo a aleatoriedade e obediência 
ao juiz natural, sendo assim todas os recursos serão julgados pelo mesmo desembargador, pois 
torna-se esse prevento para julgar os outros. 
2. RELATOR 
2.1. PODERES 
Poderes do relator (Art. 932): 
Homologar autocomposição, sempre que o processo estiver no tribunal: I - Dirigir e ordenar o 
processo no tribunal; inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, 
homologar autocomposição das partes. É ele que vai ordenar para que o órgão colegiado julgue. 
II - Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária 
do tribunal; A tutela provisória está no Art. 310, a qual a parte irá postular essa medida de 
urgência para o relator julgar. 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
IV - Negar provimento ao recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
V - Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
→ Decidir requerimento de concessão de gratuidade da justiça, com como o pedido de sua 
revogação; 
→ Proceder ao juízo de admissibilidade dos recursos (Art. 932, II); 
→ Decisões finais em processo de competência originária (Art. 927, § 3º) 
→ Decisões de conteúdo interlocutório. 
20 
 
Da decisão monocrática do relator caberá agravo interno. 
12º AULA 
3. JULGAMENTO 
Distribuída a causa, os respectivos autos são encaminhados ao relator, que deverá estudar o 
caso submetido ao crivo do tribunal. Feito o estudo do caso, o relator apresentará o relatório. 
Os autos serão, em seguida, apresentados ao presidente do órgão, que designará dia para 
julgamento, mandado publicar a pauta no órgão oficial (Art. 934, 935 § 2º). Se não houver 
previsão de sustentação oral (caso dos agravos), o julgamento pode ser eletrônico (se nenhuma 
das partes se opuser). Os julgamentos, nos tribunais, devem em princípio ser realizados de 
forma colegiada. Na sessão de julgamento cada membro profere seu voto. 
2.1. ORDEM NO JULGAMENTO 
Art. 936, CPC. 
1º) Preferências legais (casos urgentes); 
2º) Houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos (os requerimentos de 
preferência apresentados até o início da sessão de julgamento); 
3º) Iniciados em sessão anterior; 
4º) Demais casos. 
2.2. SUSTENTAÇÃO ORAL 
Permite que as partes possam sustentar oralmente as razões se seus recursos, contribuindo para 
a reflexão dos julgadores, ao mesmo tempo em que tentam convencê-los do acerto de suas 
respectivas teses (Art. 937, CPC). Sendo essa de 15 minutos para cada parte, não podendo ser 
prorrogado. 
Há uma novidade, sustentação oral por vídeo conferência em tempo real se o advogado for 
residente no interior, devendo requerê-lo até o dia anterior ao da sessão. 
3. Técnica da complementação ou ampliação do quórum de julgamento 
Não é recurso. Pode ser provocado pelos próprios julgadores. Cabe apenas de decisão de 
mérito. A regra aplica-se ao julgamento da apelação. Colhidos os votos e não havendo resultado 
unânime, não se encerra o julgamento. Este haverá de prosseguir em sessão a ser designada 
com a presença de outros julgadores. 
Esse irá estabelecer a suspensão da sessão de julgamento quando o resultado não for unânime 
e determinando que se prossiga com o julgamento. 
A decisão da apelação ou no agravo de instrumento deve ser tomada, no órgão colegiado, pelo 
voto de três membros (Art. 941, § 2º). Um julgamento não unânime, nesse caso, é uma decisão 
com dois votos vencedores e um voto vencido. Assim terá que ser convocado mais dois 
julgadores, para que possa ser invertida o julgamento, podendo que os votos novos fiquem 2X3 
ou também 4X1, ou 3X2 (Art. 942, §1°). É possível que, após o novo voto, o julgador que já havia 
voltado poderá mudar seu voto (Art. 942, §2º). 
Art. 942. 
21 
 
§3º. A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não 
unânime proferido em: 
I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu 
prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; 
II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. 
§4º. Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 
I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; 
II – da remessa necessária; 
III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. 
 
