Buscar

Livro-Texto - Unidade IV - Tutelas Difusas e Coletivas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

48
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
Unidade IV
MÓDULO 7
A ação civil pública é o remédio processual próprio e adequado de que dispõe o Ministério Público e 
outros legitimados, para a efetivação do controle coletivo dos atos dos poderes públicos, podendo exigir 
tanto a reparação do dano causado ao patrimônio público por ato de improbidade, quanto a aplicação 
das sanções do artigo 37, § 4°, da Constituição Federal previstas, ao agente público, em decorrência de 
sua conduta irregular.
Ela pode ser definida, ainda, como o instrumento processual correto para reprimir ou impedir danos 
ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e 
paisagístico e por infrações de ordem econômica, protegendo, assim, interesses difusos da sociedade. 
Com a notada acentuação da proteção dos direitos de terceira geração, especialmente dos interesses 
difusos, tais como os do consumidor, do meio ambiente, do patrimônio histórico, entre outros, foi 
promulgada a Lei 7.347/85, que regula a ação civil pública. 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 ampliou-se o leque dos interesses protegidos, 
alterando a Lei 7.347/85, com a previsão de outros interesses difusos e coletivos, conforme consta do 
seu art. 1º. 
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade 
por danos morais e patrimoniais causados:
I - ao meio-ambiente;
II - ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica;
VI - à ordem urbanística.
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.
49
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
TÓPICOS ESPECIAIS EM TUTELAS DIFUSAS E COLETIVAS (OPTATIVA)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, 
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de 
natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.
O objetivo precípuo da ação civil pública é promover o ressarcimento aos cofres públicos dos danos 
materiais e morais causados ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio histórico, à ordem 
econômica, à ordem urbanística e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
Todavia, seguindo a posição doutrinária e jurisprudencial, temos que a ação civil pública promovida 
pelo Ministério Público não deve ser utilizada somente para o ressarcimento de danos ao erário, pois isso 
não se amolda às suas finalidades sociais. Ela também pode contemplar pedidos de fazer ou não fazer, 
de prestar ou não algum fato.
Além dos fins previstos na Lei de Ação Civil Pública, outras normas preveem o emprego dessa ação 
para o alcance de diferentes formalidades.
O Código de Defesa do Consumidor autoriza a utilização da ação civil pública para a invalidação de 
cláusulas abusivas (Lei 8.078/90, artigo 51, §4°). Essa providência é de caráter constitutivo (negativo), 
pois cria situação jurídica nova. 
A ação civil pública almeja defender um dos direitos resguardados pela Constituição Federal e leis 
especiais, podendo ter por fundamento a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, bem como o 
ato ilegal lesivo à coletividade sendo responsabilizado o infrator que lesa: meio ambiente, consumidor, 
bens e direitos de valor artístico, interesses coletivos e difusos.
Entende melhor por interesses coletivos, aqueles que são comuns à coletividade, desde que presente 
o vínculo jurídico entre os interessados, como o condomínio, a família, o sindicato entre outros. Por 
outro lado, os interesses são chamados de difusos quando, muito embora se refiram à coletividade, não 
obrigam juridicamente as partes envolvidas, por exemplo, a habitação, o consumo, entre outros.
Os legitimados para pleitear a ação civil pública estão previstos no art. 5º da Lei 7347/1985: 
LACP. Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
50
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como 
fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo 
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério 
Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse 
social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser 
protegido.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito 
Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de 
sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
A Lei 7.347/85 não trata da questão da legitimidade passiva, não havendo qualquer restrição nesse 
sentido. Pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, podem ocupar o polo passivo, quando 
ofenderem os bens jurídicos por ela tutelados.
Poderá ocorrer litisconsórcio passivo quando duas ou mais pessoas ou entidades forem responsáveis 
pelo dano ao interesse difuso ou coletivo. 
O foro competente para processar a ação civil pública é o do local onde ocorrer o dano, conforme 
disposição do referido artigo 2°, que firma, à primeira vista, hipótese de competência territorial. 
Essa opção legislativa leva em conta que o juiz do local do dano terá maior facilidade para colher as 
provas necessárias ao julgamento da causa. 
Embora a competência de foro seja territorial, a Lei 7.347/1985 prevê regra especial, determinando 
que ela será de natureza funcional, tornando-a absoluta e improrrogável. 
Ademais, a Lei 8.078/90 prevê exceção à regra do local do dano, quando o dano for nacional ou 
regional que abranja mais de um Estado. 
51
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
TÓPICOS ESPECIAIS EM TUTELAS DIFUSAS E COLETIVAS (OPTATIVA)
A ação civil pública pode ser proposta subsidiariamente sob o rito ordinário ou sumário do processo 
civil, cabendo provimento liminar quando estiverem presentes os pressupostos de aparência do bom 
direito e do perigo da demora ou ainda tutela antecipada.
