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Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil 20 semestre de 2018 Aula 3 Características do tráfego 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Recomendações de leitura: • Texto VII: “Cidades abarrotadas de veículos e congestionamentos cada vez mais longos” • Texto VI: “Demonio ex machina” 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Folha de S. Paulo, 09.fev.1926 Folha de S. Paulo, 05.abr.1952 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8Quatro Rodas, out.70 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • temos nos slides anteriores várias visões para o trânsito de São Paulo: sugestão de modificação viária em 1926; crítica à falta de prioridade ao transporte público em 1952 e perspectivas pessimistas para o futuro em 1970 • os problemas e as soluções são antigos – o que falta fazer? Discussão 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 fonte: Portal UOL, 03.ago.13 Desequilíbrio! 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3. Características do tráfego Demanda 3.1 Serviço 5.7 Oferta 5.1 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1. Demanda veicular • Demanda = veículos que desejam passar • Variável de demanda: volume • Volume = número de veículos contados em uma seção, em um período de tempo • Para este curso, volume = fluxo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • Crescimento das filas = sobredemanda 3.1.1. Demanda = volume + filas • Fila = demanda reprimida • a sobredemanda provoca o congestionamento • a fila pode ser zero, isto é, todos os veículos que desejam passar, passam 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • poluição atmosférica • estresse • prejuízos pela redução da produtividade 3.1.2. Congestionamento Os congestionamentos trazem vários prejuízos, entre eles, os principais são: fonte: Folha de São Paulo, 07.fev.10 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Vídeo: congestionamento monstro na China 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8Fonte: Folha de S. Paulo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.3. Crescimento da frota – o caso da cidade de São Paulo (cont.) Fonte: Veja São Paulo, 2.jul.08 A frota que realmente circula em São Paulo não é conhecida: • os dados do Detran (ao lado) são dos veículos cadastrados (uma parcela significativa não tem mais condições de rodar) • existem os veículos que passam a maior parte do tempo estacionados • São Paulo recebe centenas de milhares de veículos de outras cidades todos os dias 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.3. Crescimento da frota – o caso da cidade de São Paulo (cont.) fo n te : E s ta d o d e S ã o P a u lo , 3 .f e v. 1 5 Uma reflexão que poucos fazem: quantos carros “morrem” todos os dias? 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.3. Crescimento da frota – o caso da cidade de São Paulo (cont.) fonte: Carlos Paiva/ANTP Podemos notar que, embora a frota na cidade de São Paulo venha crescendo, esse crescimento vem sendo reduzido, quando se comparam as variações entre as décadas de 1987/1997 e 1997/2007 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.4. Crescimento da frota – Brasil • o crescimento da frota não ocorre somente no Estado de São Paulo • como no Brasil a maioria das cidades não tem um planejamento urbano que contemple o investimento necessário em transporte público, o problema de excesso de automóveis que ocorre em São Paulo está se repetindo em outras cidades 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.4. Crescimento da frota – Brasil (cont.) fonte: Folha de São Paulo, 28.mar.10 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.4. Crescimento da frota – Brasil (cont.) fonte: Folha de S. Paulo, 7.fev.10 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.5. Fatores que podem restringir a demanda • melhorias no transporte coletivo, a pé e bicicleta • rodízio de veículos (como é feito em São Paulo) • faixa solidária • pedágio urbano • restrições à frota (por ano de fabricação, por ex.) • restrições de acesso em certas áreas da cidade • aumento de fiscalização (retirada de veículos irregulares) • planejamento urbano (distribuição dos empregos, políticas de estacionamento) • indiretamente: conjuntura econômica (alto preço dos combustíveis ou restrições ao financiamento, por exemplo) e aumento na segurança pública (maior número de viagens a pé) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.6. Medida para restrição de demanda: melhoria no transporte coletivo fonte: Rede Nossa São Paulo/Cidade dos Sonhos/ Ibope Inteligência, set.17 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.6. Medida para restrição de demanda: o rodízio de veículos Modelo de São Paulo: início em outubro de 1.997 • proíbe circulação nos horários de pico (7h00- 10h00 e 17h00-20h00), nos dias úteis, de veículos de determinado final de placa (finais 1 e 2 às segundas-feiras; 3 e 4 às terças e assim por diante), dentro do Minianel Viário • teoricamente, retiraria 20% da frota da área nos períodos de restrição • principais problemas: dificuldade de fiscalização e perda gradativa do efeito com o passar dos anos, devido ao crescimento da frota 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.6. Medida para restrição de demanda: rodízio de veículos (cont.) A simulação a seguir adotou várias hipóteses simplificadoras: • crescimento linear da frota de 7% a cada dois anos (os dados de 1998 e 2000 formaram a base para extrapolação) • admissão de que a distribuição de veículos é homogênea na cidade • admissão