Assunção de competência. Art. 947 
Questão relevante com repercussão não sendo de massa. 
Turma ou Câmara – ÓRGÃO ESPECIAL 
Legitimidade – qualquer um. 
4. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAR REPETITIVAS 
Irá caber quando houver efetiva repetição de processos que contenha controvérsias sobre a 
mesma coisa e quando houver risco de ofensa à isonomia e a segurança jurídica (Art. 976). 
Não é recurso (falta voluntariedade) e não se exige pagamento de custas. Pode ser instaurado 
de ofício sem que haja demanda no Tribunal. Processos com a mesma questão unicamente de 
direito. 
Instaurado o incidente, transfere-se a outro órgão do mesmo tribunal a competência funcional 
para julgar o caso e, igualmente, fixar o seu entendimento a respeito de uma questão jurídica 
que se revela comum em diversos processos. 
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: 
I - Pelo juiz ou relator, por ofício; 
II - Pelas partes, por petição; 
III - Pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. 
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à 
demonstração do preenchimento dos pressupostos para a instauração do incidente.Julgamento do IRDR será definido pelo regimento interno dos Tribunais dentre aqueles 
responsáveis pela uniformização de jurisprudência. 
Publicidade do julgamento, normas do CNJ. 
Processos ficarão suspensos pelo prazo de 1 (um) ano, salvo decisão fundamentada do relator. 
Tese será aplicada aos processos pendentes. 
13º AULA 
AÇÃO RESCISÓRIA 
22 
 
A ação rescisória é uma ação autônoma de impugnação, que tem por objetivos a desconstituição 
de decisão judicial transitada em julgado e eventualmente, o rejulgamento da causa. Quando o 
seu grau de imperfeição é de tal grandeza que supere a necessidade de segurança tutelada pela 
res judicada. É uma ação sobre a coisa julgada, diferentemente do recurso. 
1. DECISÃO RESCINDÍVEL 
Essa ação será contra qualquer decisão de mérito transitada em julgado. Poderá ser utilizada 
contra decisão que não tenha examinado o mérito (Art. 966, §2º). 
Hipóteses do artigo 966: 
I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, 
de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - Ofender a coisa julgada; 
V - Violar manifestamente norma jurídica; 
VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a 
ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava 
ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; (se 
a parte conseguir qualquer tipo de prova, está tem que ser nova e que o juiz considerando 
alteraria o resultado do julgamento. Terá prazo diferenciado, sendo estes 5 anos) 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando 
considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que 
o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. (Não 
pode ter sido debatida anteriormente no processo). 
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em 
julgado que, embora não seja de mérito, impeça: 
I - Nova propositura da demanda; versa sobre decisões que não sã de mérito do Art. 485, e que 
impedem propositura da demanda. 
II - Admissibilidade do recurso correspondente. (Se não admite o recurso) 
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. (Pode se voltar 
apenas 1 capítulo da sentença). 
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do 
processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da 
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. → Ação anulatória de ato jurídico, apenas 
a atos que julgam, não atos homologatórios. Cuida da invalidação dos atos processuais 
praticados pelas partes ou pelos auxiliares da justiça. 
23 
 
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão 
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que 
não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o 
padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
quando o julgador não observou a distinção da minha ação com a julgada repetitivamente. 
§ 6º Quando a ação rescisória se fundar na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob 
pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por 
hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. 
(Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
2. PRAZO 
2.1. REGRA GERAL 
Prazo de 2 anos, decadencial, contando do trânsito em julgado, a qual não se interrompe e não 
suspende, mas esse irá se prorrogar ao dia útil, quando houver feriado ou cair em final de 
semana (Art. 975, CPC) 
2.2. PROVA NOVA 
No caso de ação rescisória fundada em prova nova (Art. 966, VII, CPC) o legislador estabeleceu 
o termo inicial da contagem do prazo se da na data de descoberta da prova nova (Art. 975, § 2º) 
observando o prazo no máximo de 5 anos. 
3. EFEITOS DA CONSUMAÇÃO DA DECADÊNCIA 
“Consumada a decadência, fica imune a posteriores ataques a autoridade da coisa julgada; em 
outras palavras, a sentença torna-se irrescindível perdendo relevância o vício de que se achava 
eivada.” Mesmo viciada não poderá mexer nela, pois essa já se tornou irrescindível. 
4. RECURSOS 
Caberá contra a ação rescisória Embargos de declaração, quando tiver assunto para ser tratado 
neste, e Recurso Especial e Extraordinário, presentes os requisitos necessários para interpor 
cada um. 
5. PROCEDIMENTO 
A petição deve obedecer aos requisitos do artigo 319 e 968, deve conter os três elementos da 
ação: partes, causa de pedir e pedido. 
Partes: poderão ingressar com AR as partes Autor ou Réu (sucessores deste), os que ingressaram 
como terceiros no processo (denunciação da lide, chamamento ao processo). Assistentes 
inclusive. 
PEDIDO: rescisão (iudicium rescindens → decorre do pedido) e rejulgamento (iudicium 
rescissorium → promove um novo julgamento da causa). Rejulgamento: não cabe no caso de 
ofensa à coisa julgada e incompetência absoluta. 
Valor da causa: proveito econômico com a decisão. 
A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada 
a concessão de tutela provisória (art. 969). 
24 
 