Há divergência doutrinária a respeito da possibilidade de antecipação da tutela na ACP. Parte 
entende que, porhaver tratamento específico da liminar na LACP, não se aplica a antecipação de tutela. 
Outra, por seu turno, aceita a tutela antecipada especificamente nas ações que tenham por objeto o 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. 
O artigo 4° da Lei 7.347/85 prevê a possibilidade de ajuizamento de ação cautelar preparatória 
ou incidental à ação civil pública. Tal disposição torna-se, contudo, desnecessária, diante da previsão 
de aplicação subsidiária do Código de Processo Civil à ação civil pública (Lei 7.347/85, artigo 19). O 
procedimento da ação cautelar relativa à ACP será o previsto no CPC, na parte em que as tutelas 
provisórias são disciplinadas.
Se julgada procedente a ação, o ente da administração pública será compelido a corrigir o ato 
anulado, voltando para o estado anterior, não sendo possível, responderá, então, patrimonialmente, 
pelos danos causados, não sendo descartada a possibilidade de ação de regresso contra terceiros 
responsáveis solidários do ato impugnado. 
Além disso, o legislador previu a possibilidade de a indenização ser revertida para um fundo próprio 
criado por lei para subvencionar não somente a lesão ora causada, mas a maioria dos interesses difusos 
de nossa sociedade. Importante ressaltar a finalidade supletiva deste remédio constitucional, qual seja, 
compelir o ente público omisso a atuar. A sentença somente terá eficácia no território de competência 
do juízo competente para o julgamento. 
Como na ação popular, todos os recursos tanto para o juiz “a quo”, quanto para o juiz “ad quem”, 
admitidos pelo diploma processual civil vigente, quando apropriados, são admitidos. Recebendo recurso 
da sentença procedente caberá efeito suspensivo caso o magistrado atribua na intenção de evitar danos 
irreparáveis à parte, tendo ainda o efeito devolutivo. 
A sentença de improcedência somente terá eficácia após a confirmação do recurso ordinário, 
portanto, se as partes não recorrerem, caberá recurso de ofício. 
A execução definitiva da sentença deve ser providenciada pela parte interessada. No caso de 
associação, não promovendo essa a execução em sessenta dias, o Ministério Público ou os demais 
legitimados poderão fazê-lo, conforme dispõe o artigo 15 da Lei 7.347/1985. O Ministério Público tem 
o dever, os demais legitimados têm a faculdade. 
Em razão da alteração promovida no processo de execução civil para as obrigações de dar e fazer 
(exceto de dar dinheiro), a sentença passa a expressar quase uma ordem mandamental.
52
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
MÓDULO 8
Antes de mais nada, compete-nos conceituar o que vem a ser a ação popular.
Na lição do sempre lembrado Professor Hely Lopes Meirelles[1] (2014, p. 814):
Ação popular é a via constitucional (art. 5º, LXXIII) posta à disposição de qualquer cidadão (eleitor) 
para obter a anulação de atos ou contratos administrativos – ou a eles equiparados – lesivos ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa e ao meio 
ambiente natural ou cultural. Está regulada pela Lei 4.717, de 29.6.65.
Registre-se, por oportuno, o brilhante apontamento do eminente Professor Celso Antônio Bandeira 
de Mello[2] (2014, 974):
Embora com menor amplitude, já se encontrava prevista desde a Constituição de 1946 (art. 141, 
§ 38). É, talvez, a única providência judicial realmente temida pelos administradores, porquanto, nos 
termos do art. 11 da referida lei, se a ação for julgada procedente, vindo a ser decretada a invalidade 
do ato impugnado, a sentença “condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua 
prática e os beneficiários dele”. 
Em que pese o Professor Celso Antônio Bandeira de Mello sustentar que a ação popular teve sua 
previsão no texto constitucional de 1946, há doutrina, em sentido diverso, afirmando que a ação 
popular encontrou sua primeira previsão constitucional no texto de 1934.
Veja-se, por exemplo, a interessante lição do Professor Pedro Lenza[3] (2010, p. 823): “elevada ao nível 
constitucional em 1934, retirada da Constituição de 1937, retornou na de 1946 e permanece até os dias 
atuais, estando prevista no art. 5º, LXXIII, da CF/88, nos seguintes termos”.
Como visto, trata-se de uma ação constitucional, colocada à disposição de qualquer cidadão, para 
a tutela do patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, da moralidade administrativa, do 
meio ambiente e do patrimônio histórico cultural, na hipótese de se pretender anular determinado ato 
(ou contrato) que seja lesivo aos interesses da coletividade.
