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Resumo de Micro – Imuno Clínica MICRO 1. TAXONOMIA BACTERIANA Estuda classificação, nomenclatura e identificação de microorganismos. Baseia-se nas semelhanças ou relações entre propriedades bioquímicas, fisiológicas, genéticas e morfológicas. O TIPO está contido no taxon das espécies, sendo denominado o conjunto de linhagens, podendo ser biotipo, o que é caracterizado pelas diferençãs bioquímicas dentro de um mesmo sorotipo). O sufixo aceae é empregado para a nomenclatura de famílias. As famílias apresentam tribos, os quais são gêneros afins, que apresentam o sufixo eae. Nome vernacular = popular, como pneumococo para S. pneumoniae. Salmonella spp. apresenta apenas duas espécies , as quais são S. bangori e S. enterica , onde as espécimes de interesse clínico pertencem a S. enterica, como S.enterica sub, enterica serovar Typhimuriun ou S. enterica ser. Typhymuriun ou Salmonella Typhymuriun. Na identificação de qual taxon bacteria deconhecida pertence se empregam características fenotípicas como morfologia e organização. Nos meios comuns, como os caldos ricos, a fase de crescimento exponencial não é tão rápida e , com isso predominam os cocos, sendo recomendado que nas lâminas vindas destes meios haja a descrição da forma, mas sem restringir a uma espécie. As colorações são empregadas na rotina clínica, mas também para identificação dos espécimes. As principais colorações são: a) GRAM: coloração que classifica os microorganismos em Gram+ e Gram-, segundo a estrutura da parede celular. Utiliza cristal violeta, lugol e fucsina. Não se deve lavar entre o cristal violeta e o lugol, pois reduz o complexo de p-rosanilina, que é o corante de fato, já que é este complexo que fica retido nas Gram+ e não fica nas Gram -. b) BAAR: coloração que utiliza fucsina fenicada aquecida e solução álcool – ácido, a qual descora a fucsina fenicada na maioria dos gêneros exceto em Mycobacterium, sendo este um bacilo álcool – ácido resistente (BAAR). c) FONTANA TRIBONDEAU: método de impregnação pela prata utilizado para vizualização de bactérias espiraladas que não são muito bem coradas por Gram. Empregada para identificação de Treponema pallidum. d) ALBERT – LAYBOURN: método utilizado para bactérias que apresentam corpúsculos metacromáticos, os quais são corados por Lugol, evidenciados com o contraste do corpo da bactéria que é corada em verde –azulado pela solução de Laybourn. Utilizada para Corinebacterium diphtheriae. Com base nessas colorações algumas características são úteis em diagnóstico, como: Diplococo Gram - : indicativo de Neisseria gonhorreae. BAAR +: indicativo de Mycobacterium tuberculosis, devendo realizar cultura e diagnóstico definite de Mycobacterium leprae. Dipoloco Gram – no líquor: diagnóstico presuntivo de Neisseria meningitidis. Evita-se caldos simples e meios seletivos para cultura de microorganismos muito exigentes, devendo-se utilizar caldos ricos, mas evita-se os meios seletivos, a mesmo que se tenha uma forte desconfiança de uma bactéria em especial. As características das colônias são importantes no diagnóstico presuntivo, como suas formas, tamanho, pigmento, consistência , odor e hemólise. Serratia marcenses é vermelha, S. aureus apresenta colônias mais amareladas, podem realizar ou não hemólise e pigmentos, os últimos utilizados, principalmente, na identificação dos fermentadores. A caracterização do metabolismo em fermentativo ou oxidativo, bem como a produção de certas enzimas ajudam a excluir famílias durante a pesquisa e detecção. A prova da Citocromo oxidase, ajuda a distinguir as bactérias que realizam metabolismo oxidativo (+) dos que realizam metabolismo fermentativo (-), enquanto que a prova da Catalase diferencia estreptococos (+) de estafilococos (-). 2. MICROBIOTA Pode se apresentar de duas maneiras: a) RESIDENTE: adquirida ao nascer e, depende de vários fatores como tipo de parto, local de moradia, etc. Presente durante toda a vida. Quando retirada durante assepssia, retorna depois. b) TRANSITÓRIA: não é recomposta com a retirada através da assepssia ou uso de antimicrobianos, já que não está instalada desde o nascimento. Os tipos de microorganismos presentes na microbiota dependem das condições como temperatura, pH, idade, sexo, condições nutricionais. O mecônio são as primeiras fezes dos bebê, e esse é estéril, pois ao nascer o TGI não apresenta microorganismos e a amamentação permite o início da colonização por bactérias que digerem a lactose. Com o crescimento e as mudanças na alimentação, há a aquisição de novas bactérias, as quais irão colonizar o TGI, que na idade adulta consituem o número de 1011 a 1012 bactérias por g de fezes. A microbiota estimula o sistema imune, através da produção de bacteriocinas, as quais impedem o colonização de bactérias patogênicas. Produz vitamina. Com a destruição da microbiota através da utilização de antimicrobianos dentre outros fármaco, há possibilidade de infecções oportunistas, com recolonização, multiplicação e sobrepujamento de determinados tipos de microorganismos que eram comensais, como acontece na candidíase. Culturas puras de quaisquer microorganismos é sinal de que este é causador da possível infecção para qual se busca o agente patogênico. Fisiologicamente pode acontecer bacteremia transitória durante a alimentação, escovação de dentes, mas isso não causa efeito patológico. 3. COLETA E TRANSPORTE Realizar a coleta antes da antibiotico terapia, mas se a mesma estiver em procsesso deve-se ter a informação de qual antimicrobiano está em uso. Deve-se intruir o paciente de modo mais claro e correto possível a fim de evitar erros que prejudicam a análise como urina com gelo, uma vez que o certo é o frasco coletor de urina estar em banho de gelo. A coleta deve ser realizada do local mais óbvio de se encontrar o microorganismo. Coletar principalmente na fase aguda, onde há a bacteremia, já que é mais fácil de encontrar o microorganismo. Há microrganismos que alteram sua presença nos fluídos biológicos conforme as fases da infecção. Deve-se coletar material suficiente para que seja realizada uma análise adequada. Mesmo com pouca ou muita amostra deve-se realizar diluição da mesma para realização das análises, pois nem sempre é fácil coletar novas amostras. A identificação do exame deve conter a idade, principalmente para a coprocultura, pois há espécies que causam diarréia em diferentes faixas etárias. Além disso deve conter indicação de doença de base e utilização de antimicrobianos.Evitar identificar as amostras nas tampas dos frascos coletores. As amostras devem ser rejeitadas nas seguintes condições: Algumas amostras não são processadas na análise microbiológica, por fornecerem