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recuperação de áreas degradadas

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Prévia do material em texto

Luciana Andréa Pires
Recuperação de Áreas 
Degradadas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Pires, Luciana Andréa 
 
 ISBN 978-85-8482-613-1
 1. Degradação ambiental. I. Título. 
 CDD 363.7 
Pires. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 
2017.
 128 p.
P667r Recuperação de áreas degradadas / Luciana Andréa
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Tema 1 | Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados 
no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
Tema 2 | Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e 
Socioambientais
Tema 3 | Solo: Caracterização, Degradação e Recuperação
Tema 4 | Bases Ecológicas para Restauração de Áreas Degradadas
Tema 5 | Técnicas de Restauração Vegetal
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31
53
75
101
Sumário
Convite à leitura
Com o aumento da população, especialmente em áreas urbanas, e o 
fortalecimento do capitalismo, cujo modelo de produção maximiza a extração 
da mais-valia (seja de recursos humanos ou da natureza), criou-se um ciclo 
ascendente entre produção e consumo, sem a contrapartida do desenvolvimento 
de tecnologias que pudessem evitar os danos ambientais. Desse modo, passamos 
a conviver num mundo onde cada vez mais áreas encontram-se de alguma 
maneira degradadas, afetando diretamente a qualidade de vida desta e das futuras 
gerações. Nesse contexto, pode ser observado, nas últimas décadas, um aumento 
do interesse em pesquisas e atuações voltadas à restauração ambiental, foco desta 
disciplina. Neste primeiro tema, vamos apresentar termos e conceitos bastante 
difundidos nesta área, os quais você, futuro gestor, deve conhecer para que possa 
exercer a prática e a crítica em trabalhos neste âmbito de atuação. Ao fim da leitura 
deste caderno, você saberá reconhecer, por exemplo, quando uma área pode ser 
considerada como degradada, quais os principais processos de degradação, suas 
causas e consequências, se reabilitar, restaurar ou reflorestar uma área degradada 
significam a mesma coisa. A correta compreensão dos termos também facilitará a 
leitura dos demais temas da disciplina.
Tema 1
Degradação e Recuperação: 
terminologia e conceitos utilizados 
no contexto da ciência da 
recuperação de áreas degradadas
As alterações ambientais provocadas pelo homem em busca de seu bem-estar 
social têm ocasionado uma elevada degradação ambiental em diversas partes do 
mundo, trazendo uma série de problemas e ameaças à qualidade de vida para 
as populações humanas e de outras espécies. De acordo com o relatório da 
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2011), um 
quarto da superfície da terra já teve seu recurso de solo degradado. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), no Brasil, estima-se que 
aproximadamente 200 milhões de hectares de terra estão sem utilização 
ou ocupados por pecuária extensiva e de baixa produtividade, uma área que 
corresponde a três vezes o total da superfície atual ocupada por cultivos agrícolas 
(BRASIL/SAE, 2009). A improdutividade das terras já degradadas pressiona ainda 
mais o avanço da exploração sobre áreas preservadas, o que nos coloca em 
atenção para o fato de que mais degradação pode ser esperada adiante. 
Entre as principais causas de degradação ambiental, podemos citar a expansão 
agropecuária, especialmente quando realizada com práticas inadequadas como 
o cultivo intensivo do solo, superpastoreio, uso demasiado de fertilizantes, 
agrotóxico, e de irrigação, e a manipulação dos genomas das plantas (GLIESSMAN, 
2005); atividades silviculturais e exploração madeireira; mineração; a urbanização 
(construções civis, estradas), principalmente, por ser muitas vezes de forma 
desorganizada, sem planejamento em relação à disposição e ao tratamento de 
resíduos, drenagem e preservação de áreas verdes; as construções de complexos 
industriais (indústrias químicas e metalúrgicas) (SILVA, 2007). É conveniente também 
POR DENTRO DO TEMA
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
T1
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citar as causas subjacentes da degradação, tais como a pobreza, o crescimento da 
população, o mercado e comércio de recursos naturais, os padrões de produção 
e consumo (IPEF, 2016).
Afinal, o que é degradação?
Não é muito fácil definir o que é degradação, por ser, geralmente, um termo 
subjetivo. O que pode ser degradação para uma pessoa, aos olhos de outro 
observador pode não representar a mesma coisa. 