Podemos, assim, defini-la como um remédio constitucional, que possibilita ao cidadão brasileiro, 
que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, tutelar em nome próprio interesse da coletividade 
de forma a prevenir ou reformar atos lesivos praticados por agente públicos ou a eles equiparados por 
lei ou delegação, na proteção do patrimônio público ou entidade custeada pelo Estado, ou ainda a 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural. 
Suas origens remontam ao direito romano, sendo um dos primeiros instrumentos de garantia do 
cidadão contra os abusos do administrador arbitrário. 
Já na Inglaterra, quando a burguesia começou a limitar o poder dos monarcas, sob o argumento de 
não poder legislar sem o Parlamento, na busca de controlar os agentes do Estado para que estes não 
53
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
TÓPICOS ESPECIAIS EM TUTELAS DIFUSAS E COLETIVAS (OPTATIVA)
promovessem desmandos, criou-se a possibilidade de o cidadão levar à apreciação do Judiciário ofensa 
que aqueles dessem origem. 
Pode-se perceber, destarte, que esses institutos influenciaram nosso direito, dando ensejo ao habeas 
corpus, mandado de segurança, o habeas data, mandado de injunção, a ação popular, quase todos os 
instrumentos constitucionais de garantia dos direitos individuais e coletivos. 
O objetivo da ação popular é a prevenção ou correção de ato lesivo de caráter concreto praticado 
contra o patrimônio público, quando praticado contra entidade em que o Estado participe ou ainda 
contra o meio ambiente, ou também ato de caráter abstrato, sendo estes praticados com ofensa à 
moralidade administrativa e o ao patrimônio histórico cultural. 
A Lei 4.717/1965 regula a ação popular, estabelecendo, nos artigos. 2°, 3°e 4° os atos considerados nulos. 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos 
casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente 
que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades 
indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento 
ou outro ato normativo;
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta 
o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele 
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
54
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
Art.3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das entidades 
mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão 
anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das 
pessoas ou entidades referidas no art. 1º.
I - A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, 
das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
II - A operação bancária ou de crédito real, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias, regimentais ou 
internas;
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura, contrato 
ou avaliação.
III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou administrativa, 
sem que essa condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral;
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o seu 
caráter competitivo;
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação das 
possibilidades normais de competição.
IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem admitidas, em favor do 
adjudicatário, durante a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de serviço 
público, sem que estejam previstas em lei ou nos respectivos instrumentos.,
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível concorrência pública 
ou administrativa, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou constantes de instruções 
gerais;
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na época da operação;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação.
55
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
TÓPICOS ESPECIAIS EM TUTELAS DIFUSAS E COLETIVAS (OPTATIVA)
VI - A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua modalidade, 
quando:
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares ou de instruções e 
ordens de serviço;
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.
VII - A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o limite de valor, desobedecer 
a normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando:
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamentares,, regimentais ou 
constantes de instruções gerias:
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior ao da avaliação.
IX - A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitucionais, legais e 
regulamentadoras que regem a espécie.
Essa relação, contudo, é meramente exemplificativa, podendo ser a ação popular ajuizada em face 
de outros atos, mesmo que não previstos na lei. 
A doutrina clássica define como atos passíveis de serem anulados os decretos, as resoluções, as 
portarias, os contratos, os atos administrativos em geral, bem como quaisquer manifestações que 
demonstre a vontade da administração, desde que causem dano à sociedade. 
A ação popular pode ser de natureza preventiva, de modo a evitar que eventual dano seja causado. 
Pode, ainda, ser de natureza repressiva, neste caso, utilizada após o ato ter sido praticado, anulando-o. 
Há, ainda, a possibilidade da ação de natureza corretiva da atividade administrativa, neste caso o ato 
ilegal deve estar acontecendo já há algum tempo. Não visa apenas a anular tal ato, mas também a 
corrigir os atos que estejam sendo praticados de forma ilegal. Por último, surge a possibilidade de a 
ação popular ter natureza supletiva da inatividade do poder público, quando a administração pública 
for omissa, não praticando os atos que estava obrigada a praticar. Ocorrendo isso, pode-se ajuizar ação 
popular com a finalidade de obrigar a administração pública para que pratique o ato que deveria e ainda 
não o fez.
O primeiro requisito é que o autor seja cidadão brasileiro (requisito subjetivo) e que esteja devidamente 
inscrito na justiça eleitoral. A prova deste requisito é o título eleitoral, mas, na falta deste e no caso 
de pessoas que não o possuem, tais como: pessoas como idade superior a 70 anos, a prova se faz por 
documento equivalente, a exemplo de certidão de quitação obtida junto à justiça eleitoral.
