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Resumo de MicroImuno Clínica

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Resumo de Micro – Imuno Clínica 
 MICRO 
1. TAXONOMIA BACTERIANA 
Estuda classificação, nomenclatura e identificação de microorganismos. Baseia-se 
nas semelhanças ou relações entre propriedades bioquímicas, fisiológicas, genéticas e 
morfológicas. 
O TIPO está contido no taxon das espécies, sendo denominado o conjunto de 
linhagens, podendo ser biotipo, o que é caracterizado pelas diferençãs bioquímicas dentro de 
um mesmo sorotipo). 
O sufixo aceae é empregado para a nomenclatura de famílias. As famílias 
apresentam tribos, os quais são gêneros afins, que apresentam o sufixo eae. Nome vernacular 
= popular, como pneumococo para S. pneumoniae. 
Salmonella spp. apresenta apenas duas espécies , as quais são S. bangori e S. 
enterica , onde as espécimes de interesse clínico pertencem a S. enterica, como S.enterica sub, 
enterica serovar Typhimuriun ou S. enterica ser. Typhymuriun ou Salmonella Typhymuriun. 
Na identificação de qual taxon bacteria deconhecida pertence se empregam 
características fenotípicas como morfologia e organização. 
Nos meios comuns, como os caldos ricos, a fase de crescimento exponencial não é 
tão rápida e , com isso predominam os cocos, sendo recomendado que nas lâminas vindas 
destes meios haja a descrição da forma, mas sem restringir a uma espécie. 
As colorações são empregadas na rotina clínica, mas também para identificação 
dos espécimes. As principais colorações são: 
a) GRAM: coloração que classifica os microorganismos em Gram+ e 
Gram-, segundo a estrutura da parede celular. Utiliza cristal violeta, lugol e fucsina. Não se 
deve lavar entre o cristal violeta e o lugol, pois reduz o complexo de p-rosanilina, que é o 
corante de fato, já que é este complexo que fica retido nas Gram+ e não fica nas Gram -. 
b) BAAR: coloração que utiliza fucsina fenicada aquecida e solução álcool 
– ácido, a qual descora a fucsina fenicada na maioria dos gêneros exceto em Mycobacterium, 
sendo este um bacilo álcool – ácido resistente (BAAR). 
c) FONTANA TRIBONDEAU: método de impregnação pela prata utilizado 
para vizualização de bactérias espiraladas que não são muito bem coradas por Gram. 
Empregada para identificação de Treponema pallidum. 
d) ALBERT – LAYBOURN: método utilizado para bactérias que apresentam 
corpúsculos metacromáticos, os quais são corados por Lugol, evidenciados com o contraste do 
corpo da bactéria que é corada em verde –azulado pela solução de Laybourn. Utilizada para 
Corinebacterium diphtheriae. 
Com base nessas colorações algumas características são úteis em diagnóstico, como: 
 Diplococo Gram - : indicativo de Neisseria gonhorreae. 
 BAAR +: indicativo de Mycobacterium tuberculosis, devendo realizar cultura e 
diagnóstico definite de Mycobacterium leprae. 
 Dipoloco Gram – no líquor: diagnóstico presuntivo de Neisseria meningitidis. 
Evita-se caldos simples e meios seletivos para cultura de microorganismos muito 
exigentes, devendo-se utilizar caldos ricos, mas evita-se os meios seletivos, a mesmo que se 
tenha uma forte desconfiança de uma bactéria em especial. 
As características das colônias são importantes no diagnóstico presuntivo, como suas 
formas, tamanho, pigmento, consistência , odor e hemólise. Serratia marcenses é vermelha, S. 
aureus apresenta colônias mais amareladas, podem realizar ou não hemólise e pigmentos, os 
últimos utilizados, principalmente, na identificação dos fermentadores. A caracterização do 
metabolismo em fermentativo ou oxidativo, bem como a produção de certas enzimas ajudam 
a excluir famílias durante a pesquisa e detecção. A prova da Citocromo oxidase, ajuda a 
distinguir as bactérias que realizam metabolismo oxidativo (+) dos que realizam metabolismo 
fermentativo (-), enquanto que a prova da Catalase diferencia estreptococos (+) de 
estafilococos (-). 
2. MICROBIOTA 
Pode se apresentar de duas maneiras: 
a) RESIDENTE: adquirida ao nascer e, depende de vários fatores como tipo de 
parto, local de moradia, etc. Presente durante toda a vida. Quando retirada durante assepssia, 
retorna depois. 
b) TRANSITÓRIA: não é recomposta com a retirada através da assepssia ou uso de 
antimicrobianos, já que não está instalada desde o nascimento. 
Os tipos de microorganismos presentes na microbiota dependem das condições como 
temperatura, pH, idade, sexo, condições nutricionais. O mecônio são as primeiras fezes dos 
bebê, e esse é estéril, pois ao nascer o TGI não apresenta microorganismos e a amamentação 
permite o início da colonização por bactérias que digerem a lactose. Com o crescimento e as 
mudanças na alimentação, há a aquisição de novas bactérias, as quais irão colonizar o TGI, que 
na idade adulta consituem o número de 1011 a 1012 bactérias por g de fezes. 
A microbiota estimula o sistema imune, através da produção de bacteriocinas, as quais 
impedem o colonização de bactérias patogênicas. Produz vitamina. Com a destruição da 
microbiota através da utilização de antimicrobianos dentre outros fármaco, há possibilidade 
de infecções oportunistas, com recolonização, multiplicação e sobrepujamento de 
determinados tipos de microorganismos que eram comensais, como acontece na candidíase. 
Culturas puras de quaisquer microorganismos é sinal de que este é causador da 
possível infecção para qual se busca o agente patogênico. 
Fisiologicamente pode acontecer bacteremia transitória durante a alimentação, 
escovação de dentes, mas isso não causa efeito patológico. 
3. COLETA E TRANSPORTE 
Realizar a coleta antes da antibiotico terapia, mas se a mesma estiver em procsesso 
deve-se ter a informação de qual antimicrobiano está em uso. 
Deve-se intruir o paciente de modo mais claro e correto possível a fim de evitar erros 
que prejudicam a análise como urina com gelo, uma vez que o certo é o frasco coletor de urina 
estar em banho de gelo. 
A coleta deve ser realizada do local mais óbvio de se encontrar o microorganismo. 
Coletar principalmente na fase aguda, onde há a bacteremia, já que é mais fácil de encontrar o 
microorganismo. Há microrganismos que alteram sua presença nos fluídos biológicos 
conforme as fases da infecção. 
Deve-se coletar material suficiente para que seja realizada uma análise adequada. 
Mesmo com pouca ou muita amostra deve-se realizar diluição da mesma para realização das 
análises, pois nem sempre é fácil coletar novas amostras. 
A identificação do exame deve conter a idade, principalmente para a coprocultura, 
pois há espécies que causam diarréia em diferentes faixas etárias. Além disso deve conter 
indicação de doença de base e utilização de antimicrobianos.Evitar identificar as amostras nas 
tampas dos frascos coletores. 
As amostras devem ser rejeitadas nas seguintes condições: 
 
 
Algumas amostras não são processadas na análise microbiológica, por fornecerem 
resultados questionáveis, são elas: 
 
As amostras devem ser transportadas rapidamente do ponto de coleta ao laborátorio 
de análises, preferencialmente em meios de transporte. O transporte deve assegurar a 
sobrevivência e isolamento de microrganismo, pois o lab. trabalha em função da viabilidade 
dos microrgs.Evitar o contato prolongado do microrg. com anestésicos utilizados durante a 
coleta, pois poderão exercer atividade bactericida.Evitar erro de interpretação nas culturas 
quantitativas, principalmente urina e lavado broncoalveolar. 
 