Em geral, os conceitos do termo “degradação” podem variar conforme a área 
de conhecimento em que está sendo identificada e a atividade em que esta é 
gerada (BITAR, 1997, p. 24). É comum relacionarmos a degradação com a perda de 
qualidade ambiental de determinada área, que leva em consideração as condições 
físicas, químicas, biológicas e socioculturais favoráveis para a sobrevivência dos 
indivíduos. Essa visão é assumida na Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, que 
institui a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA (artigo 3, inciso II) (BRASIL, 
1981), que entende como “degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa 
das características do meio ambiente”.
De acordo com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (IBAMA, 1990), a degradação ambiental é aquela que “ocorre quando 
há perda de adaptação às características físicas, químicas e biológicas de uma área, 
inviabilizando o desenvolvimento socioeconômico”, denotando a inter-relação 
entre esses aspectos.
No glossário da publicação do Instituto Florestal de São Paulo, Conceitos e 
definições correlatos à ciência e à prática da restauração ecológica, Aronson, 
Durigan e Brancalion (2011) definem “degradação” como:
[...] a simplificação ou modificação do ecossistema, causada 
por um distúrbio natural ou antrópico, cuja severidade ou 
frequência ultrapassa o limiar a partir do qual a recuperação 
natural do ecossistema não é possível em um período de 
tempo razoável. Dependendo do nível de degradação, ações 
de restauração ecológica ou reabilitação são necessárias para 
reverter a situação. 
Os autores alertam ainda que a degradação, geralmente, provoca alterações 
severas no ambiente, reduzindo a biodiversidade e os fluxos de bens e serviços 
ecossistêmicos. 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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De acordo com a FAO (2011), o conceito de degradação não se refere somente 
à degradação do solo e da água, mas a outros aspectos, como a perda de 
biodiversidade. De fato, o componente biótico, como a fauna e a flora, é o primeiro 
a ser atingido, visto que o desmatamento precede quase todas as formas de uso e 
ocupação do solo, e, a partir dele, a degradação dos demais componentes pode 
ser esperada. 
Em suma “o termo degradação ambiental engloba uma ou várias formas de 
destruição, poluição ou contaminação do meio ambiente” (BRASIL, 1997, p. 28), 
e como dito anteriormente, pode ser abordado e definido conforme o tipo de 
atividade antrópica que a causa, como será descrito adiante. 
Perturbação ou distúrbio ambiental
 São termos correlatos à degradação, caracterizados por Cairns(1986) 
como alteração resultante de atividades antrópicas e que não pode ser rapidamente 
corrigida; este autor distingue três situações de acordo com o caráter temporal: 
• Os distúrbios inesperados, por exemplo, aqueles que decorrem de acidentes 
ou falhas tecnológicas em indústrias.
• Os distúrbios ocorridos ao longo de um tempo significativo, tal como 
aqueles originados de descarga de efluentes industriais.
• Os distúrbios planejados, derivados, por exemplo, da mineração. 
Para finalizar esse tópico, veja o que pode ser considerado como degradação 
ambiental de acordo com Sanchez (2006), sendo que as características não são 
excludentes entre si:
• Perda ou inutilização de capital natural, como o provocado pelo 
desmatamento, extinção de espécies, poluição dos recursos hídricos, entre outros.
• Perda de funções ambientais em razão das alterações do ambiente, por 
exemplo, perda de produtividade agrícola em decorrência do mau uso do solo, 
redução na disponibilidade de água superficial ou subterrânea; perda da proteção 
das águas dos rios devido à retirada da mata ciliar. 
• Alterações na paisagem, que podem ser desde modificações do relevo (por 
exemplo, áreas intensamente mineradas), da fisionomia da vegetação nativa, até a 
presença de lixo, excesso de publicidade e prédios urbanos deteriorados.
• Riscos à saúde e à segurança das pessoas provocados, por exemplo, pela 
presença de moradias em encostas íngremes e instáveis, disposição irregular de 
resíduos e solos contaminados.
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Infelizmente, verificamos um ou vários desses processos constantemente, mas 
às vezes, por já estarmos “acostumados” com tal situação, não as reconhecemos 
nitidamente como uma degradação. Verifica-se, portanto, uma noção bem 
abrangente do termo, mas fica claro que se trata de uma adversidade, de um 
impacto ambiental negativo. Vale ressaltar que, embora não mencione a origem da 
degradação, usualmente, refere-se àquelas decorrentes da intervenção humana, 
sendo muito raro o emprego deste termo em situações provocadas por fenômenos 
ou processos naturais (BITAR, 1997, p. 24). 