56
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
Em segundo lugar, deve-se apurar se o ato praticado é realmente ilegal (requisito objetivo), lesivo ou 
se ele se funda em relevante ameaça a direito.
Por fim, deve ser demonstrado que o ato praticado vem trazendo algum tipo de lesão material ou 
imaterial, ou seja, concreta ou abstrata. 
Na ação popular, o sujeito ativo pode ser qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos. 
O sujeito passivo poderá ser qualquer pessoa jurídica envolvida no ato administrativo, podendo ser a 
autoridade, o beneficiário do ato ou, ainda, o avaliador de uma avaliação inexata, há a possibilidade de 
esses figurarem em litisconsórcio passivo. 
O Ministério Público deve atuar como “custos legis” verificando se todos os atos processuais 
estão sendo praticados, respeitando o procedimento, preocupando-se com a produção probatória, 
possibilitando a maior produção de provas para os autos, na busca da verdade real. 
A competência para conhecer e julgar a ação popular é da justiça comum de primeiro grau no foro 
do lugar da ocorrência do dano ficando o juízo prevento. 
É importante analisar quem praticou o ato lesivo, para que assim se possa determinar a competência.
O art. 5° da Lei 4.717/1965 determina que, em se tratando de Estado e Município, será definida a 
competência pela organização judiciária do Tribunal Estadual. Se lesar bens de interesse da União, a 
competência será definida de acordo com o artigo 109 da Carta Magna. 
A ação popular segue, subsidiariamente, o procedimento comum do Código de Processo Civil, tendo, 
na Lei especial n° 4.717/1965, procedimentos e prazos diferenciados, tais como: a citação editalícia 
e nominal dos beneficiados, a participação do Ministério Público, prazo comum para contestação de 
vinte dias prorrogáveis por igual período, conforme a apreciação do magistrado quanto à dificuldade 
de defesa. 
Possível também o provimento liminar se presentes os requisitos do “fumus boni iuris” e o” periculum 
in mora”. 
Se julgada procedente a ação, o ente da administração pública será compelido a corrigir o ato anulado, 
voltando para o estado anterior, ou, quando não for possível, responderá patrimonialmente pelos 
danos causados, havendo possibilidade de ação regressiva contra quem seus agentes administrativos e 
favorecidos que se beneficiaram do ato ora impugnado. 
Quando a ação popular receber sentença final desfavorável à pretensão dela, havendo transito em 
julgado e não comprovada a má-fé o autor, ficará isento de custas, emolumentos e honorários. Tal 
provimento judicial surtirá efeitos “erga omnes”, devendo haver o duplo grau de jurisdição, não podendo 
ser intentada nova ação pelos mesmos motivos a não ser no caso de o indeferimento ter ocorrido por 
carência probatória, neste caso, não fazendo coisa julgada. 
57
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
dod
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
TÓPICOS ESPECIAIS EM TUTELAS DIFUSAS E COLETIVAS (OPTATIVA)
Todos os recursos e ações incidentais tanto para o juízo “a quo”, quanto para juízo “ad quem” quando 
oportunos são permitidos. Recebendo o recurso da sentença apenas o efeito devolutivo. A sentença 
improcedente só produzirá efeitos após o recurso ordinário, portanto, se as partes não recorrerem abrirá 
possibilidade de recurso de ofício. 
Quanto ao Ministério Público, é impossível que esse interponha recurso quando a sentença for 
favorável ao autor. 
Com as alterações promovidas pelas Leis 8.952/94, 10.444/2002, 11.232/2005 e 11.382/2006, houve 
alteração substancial no processo de execução no Brasil, modificando todas as hipóteses de comandos 
de fazer, de não fazer e de dar (coisa diferente de dinheiro), inclusive no processo coletivo, de modo que 
a reforma mencionada também atinge a ação popular. 
Nos casos em que a ação popular tiver por objeto obrigação de fazer ou de não fazer, seu procedimento 
executório deve se submeter ao artigo especifico da LAP (artigo 14) e ao novo comando do Código de 
Processo Civil que, inclusive, é mais benéfico para execução. Não há mais a exigência de se instaurar 
novo processo para executar.
Por fim, a Lei 4.717/1965, em seu artigo 22, determina a aplicação subsidiária do Código de 
Processo Civil à ação popular, naquilo em que não contrariar os seus dispositivos nem a natureza 
específica desta ação.
[1] MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 40ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
[2] MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 31ª ed. São Paulo, Malheiros, 2014.
[3] LENZA, PEDRO. Direito constitucional esquematizado. 14ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2010.
58
Re
vi
sã
o:
 N
om
e 
do
 re
vi
so
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: N
om
e 
do
 d
ia
gr
am
ad
or
 -
 d
at
a
Unidade IV
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
	_GoBack

Outros materiais