que a frota registrada é toda circulante 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.6. Medida para restrição de demanda: rodízio de veículos (cont.) ANO Frota (veículos) Veículos que não circulam (20%) Frota restante 1998 4.734.252 946.850 3.787.402 2000 5.065.650 1.013.130 4.052.520 2002 5.420.245 1.084.049 4.336.196 2004 5.799.476 1.159.932 4.639.730 Nessa simulação (conforme as simplificações citadas no slide anterior) vemos que em 6 anos a frota com permissão de circular ficou bem próxima da que existia quando foi iniciado o rodízio 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.7. Medida para restrição de demanda: a faixa solidária Forma de incentivar a redução do número de veículos oferecendo vantagem para os que têm maior ocupação de passageiros (exemplo da foto: veículos com 2 ou mais pessoas podem trafegar por uma faixa exclusiva) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.8. Medida para restrição de demanda: restrições à frota fo n te : w w w .p u b lic o .p t, s e t. 1 4 fo n te : h tt p :/ /q u a tr o ro d a s .a b ri l. c o m .b r, f e v. 1 5 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.9. Iniciativa para restrição de demanda fonte: Traffic Technology, jan.11 Tendência que vem crescendo nas grandes cidades: o compartilhamento de veículos (“car- sharing”), que aproveita as facilidades da Internet para organizar grupos de carona 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.10. Medida para restrição de demanda: o pedágio urbano fonte:Revista Forbes, mai/02 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.1.10. Medida para restrição de demanda: pedágio urbano (cont.) Fonte: Revista Veja, 28.jun.06 fonte: Veja, 6.jan.10 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.2. Medições de demanda Tipos de medições de volumes veiculares mais utilizados na Engenharia de Tráfego: • Volume anual (3.2.1) • Volume Diário Médio - VDM (3.2.2) • Volume horário (3.2.3) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.2.1. Volume anual - utilização • determinação de índice de periculosidade (estudos de segurança de trânsito) • estimativa de receita de pedágios • estudos das tendências de volume 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • distribuição do tráfego no sistema viário • comparar a demanda atual em uma via • programação de melhorias viárias fonte: DER-SP, 2013 3.2.2. Volume Diário Médio (VDM) – utilização 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.2.3. Volume horário - utilização • estudos de capacidade das vias • projetos de alteração de geometria • estabelecimento de controles de tráfego 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.2.4. Volume horário - exemplo Via Volume equivalente (veíc/h), sentido C/B, pico tarde 23 de Maio 8.395 Av. Eusébio Matoso 6.551 Av. dos Bandeirantes 6.434 Av. Tiradentes 6.116 Av. Cruzeiro do Sul 4.689 Av. Bernardino de Campos 4.304 fonte: CET, S. Paulo, 2012 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.3. Variações temporais de volume veicular • Variação diária – picos e entrepicos • Variação semanal – dias úteis, fim de semana, feriados (emendas) • Variação anual – férias escolares, compras • os motivos das variações de volume podem ser característicos da cidade – litorâneas, industriais, dormitórios 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.3.1. Variações temporais de volume veicular – exemplo real de variação diária – P. Alegre Fonte: Digicon 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.3.2. Variações temporais de volume veicular – exemplo real de variação diária – São Paulo Rua da Consolação (B/C) X R. Caio Prado – média de 5 dias úteis (ago/98) Comportamento esperado Demanda reprimida Queda de volume, sem redução na demanda 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.3.3. Variações temporais de volume veicular – exemplo real de variação semanal Contagens automáticas na área central de São Paulo (100 detectores, 24 horas por dia, 4 semanas) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular • o fluxo de veículos pode ser composto por autos, ônibus, caminhões, carretas, motos e bicicletas • cada tipo de veículo tem um desempenho em sua movimentação, o que pode interferir na operação do tráfego • dependendo do estudo sobre o fluxo de tráfego, pode ser importante diferenciar os veículos por seu tipo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular (cont.) Cada via tem sua característica em termos de composição veicular – variações nessa composição podem demandar medidas de Engenharia 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular (cont.) • Peso dos veículos -> contagem classificada (volume equivalente) • tradicionalmente: - autos = peso 1 - ônibus e caminhões = peso 2 - carretas = peso 3 - motos e bicicletas = peso 0 (*) (*) pode variar, dependendo do estudo fonte: Jornal da Tarde 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular (cont.) Comparação entre contagens classificadas em duas avenidas de São Paulo (maio de 2012, fonte: CET) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular (cont.) frota em 2.002 = 5.420.245 veículos frota em 2.012 = 7.363.210 veículos (fonte: CET) Tipo 2002 (%) 2012 (%) Automóvel 83,7 79 Motocicleta 9,7 15 Caminhão 2,4 2 Ônibus 4,2 4 Distribuição da frota – Cidade de S. Paulo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 3.4. Composição do volume veicular (cont.) Evolução da frota brasileira Chama a atenção a expressiva participação das motocicletas: de 14,2% em 2001 passou para 26,2% em 2012
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