Amostra Tempo Crítico Frascos e Meios de 
Transporte 
Liquor Imediatamente (não 
refrigerar) 
Tubo seco estéril 
Líquido pleural Imediatamente (não 
refrigerar) 
Tubo seco estéril 
Swab Imediatamente (não 
refrigerar) 
Tubo seco estéril ou meio 
semi-sólido (Stuart, Amies) 
Suspeita 
anaeróbios 
30 minutos Meio de transporte 
apropriado. Evitar otransporte em seringa com 
agulha. 
Feridas e tecidos 30 minutos ou até 12 horas 
(meio de transporte) 
Meio de transporte 
apropriado 
Hemocultura 30 minutos (não refrigerar) Frascos com meios de 
cultura para rotina manual 
ou automatizada. 
Trato respiratório 30 minutos Tubo seco estéril 
Urina 1 hora ou refrigerada até 24 
horas 
Pote seco estéril 
Fezes 1 hora ou 12 horas em meio 
de transporte 
Cary Blair meio 
detransporte para fezes, 
com pH 8,4. Boa 
recuperação também para 
espécies de Vibrio e 
Campylobacter. 
 
a) COLETA DE SANGUE/HEMOCULTURA: deve-se realizar a assepsseia com ácool 
70% com solução de iodo após garrotear, e não apalpar mais após assepssia. A coleta deve ser 
realizada, preferencialmente antes da antibiotico terapia. Deve-se realizar a assepssia dos 
frascos de hemocultura. A quantidade de sangue retirada deve ser suficiente, e no caso da 
hemocultura, deve-se coletar de 3 pontos com intervalo de 1 hora entre as coletas, alternando 
os braços, o que aumenta a probabilidade de capturar o microorganismo. Identificar cada 
frasco com todas as informações padronizadas e enviar ao laboratório, juntamente com a 
solicitação médica devidamente preenchida. 
Algumas observações devem ser respeitadas durante a coleta, são elas: 
• Não é recomendada a técnica de coleta através de cateteres ou cânulas quando se 
podem utilizar punções venosas. 
• Punções arteriais não trazem benefícios na recuperação dos microrganismos quando 
comparadas com punções venosas. 
• Não se recomenda a troca de agulhas entre a punção de coleta e distribuição do 
sangue no frasco de hemocultura. 
• Método de coleta do sangue e o volume coletado influenciam diretamente no sucesso 
de recuperação de microrganismos e uma interpretação adequada dos resultados. 
 
Fatores que influenciam nos resultados da hemocultura: 
• Boa assepsia da pele. 
• Volume de sangue coletado por frasco: ideal 10% do volume total do frasco de coleta 
(adultos 10 a 20 mL; crianças 1 a 5mL). Anticoagulante recomendado: SPS (Sulfato 
Sódico de Polianetol 0,05%). 
• SPS: evita coagulação, inibe atividade de complemento e lisozimas, impede a 
fagocitose, inativa concentrações terapêuticas de aminoglicosídeos. 
• Transporte: nunca refrigerar o frasco. Manter em temperatura ambiente e encaminhar 
o mais rápido possível para o laboratório. 
• Número de frascos: geralmente 3 com intervalo de 1-2 horas. Considerar a condição 
clínica do paciente. 
Sitema de hemocultura: 
 
 
b) COLETA DE ESCARRO: para a coleta do escarro algumas instruções devem ser 
passadas ao paciente: 
• Orientar o paciente da importância da coleta do escarro e não da saliva. As 
amostras de saliva são impróprias para análise bacteriológica, pois não 
representam o processo infeccioso. 
• Colher somente uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da manhã, 
antes da ingestão de alimentos. 
• Orientar o paciente para escovar os dentes, somente com água (não utilizar 
pasta dental) e enxaguar a boca várias vezes, inclusive com gargarejos. 
• Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente, recolhendo a amostra em 
um frasco de boca larga. Se o material obtido for escasso, coletar a amostra 
depois de nebulização. 
• Encaminhar imediatamente ao laboratório. 
• Na suspeita de infecção por micobactérias ou fungos, coletar pelo menos três 
amostras, em dias consecutivos (somente uma amostra por dia). 
• Em caso de pacientes com dificuldades para escarrar, esta amostra poderá ser 
induzida por inalação ou ser realizada coleta por aspiração transtraqueal. 
Para realização da coleta o paciente deve inspirar profundamente e posteriormente 
tossir profundamente. Com dificuldade de coleta pode-se realizar nebulização. 
 
c) COLETA DE LAVADO BRONCOALVEOLAR: Utilizado para obtenção etiológica 
das pneumonias associadas a ventilação mecânica e em paciente imunodeprimidos, sendo 
considerado o método mais fidedigno para investigação microbiológica do trato respiratório 
inferior. O material deverá ser obtido antes das biópsias de escovados para se evitar excesso 
de sangue. A primeira alíquota deverá ser colocada em frasco identificado como primeira 
amostra (utilizada para esfregaços microbiológicos). Todas as outras amostras poderão ser 
coletadas em um único frasco estéril (POOL). Somente esta amostra deverá ser utilizada para a 
cultura quantitativa, evitando falsas contagens. 
 
d) COLETA DE OROFARINGE: a boca do paciente deve ser aberta, com auxílio de 
abaixador de língua, o qual deve estar posicionado no centro e no fundo da língua, e com swab 
estéril coletar de áreas hiperemiadas e com placas, evitando outros sítios. Coletar 2 swabs, 
onde um irá para a baciloscopia e outro para cultura. É inútil a realização de baciloscopia para 
crianças , pois geralmente são os cocos Gram + que causam infecções de orofaringe nessa faixa 
etária, além de ser irrelevante na pesquisa de S. pyogenes. 
 
e) COLETA DE NASOFARINGE: é realizada com a finalidade de pesquisa de 
portadores de N.meningitidis, S.aureus e C. diphtheriae. Deve-se inclinar a cabeça do paciente 
para trás e inserir o swab até alcançar a tonsila adenóide, realizando movimento de rotação. 
 
f) COLETA DE LÍQUOR: realizada por equipe médica, através de punção lombar 
utilizando tubo estéril de 10 mL, sendo utilizados 3 tubos, que serão destinados na sequência 
para as seguintes análises: bioquímica, citologia e bacteriologia. O primeiro tubo deve ser 
destinado à bioquímica, pois sempre na primeira coleta há sangue e este não influencia nas 
análises bioquímicas, mas influencia nas citológicas. 
 
 
g) COLETA DE FERIDAS E EXUDATOS: deve-se lavar a margem da lesão com 
solução salina e com povidine - iodine, e a coleta deve ser realizada do centro da lesão seja 
com swab ou com seringa de 1 mL ( tipo a de insulina) sem agulha. Se a lesão apresentar 
crosta, a mesma deve ser retirada e a coleta realizda do centro da lesão. A lavagem da lesão é 
importante para os resultados das análises, não devendo ser coletado o pus emergente e a 
coleta da região mais central e profunda da lesão fornece um número maior de 
microorganismos. A cultura de lesões secas e crostas não é recomendada, a menos que a 
obtenção de exsudato não seja possível. A coleta de ferida de queimadura deve ser realizada 
após extensa limpeza e debridamento da lesão. Biópsia da pele é a técnica mais recomendada. 
 
