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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FEI Aline Arthuso – 11.216.286-2 Carolina Gonçalves Schulz – 11.215.463-8 João Vitor Mateika de Castro – 11.215.458-8 Raquel Eloi Joaquim – 11.216.276-3 Thayná Mazzi de Oliveira – 11.115.333-4 MOAGEM Professor Mauro Renault Turma: 650 SÃO BERNARDO DO CAMPO 2018 1 OBJETIVO Determinar a distribuição granulométrica de uma amostra de areia antes e depois de passar por um processo de moagem. Calcular os diâmetros médios e a área específica através de gráficos cumulativos e diferenciais. Determinar também a potência do moinho. 2 INTRODUÇÃO TEÓRICA Fragmentação de sólidos é uma operação unitária que tem por objetivo reduzir o tamanho dos fragmentos de determinado material (matéria-prima ou produto final). Também é usado o termo cominuição para redução de tamanho e inclui processos como esmagar, moer, picar, porcionar. 2.1 MOINHO DE BOLAS Um moinho de bolas universal, representado na figura 1, é um dispositivo que, por meio de rotação, promove a sucessiva colisão de esferas, responsáveis pela quebra progressiva de um determinado material, reduzindo-o em partículas menores. Esse dispositivo também pode ser empregado para uma eficaz homogeneização de misturas. Figura 1 - Representação esquemática de um moinho de bolas. A) Jarro de moagem; B) Meio de moagem (esferas); C) Rolos; D) Motor; E) Correia; F) Polia A moagem pelo uso de um moinho de bolas é uma técnica tradicional no processamento de pós, frequentemente utilizada para redução do tamanho de partículas, ou para a mistura de diferentes materiais. A técnica é amplamente utilizada nos trabalhos industriais e laboratoriais no processamento de fármacos, minérios, fertilizantes, alimentos, metais, tintas, argamassas, materiais refratários, cerâmicas, óxidos, catalisadores e diversos outros produtos. 2.2 EQUAÇÕES UTILIZADAS A rotação crítica de um moinho pode ser calculada através da equação (1), a seguir: nc= 29,9. [ 1 (𝑅−𝑟) ]1/2 (1) Onde: nc = rotação crítica do moinho (rpm); R = raio do moinho (m); R = raio das bolas (m); Para uma operação real, a faixa de rotação de operação deve ser: 0,65.nc < nop < 0,8.nc A Lei de Bond, mostrada na equação (2) a seguir, é a equação que permite o cálculo da potência: 𝑃 𝑇 = 0,3162 𝑥 𝑊𝑖 𝑥 ( 1 √𝐷𝑝 − 1 √𝐷𝑎 ) (2) Onde: P = potência (kWh); T = produção (t/h); Wi = índice de trabalho (kWh/t); Dp = Diâmetro da peneira que retém 20% da amostra do produto; Da = Diâmetro da peneira que retém 20% da amostra da alimentação. O índice de trabalho é a energia necessária para reduzir a massa de matéria prima alimentada com a condição de que 20% fiquei retidos na peneira de 100 µm. é uma função apenas no material. Existem outras leis que também podem ser utilizadas para o cálculo de potências, como a lei de Kick e a lei de Rittinger, porém a lei de Bond é ideial para fragmentações a seco e é a única que permite o projeto de equipamentos novos. 3 MATERIAIS UTILIZADOS - Areia; - Cronômetro; - Peneiras da série Tyler Mesh; - Béquer 500 mL; - Agitados de peneiras; - Paquímetro; - Balança Analítica; - Moinho de Bolas. 