Presentes os requisitos para concessão de tutela urgente: probabilidade de dano e de êxito na 
ação rescisória (art. 300) 
SEMPRE SERÁ OS TRIBUNAIS 
5.1. LEGITIMIDADE ATIVA 
Terá legitimidade para propor a ação rescisória quem foi parte no processo originário ou seu 
sucessor (Art. 967, I), terceiro juridicamente interessado (Art. 967, II), o Ministério público (Art. 
967, III) e à aquele que não foi ouvido no processo em que era obrigatória a sua intervenção 
(Art. 967, IV). 
5.2. DEPÓSITO OBRIGATÓRIO 
O autor da ação rescisória tem de depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da 
causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada 
inadmissível ou improcedente (Art. 968, II, CPC). Caso a ação seja admitida, esse valor irá ser 
revertido em favor do autor da demanda. 
Essa regra não irá se aplicar a união, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Munícipios, às suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria 
Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça (Art. 968, § 1º). 
O depósito não poderá ultrapassar o importante a mil salários mínimos (Art. 968, § 3º). 
5.3. RESPOSTA DO RÉU 
O relator determinará o prazo, entre o mínimo de quinze dias e o máximo de trinta dias, sendo 
computados apenas dias úteis (Art. 970). 
5.4. INSTRUÇÃO 
Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator poderá delegar a 
competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) 
meses para a devolução dos autos. 
Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para razões finais, 
sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias. 
Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao julgamento 
pelo órgão competente. 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA 
Essa ação segue exclusivamente para à invalidação da sentença, chamado de quarelanullitatis. 
É uma ação que visa retirar uma sentença inexistente. Terá prazo de 5 anos para ser impugnada. 
Nesse caso a sentença não irá ter trânsito em julgado, por ser considerada inexistente, por 
algum vício contido nela. 
1. CABIMENTO 
a) sentenças com ausência de decisório; 
b) sentença proferidas em processos instaurados por meio de uma ação, sem condições da ação; 
25 
 
c) sentenças com ausências de pressuposto processual de existência: citação, petição inicial, 
jurisdição e capacidade postulatória; 
d) sentença proferida sem um dos litisconsortes necessários unitários; 
e) citação nula com revelia; 
f) sentença que não contenha assinatura do juiz ou que não esteja escrita. 
Fredie Didie, coloca como exemplo “o caso da decisão proferida em desfavor do réu, em 
processo que ocorreu à sua revelia, que porque não for citado, quer porque o fora maneira 
defeituosa.”. 
2. COMPETÊNCIA 
A competência para julgar essa ação será o que julgou a decisão nula. Sendo essa do tribunal, 
nos casos em que a decisão foi proferida em processo de sua competência originária. 
AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO 
Para declaração de nulidade dos demais atos jurídicos (que não são sentenças) que constam do 
processo a ação a ser utilizada é a prevista no artigo 486 do CPC (não tem prazo para ser 
proposta). 
 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do 
processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da 
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. 
Exemplos de atos que podem ser objeto de ação anulatória (arrematação, homologação de 
acordo, ato citatório). 
14º AULA 
RECLAMAÇÃO 
Origem direito note americano. Criado para resguardar a eficácia: A ação dos pronunciamentos 
da Corte Suprema. 
A reclamação provoca a cassação da decisão reclamada, com avocação dos autos, a depender 
de sua hipótese de cabimento. Tem competência ordinária de tribunal, prevista na Constituição 
Federal, nas Constituições Estaduais, no CPC e em outras leis. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - Processar e julgar, originariamente: 
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões; 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - Processar e julgar, originariamente: 
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões; 
26 
 