h) COLETA DE OUVIDO: a coleta deve-se ser realizada do ouvido externo e médio 
até a região da membrana timpânica. Retira-se a secreção excedente e coleta com swab 
umidecido com salina estéril em rotação. Inserir em meio de transporte como o Stuart. 
 
i) COLETA DE OLHOS: coletar dos olhos sem presença de antibióticos ou colírios, 
desprezar secreção purulente e coletar da região interna da pálpebra inferior. A conjuntiva é 
uma zona escassa de microbiota, portanto, todo microorganismo encontrado é interessante 
para a pesquisa. 
 
j) COLETA DE URETRA: a coleta deve ser realizada com alça bacteriológica 
descatável ou com swab estéril fino. O sucesso da cultura depende da rapidez com que o 
material é levado ao laboratório. A amostra deve ser colocada em meio de transporte e as 
lâminas para a bacterioscopia devem ser realizadas com o material fresco. 
 
k) COLETA DE FEZES: coletar as fezes no início da fase aguda da infecção, pois há 
maior quantidade de microorganismos e, preferencialmente antes da antibiotico terapia. 
Coletar as fezes e colocar em meio de transporte como Cary-Blair ou glicerina tamponada. 
Preferir para análise sempre as porções mucosas e sanguinolentas. Antes de realizar as 
análises deve-se fechar bem e agitar o frasco coletor. Quandonão se detecta os 
microorganismos nas fezes se realiza swab retal. 
 
l) COLETA RETAL: Usar swab de algodão, certificando-se de que a ponta da haste 
que suporta o algodão está bem revestida. Umedecer o swab em salina estéril (não usar gel 
lubrificante) e inserir no esfíncter retal, fazendo movimentos rotatórios. Ao retirar, certifique-
se que existe coloração fecal no algodão. O número de swabs depende das investigações 
solicitadas.Identificar a amostra e enviar ao laboratório no intervalo de 30 minutos ou utilizar o 
meio de transporte fornecido. 
 
m) URINOCULTURA: coletar a primeira urina da manhã, com prévia assepsia dos 
órgãos genitais com água e sabão de coco. Coletar o jato médio após desprezar o primeir jato. 
Para a pesquisa de BAAR deve-se desprezar o primeiro jato e coletar o volume restante da 
primeira micção (mínimo de 50 mL) devendo ser coletadas 5 amostras em dias consecutivos. 
Cateterismo: introdução de germes uretra/bexiga. Punção supra púbica: crianças, anaeróbios. 
 
n) COLETA PARA ANAERÓBIOS: deve-se evitar a contaminação com a microbiot. A 
coleta deve ser ralizada com agulhas livres de O2 e evitar a coleta com swab. Quando 
transportar deve-se eliminar o ar tecidual. A coleta com swab não deve ser realizada pelas 
seguintes razões: 
 O material pode ser facilmente contaminado com organismos presentes na 
pele ou na superfície mucosa. 
 Os anaeróbios ficarão expostos ao oxigênio ambiente. 
 O material está sujeito à secagem excessiva. 
 A quantidade de material encaminhada é relativamente pequena. 
 Swabs são menos satisfatórios que os aspirados para preparação de 
esfregaços utilizados na análise microscópica, assim como para exame direto 
macroscópico (grânulos de enxofre - típico em actinomicose). 
 O uso de swab com meio de transporte específico deverá ser utilizado como 
última opção. 
 
 
4. INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO 
 
O trato respiratório superior apresenta barreiras físicas e químicas como pelos, cílios, 
IgA, espirro, saliva, lisozima, microbiota dentre outras. 
As principais infecções que acometem o trato respiratório inferior são virais. Dentre as 
infecções bacterianas, estas são causadas por S. pyogenes, N.gonorrhoeae, C.diphtheriae, 
H.influenzae (epiglotite). Otite média e sinusite podem ser causadas por S.pneumoniae, H. 
influenzae, C. albicans (oportunista), Proteus sp. e Pseudomonas aeruginosa. 
TIPO EXIGÊNCIA EXEMPLOS 
Invasores 
Profissionais (infectam 
o trato respiratório 
saudável) 
Adesão à mucosa normal (apesar do 
sistema mucociliar) 
Capacidade de interferir com os cílios 
Resistência à destruição nos 
macrófagos alveolares 
Capacidade de causar dano aos 
tecidos locais (mucosa e submucosa) 
Viroses respiratórias (influenza, rhinovírus) 
Streptococcus pyogenes (garganta) 
Streptococcus pneumoniae 
Mycoplasma pneumoniae 
Clamídia (psitacose, conjuntivite, pneumonia e 
tracoma) 
B.pertussis, Mycoplasma pneumoniae 
Streptococcus pneumoniae (pneumolisina) 
Legionella, M.tuberculosis 
Corynebacterium diphtheriae (toxina) 
Streptococcus pneumoniae (pneumolisina) 
Invasores 
Secundários (infectam 
quando as defesas do 
hospedeiro estão 
debilitadas) 
Infecção inicial e danos por vírus 
respiratórios (vírus influenza) 
Defesas locais debilitadas (fibrose 
cística) 
Bronquite crônica 
Corpo estranho local ou tumor 
Respostas imunes deprimidas, por 
exemplo AIDS, neoplasias 
Resistência deprimida, por exemplo 
em idosos, alcoólatras, doença 
hepática ou renal 
Staphylococcus aureus, complicação com 
pneumonia por Streptococcus pneumoniae 
Staphylococcus aureus, Pseudomonas 
H.influenzae, Streptococcus pneumoniae, etc 
P.carini, CMV 
M.tuberculosis, etc. 
Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, 
H. influenza, etc. 
 
I. INFECÇÕES TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: 
a) INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS: pode apresentar complicações como: 
 ESCARLATINA: promovida por algumas cepas de S.pyogenes após 
faringite. Apresenta como sintomas eritema, língua semelhante a framboesa e febre. 
 FEBRE REUMÁTICA: pode levar ao desenvolvimento de artrite, sopro 
cardíaco, movimento desordenado dos membros. É uma manifestação autoimune, na qual 
antígenos da bactéria promovem reação cruzada com moléculas do sarcolema do músculo 
esquelético. Caracterizada por estreptolisina O aumentada, em função de infecções 
estreptocócicas recorrentes por cepas reumatogênicas. No primeiro surto de febre reumática 
há resposta autoimune exagerada. 
 