resultados questionáveis, são elas: As amostras devem ser transportadas rapidamente do ponto de coleta ao laborátorio de análises, preferencialmente em meios de transporte. O transporte deve assegurar a sobrevivência e isolamento de microrganismo, pois o lab. trabalha em função da viabilidade dos microrgs.Evitar o contato prolongado do microrg. com anestésicos utilizados durante a coleta, pois poderão exercer atividade bactericida.Evitar erro de interpretação nas culturas quantitativas, principalmente urina e lavado broncoalveolar. Amostra Tempo Crítico Frascos e Meios de Transporte Liquor Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Líquido pleural Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Swab Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril ou meio semi-sólido (Stuart, Amies) Suspeita anaeróbios 30 minutos Meio de transporte apropriado. Evitar otransporte em seringa com agulha. Feridas e tecidos 30 minutos ou até 12 horas (meio de transporte) Meio de transporte apropriado Hemocultura 30 minutos (não refrigerar) Frascos com meios de cultura para rotina manual ou automatizada. Trato respiratório 30 minutos Tubo seco estéril Urina 1 hora ou refrigerada até 24 horas Pote seco estéril Fezes 1 hora ou 12 horas em meio de transporte Cary Blair meio detransporte para fezes, com pH 8,4. Boa recuperação também para espécies de Vibrio e Campylobacter. a) COLETA DE SANGUE/HEMOCULTURA: deve-se realizar a assepsseia com ácool 70% com solução de iodo após garrotear, e não apalpar mais após assepssia. A coleta deve ser realizada, preferencialmente antes da antibiotico terapia. Deve-se realizar a assepssia dos frascos de hemocultura. A quantidade de sangue retirada deve ser suficiente, e no caso da hemocultura, deve-se coletar de 3 pontos com intervalo de 1 hora entre as coletas, alternando os braços, o que aumenta a probabilidade de capturar o microorganismo. Identificar cada frasco com todas as informações padronizadas e enviar ao laboratório, juntamente com a solicitação médica devidamente preenchida. Algumas observações devem ser respeitadas durante a coleta, são elas: • Não é recomendada a técnica de coleta através de cateteres ou cânulas quando se podem utilizar punções venosas. • Punções arteriais não trazem benefícios na recuperação dos microrganismos quando comparadas com punções venosas. • Não se recomenda a troca de agulhas entre a punção de coleta e distribuição do sangue no frasco de hemocultura. • Método de coleta do sangue e o volume coletado influenciam diretamente no sucesso de recuperação de microrganismos e uma interpretação adequada dos resultados. Fatores que influenciam nos resultados da hemocultura: • Boa assepsia da pele. • Volume de sangue coletado por frasco: ideal 10% do volume total do frasco de coleta (adultos 10 a 20 mL; crianças 1 a 5mL). Anticoagulante recomendado: SPS (Sulfato Sódico de Polianetol 0,05%). • SPS: evita coagulação, inibe atividade de complemento e lisozimas, impede a fagocitose, inativa concentrações terapêuticas de aminoglicosídeos. • Transporte: nunca refrigerar o frasco. Manter em temperatura ambiente e encaminhar o mais rápido possível para o laboratório. • Número de frascos: geralmente 3 com intervalo de 1-2 horas. Considerar a condição clínica do paciente. Sitema de hemocultura: b) COLETA DE ESCARRO: para a coleta do escarro algumas instruções devem ser passadas ao paciente: • Orientar o paciente da importância da coleta do escarro e não da saliva. As amostras de saliva são impróprias para análise bacteriológica, pois não representam o processo infeccioso. • Colher somente uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da manhã, antes da ingestão de alimentos. • Orientar o paciente para escovar os dentes, somente com água (não utilizar pasta dental) e enxaguar a boca várias vezes, inclusive com gargarejos. • Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente, recolhendo a amostra em um frasco de boca larga. Se o material obtido for escasso, coletar a amostra depois de nebulização. • Encaminhar imediatamente ao laboratório. • Na suspeita de infecção por micobactérias ou fungos, coletar pelo menos três amostras, em dias consecutivos (somente uma amostra por dia). • Em caso de pacientes com dificuldades para escarrar, esta amostra poderá ser induzida por inalação ou ser realizada coleta por aspiração transtraqueal. Para realização da coleta o paciente deve inspirar profundamente e posteriormente tossir profundamente. Com dificuldade de coleta pode-se realizar nebulização. c) COLETA DE LAVADO BRONCOALVEOLAR: Utilizado para obtenção etiológica das pneumonias associadas a ventilação mecânica e em paciente imunodeprimidos, sendo considerado o método mais fidedigno para investigação microbiológica do trato respiratório inferior. O material deverá ser obtido antes das biópsias de escovados para se evitar excesso de sangue. A primeira alíquota deverá ser colocada em frasco identificado como primeira amostra (utilizada para esfregaços microbiológicos). Todas as outras amostras poderão ser coletadas em um único frasco estéril (POOL). Somente esta amostra deverá ser utilizada para a cultura quantitativa, evitando falsas contagens. d) COLETA DE OROFARINGE: a boca do paciente deve ser aberta, com auxílio de abaixador de língua, o qual deve estar posicionado no centro e no fundo da língua, e com swab estéril coletar de áreas hiperemiadas e com placas, evitando outros sítios. Coletar 2 swabs, onde um irá para a baciloscopia e outro para cultura. É inútil a realização de baciloscopia para crianças , pois geralmente são os cocos Gram + que causam infecções de orofaringe nessa faixa etária, além de ser irrelevante na pesquisa de S. pyogenes. e) COLETA DE NASOFARINGE: é realizada com a finalidade de pesquisa de portadores de N.meningitidis, S.aureus e C. diphtheriae. Deve-se inclinar a cabeça do paciente para trás e inserir o swab até alcançar a tonsila adenóide, realizando movimento de rotação. f) COLETA DE LÍQUOR: realizada por equipe médica, através de punção lombar utilizando tubo estéril de 10 mL, sendo utilizados 3 tubos, que serão destinados na sequência para as seguintes análises: bioquímica, citologia e bacteriologia. O primeiro tubo deve ser destinado à bioquímica, pois sempre na primeira coleta há sangue e este não influencia nas análises bioquímicas, mas influencia nas citológicas. g) COLETA DE FERIDAS E EXUDATOS: deve-se lavar a margem da lesão com solução salina e com povidine - iodine, e a coleta deve ser realizada do centro da lesão seja com swab ou com seringa de 1 mL ( tipo a de insulina) sem agulha. Se a lesão apresentar crosta, a mesma deve ser retirada e a coleta realizda do centro da lesão. A lavagem da lesão é