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Com o auxílio de um paquímetro, mediu-se o diâmetro de 10 bolas para o cálculo de uma média aritmética. Após isso, calculou-se a rotação crítica do moinho, a fim de saber a faixa de operação ideal para a moagem. Após colocar as bolas dentro do moinho, o aparelho foi ligado, e foi feita a contagem de quantas vezes o moinho gira em 1 minuto, com potência máxima. O moinho foi ligado novamente, com a quantidade de areia previamente pesada colocada dentro do moinho, e por 20 minutos, essa amostra foi fragmentada. Depois essa amostra foi colocada nas peneiras (previamente pesadas) e foi feita a análise granulométrica. Por fim, pesou-se cada peneira novamente com suas devidas massas de areias retidas em cada uma delas. 5 DADOS E RESULTADOS 5.1 ROTAÇÃO MÍNIMA PARA MOAGEM Inicialmente, com intenção de se determinar a faixa de rotação de operação da moagem, mediu-se o diâmetro de 10 bolas, a partir das quais foi possível determinar uma média. Também foi medido o diâmetro do moinho. Os valores podem ser encontrados abaixo na tabela 1. Tabela 1 - Diâmetros medidos com paquímetro analógico (diâmetros expressos em mm). D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D9 D10 25,75 25,05 25,85 25,80 25,65 25,60 24,75 26,30 26,15 26,15 Dmed = (25,71 ± 0,49) mm Dmoinho = 172 mm Com base nesses valores determinados foi possível, através da equação (1), determinar a rotação crítica: 𝑛𝑐 = 29,9 ∗ √ 1 𝑅𝑚𝑜𝑖𝑛ℎ𝑜 − 𝑅𝑏𝑜𝑙𝑎𝑠 𝑛𝑐 = 29,9 ∗ √ 1 ( 172 − 25,71 2 ) ∗ 0,001 𝑛𝑐 = 110,55 𝑟𝑝𝑚 Finalmente para determinar a faixa de rotação de operação do moinho , utilizou-se da relação abaixo: 0,65 ∗ 𝑛𝑐 < 𝑛𝑜𝑝 < 0,8 ∗ 𝑛𝑐 71,86 < 𝑛𝑜𝑝 < 88,44 Num teste prévio revelou-se que a rotação de operação máxima do equipamento atinge 55 rpm, o que está abaixo do limite inferior da rotação do equipamento. Tendo isso em vista, por conta de um limite operacional, os testes subsequentes serão realizados a uma rotação fora dessa faixa (nop = 55 rpm). 5.2 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA Para os cálculos de análise granulométrica, os dados abaixo, representados pela tabela 2, representam as propriedades do sólido que será utilizado no experimento: Tabela 2 - Propriedades do sólido / g.mm-3 0,83 0,00265 5.2.1 Antes da moagem Inicialmente, foram encontrados os dados da tabela abaixo. Tabela 3 - Dados de massa recolhida em cada peneira, antes da moagem Mesh Dpi/ mm mpeneira +amostra / g mpeneira/ g 8 2,360 437,00 431,06 28 0,600 393,85 385,64 35 0,425 394,09 376,09 48 0,300 357,94 347,95 65 0,212 338,04 323,56 100 0,150 431,27 364,52 150 0,106 464,41 375,15 200 0,075 421,31 345,58 fundo 0,000 509,19 391,83 A partir da tabela 3, foram representados os cálculos para a segunda linha da tabela, e decorridos para todas as linhas. Visto a seguir: -Massa retida: utilizando a equação: 𝑚𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 = 𝑚2 = 393,85 − 385,64 = 8,21𝑔 - Diâmetro médio das partículas retidas na peneira: utilizando a equação: 𝐷𝑝𝑖𝑚 = 2,36 + 1,17 2 = 1,765𝑚𝑚 Assim, encontraram-se os resultados presentes na tabela (4) abaixo, dando continuidade aos cálculos. Tabela 4 - Dados calculados de massa acumulada em cada peneira, fração mássica e fração mássica acumulada. Antes da moagem. Mesh Dpi / mm Dpim / mm mamostra / g xi Xi 8 2,360 - 5,94 0,015 0,015 28 0,600 1,480 8,21 0,020 0,035 35 0,425 0,513 18,00 0,044 0,079 48 0,300 0,363 9,99 0,025 0,104 65 0,212 0,256 14,48 0,036 0,140 100 0,150 0,181 66,75 0,165 0,304 150 0,106 0,128 89,26 0,220 0,524 200 0,075 0,091 75,73 0,187 0,711 fundo 0,000 0,038 117,36 0,289 1,000 Considerando a massa retida calculada acima, é possível calcular as seguintes propriedades: - Massa total retida: ∑ 𝑚𝑖 = 5,94 + 8,21 + ⋯ + 28,67 + 46,35 = 405,72 𝑔 𝑖=𝑝𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑖=8 - Fração mássica de partículas retiradas na peneira: 𝑥2 = 8,21 405,72 = 0,020 - Fração mássica de partículas acumuladas na peneira: 𝑋2 = ∑ 𝑥𝑖 2 𝑖=1 = 0,015 + 0,020 = 0,035 Com os dados obtidos acima, foi possível construir os gráficos de análise granulométrica cumulativae análise granulométrica diferencial, respectivamente: Figura 2 - Análise granulométrica cumulativa. Antes da moagem A partir do gráfico acima, foi possível determinar o Dpim em que há a retenção de 20% da amostra inicial: 𝐷𝑝𝑖𝑚,𝑋𝑖=0,2 = 0,22 𝑚𝑚 Tabela 5 - Parâmetros calculados para a determinação das propriedades granulométricas, antes da moagem Mesh Dpim / mm xi.Dpim-1 / mm -1 xi.Dpim-2 / mm -2 xi.Dpim-3 / mm -3 8 panela - - - 28 1,4800 0,0137 0,0092 0,0062 35 0,5125 0,0866 0,1689 0,3296 48 0,3625 0,0679 0,1874 0,5169 65 0,2560 0,1394 0,5446 2,1273 100 0,1810 0,9090 5,0219 27,7453 150 0,1280 1,7188 13,4280 104,9061 200 0,0905 2,0625 22,7900 251,8232 fundo 0,0375 7,7137 205,6985 5485,2936 12,7115 247,8485 5872,7482 A partir dos dados acima, foram calculados os diâmetros médios (volumétrico, superficial e aritmético) e a área específica em relação à massa da amostra analisada. As relações apresentadas na tabela acima (xi/Dpim, xi/Dpim2, xi/Dpim3) e suas somatórias foram calculadas para agilizar as contas dos diâmetros e área. - Diâmetro médio volumétrico: 𝐷𝑣 = √ 1 5872,7482 3 = 0,055427𝑚𝑚 - Diâmetro superficial: 𝐷𝑠 = 1 12,7115 = 0,078669 𝑚𝑚 - Diâmetro médio aritmético: 𝐷𝑎 = 247,8485 5872,748 = 0,042203 𝑚𝑚 -Área específica em relação à massa: 𝐴𝑚 = 6 2,65.10.−3. 0,83 . 12,7115 = 34675,64 𝑚𝑚2/𝑔 5.2.2 Após a moagem Tabela 6 - Dados de massa recolhida em cada peneira. Após a moagem. Mesh Dpi / mm mpeneira + amostra / g mpeneira / g 8 2,360 437,64 430,75 28 0,600 377,78 375,81 35 0,425 385,88 385,36 48 0,300 348,56 347,7 65 0,212 324,44 323,34 100 0,150 387,72 364,24 150 0,106 462,98 374,92 200 0,075 446,98 345,34 fundo 0,000 473,09 391,57 A partir da tabela 5, foram representados os cálculos para a segunda linha da tabela, e decorridos para todas as linhas. Visto a seguir: -Massa retida: utilizando a equação: 𝑚𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 = 𝑚2 = 377,78 − 375,81 = 1,97𝑔 - Diâmetro médio das partículas retidas na peneira: utilizando a equação: 𝐷𝑝𝑖𝑚 = 2,36 + 1,17 2 = 1,765𝑚𝑚 Assim, encontraram-se os resultados presentes na tabela (7) abaixo, dando continuidade aos cálculos. Tabela 7 - Dados calculados de massa acumulada em cada peneira, fração mássica e fração mássica acumulada, após a moagem Mesh Dpi / mm Dpim / mm mamostra / g xi Xi 8 2,360 - 6,89 0,023 0,023 28 0,600 1,480 1,97 0,006 0,029 35 0,425 0,513 0,52 0,002 0,031 48 0,300 0,363 0,86 0,003 0,033 65 0,212 0,256 1,10 0,004 0,037 100 0,150 0,181 23,48 0,077 0,114 150 0,106 0,128 88,06 0,288 0,402 200 0,075 0,091 101,64 0,332 0,734 fundo 0,000 0,038 81,52 0,266 1,000 Considerando a massa retida calculada acima, é possível calcular as seguintes propriedades: - Massa total retida: ∑ 𝑚𝑖 = 6,89 + 1,97 + ⋯ + 101,64 + 81,52 = 306,04 𝑔 𝑖=𝑝𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎 𝑖=8 - Fração mássica de partículas retiradas na peneira: 𝑥2 = 1,97 306,04 = 0,006 - Fração mássica de partículas acumuladas na peneira: 𝑋2 = ∑ 𝑥𝑖 2 𝑖=1 = 0,023 + 0,006 = 0,029 Com os dados obtidos acima, foi possível construir os gráficos de análise granulométrica cumulativa