 
 GLOMERULONEFRITE AGUDA: forma de glomerulonefrite autoimune 
desencadeada por autoanticorpos produzidos após uma infecção estreptocócica, sendo o 
principal achado da doença, a hematúria. 
 IMPETIGO OU PIODERMITE ESTREPTOCÓCICA: afeta a camada 
superficial da pele, formando vesículas, e tais vesículas se rompem –e há formação de pus ou 
crostas. As vesículas são contagiosas. Pode evoluir para celulite (infecção da camada profunda 
da pele, infectando o tecido gorduroso na hipoderme e a camada profunda da derme). 
Os estreptococos são cocos Gram + que tendem a apresentar forma de cocos em 
cadeia, principalmente em culturas frescas. São capsulados, e tal cápsula é fator de virulência. 
São microorganismos exigentes requerendo meios enriquecidos com sangue ou líquidos 
teciduais. Os seguintes meios podem ser utilizados para cultura de estreptococos: 
• Meio Seletivo: Hitchens-Pike (extrato de levedura, glicose, azida sódica, cristal violeta). 
• Meios líquidos ricos, ex.: BHI (Brain Heart Infusion Broth) . BHI é meio de reserva de 
material. 
• Meio sólido: Ágar Sangue de Carneiro 5% (visualização da hemólise – ident. 
presuntiva) 
Apresentam hemólise e crescimento acelerados com incubação a 10% de CO2. 
Preferem meios sólidos viscosos , pois requerem baixa tensão de O2. O meio padrão é o ágar 
sangue de carneiro 5%, pois a determinação da hemólise foi padronizada neste meio. A 
hemólise é uma característica muito importante para toda classificação de estreptococos. 
A semeadura em ágar sangue de carneiro deve conter stabs, os quais são “furos” no 
meio a fim de que possa acontecer crescimento no fundo do meio, pois todos os 
estreptococos apresenta estreptolisina O, mas nem todos apresentam estreptolisina S. Devido 
a ação da estreptolisina O, há hemólise na ausência de O2, a qual é visualizada no fundo do 
meio, proporcionada pelos stabs. A hemólise mediada por estreptolisina S acontece na 
superfície do meio, pois é uma estreptolisina sensível a O2. 
Após a semeadura, incuba-se por 24h a 37ºC. Após este período se observa a 
hemólise. Se a hemólise for completa (meio fica ligeiramente amarelado) o estreptococo é β 
hemolítico, mas se a hemólise for parcial (esverdeada) o estreptococo é α hemolítico. 
 
 
Os estreptococos apresentam colôicas pequenas (puntiformes, em forma de cabeça de 
alfinete) enquanto os estafilococos apresentam colônias grandes quando em cultura. Mas as 
colônias de estafilococos podem não estar tão grandes, e para tirar a dúvida se realiza o teste 
da catalase, o qual é mais confiável. 
Para diferenciação dos β hemolíticos deve-se realizar o teste da bacitracina, onde: 
 
 
Para diferenciação de estreptococos 
de estafilococos há realização do teste da 
catalase, onde: 
Estreptococos Catalase + 
Estafilococos Catalase - 
 
Catalase + apresenta borbulhas. 
 
 
 
 
Optoquina sensível Solúvel em bile S. pneumoniae 
Optoquina resistente Insolúvel em bile S. viridans 
 
b) INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS: há otites, sinusites, pneumonias, furúnculos e 
abscessos, meningites, infecções urinárias e endocardite. 
Os estafilococos são cocos Gram + que tendem a ser organizaremem cachos, quando 
em cultura fresca. Não são tão exigentes quanto os estreptococos. São anaeróbios facultativos. 
Em caldos ricos crescem e se depositam no fundo do tubo, mas com agitação desfazem o 
depósito, diferente dos estreptococos que crescem semelhante a grânulos e não desfazem o 
depósito. Podem produzir pigmentos amarelos, como S.aureus e esse pigmento pode ser 
perdido, mas isso não implica em perda da patogenicidade. Crescem em meios seletivos como 
o ágar manitol salgado (7,5% de NaCl). 
Bacitracina sensível S. pyogenes 
Bacitracina resistente S. agalactie ou S. pneumoniae 
Para determinação de a amostra é de S.agalactie realiza-
se o teste de Camp. O teste de Camp é baseado no fato de que 
S.agalactie produz um fator, fator Camp, na presença de βlisina 
de S.aureus, o que potencializa a hemólise de S.agalactie, a qual 
apresenta a forma de ponta de seta no ágar sangue de carneiro. 
 
 
 O teste da optoquina é um teste, que sinergicamente 
com o teste da bile solubilidade diferencia os estreptococos α 
hemolíticos. Quando há halo maior que 14 mm o estreptococo é 
sensível, e quando o halo é menor é resiste. O teste da bile 
solibilidade acontece com a semeadura em 2 caldos ricos, depois 
do crescimento se adiciona 10% de bile em um tubo e salina no 
outro. Se o estreptococo é solúvel em bile a massa de 
crescimento se solubiliza e o meio fica límpido, mas se não for 
solúvel, o meio fica turvo. 
São bactérias capsuladas que apresentam hialuronidase, estafiloquinase e coagulase. 
Estafiloquinase e coagulase são enzimas importantes no diagnóstico das espécies de 
estafilococos. 
O teste da coagulase pode ser de 2 tipos: 
 
 
 Coagulase livre: presente no coágulo. Realizada em lâmina. Adiciona-se a 
amostra retirada da placa e solubilizada com salina estéril e adiciona-se o plasma de coelho, o 
qual é cofator para a formação do coágulo ,e homogeniza-se. Na lâmina, se for coagulase + 
haverá a formação de grânulos. 
 
 
 
O S. epidermidis está presente na microbiota e, podem contaminar a coleta, se a 
mesma é feita de modo descuidado, por isso o ideal é coleta dupla e de lugares diferentes do 
sítio. 
O meio de reseva é BHI. Cultura em ágar sangue de carneiro 5%, com presença de 
stabs para exclusão dos estreptococos, pois diferentemente destes, os estafilococos realizam 
hemólise superficial. Hemólise “pac-man”, pois consome todo o sangue do meio, diferente 
da hemólise pontual dos estreptococos. 
Características S.aureus S.epidermidis S.saprophyticus 
Pigmento amarelo branco NP, branco, laranja, róseo ou 
vermelho 
Hemólise + +/- - 
Coagulase + (forma coágulo na presença de 
plasma humano, de coelho e de cavalo) 
Apenas S.aureus 
Coagulase - Os demais 
 Coagulase ligada: depende do fator de agregação e 
está presente na própria bactéria, não necessitando do plasma como 
cofator. Realizada em tubos. Há diversos tubos acondicionados em 
banho maria a 37ºC, com retirada de um tubo a cada hora. Se até a 
quarta hora não houver formação do “gel”, espera-se 18 a 24h para a 
formação do “gel”, pois nesse caso a coagulação é lenta. Mas se a 
coagulação for rápida, provavelmente aparecerá até a quarta hora e 
depois será desfeita pela ação da estafiloquinase. Por isso não se pode 
recolher o primeiro tubo e recolher só depois das 18 a 24 h, pois pode 
gerar erro, já que o coágulo foi feito e desfeito. 
 
Manitol + - +/- 
Coagulase + - - 
Novobiocina (1,6µg/mL) sensível sensível resistente 
 
 
 
c) INFECÇÕES POR C. diphtheriae: a difteria é uma doença transmissível, aguda e 
toxigênica. C. diphtheriae é bacilo Gram + toxigênico. que frequentemente se aloja nas 
amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É 
caracterizada por placas pseudomembranosas típicas. 
Coleta-se 2 swabs de orfaringe, um para bacterioscopia e outro para cultura. O 
diagnóstico é dado em 3 etapas: 
 1ª etapa: diagnóstico de possibilidade: bacterioscopia. Presença de grânulos 
metacromáticos pela coloração de Albert – Laybourn. Coloração de Gram indica bastonetes 
Gram+, ligeiramente curvos em forma de letra chinesa ou paliçada 
 2 º etapa: diagnóstico de probabilidade: cultura em meio de Loeffler (meio 
rico e não seletivo) por 8-10 h e depois passar para ágar chocolate telurito, com incubação por 
24 h a 37ºC. No ágar chocolate telurito haverá colônias negras, pois C.diphtheriae reduz 
telurito à telurito metálico. Deve-se realizar também as provas bioquímicas. 
 