importante para os resultados das análises, não devendo ser coletado o pus emergente e a coleta da região mais central e profunda da lesão fornece um número maior de microorganismos. A cultura de lesões secas e crostas não é recomendada, a menos que a obtenção de exsudato não seja possível. A coleta de ferida de queimadura deve ser realizada após extensa limpeza e debridamento da lesão. Biópsia da pele é a técnica mais recomendada. h) COLETA DE OUVIDO: a coleta deve-se ser realizada do ouvido externo e médio até a região da membrana timpânica. Retira-se a secreção excedente e coleta com swab umidecido com salina estéril em rotação. Inserir em meio de transporte como o Stuart. i) COLETA DE OLHOS: coletar dos olhos sem presença de antibióticos ou colírios, desprezar secreção purulente e coletar da região interna da pálpebra inferior. A conjuntiva é uma zona escassa de microbiota, portanto, todo microorganismo encontrado é interessante para a pesquisa. j) COLETA DE URETRA: a coleta deve ser realizada com alça bacteriológica descatável ou com swab estéril fino. O sucesso da cultura depende da rapidez com que o material é levado ao laboratório. A amostra deve ser colocada em meio de transporte e as lâminas para a bacterioscopia devem ser realizadas com o material fresco. k) COLETA DE FEZES: coletar as fezes no início da fase aguda da infecção, pois há maior quantidade de microorganismos e, preferencialmente antes da antibiotico terapia. Coletar as fezes e colocar em meio de transporte como Cary-Blair ou glicerina tamponada. Preferir para análise sempre as porções mucosas e sanguinolentas. Antes de realizar as análises deve-se fechar bem e agitar o frasco coletor. Quandonão se detecta os microorganismos nas fezes se realiza swab retal. l) COLETA RETAL: Usar swab de algodão, certificando-se de que a ponta da haste que suporta o algodão está bem revestida. Umedecer o swab em salina estéril (não usar gel lubrificante) e inserir no esfíncter retal, fazendo movimentos rotatórios. Ao retirar, certifique- se que existe coloração fecal no algodão. O número de swabs depende das investigações solicitadas.Identificar a amostra e enviar ao laboratório no intervalo de 30 minutos ou utilizar o meio de transporte fornecido. m) URINOCULTURA: coletar a primeira urina da manhã, com prévia assepsia dos órgãos genitais com água e sabão de coco. Coletar o jato médio após desprezar o primeir jato. Para a pesquisa de BAAR deve-se desprezar o primeiro jato e coletar o volume restante da primeira micção (mínimo de 50 mL) devendo ser coletadas 5 amostras em dias consecutivos. Cateterismo: introdução de germes uretra/bexiga. Punção supra púbica: crianças, anaeróbios. n) COLETA PARA ANAERÓBIOS: deve-se evitar a contaminação com a microbiot. A coleta deve ser ralizada com agulhas livres de O2 e evitar a coleta com swab. Quando transportar deve-se eliminar o ar tecidual. A coleta com swab não deve ser realizada pelas seguintes razões: O material pode ser facilmente contaminado com organismos presentes na pele ou na superfície mucosa. Os anaeróbios ficarão expostos ao oxigênio ambiente. O material está sujeito à secagem excessiva. A quantidade de material encaminhada é relativamente pequena. Swabs são menos satisfatórios que os aspirados para preparação de esfregaços utilizados na análise microscópica, assim como para exame direto macroscópico (grânulos de enxofre - típico em actinomicose). O uso de swab com meio de transporte específico deverá ser utilizado como última opção. 4. INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO O trato respiratório superior apresenta barreiras físicas e químicas como pelos, cílios, IgA, espirro, saliva, lisozima, microbiota dentre outras. As principais infecções que acometem o trato respiratório inferior são virais. Dentre as infecções bacterianas, estas são causadas por S. pyogenes, N.gonorrhoeae, C.diphtheriae, H.influenzae (epiglotite). Otite média e sinusite podem ser causadas por S.pneumoniae, H. influenzae, C. albicans (oportunista), Proteus sp. e Pseudomonas aeruginosa. TIPO EXIGÊNCIA EXEMPLOS Invasores Profissionais (infectam o trato respiratório saudável) Adesão à mucosa normal (apesar do sistema mucociliar) Capacidade de interferir com os cílios Resistência à destruição nos macrófagos alveolares Capacidade de causar dano aos tecidos locais (mucosa e submucosa) Viroses respiratórias (influenza, rhinovírus) Streptococcus pyogenes (garganta) Streptococcus pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Clamídia (psitacose, conjuntivite, pneumonia e tracoma) B.pertussis, Mycoplasma pneumoniae Streptococcus pneumoniae (pneumolisina) Legionella, M.tuberculosis Corynebacterium diphtheriae (toxina) Streptococcus pneumoniae (pneumolisina) Invasores Secundários (infectam quando as defesas do hospedeiro estão debilitadas) Infecção inicial e danos por vírus respiratórios (vírus influenza) Defesas locais debilitadas (fibrose cística) Bronquite crônica Corpo estranho local ou tumor Respostas imunes deprimidas, por exemplo AIDS, neoplasias Resistência deprimida, por exemplo em idosos, alcoólatras, doença hepática ou renal Staphylococcus aureus, complicação com pneumonia por Streptococcus pneumoniae Staphylococcus aureus, Pseudomonas H.influenzae, Streptococcus pneumoniae, etc P.carini, CMV M.tuberculosis, etc. Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, H. influenza, etc. I. INFECÇÕES TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: a) INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS: pode apresentar complicações como: ESCARLATINA: promovida por algumas cepas de S.pyogenes após faringite. Apresenta como sintomas eritema, língua semelhante a framboesa e febre. FEBRE REUMÁTICA: pode levar ao desenvolvimento de artrite, sopro cardíaco, movimento desordenado dos membros. É uma manifestação autoimune, na qual antígenos da bactéria promovem reação cruzada com moléculas do sarcolema do músculo esquelético. Caracterizada por estreptolisina O aumentada, em função de infecções estreptocócicas recorrentes por cepas reumatogênicas. No primeiro surto de febre reumática há resposta autoimune exagerada. GLOMERULONEFRITE AGUDA: forma de glomerulonefrite autoimune desencadeada por autoanticorpos produzidos após uma infecção estreptocócica, sendo o principal achado da doença, a hematúria. IMPETIGO OU PIODERMITE ESTREPTOCÓCICA: afeta a camada superficial da pele, formando vesículas, e tais vesículas se rompem –e há formação de pus ou crostas. As vesículas são contagiosas. Pode evoluir para celulite (infecção da camada profunda da pele, infectando o tecido gorduroso na hipoderme e a camada profunda da derme). Os estreptococos são cocos Gram + que tendem a apresentar forma de cocos em