No CPC DE 2015 aplicação da reclamação para defesa de competência e autoridade das decisões 
de qualquer Tribunal. 
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: 
I - Preservar a competência do tribunal; 
II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III – Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo 
Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
IV – Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; 
1. LEGITIMIDADE 
A reclamação pode ser ajuizada pelo Ministério Público ou por quem seja parte ou assistente 
num processo prévio, todos aqueles que se afirmem atingidos por ato contrário a enunciado de 
súmula vinculante. 
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo 
por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da 
contestação pelo beneficiário do ato impugnado. 
1.1. LEGITIMIDA PASSIVA 
Casos dos incisos I e II: legitimidade passiva será contra a parte beneficiada pela decisão 
desconforme. 
Casos do inciso III: inobservância de súmula: contra a autoridade descumpridora. 
Casos do Inciso IV: inobservância de IRDR e IAC: contra a parte beneficiada e a autoridade 
descumpridora. 
2. NATUREZA JURÍDICA 
Trata-se de ação autônoma de impugnação, estando inserida na Livro que se refere às ações 
impugnativas autônomas. 
A decisão da reclamação produzirá coisa julgada, não podendo assim ter a propositura dela, 
idêntica. 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: 
III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) 
dias para apresentar a sua contestação. 
3. PROCEDIMENTO 
Instruída com prova documental, a reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, deve ser 
autuada e distribuída ao relator da causa principal sem que possível (Art. 988, § 3º). 
A petição inicial tem que estar em observância dos requisitos do art. 319 e 320, deve também 
estar acompanhada dos documentos indispensáveis a sua propositura (Art. 988, § 2º). 
27 
 
O relator também deve indeferir a petição inicial quando não for caso de reclamação, ou quando 
esta for utilizada como sucedâneo de ação rescisória, destinando-se a desfazer coisa julgada 
(Art. 988, §5º, I). 
É possível, na reclamação, a concessão de tutela provisória. De acordo com o Art. 989, II, do CPC, 
o relator, ao despachar a reclamação, ordenará, se necessário, a suspensão do processo ou do 
ato impugnado para evitar dano irreparável. 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: 
I - Requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que 
as prestará no prazo de 10 (dez) dias; 
II - Se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano 
irreparável; 
III - Determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) 
dias para apresentar a sua contestação. 
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu 
julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO JUDICIAL 
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - De ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de 
caução; 
II - De decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - De decisão judicial transitada em julgado. 
REQUISITOS 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, 
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de 
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
Os embargos de divergência constituem um recurso (CPC, art. 994, IX), com a finalidade de 
uniformizar a jurisprudência interna do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de 
Justiça. 
1. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
As hipóteses de cabimento estão previstas no Art. 1.043, a qual só cabe aos recursos do STJ e 
STF, em recurso especial ou recurso extraordinário. Cabendo apenas contra Acordão. 
Tendo competência para julgar os Embargos de divergência, o STF do Plenário, no STJ da Corte 
Especial se a divergência for entre Turmas e Seções; Seção se a divergência for entre Turmas; 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: 
III - em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro 
órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do 
recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; 
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da mesma turma que 
proferiu a decisão embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em mais da 
metade de seus membros. (Exceção) 
2. PROCEDIMENTO 
Deve ser interpostono prazo de 15 dias (Art. 1.003, §5º). Irá abrir prazo para contrarrazões, 
sendo posteriormente dirigido, através de sorteio, ao relator. 
Nos embargos deverá ser demonstrado a divergência das decisões e mostrar que as causa, fatos, 
são os mesmos. A prova da divergência se fará com certidão, cópia ou citação de repositório 
oficial ou credenciado de jurisprudência ou reprodução da internet, com a indicação da fonte. 
O procedimento para julgamento dos embargos de divergência será regulado pelos Regimentos 
internos dos respectivos Tribunais. A interposição dos embargos de divergência no STJ 
interrompe o prazo para a interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes (no 
caso de competência originária do STJ) (Art. 1.044, § 1°).

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