 3ª etapa: diagnóstico de certeza: detecção da toxina diftérica pelo teste de 
Elek, que é realizado da seguinte maneira: 
 Placa com meio próprio; 
 Antes que solidifique, tira de papel de filtro embebida com 200 U de 
antitoxina diftérica 
 Secar +/- 30 minutos 
 Semear amostras por induto contínuo, perpendicularmente à tira 
 Incubar 37oC, por 24, 48, 72 horas 
 Positivo: linha de precipitação (Ag-AC), caracterizando a virulência da 
amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II. INFECÇÕS TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: 
Ao contrário das infecções das vias aéreas superiores, as que acometem o trato 
respiratório inferior tendem a ser mais graves, principalmente quando causadas por micro-
organismos Gram-negativos em doentes hospitalizados e debilitados.Grande parte dessas 
infecções é de etiologia bacteriana. 
 
a) COQUELUCHE: causada por Bordetella pertuss, o qual é Bacilo Gram-negativo 
pequeno, aeróbio, não-esporulado, imóvel, provido de cápsula (formas patogênicas) e de 
fímbrias. 
Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete 
especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos 
de tosse seca. Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em 
número elevado de complicações e até em morte. 
• A cultura pode levar de duas a três semanas para apresentar crescimento, portanto, é 
considerado de comprovação tardia. Há mais sucesso durante a fase catarral. 
• Material colhido: secreções de nasofaringe, colhida da faringe posterior. 
 
 
• Diferentemente dos procedimentos utilizados para coleta de material com "swab" 
(cotonete com algodão), a amostra deve ser colhida com bastão especial, cuja ponta é 
coberta por dácron ou alginato de cálcio, isto porque o algodão interfere no crescimento da 
Bordetella pertussis. 
• O melhor método para isolamento de Bordetella está em semear o material em meio 
de Bordet-Gengou ou meio de Regan-Lowe, onde o primeiro permite a visualização da 
hemólise que é mediada pela toxina adenil ciclase, uma proteína que só é expressada quando 
a bactéria está em estado virulento, enquanto que no segundo não é possivel, por apresentar 
carvão e sangue de cavalo. 
• Incubar a 35-36°C, com oxigênio e suficiente umidade. 
• O isolamento pode ser obtido em média após 3-4 dias de incubação e as colônias 
observadas são minúsculas, acinzentadas, aspecto de “ gotinha de mercúrio”, ou de “pérola”. 
São oxidase positivas e não crescem em Agar chocolate. 
b) BRONQUIOLITE: É uma infecção do trato respiratório inferior que 
normalmente afeta crianças, ocasionando inchaço nas vias aéreas menores ou bronquíolos do 
pulmão, o que provoca a obstrução do ar nestas vias. Algumas bactérias também podem estar 
envolvidas como Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydia pneumoniae. 
 
c) PNEUMONIAS: 
 
Adquiridas na comunidade Hospitalares 
Streptococcus pneumoniae 
Mycoplasma pneumoniae 
Staphylococcus aureus 
Klebsiella pneumoniae 
Legionella pneumophila 
Chlamydia psittaci 
Streptococcus agalactiae 
Haemophilus influenzae 
 
Klebsiella pneumoniae 
Staphylococcusaureus 
Pseudomonas aeruginosa 
Acinetobacter spp. 
Streptococcus pneumoniae 
Legionella spp. 
 
 
 Escarro e aspirado traqueal: adicionar ao material coletado igual volume de N-
acetil-cisteína 1% (Fluimucil), agitar em vortex e incubar a 350C por 20 min ou à 
temperatura ambiente por no máximo 30 min. 
 Escovado protegido: cortar a ponta da escova e colocá-la em um tubo contendo 1 
mL de salina estéril. Agitar em vortex. 
 Lavado Bronco-Alveolar: Agitar o material em vortex. 
 Meios de Cultura: Ágar Sangue (AS); Ágar Chocolate (AC); Ágar MacConkey (MC). 
 Tipo de Semeadura: alça calibrada de 0,001mL (1µL) e de 0,01mL (10µL); 
semeadura para contagem de colônia (tipo urina). 
O diagnóstico é radiológico e clínico sendo o 
último realizado com a coleta de escarro, aspirado 
de traqueostomia ou endotraqueal, aspirado 
transtraqueal (Suspeita de bactérias anaeróbias, 
paciente em coma, infecção não controlada e a 
coleta é realizada com auxílio de agulha, seringa e 
cateter), aspirado pulmonar e biópsia de pulmão. 
Há a realização de cultura quantitiva que apresenta 
os seguintes processos: 
 
 Incubação: AS e MC 35-370C, 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h. AC 35-370C, 5% 
de CO2 (jarra com vela), 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h. 
 Realizar a contagem das colônias. 
 Multiplicar pelo fator da diluição considerando o volume da alça. 
 Fazer a média das placas (2 alças). 
 Identificar as bactérias que apresentarem crescimento conforme tabela 
Secreção traqueal (escarro) ≥ 106UFC/mL 
Parênquima pulmonar (biópsia) ≥106UFC/mL 
Lavado bronco-alveolar (coletado por broncoscopia) ≥104UFC/mL 
Lavado bronco-alveolar protegido (coletado por broncoscopia) ≥104UF/mL 
Lavado bronco-alveolar coletado às cegas (sem broncoscopia) ≥104UFC/mL 
Escovado protegido (coletado por broncoscopia) ≥103UFC/mL 
Escovado coletado às cegas (sem broncoscopia) ≥103UFC/mL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) 
 
 
 
e) TUBERCULOSE: causa por Mycobacterium tuberculosis,apresenta lesão 
escavada contendo grande quantidade de bactérias. São fatores de risco: 
 Condições que produzem muco ou obstrução crônica (DPOC, câncer, etc); 
 Imunossuprimidos e neutropênicos; 
 Tabagismo; 
 Imobilidade prolongada; 
 Reflexo de tosse deprimido; 
 Intoxicação por álcool; 
 Idade avançada; 
 Terapia respiratória com equipamento limpo de maneira inadequada. 
O diagnóstico é pelo histórico do paciente, pelo exame radiológico e pelo exame 
clínico. O exame clínico identifica a presença do M.tuberculosis, através dos seguintes 
processos: 
• Análise semi-quantitativa dos esfregaços de escarro corados pelo método de Ziehl-
Neelsen. 
• Cultura: Meio de Löwenstein-Jensen (crescimento lento – até 30 dias), as culturas 
apresentam aspecto perolado e em forma de couve –flor. 
 
5. 
 
 IMUNO 
1. PRINCÍPIOS DOS IMUNOENSAIOS: 
Segue o princípio da concentração de antígenos e anticorpos, onde uma 
concentração insuficiente faz com que o ensaio fique instável. A carga é fundamental para a 
interação atg – ac, na qual são produzidas interações fracas quando a carga é baixa e essas 
interações fracas fazem o imunoensaio oscilar. 
Ac em grande concentração no ensaio, permitem que haja competição entre 
os ab de maior e menor avidez , mas isso também estabiliza de modo mais eficiente, porém 
sem saber em quanto vai estabilizar. O excesso de ac pode acontecer quando se mergulha o 
tip da pipeta dentro do viel de ac e não limpa antes de adicionar ao ensaio. Os ensaios ideais 
devem conter concentrações da interação atg – ac equivalentes, estando o ensaio na zona de 
equivalência. 
O efeito pró zona acontece quando há ac em excesso e aparece em alguns 
ensaios independente da presença de boas práticas. Um exemplo é na sífilis secundária, a qual 
apresenta produção exarcerbada de ac de baixa densidade, os quais competem entre si, e 
não estabilizam o ensaio, promovendo resultado falso negativo. A sugestão é que se realize 
diluições seriadas do soro do paciente até 32 ou 40 vezes. Esse procedimento vale também 
para o teste do VDRL. Gestantes no primeiro trimestre de gestação apresentam alta 
concentração de ac inespecíficos, também sendo um efeito de pré-zona. Na toxoplasmose 
também efeito pró zona. 
O efeito pré zona é aquele que acontece antes do início da montagem da 
resposta imune, onde há baixas concentrações de ab, havendo, portanto, excesso de atg, 
provavelmente os presentes no kit do ensaio, no caso da pesquisa ser de ab. 
 