cadeia, principalmente em culturas frescas. São capsulados, e tal cápsula é fator de virulência. São microorganismos exigentes requerendo meios enriquecidos com sangue ou líquidos teciduais. Os seguintes meios podem ser utilizados para cultura de estreptococos: • Meio Seletivo: Hitchens-Pike (extrato de levedura, glicose, azida sódica, cristal violeta). • Meios líquidos ricos, ex.: BHI (Brain Heart Infusion Broth) . BHI é meio de reserva de material. • Meio sólido: Ágar Sangue de Carneiro 5% (visualização da hemólise – ident. presuntiva) Apresentam hemólise e crescimento acelerados com incubação a 10% de CO2. Preferem meios sólidos viscosos , pois requerem baixa tensão de O2. O meio padrão é o ágar sangue de carneiro 5%, pois a determinação da hemólise foi padronizada neste meio. A hemólise é uma característica muito importante para toda classificação de estreptococos. A semeadura em ágar sangue de carneiro deve conter stabs, os quais são “furos” no meio a fim de que possa acontecer crescimento no fundo do meio, pois todos os estreptococos apresenta estreptolisina O, mas nem todos apresentam estreptolisina S. Devido a ação da estreptolisina O, há hemólise na ausência de O2, a qual é visualizada no fundo do meio, proporcionada pelos stabs. A hemólise mediada por estreptolisina S acontece na superfície do meio, pois é uma estreptolisina sensível a O2. Após a semeadura, incuba-se por 24h a 37ºC. Após este período se observa a hemólise. Se a hemólise for completa (meio fica ligeiramente amarelado) o estreptococo é β hemolítico, mas se a hemólise for parcial (esverdeada) o estreptococo é α hemolítico. Os estreptococos apresentam colôicas pequenas (puntiformes, em forma de cabeça de alfinete) enquanto os estafilococos apresentam colônias grandes quando em cultura. Mas as colônias de estafilococos podem não estar tão grandes, e para tirar a dúvida se realiza o teste da catalase, o qual é mais confiável. Para diferenciação dos β hemolíticos deve-se realizar o teste da bacitracina, onde: Para diferenciação de estreptococos de estafilococos há realização do teste da catalase, onde: Estreptococos Catalase + Estafilococos Catalase - Catalase + apresenta borbulhas. Optoquina sensível Solúvel em bile S. pneumoniae Optoquina resistente Insolúvel em bile S. viridans b) INFECÇÕES ESTAFILOCÓCICAS: há otites, sinusites, pneumonias, furúnculos e abscessos, meningites, infecções urinárias e endocardite. Os estafilococos são cocos Gram + que tendem a ser organizaremem cachos, quando em cultura fresca. Não são tão exigentes quanto os estreptococos. São anaeróbios facultativos. Em caldos ricos crescem e se depositam no fundo do tubo, mas com agitação desfazem o depósito, diferente dos estreptococos que crescem semelhante a grânulos e não desfazem o depósito. Podem produzir pigmentos amarelos, como S.aureus e esse pigmento pode ser perdido, mas isso não implica em perda da patogenicidade. Crescem em meios seletivos como o ágar manitol salgado (7,5% de NaCl). Bacitracina sensível S. pyogenes Bacitracina resistente S. agalactie ou S. pneumoniae Para determinação de a amostra é de S.agalactie realiza- se o teste de Camp. O teste de Camp é baseado no fato de que S.agalactie produz um fator, fator Camp, na presença de βlisina de S.aureus, o que potencializa a hemólise de S.agalactie, a qual apresenta a forma de ponta de seta no ágar sangue de carneiro. O teste da optoquina é um teste, que sinergicamente com o teste da bile solubilidade diferencia os estreptococos α hemolíticos. Quando há halo maior que 14 mm o estreptococo é sensível, e quando o halo é menor é resiste. O teste da bile solibilidade acontece com a semeadura em 2 caldos ricos, depois do crescimento se adiciona 10% de bile em um tubo e salina no outro. Se o estreptococo é solúvel em bile a massa de crescimento se solubiliza e o meio fica límpido, mas se não for solúvel, o meio fica turvo. São bactérias capsuladas que apresentam hialuronidase, estafiloquinase e coagulase. Estafiloquinase e coagulase são enzimas importantes no diagnóstico das espécies de estafilococos. O teste da coagulase pode ser de 2 tipos: Coagulase livre: presente no coágulo. Realizada em lâmina. Adiciona-se a amostra retirada da placa e solubilizada com salina estéril e adiciona-se o plasma de coelho, o qual é cofator para a formação do coágulo ,e homogeniza-se. Na lâmina, se for coagulase + haverá a formação de grânulos. O S. epidermidis está presente na microbiota e, podem contaminar a coleta, se a mesma é feita de modo descuidado, por isso o ideal é coleta dupla e de lugares diferentes do sítio. O meio de reseva é BHI. Cultura em ágar sangue de carneiro 5%, com presença de stabs para exclusão dos estreptococos, pois diferentemente destes, os estafilococos realizam hemólise superficial. Hemólise “pac-man”, pois consome todo o sangue do meio, diferente da hemólise pontual dos estreptococos. Características S.aureus S.epidermidis S.saprophyticus Pigmento amarelo branco NP, branco, laranja, róseo ou vermelho Hemólise + +/- - Coagulase + (forma coágulo na presença de plasma humano, de coelho e de cavalo) Apenas S.aureus Coagulase - Os demais Coagulase ligada: depende do fator de agregação e está presente na própria bactéria, não necessitando do plasma como cofator. Realizada em tubos. Há diversos tubos acondicionados em banho maria a 37ºC, com retirada de um tubo a cada hora. Se até a quarta hora não houver formação do “gel”, espera-se 18 a 24h para a formação do “gel”, pois nesse caso a coagulação é lenta. Mas se a coagulação for rápida, provavelmente aparecerá até a quarta hora e depois será desfeita pela ação da estafiloquinase. Por isso não se pode recolher o primeiro tubo e recolher só depois das 18 a 24 h, pois pode gerar erro, já que o coágulo foi feito e desfeito. Manitol + - +/- Coagulase + - - Novobiocina (1,6µg/mL) sensível sensível resistente c) INFECÇÕES POR C. diphtheriae: a difteria é uma doença transmissível, aguda e toxigênica. C. diphtheriae é bacilo Gram + toxigênico. que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada por placas pseudomembranosas típicas. Coleta-se 2 swabs de orfaringe, um para bacterioscopia e outro para cultura. O diagnóstico é dado em 3 etapas: 1ª etapa: diagnóstico de possibilidade: bacterioscopia. Presença de grânulos metacromáticos pela coloração de Albert – Laybourn. Coloração de Gram indica bastonetes Gram+, ligeiramente curvos em forma de letra chinesa ou paliçada 2 º etapa: diagnóstico de probabilidade: cultura em meio de Loeffler (meio rico e não seletivo) por 8-10 h e depois passar para ágar chocolate telurito, com incubação por 24 h a 37ºC. No ágar chocolate telurito haverá colônias negras, pois C.diphtheriae reduz telurito à telurito metálico. Deve-se realizar também as provas bioquímicas. 