e análise granulométrica diferencial, respectivamente: Figura 3 - Análise granulométrica cumulativa, após a moagem A partir do gráfico acima, foi possível determinar o Dpim em que há a retenção de 20% da amostra inicial: 𝐷𝑝𝑖𝑚,𝑋𝑖=0,2 = 0,16 𝑚𝑚 Tabela 8 - Parâmetros calculados para a determinação das propriedades granulométricas. Após a moagem. Mesh Dpim / mm xi.Dpim-1 / mm -1 xi.Dpim-2 / mm -2 xi.Dpim-3 / mm -3 8 panela - - - 28 1,4800 0,0043 0,0029 0,0020 35 0,5125 0,0033 0,0065 0,0126 48 0,3625 0,0078 0,0214 0,0590 65 0,2560 0,0140 0,0548 0,2142 100 0,1810 0,4239 2,3419 12,9385 150 0,1280 2,2480 17,5623 137,2052 200 0,0905 3,6698 40,5499 448,0647 fundo 0,0375 7,1032 189,4190 5051,1722 13,4743 249,9586 5649,6684 A partir dos dados acima, foram calculados os diâmetros médios (volumétrico, superficial e aritmético) e a área específica em relação à massa da amostra analisada. As relações apresentadas na tabela acima (xi/Dpim, xi/Dpim2, xi/Dpim3) e suas somatórias foram calculadas para agilizar as contas dos diâmetros e área. - Diâmetro médio volumétrico: 𝐷𝑣 = √ 1 5649,6684 3 = 0,056147 𝑚𝑚 - Diâmetro superficial: 𝐷𝑠 = 1 13,4743 = 0,074215 𝑚𝑚 - Diâmetro médio aritmético: 𝐷𝑎 = 249,9586 5649,6684 = 0,044243 𝑚𝑚 -Área específica em relação à massa: 𝐴𝑚 = 6 2,65.10.−3. 0,83 . 13,4743 = 36756,39 𝑚𝑚2/𝑔 *Dados de densidade e esfericidade utilizados foram os apresentados na tabela 9 abaixo: Tabela 9 - Resultados experimentais Antes da moagem Após a moagem Dv / mm 0,055427 0,056147 Ds / mm 0,078669 0,074215 Da / mm 0,042203 0,044243 Am / mm2.g-1 34675,64 36756,39 Dpim Xi=0,2 / mm 0,22 0,16 5.3 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA Para o cálculo da potência foi utilizado a equação da Lei de Bond: 𝑃 𝑇 = 0,3162. 𝑤𝑖. ( 1 √𝐷𝑝 − 1 √𝐷𝑎 ) O índice de trabalho (Work Index), wi, úmido da areia é 16,46 kWh/ton, porém a moagem foi realizada a seco, portanto multiplicou-se o índice por 1,34, obtendo wi de 22,06 kWh/ton. A partir dos gráficos de análise granulométrica cumulativa antes e depois da moagem (Figuras 1 e 2 respectivamente), determinou-se as aberturas da peneira que retém 20% da alimentação (Da) e do produto (Dp), explicado anteriormente na discussão dos resultados da análise granulométrica (4.1). Além disso, foi obtido a produção total (T) em toneladas por hora. 𝑇 = 306,04𝑔 20 𝑚𝑖𝑛 . 60 𝑚𝑖𝑛 1ℎ . 1 𝑡𝑜𝑛 106 𝑔 = 0,918. 10−3𝑡𝑜𝑛/ℎ 𝐷𝑎 = 0,22𝑚𝑚 e 𝐷𝑝 = 0,16𝑚𝑚 𝑃 0,918. 10−3 = 0,3126.22,06. ( 1 √0,16 − 1 √0,22 ) 𝑃 = 0,00233 𝑘𝑊 6 CONCLUSÃO Através da prática experimental, foi possível aplicar alguns dos conhecimentos adquiridos em operações unitárias I, sendo eles: analise granulométrica, moagem e britamento. Os objetivos foram alcançados, pois se obteve um gráfico de analise granulométrica cumulativa, antes e depois da moagem, semelhante com o apresentado na teoria e também por encontrar-se todos os parâmetros necessários para os cálculos requeridos para a conclusão do relatório. Possíveis erros experimentais se devem, pela possível perda de areia no momento de transferência da mesma do moinho para as peneiras, imprecisão na leitura da balança, possíveis erros de leitura no paquímetro e imprecisão na medida do diâmetro do moinho. 7 BIBLIOGRAFIA [1] - Diretrizes para a construção de um moinho de bolas para a moagem de sólidos em laboratórios. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=82>. Acesso em: 23 de outubro de 2018.
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