A. ENSAIOS COMPETITIVOS E NÃO COMPETITIVOS: 
Quando se utiliza um imunoensaio com determinado princípio e este apresenta 
problemas, não adianta trocar por outro imunoensaio com mesmo princípio, pois o problema 
se repetirá. É recomendável que troque o princípio do imunoensaio. Um exemplo é a triagem 
para HIV quando o resultado é negativo ou indeterminado. Não adianta repetir o ensaio com 
ELISA, pois imunoensaios de triagem e ELISA apresentam o mesmo princípio, não sendo eficaz. 
Os componentes dos imunoensaios são analito + material de captura+ material 
de detecção, podendo ser os dois últimos componentes reunidos em único componente. 
 
I. ENSAIOS COMPETITIVOS: 
São úteis no diagnóstico de doenças que requerem grande especificidade. Exemplos 
são a pesquisa por HCV, por marcadores tumorais, pois apresentam analito em pequena 
concentração e muitas moléculas com carga. 
Os ensaios competitivos não são quantitativos, pois a quantificação não é perfeita, já 
que os ensaios são baseados na avidez, e há diversas isoformas com maior ou menos avidez. 
Por isso que são empregados na pesquisa de marcadores tumorais, pois os diferentes 
pacientes podem apresentar diferentes isoformas do mesmo marcador. 
Nos ensaios competitivos mais cor significa que mais marcador se ligou, em vez do 
analito do paciente, portanto, quanto menos cor mais material do paciente se ligou. 
 
a) IMOBILIZAÇÃO DE ANTICORPOS: A a fase sólida é a que varia nos diferentes 
testes, podendo apresentar o ac fixo, e no kit se adiciona o analito e o marcador, onde o 
analito de maior avidez se ligará ao ac. Há a competição com cargas. Quando não há ligação 
atg – ac ou não há atg no analito, o teste está inadequado. 
Para aumentar a sensibilidade o ac de captura na fase sólida, primeiro se liga ao ac 
de captura secundário, mas em fase líquida o último é que capturará o analito. Para ensaios 
em fase líquida deve se incubar sob agitação e ao final da incubação todo o ac secundário se 
ligará ao primário. Com isso aumenta o sinal, pois 1 ac primário captura 2 ac secundários, 
capturando ao total 4 atg, mas um número grande de atgs como esse pode causar 
impedimento estérico. 
Persiste a competição entre analito e analito marcado, onde menos cor indica que 
há mais analito do paciente. Há grande avidez entre os acs primário e secundário. 
 
 
b) IMOBILIZAÇÃO DO ANTÍGENO: o atg está fixo na placa com adição do analito e 
do ac marcado, no qual o analito pode se ligar ao atg na placa ou ao ac marcado. O ideal é que 
o ac marcado se ligue ao complexo atg – analito, resistindo a eliminação pela lavagem. É um 
método indireto que permite a quantificação. Pode ser usado para a detecção de até 4 
analitos, desde que sejam diferentes os ac marcados. 
 
 
c) MAPEAMENTO DE EPÍTOPOS: utiliza atg purificado com ac monoclonal 
marcado e ac monoclonal novo. Quanto mais cor menos ac monoclonal novo e o teste é 
negativo. 
Se purifica epítopos em mistura antigênica, na qual se seleciona determinado 
epítopo e este ainda pode ser testado para diferentes ac monoclonais, para saber qual é mais 
eficiente. Quanto maior o sinal menos do epítopo está presente.II. ENSAIOS NÃO COMPETITIVOS: 
São ensaios não recomendados para pequenos epítopos, pois há impedimento 
estérico. 
a) ENSAIO SANDUÍCHE DE 2 SÍTIOS: consiste em adição do ac de captura, adição 
do analito, período de incubação seguido de lavagem, adição do ac secundário, seguida de 
incubação e lavagem. É um teste que apresenta maior especificidade, pois o analito fica 
ligado. 
Utilizado na pesquisa de β HCG,o qual apresenta 6 aas, e um bom ac monoclonal 
primário consegue capturar com 9-18 aas, neste caso há um forçamento para que o ac se ligue 
a molécula, mas a ligação com o secundário não é garantida. 
 
 
b) ENSAIO SANDUÍCHE DE 1 SÍTIO: adição do ac de captura, o qual está fixo, 
adição do analito, seguida de adição do ac de captura em única etapa e posterior incubação. 
Neste tipo de ensaio há maior probabilidade de ocorrência de pré e pró zona. É ensaio rápido, 
empregado com teste de triagem. 
 
 
c) CAPTURA DE CLASSES DE IG: o mais moderno é em vez de detectar as classes, 
quantificar o ac, no qual um aumento maior que 40% representa doença aguda. O ac de 
captura do kit é destinado a determinada classe de Ig do paciente, onde este é adicionado, 
seguido do analito e do ac marcado. É um ensaio mais sensível, pois quanto mais ac estiver 
envolvido, maior a sensibilidade. Se o paciente apresenta muita Ig de uma determinada 
classe, mas não é específico para o ac que se procura o sinal obtido é baixo. 
 
 
d) IMUNOENSÁIOS PARA ATGS MOBILIZADOS NA FASE SÓLIDA: as frações 
proteicas do atg são previamente separadas em gel de poliacrilamida, transferidas para 
membrana de nitrocelulose, a membrana é bloqueada e se adiciona ac do soro do paciente, 
com posterior incubação. Após a incubação se adiciona ac marcados, os quais reconhecem os 
ac do soro do paciente. É o princípio do Western Blot. É importante separar as frações 
proteicas dos atg, pois a resposta imune é policlonal e reconhece diversas proteínas do atg, 
portanto, reconhece proteínas mais e menos específicas. O reconhecimento de proteínas mais 
específicas confere um diagnóstico mais confiável. 
Com atg isolados é mais fácil dos ac interagirem. Pacientes que realizam 
hemodiálise apresentam hiperatividade de linfócitos B, produzind ac inespecíficos, pois a cada 
vez que o sangue passa pelo equipamento de diálise há a ativação dos linfócitos T e dos 
linfócitos B. Pacientes com câncer também produzem muitos ac inespecíficos, bem como 
indivíduos que utilizam anabolizantes. Nos casos desses indivíduos há necessidade de 
imunoensaios mais específicos. 
 
 
e) ENSAIO PARA MOLÉCULAS PEQUENAS: para epítopos com grupo amina se 
adiciona biotina, a qual apresenta afinidade para grupos amina, e se liga aos ac de marcação, 
ou a própria biotina pode estar marcada a fim de promover a identificação. 
 