3ª etapa: diagnóstico de certeza: detecção da toxina diftérica pelo teste de Elek, que é realizado da seguinte maneira: Placa com meio próprio; Antes que solidifique, tira de papel de filtro embebida com 200 U de antitoxina diftérica Secar +/- 30 minutos Semear amostras por induto contínuo, perpendicularmente à tira Incubar 37oC, por 24, 48, 72 horas Positivo: linha de precipitação (Ag-AC), caracterizando a virulência da amostra. II. INFECÇÕS TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: Ao contrário das infecções das vias aéreas superiores, as que acometem o trato respiratório inferior tendem a ser mais graves, principalmente quando causadas por micro- organismos Gram-negativos em doentes hospitalizados e debilitados.Grande parte dessas infecções é de etiologia bacteriana. a) COQUELUCHE: causada por Bordetella pertuss, o qual é Bacilo Gram-negativo pequeno, aeróbio, não-esporulado, imóvel, provido de cápsula (formas patogênicas) e de fímbrias. Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte. • A cultura pode levar de duas a três semanas para apresentar crescimento, portanto, é considerado de comprovação tardia. Há mais sucesso durante a fase catarral. • Material colhido: secreções de nasofaringe, colhida da faringe posterior. • Diferentemente dos procedimentos utilizados para coleta de material com "swab" (cotonete com algodão), a amostra deve ser colhida com bastão especial, cuja ponta é coberta por dácron ou alginato de cálcio, isto porque o algodão interfere no crescimento da Bordetella pertussis. • O melhor método para isolamento de Bordetella está em semear o material em meio de Bordet-Gengou ou meio de Regan-Lowe, onde o primeiro permite a visualização da hemólise que é mediada pela toxina adenil ciclase, uma proteína que só é expressada quando a bactéria está em estado virulento, enquanto que no segundo não é possivel, por apresentar carvão e sangue de cavalo. • Incubar a 35-36°C, com oxigênio e suficiente umidade. • O isolamento pode ser obtido em média após 3-4 dias de incubação e as colônias observadas são minúsculas, acinzentadas, aspecto de “ gotinha de mercúrio”, ou de “pérola”. São oxidase positivas e não crescem em Agar chocolate. b) BRONQUIOLITE: É uma infecção do trato respiratório inferior que normalmente afeta crianças, ocasionando inchaço nas vias aéreas menores ou bronquíolos do pulmão, o que provoca a obstrução do ar nestas vias. Algumas bactérias também podem estar envolvidas como Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydia pneumoniae. c) PNEUMONIAS: Adquiridas na comunidade Hospitalares Streptococcus pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Legionella pneumophila Chlamydia psittaci Streptococcus agalactiae Haemophilus influenzae Klebsiella pneumoniae Staphylococcusaureus Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter spp. Streptococcus pneumoniae Legionella spp. Escarro e aspirado traqueal: adicionar ao material coletado igual volume de N- acetil-cisteína 1% (Fluimucil), agitar em vortex e incubar a 350C por 20 min ou à temperatura ambiente por no máximo 30 min. Escovado protegido: cortar a ponta da escova e colocá-la em um tubo contendo 1 mL de salina estéril. Agitar em vortex. Lavado Bronco-Alveolar: Agitar o material em vortex. Meios de Cultura: Ágar Sangue (AS); Ágar Chocolate (AC); Ágar MacConkey (MC). Tipo de Semeadura: alça calibrada de 0,001mL (1µL) e de 0,01mL (10µL); semeadura para contagem de colônia (tipo urina). O diagnóstico é radiológico e clínico sendo o último realizado com a coleta de escarro, aspirado de traqueostomia ou endotraqueal, aspirado transtraqueal (Suspeita de bactérias anaeróbias, paciente em coma, infecção não controlada e a coleta é realizada com auxílio de agulha, seringa e cateter), aspirado pulmonar e biópsia de pulmão. Há a realização de cultura quantitiva que apresenta os seguintes processos: Incubação: AS e MC 35-370C, 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h. AC 35-370C, 5% de CO2 (jarra com vela), 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h. Realizar a contagem das colônias. Multiplicar pelo fator da diluição considerando o volume da alça. Fazer a média das placas (2 alças). Identificar as bactérias que apresentarem crescimento conforme tabela Secreção traqueal (escarro) ≥ 106UFC/mL Parênquima pulmonar (biópsia) ≥106UFC/mL Lavado bronco-alveolar (coletado por broncoscopia) ≥104UFC/mL Lavado bronco-alveolar protegido (coletado por broncoscopia) ≥104UF/mL Lavado bronco-alveolar coletado às cegas (sem broncoscopia) ≥104UFC/mL Escovado protegido (coletado por broncoscopia) ≥103UFC/mL Escovado coletado às cegas (sem broncoscopia) ≥103UFC/mL d) e) TUBERCULOSE: causa por Mycobacterium tuberculosis,apresenta lesão escavada contendo grande quantidade de bactérias. São fatores de risco: Condições que produzem muco ou obstrução crônica (DPOC, câncer, etc); Imunossuprimidos e neutropênicos; Tabagismo; Imobilidade prolongada; Reflexo de tosse deprimido; Intoxicação por álcool; Idade avançada; Terapia respiratória com equipamento limpo de maneira inadequada. O diagnóstico é pelo histórico do paciente, pelo exame radiológico e pelo exame clínico. O exame clínico identifica a presença do M.tuberculosis, através dos seguintes processos: • Análise semi-quantitativa dos esfregaços de escarro corados pelo método de Ziehl- Neelsen. • Cultura: Meio de Löwenstein-Jensen (crescimento lento – até 30 dias), as culturas apresentam aspecto perolado e em forma de couve –flor. 5. IMUNO 1. PRINCÍPIOS DOS IMUNOENSAIOS: Segue o princípio da concentração de antígenos e anticorpos, onde uma concentração insuficiente faz com que o ensaio fique instável. A carga é fundamental para a interação atg – ac, na qual são produzidas interações fracas quando a carga é baixa e essas interações fracas fazem o imunoensaio oscilar. Ac em grande concentração no ensaio, permitem que haja competição entre os ab de maior e menor avidez , mas isso também estabiliza de modo mais eficiente, porém sem saber em quanto vai estabilizar. O excesso de ac pode acontecer quando se mergulha o tip da pipeta dentro do viel de ac e não limpa antes de adicionar ao ensaio. Os ensaios ideais devem conter concentrações da interação atg – ac equivalentes, estando o ensaio na zona de equivalência. O efeito pró zona acontece quando há ac em excesso e aparece em alguns ensaios independente da presença de boas práticas. Um exemplo é na sífilis secundária, a qual apresenta produção exarcerbada de ac de baixa densidade, os quais competem entre si, e não estabilizam o ensaio, promovendo resultado falso negativo. A sugestão é que se realize diluições seriadas do soro do paciente até 32 ou 40 vezes. Esse procedimento vale também para o teste do VDRL. Gestantes no primeiro trimestre de gestação apresentam alta concentração de ac inespecíficos, também sendo um efeito de pré-zona. Na toxoplasmose também efeito pró zona. O efeito pré zona é aquele que acontece antes do início da montagem da resposta imune, onde há baixas concentrações de ab, havendo, portanto, excesso de atg, provavelmente os presentes no kit do ensaio, no caso da pesquisa ser de ab. A. ENSAIOS COMPETITIVOS E NÃO COMPETITIVOS: Quando se utiliza um imunoensaio com determinado princípio e este apresenta problemas, não adianta trocar por outro imunoensaio com mesmo princípio, pois o problema se repetirá. É recomendável que troque o princípio do imunoensaio. Um exemplo é a triagem para HIV quando o resultado é negativo ou indeterminado. Não adianta repetir o ensaio com ELISA, pois imunoensaios de triagem e ELISA apresentam o mesmo princípio, não sendo eficaz. Os componentes dos imunoensaios são analito + material de captura+ material de detecção, podendo ser os dois últimos componentes reunidos em único componente. I. ENSAIOS COMPETITIVOS: São úteis no diagnóstico de doenças que requerem grande especificidade. Exemplos são a pesquisa por HCV, por marcadores tumorais, pois apresentam analito em pequena concentração e muitas moléculas com carga. Os ensaios competitivos não são quantitativos, pois a quantificação não é perfeita, já que os ensaios são baseados na avidez, e há diversas isoformas com maior ou menos avidez. Por isso que são empregados na pesquisa de marcadores tumorais, pois os diferentes pacientes podem apresentar diferentes isoformas do mesmo marcador. Nos ensaios competitivos mais cor significa que mais marcador se ligou, em vez do analito do paciente, portanto, quanto menos cor mais material do paciente se ligou. a) IMOBILIZAÇÃO DE ANTICORPOS: A a fase sólida é a que varia nos diferentes testes, podendo apresentar o ac fixo, e no kit se adiciona o analito e o marcador, onde o analito de maior avidez se ligará ao ac. Há a competição com cargas. Quando não há ligação atg – ac ou não há atg no analito, o teste está inadequado. Para aumentar a sensibilidade o ac de captura na fase sólida, primeiro se liga ao ac de captura secundário, mas em fase líquida o último é que capturará o analito. Para ensaios em fase líquida deve se incubar sob agitação e ao final da incubação todo o ac secundário se ligará ao primário. Com isso aumenta o sinal, pois 1 ac primário captura 2 ac secundários, capturando ao total 4 atg, mas um número grande de atgs como esse pode causar impedimento estérico. Persiste a competição entre analito e analito marcado, onde menos cor indica que há mais analito do paciente. Há grande avidez entre os acs primário e secundário. b) IMOBILIZAÇÃO DO ANTÍGENO: o atg está fixo na placa com adição do analito e do ac marcado, no qual o analito pode se ligar ao atg na placa ou ao ac marcado. O ideal é que o ac marcado se ligue ao complexo atg – analito, resistindo a eliminação pela lavagem. É um método indireto que permite a quantificação. Pode ser usado para a detecção de até 4 analitos, desde que sejam diferentes os ac marcados. c) MAPEAMENTO DE EPÍTOPOS: utiliza atg purificado com ac monoclonal marcado e ac monoclonal novo. Quanto mais cor menos ac monoclonal novo e o teste é negativo. Se purifica epítopos em mistura antigênica, na qual se seleciona determinado epítopo e este ainda pode ser testado para diferentes ac monoclonais, para saber qual é mais eficiente. Quanto maior o sinal menos do epítopo está presente.II. ENSAIOS NÃO COMPETITIVOS: São ensaios não recomendados para pequenos epítopos, pois há impedimento estérico. a) ENSAIO SANDUÍCHE DE 2 SÍTIOS: consiste em adição do ac de captura, adição do analito, período de incubação seguido de lavagem, adição do ac secundário, seguida de incubação e lavagem. É um teste que apresenta maior especificidade, pois o analito fica ligado. Utilizado na pesquisa de β HCG,o qual apresenta 6 aas, e um bom ac monoclonal primário consegue capturar com 9-18 aas, neste caso há um forçamento para que o ac se ligue a molécula, mas a ligação com o secundário não é garantida. b) ENSAIO SANDUÍCHE DE 1 SÍTIO: adição do ac de captura, o qual está fixo, adição do analito, seguida de adição do ac de captura em única etapa e posterior incubação. Neste tipo de ensaio há maior probabilidade de ocorrência de pré e pró zona. É ensaio rápido, empregado com teste de triagem. c) CAPTURA DE CLASSES DE IG: o mais moderno é em vez de detectar as classes, quantificar o ac, no qual um aumento maior que 40% representa doença aguda. O ac de captura do kit é destinado a determinada classe de Ig do paciente, onde este é adicionado, seguido do analito e do ac marcado. É um ensaio mais sensível, pois quanto mais ac estiver envolvido, maior a sensibilidade. Se o paciente apresenta muita Ig de uma determinada classe, mas não é específico para o ac que se procura o sinal obtido é baixo. d) IMUNOENSÁIOS PARA ATGS MOBILIZADOS NA FASE SÓLIDA: as frações proteicas do atg são previamente separadas em gel de poliacrilamida, transferidas para membrana de nitrocelulose, a membrana é bloqueada e se adiciona ac do soro do paciente, com posterior incubação. Após a incubação se adiciona ac marcados, os quais reconhecem os ac do soro do paciente. É o princípio do Western Blot. É importante separar as frações proteicas dos atg, pois a resposta imune é policlonal e reconhece diversas proteínas do atg, portanto, reconhece proteínas mais e menos específicas. O reconhecimento de proteínas mais específicas confere um diagnóstico mais confiável. Com atg isolados é mais fácil dos ac interagirem. Pacientes que realizam hemodiálise apresentam hiperatividade de linfócitos B, produzind ac inespecíficos, pois a cada vez que o sangue passa pelo equipamento de diálise há a ativação dos linfócitos T e dos linfócitos B. Pacientes com câncer também produzem muitos ac inespecíficos, bem como indivíduos que utilizam anabolizantes. Nos casos desses indivíduos há necessidade de imunoensaios mais específicos. e) ENSAIO PARA MOLÉCULAS PEQUENAS: para epítopos com grupo amina se adiciona biotina, a qual apresenta afinidade para grupos amina, e se liga aos ac de marcação, ou a própria biotina pode estar marcada a fim de promover a identificação. f) ENSAIO IODIMÉTRICO: é um ensaio caro, pois em todas as etapas se utiliza ac monoclonal de alta afinidade. Há a presença de ac primário fixo na placa, no qual o analito se liga. O ac idiotipo β se liga ao ac primário onde não houve ligação de analito, e o ac idiotipo α marcado se liga ao analito. É um teste altamente específico, sendo o que há de mais específico na atualidade. g) IMUNOENSAIO