 
f) ENSAIO IODIMÉTRICO: é um ensaio caro, pois em todas as etapas se utiliza ac 
monoclonal de alta afinidade. Há a presença de ac primário fixo na placa, no qual o analito se 
liga. O ac idiotipo β se liga ao ac primário onde não houve ligação de analito, e o ac idiotipo α 
marcado se liga ao analito. É um teste altamente específico, sendo o que há de mais específico 
na atualidade. 
 
 
g) IMUNOENSAIO COM EPÍTOPO FIXADO NA FASE SÓLIDA(SPIE – IA): 
 
O glutaraldeído aumenta a força iônica, o que permite a ligação do que é 
altamente específico. Funciona como um bloqueio, pois os epítopos específicos se ligam e os 
demais precipitam. Aumenta a força iônica aumenta a especificidade. O tratamento com a 
solução álcool – ácida é para retirar o material específico que capturou, deixando – o em 
solução, onde o ac marcado pode capturar e fornecer o sinal de identificação. É uma técnica 
perigosa, pois dependendo do tempo e da temperatura, a ação do metanol pode levar a 
soltura do material preciptado. 
 
h) ENSAIOS DE LIGAÇÃO DE FASE LÍQUIDA: atgs na fase líquida interagem com ac 
conjugados com peroxidase e submetidos a coluna de troca iônica, a qual retém os ac não 
ligados, bem como os atgs não ligados, permitindo a eluição apenas do que apresenta carga 
neutra, que no caso é o complexo atg – ab. 
 
 
 
 
 
 
 
 
i) DETECÇÃO INDIRETA DE IMUNOCOMPLEXO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
j) SISTEMA BIOTINA – ESTREPTOAVIDINA: é um ensaio muito sensível, mas não é 
específico, pois biotina e estreptoavidina interagem com quaisquer moléculas. Indicado para 
moléculas pequenas. Cada biotina captura 2 estreptoavidinas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No primeiro método há aumento do sinal de detecção. 
 
 
k) ENSAIO COM COMPLEXO ENZIMA – ANTI ENZIMA: 
 
 
l) ENSAIOS USANDO OUTROS TIPOS DE COMPLEXOS: 
 
 
 
 
 
 
 
O complexo enzima – anti enima ativa a 
enzima, a qual leva a clivagem de substrato, 
permitindo a emissão de luminescência. 
Possibilita uma quantificação precisa e exata, 
em função da atividade enzimática. 
2. CONTROLE DE QUALIDADE DOS IMUNOENSAIOS: 
Para uso nos imunoensaios UI correspondem a 2,3 mg. 
Há problemas nos imuno ensaios que trabalham com diluições e o valor dado por 
diluição não deve ser comparado com o resultado de testes de quantificação. Os imunoensaios 
com diluição são o padrão ouro, no qual os demais ensaios devem ser compardos, mas em 
termos de funcionalidade. 
A sensibilidade mínima é quando o aparelho detecta e quantifica acima do zero. 
Sensibilidade máxima corresponde ao máximo que se pode quantificar, onde não muda a 
quantificação quando se saturam os detectores. 
Sensibilidade é diferente de especificidade. Quanto mais específico, menos sensível, 
pois busca-se algo muito específico em meio muito grande, o que demora muito para buscar 
(água por mais tempo reduz a força iônica) e isso ocasiona a perda da sensibilidade. Quanto 
mais sensível, menos específica. 
Precisão revela o quão de variação tem o imunoensaio, e os ensaios mais específicos 
apresentam maior variação. 
Ensaios mais sensíveis são utilizados para triagem, como triagem de banco de sangue, 
mas também para acompanhamento de tratameno, enquanto que ensaios mais específicos 
são utilizados para diagnóstico, como no teste antidopping. 
Para indivíduos com idade entre 22 e 50 anos os títulos de ac para doenças 
autoimunes são acima de 1:128, os quais são ac anti-nucleares, devendo-se usar padrão de 
fluorescência para se concluir o diagnóstico, pois paciente que realizam hemodiálise, pacientes 
com tuberculose apresentam títulos altos destes ac, mas não apresentam significativa 
fluorescência no plasma. 
A precisão está na repetição dos imunoensaios com resultados concordantes. Se um 
imunoensaio não é preciso, o mesmo não é específico e sim sensível. 
Não existe imunoensaio sem erro. Os erros sistemáticos podem ser corrigidos, como a 
troca de pipeta vagabunda por de melhor qualidade, cuidado para não deixar pipetas cairem 
no chão, evitar realizar o ensaio com pressa, dentre outros. Uma forma de minimizar erros de 
pipetagem é aspirar o volume, contar 5 segundos e dispensar, pois nesse tempo o líquido 
preenche as ranhuras da pipeta. 
Os erros randômicos são inerentes ao imunoensaio e dificil correção. Esses erros 
podem ser minimizados com o feedback do usuário ao fabricante do kit, a fim de promover 
aprimoramento. Outra sugestão é sempre procurar a versão mais nova do kit. 
Para se avaliar a sensibilidade e a especificidade pode –se testar amostras normais, 
controles positivos e negativos, amostra concentrada de 1000 à 10.000 vezes. Realizam –se 
diluições dessa amostra concentrada, e a cada diluição se testa e verifica se o resultado é 
concordante, avaliando a precisão. Geralmentena primeira leitura o resultado aparece muito 
alto ou muito baixo em função dos efeitos, respectivamente, de pró e pré zona, mas serve para 
determinar a sensibilidade máxima e mínima. Se seleciona a amostra desejada e vai 
aumentando a concentração até chegar à sensibilidade máxima. Conhecer a sensibilidade 
máxima é útil para avaliar marcadores de inflamação, como IL-17, a qual apresenta muitos 
picos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O imunoensaio deve ser validado para poder detectar reaçôes cruzadas, para isso se 
usa o analito, analito degradado e seus metabólitos para verificar se os mesmos interagem. 
Um grande problema relacionado a reações cruzadas acontece com hormônios, pois na cadeia 
β os 12 últimos aas são os diferenciadores dos hormônios, mas há possibilidade de reação 
cruzada devido a semelhança da cadeia α. 
Pode –se validar um método com o método referência, como acontece com a 
validação a partir do padrão ouro, pois o padrão ouro é o método mais antigo e que se 
conhece certamente todos os erros e como consertá-los. Alguns métodos que são usados 
como padrão ouro são Imunofluorescência, ELISA, Western Blot, aglutinação em látex, os quais 
em comparação com o ensaio a ser validado fornecem a informação de maior ou menor 
sensibilidade. Métodos moleculares como PCR também são empregados na validadção, bem 
como HPLC e cromatografia de troca iônica. 
Não se deve fazer lâminas de sangue guardado, apenas com sangue recém coletado. 
É recomendável que só utilize a biologia molecular, quando se sabe que ela funciona 
bem. Tendo como exemplos a Leishmaniose e a doença de Chagas, as quais não apresentam 
região estável. No diagnóstico imunológico a carga elétrica dos antígenos é diferente e o 
sistema imune forma ab específicos para ambos. 
Deve-se sempre procurar pelo efeito matriz. Matriz amostra é tudo presente no kit, 
menos o analito que se busca identificar. Deve-se ter cuidado quando o kit se destina a soro, 
sangue, urina e líquor, pois a matriz do kit é específica para cada matriz biológica, e caso a 
matriz biológica seja analisada em matriz errada há redução dos títulos de ac. Para observar o 
efeito matriz se compara a curva do tampão com a do diluente e observar o que acontece com 
o aumento da adição de analito à matriz amostra e observar se o mesmo pode ser detectado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deve-se observar se há paralelismo entre as curvas da matriz sem e com analito, pois 
se estiverem paralelas significa que o imunoensaio apresenta menos interferências. O mesmo 
é válido para a curva dose – efeito com adição de matriz, mas nesse caso pode-se cruzar as 
curvas. 
 