COM EPÍTOPO FIXADO NA FASE SÓLIDA(SPIE – IA): O glutaraldeído aumenta a força iônica, o que permite a ligação do que é altamente específico. Funciona como um bloqueio, pois os epítopos específicos se ligam e os demais precipitam. Aumenta a força iônica aumenta a especificidade. O tratamento com a solução álcool – ácida é para retirar o material específico que capturou, deixando – o em solução, onde o ac marcado pode capturar e fornecer o sinal de identificação. É uma técnica perigosa, pois dependendo do tempo e da temperatura, a ação do metanol pode levar a soltura do material preciptado. h) ENSAIOS DE LIGAÇÃO DE FASE LÍQUIDA: atgs na fase líquida interagem com ac conjugados com peroxidase e submetidos a coluna de troca iônica, a qual retém os ac não ligados, bem como os atgs não ligados, permitindo a eluição apenas do que apresenta carga neutra, que no caso é o complexo atg – ab. i) DETECÇÃO INDIRETA DE IMUNOCOMPLEXO: j) SISTEMA BIOTINA – ESTREPTOAVIDINA: é um ensaio muito sensível, mas não é específico, pois biotina e estreptoavidina interagem com quaisquer moléculas. Indicado para moléculas pequenas. Cada biotina captura 2 estreptoavidinas. No primeiro método há aumento do sinal de detecção. k) ENSAIO COM COMPLEXO ENZIMA – ANTI ENZIMA: l) ENSAIOS USANDO OUTROS TIPOS DE COMPLEXOS: O complexo enzima – anti enima ativa a enzima, a qual leva a clivagem de substrato, permitindo a emissão de luminescência. Possibilita uma quantificação precisa e exata, em função da atividade enzimática. 2. CONTROLE DE QUALIDADE DOS IMUNOENSAIOS: Para uso nos imunoensaios UI correspondem a 2,3 mg. Há problemas nos imuno ensaios que trabalham com diluições e o valor dado por diluição não deve ser comparado com o resultado de testes de quantificação. Os imunoensaios com diluição são o padrão ouro, no qual os demais ensaios devem ser compardos, mas em termos de funcionalidade. A sensibilidade mínima é quando o aparelho detecta e quantifica acima do zero. Sensibilidade máxima corresponde ao máximo que se pode quantificar, onde não muda a quantificação quando se saturam os detectores. Sensibilidade é diferente de especificidade. Quanto mais específico, menos sensível, pois busca-se algo muito específico em meio muito grande, o que demora muito para buscar (água por mais tempo reduz a força iônica) e isso ocasiona a perda da sensibilidade. Quanto mais sensível, menos específica. Precisão revela o quão de variação tem o imunoensaio, e os ensaios mais específicos apresentam maior variação. Ensaios mais sensíveis são utilizados para triagem, como triagem de banco de sangue, mas também para acompanhamento de tratameno, enquanto que ensaios mais específicos são utilizados para diagnóstico, como no teste antidopping. Para indivíduos com idade entre 22 e 50 anos os títulos de ac para doenças autoimunes são acima de 1:128, os quais são ac anti-nucleares, devendo-se usar padrão de fluorescência para se concluir o diagnóstico, pois paciente que realizam hemodiálise, pacientes com tuberculose apresentam títulos altos destes ac, mas não apresentam significativa fluorescência no plasma. A precisão está na repetição dos imunoensaios com resultados concordantes. Se um imunoensaio não é preciso, o mesmo não é específico e sim sensível. Não existe imunoensaio sem erro. Os erros sistemáticos podem ser corrigidos, como a troca de pipeta vagabunda por de melhor qualidade, cuidado para não deixar pipetas cairem no chão, evitar realizar o ensaio com pressa, dentre outros. Uma forma de minimizar erros de pipetagem é aspirar o volume, contar 5 segundos e dispensar, pois nesse tempo o líquido preenche as ranhuras da pipeta. Os erros randômicos são inerentes ao imunoensaio e dificil correção. Esses erros podem ser minimizados com o feedback do usuário ao fabricante do kit, a fim de promover aprimoramento. Outra sugestão é sempre procurar a versão mais nova do kit. Para se avaliar a sensibilidade e a especificidade pode –se testar amostras normais, controles positivos e negativos, amostra concentrada de 1000 à 10.000 vezes. Realizam –se diluições dessa amostra concentrada, e a cada diluição se testa e verifica se o resultado é concordante, avaliando a precisão. Geralmentena primeira leitura o resultado aparece muito alto ou muito baixo em função dos efeitos, respectivamente, de pró e pré zona, mas serve para determinar a sensibilidade máxima e mínima. Se seleciona a amostra desejada e vai aumentando a concentração até chegar à sensibilidade máxima. Conhecer a sensibilidade máxima é útil para avaliar marcadores de inflamação, como IL-17, a qual apresenta muitos picos. O imunoensaio deve ser validado para poder detectar reaçôes cruzadas, para isso se usa o analito, analito degradado e seus metabólitos para verificar se os mesmos interagem. Um grande problema relacionado a reações cruzadas acontece com hormônios, pois na cadeia β os 12 últimos aas são os diferenciadores dos hormônios, mas há possibilidade de reação cruzada devido a semelhança da cadeia α. Pode –se validar um método com o método referência, como acontece com a validação a partir do padrão ouro, pois o padrão ouro é o método mais antigo e que se conhece certamente todos os erros e como consertá-los. Alguns métodos que são usados como padrão ouro são Imunofluorescência, ELISA, Western Blot, aglutinação em látex, os quais em comparação com o ensaio a ser validado fornecem a informação de maior ou menor sensibilidade. Métodos moleculares como PCR também são empregados na validadção, bem como HPLC e cromatografia de troca iônica. Não se deve fazer lâminas de sangue guardado, apenas com sangue recém coletado. É recomendável que só utilize a biologia molecular, quando se sabe que ela funciona bem. Tendo como exemplos a Leishmaniose e a doença de Chagas, as quais não apresentam região estável. No diagnóstico imunológico a carga elétrica dos antígenos é diferente e o sistema imune forma ab específicos para ambos. Deve-se sempre procurar pelo efeito matriz. Matriz amostra é tudo presente no kit, menos o analito que se busca identificar. Deve-se ter cuidado quando o kit se destina a soro, sangue, urina e líquor, pois a matriz do kit é específica para cada matriz biológica, e caso a matriz biológica seja analisada em matriz errada há redução dos títulos de ac. Para observar o efeito matriz se compara a curva do tampão com a do diluente e observar o que acontece com o aumento da adição de analito à matriz amostra e observar se o mesmo pode ser detectado. Deve-se observar se há paralelismo entre as curvas da matriz sem e com analito, pois se estiverem paralelas significa que o imunoensaio apresenta menos interferências. O mesmo é válido para a curva dose – efeito com adição de matriz, mas nesse caso pode-se cruzar as curvas. A glicerina tamponada funciona evitando a formação de cristais de gelo, por isso se evita congelar e descongelar os eppendorf contendo glicerina. O calibrador monta curva com valores altos, baixos e negativos a fim de comparação. São materiais de referência e não servem para kits ou lotes diferentes, já que são substâncias químicas e não matrizes biológicas. Na fase pré - analítica há preparação do paciente, não precisando de jejum, mas deve- se evitar alimentos gordurosos, pois as macromoléculas podem interferir no imunoensaio. Exercício realizado em cima da hora da coleta de sangue também interfere no imunoensaio, bem como acordar no susto, pois em ambos os casos há aumento da produção de ac inespecíficos, interferindo em testes, princpalmente de triagem. É importante, quando o paciente é mulher saber a idade e a fase to ciclo menstrual, bem como se está grávida, pois a progesterona aumenta a produção de ac inespecíficos, bem como acontece com pacientes com tuberculose, toxoplasmose e realizando hemodiálise. Quanto a qualidade da amostra, deve-se descartar amostras com hemólise, exceto em caso de anemia hemolítica, pois os kits de imunoensaio não foram desenvolvidos para tabalhar com hemólise, já que a HB causa interferência. Fatores que causam hemólise são “dançar” com a agulha enquanto se procura a veia para puncionar, furar o paciente várias vezes, puncionar com seringa, pois não há a homogeneidade promovida pelo vácuo, bem como transporte até o laboratório submetido a muita oscilação. Não se descarta amostra ictérica, mas deve-se ser informada no laudo, pois pode ser isso o procurado. No entanto, muitos kits não foram desenvolvidos para trabalhar com icterícia. Não se descarta amostra lipêmicas, mas deve-se tratá-las retirando a lipemia por filtração. Deve-se relatar a presença de lipemia. Deve-se descartar amostras contendo cabelos, insetos, fungos, bactérias, que podem aparecer quando a análise é terceirizada. No laboratório clínico é necessário ter amostras que sejam padrão primário, onde o analito está puro e límpido. Deve existir um padrão primário para cada tipo de analito, mas estes são caríssimos, sendo utilizados apenas no desenvolvimento de kits. O pradrão secundário é, geralmente, soro de paciente com valor conhecido. Esse soro deve ser separados em eppendorfs e congelados com glicerina tamponada. São usados na rotina clínica para validação. Pacientes com soro contendo valores baixos são usados como padrão para valor mínimo. As amostras e os kits devem ser refrigerados, sem sofrer resfriamento excessivo ou aquecimento. Os kits apresentam indicador térmico que “acende” indicando que o kit está inadequado. Sempre deve-se realizar testes no kit antes da utilização, realizando curva de calibração logo que o kit for recebido, pois há a possibilidade de algum reagente estar inoperante. Tipos de águas utilizadas nos imunoensaios: Nenhum potenciômetro consegue medir a pH das águas de tipo I e II, pois são águas desestabilizadas ionicamente. A quantidade de material particulado deve ser muito pequena à inexistente. A fim de reduzir as interferências nos imunoensaios, deve-se inativar o sistema complemento, apesar dos kits apresentarem inibidores. Gestantes, pacientes com câncer e com doenças autoimunes produzem muitas proteínas do complemento, as quais devem ser inativadas. Biotina e outras enzimas endógenas, bem como conservantes interferem nos imunoensaios. Na análise de hormônios, mesmo que a pesquisa seja para a cadeia β, deve-se eliminar a cadeia α e seus metabólitos a fim de evitar reações cruzadas. Quantificar vitaminas e medicamentos é ruim, pois os seus metabólitos podem interferir no imunoensaio. Ex: se não tratar com NaOH amostra de Fenobarbital, haverá a formação de Pentobarbital, o qual é metabólito ativo. Outro exemplo são Anfetaminas, Clopromazina e Ciclamato que não são diferenciados a menos que aumente a força iônica, devem ser analisados preferencialmente por HPLC e por cromatografia de troca iônica. Para redução de reações cruzadas deve-se separar os ligantes antes de começar o imunoensaio, separar os ligantes inespecíficos. Tempo de incubação curto, bem como temperaturas muito baixas promovem reações inespecíficas, aumentando o tempo de incubação em mais ou menos 5 min. pode-se aumentar a especificidade. No entanto, quando o tempo de incubação excede o previsto já redução de água do sistema, com aumento de força iônica, desestabilizando o sistema. Para bloquear as reações cruzadas pode-se remover os interferentes conhecidos, como a retirada de ac anti T. saprofiticus, e depois se busca T. pallidum, idem para retirada de cortisona, quando se procura cortisol. O tipo III é a água presente na torneira, o tipo II são as águas destilada e deionizada e as águas de tipo I são de ultrafiltração e MiliQ. O tipo II pode ser usado em técnicas mais antigas como hemaglutinação, IF, aglutinaçãoem látex, etc. Há fabricantes que fornecem sua própria água nos kits. Anticorpos heterófilos como para idiotipo, onde a sua FAB reage com FAB de ac específicos, após a doença , a fim de realizar a neutralização e remoção desses. Há também ac fator reumatóide, o qual é IgM que captura os ac pela porção FC a fim de retirar imunocomplexos - são anticorpos multiespecíficos. Estes dois tipos de ac realizam intereferência nos imunoensaios. No laboratório clínico há ac anti fator reumatóide, o qual é usado para tratar as amostras, principalmente de suspeita de rubéola, sarampo, mononucleose, doenças que as vezes produzem fator reumatóide. Na dosagem de ac, a primeira Ig a ser montada, quando o atg adentra pelas mucosas é a IgA e não a IgM, sendo seguida de IgM e IgG. Fator reumatóide e ac de idiotipos são heteroanticorpos, os quais podem impedir a ligação do ac de captura, principalmente em ensaios de triagem. A fim de reduzir a interferência nos imunoensaios por via imunológicas é possivel utilizar ac de captura caprino e o fluoróforo de rato, o que é interessante, pois muitas pessoas já entraram em contato com rato e pode haver a produção de ac poliespecíficos e de idiotipo para rato. Os kits também podem apresentar FAB ligada a β-galactosidase, para que haja ligação apenas com o que apresenta alta afinidade. A fim de reduzir as interferências não imunes, pode-se tratar com PEG( 130 g/L de soro) no caso de nefalometria e turbidimetria (90 g/L), mas deve-se ter cuidado com excesso, pois este desestabiliza o ac e este não irá se ligar. Aquecimento do soro do paciente a 90ºC desnatura os ac inespecíficos, mas também os específicos. Para desnaturar apenas os inespecíficos pode-se usar detergentes. Diluir as amostras para nefalometria e turbidimetria reduz as interferências. 3.