 
 
A glicerina tamponada funciona evitando a formação de cristais de gelo, por isso se 
evita congelar e descongelar os eppendorf contendo glicerina. 
O calibrador monta curva com valores altos, baixos e negativos a fim de comparação. 
São materiais de referência e não servem para kits ou lotes diferentes, já que são substâncias 
químicas e não matrizes biológicas. 
Na fase pré - analítica há preparação do paciente, não precisando de jejum, mas deve-
se evitar alimentos gordurosos, pois as macromoléculas podem interferir no imunoensaio. 
Exercício realizado em cima da hora da coleta de sangue também interfere no imunoensaio, 
bem como acordar no susto, pois em ambos os casos há aumento da produção de ac 
inespecíficos, interferindo em testes, princpalmente de triagem. É importante, quando o 
paciente é mulher saber a idade e a fase to ciclo menstrual, bem como se está grávida, pois a 
progesterona aumenta a produção de ac inespecíficos, bem como acontece com pacientes 
com tuberculose, toxoplasmose e realizando hemodiálise. 
Quanto a qualidade da amostra, deve-se descartar amostras com hemólise, exceto em 
caso de anemia hemolítica, pois os kits de imunoensaio não foram desenvolvidos para tabalhar 
com hemólise, já que a HB causa interferência. Fatores que causam hemólise são “dançar” 
com a agulha enquanto se procura a veia para puncionar, furar o paciente várias vezes, 
puncionar com seringa, pois não há a homogeneidade promovida pelo vácuo, bem como 
transporte até o laboratório submetido a muita oscilação. 
Não se descarta amostra ictérica, mas deve-se ser informada no laudo, pois pode ser 
isso o procurado. No entanto, muitos kits não foram desenvolvidos para trabalhar com 
icterícia. 
Não se descarta amostra lipêmicas, mas deve-se tratá-las retirando a lipemia por 
filtração. Deve-se relatar a presença de lipemia. 
Deve-se descartar amostras contendo cabelos, insetos, fungos, bactérias, que podem 
aparecer quando a análise é terceirizada. 
No laboratório clínico é necessário ter 
amostras que sejam padrão primário, onde 
o analito está puro e límpido. Deve existir 
um padrão primário para cada tipo de 
analito, mas estes são caríssimos, sendo 
utilizados apenas no desenvolvimento de 
kits. O pradrão secundário é, geralmente, 
soro de paciente com valor conhecido. Esse 
soro deve ser separados em eppendorfs e 
congelados com glicerina tamponada. São 
usados na rotina clínica para validação. 
Pacientes com soro contendo valores 
baixos são usados como padrão para valor 
mínimo. 
As amostras e os kits devem ser refrigerados, sem sofrer resfriamento excessivo ou 
aquecimento. Os kits apresentam indicador térmico que “acende” indicando que o kit está 
inadequado. Sempre deve-se realizar testes no kit antes da utilização, realizando curva de 
calibração logo que o kit for recebido, pois há a possibilidade de algum reagente estar 
inoperante. 
Tipos de águas utilizadas nos imunoensaios: 
 
 
Nenhum potenciômetro consegue medir a pH das águas de tipo I e II, pois são águas 
desestabilizadas ionicamente. A quantidade de material particulado deve ser muito pequena à 
inexistente. 
A fim de reduzir as interferências nos imunoensaios, deve-se inativar o sistema 
complemento, apesar dos kits apresentarem inibidores. Gestantes, pacientes com câncer e 
com doenças autoimunes produzem muitas proteínas do complemento, as quais devem ser 
inativadas. 
Biotina e outras enzimas endógenas, bem como conservantes interferem nos 
imunoensaios. Na análise de hormônios, mesmo que a pesquisa seja para a cadeia β, deve-se 
eliminar a cadeia α e seus metabólitos a fim de evitar reações cruzadas. 
Quantificar vitaminas e medicamentos é ruim, pois os seus metabólitos podem 
interferir no imunoensaio. Ex: se não tratar com NaOH amostra de Fenobarbital, haverá a 
formação de Pentobarbital, o qual é metabólito ativo. Outro exemplo são Anfetaminas, 
Clopromazina e Ciclamato que não são diferenciados a menos que aumente a força iônica, 
devem ser analisados preferencialmente por HPLC e por cromatografia de troca iônica. 
Para redução de reações cruzadas deve-se separar os ligantes antes de começar o 
imunoensaio, separar os ligantes inespecíficos. 
Tempo de incubação curto, bem como temperaturas muito baixas promovem reações 
inespecíficas, aumentando o tempo de incubação em mais ou menos 5 min. pode-se aumentar 
a especificidade. No entanto, quando o tempo de incubação excede o previsto já redução de 
água do sistema, com aumento de força iônica, desestabilizando o sistema. 
Para bloquear as reações cruzadas pode-se remover os interferentes conhecidos, 
como a retirada de ac anti T. saprofiticus, e depois se busca T. pallidum, idem para retirada de 
cortisona, quando se procura cortisol. 
O tipo III é a água presente na torneira, o 
tipo II são as águas destilada e deionizada 
e as águas de tipo I são de ultrafiltração e 
MiliQ. 
O tipo II pode ser usado em técnicas mais 
antigas como hemaglutinação, IF, 
aglutinaçãoem látex, etc. 
Há fabricantes que fornecem sua própria 
água nos kits. 
Anticorpos heterófilos como para idiotipo, onde a sua FAB reage com FAB de ac 
específicos, após a doença , a fim de realizar a neutralização e remoção desses. Há também ac 
fator reumatóide, o qual é IgM que captura os ac pela porção FC a fim de retirar 
imunocomplexos - são anticorpos multiespecíficos. Estes dois tipos de ac realizam 
intereferência nos imunoensaios. No laboratório clínico há ac anti fator reumatóide, o qual é 
usado para tratar as amostras, principalmente de suspeita de rubéola, sarampo, 
mononucleose, doenças que as vezes produzem fator reumatóide. 
Na dosagem de ac, a primeira Ig a ser montada, quando o atg adentra pelas mucosas é 
a IgA e não a IgM, sendo seguida de IgM e IgG. 
Fator reumatóide e ac de idiotipos são heteroanticorpos, os quais podem impedir a 
ligação do ac de captura, principalmente em ensaios de triagem. 
A fim de reduzir a interferência nos imunoensaios por via imunológicas é possivel 
utilizar ac de captura caprino e o fluoróforo de rato, o que é interessante, pois muitas pessoas 
já entraram em contato com rato e pode haver a produção de ac poliespecíficos e de idiotipo 
para rato. Os kits também podem apresentar FAB ligada a β-galactosidase, para que haja 
ligação apenas com o que apresenta alta afinidade. 
A fim de reduzir as interferências não imunes, pode-se tratar com PEG( 130 g/L de 
soro) no caso de nefalometria e turbidimetria (90 g/L), mas deve-se ter cuidado com excesso, 
pois este desestabiliza o ac e este não irá se ligar. Aquecimento do soro do paciente a 90ºC 
desnatura os ac inespecíficos, mas também os específicos. Para desnaturar apenas os 
inespecíficos pode-se usar detergentes. Diluir as amostras para nefalometria e turbidimetria 
reduz as interferências. 
3.

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