É importante ressaltar que os termos degradação e impacto ambiental não 
são sinônimos, embora muitas vezes sejam assim utilizados. Veja a definição de 
impacto ambiental dada pela Resolução CONAMA n. 001, de 1986 (BRASIL, 1986): 
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma 
de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que 
direta ou indiretamente afetem:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
IV - a qualidade dos recursos ambientais.
Ao contrário da degradação, que sempre traz uma conotação pejorativa, o 
termo impacto ambiental pode se referir tanto aos aspectos negativos (como é 
subentendido na maioria das vezes, e nesse caso pode ser utilizado como sinônimo 
de degradação), mas também positivos (ou seja, determinada alteração antrópica 
pode trazer benefícios, como a melhoria das condições sanitárias, econômicas, 
dentre outros).
Vamos agora descrever os principais processos de degradação e as atividades 
antrópicas que a eles estão associadas. É importante ressaltar que praticamente 
toda interferência causa impactos negativos, mas quando realizada de forma 
irregular ou não planejada, estes com certeza serão intensificados.
Erosão e assoreamento dos corpos d’água
Você poderá notar que esses processos de degradação podem ser causados 
pelos diversos tipos de atividades antrópicas, especialmente quando realizadas 
de forma irregular, como o desmatamento, cultivos e pastagens, mineração, 
construção de obras e urbanização. 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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A perda da cobertura vegetal, especialmente a florestal, torna a precipitação 
irregular (já que reduz a evapotranspiração, componente de grande importância 
no ciclo hidrológico), impossibilita o filtro de sedimentos exercido pela vegetação 
(raízes e copas), aumenta o escoamento superficial e, por outro lado, reduz a 
infiltração de água para as camadas mais profundas, intensificando a erosão 
e o assoreamento dos corpos hídricos (FROTA, 2012; TOLEDO, 2014). Quando 
realizado em encostas, o desmatamento e a erosão são seguidos também de 
“escorregamentos” de terra. Um dos efeitos mais notáveis do assoreamento dos 
rios, especialmente em áreas urbanas, onde estes já sofrem alterações no seu 
curso, são as enchentes e inundações.
Agropecuária
O relatório de 2011 da FAO, intitulado O estado das terras e recursos hídricos 
do mundo para alimentação e agricultura, descreve um aumento muito maior da 
produtividade agrícola nos últimos 50 anos do que a área total de terra cultivada. 
Todavia, ressalta que para atender às exigências mundiais de segurança alimentar 
é fundamental melhorar as práticas de gestão do solo e da água, já que esta alta 
capacidade de produção das lavouras tem sido associada em algumas regiões à 
degradação dos recursos hídricos e do solo. 
O mesmo órgão alerta que essa forma de degradação é um dos grandes 
problemas a serem enfrentados pela humanidade, principalmente relativos à 
erosão, compactação, perda de matéria orgânica e de biodiversidade (FAO, 2011). 
Além destes, também podemos citar como processos de degradação causados 
pelas atividades agropecuárias a desertificação e salinização do solo em regiões 
mais secas (SAMPAIO; ARAÚJO; SAMPAIO, 2005), relacionadas à irrigação, e o 
acúmulo de metais pesados e outros produtos degradantes nas áreas onde se faz 
uso intensivo de fertilizantes, corretivos e pesticidas (CUNHA et al. 2008). 
Outras práticas inadequadas que potencializam os processos de degradação 
são os plantios sem utilizar as curvas de nível, superpastoreio e colheita excessiva, 
uso de maquinário intenso e desmatamento irregular (ex. retirada da mata ciliar e 
de encosta). 
 
Fonte: Hirama, 2008.
Figura 1.1 – Solo com erosão em Piracicaba (SP), processo que leva à improdutividade da 
terra
 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Mineração
No Manual de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração (IBAMA, 
1990), a degradação de uma área é caracterizada “quando a vegetação nativa e a 
fauna são destruídas, removidas ou expulsas, a camada fértil do solo é removida ou 
enterrada, e a qualidade do regime de vazão do sistema hídrico, alterada”. 
A mineração é uma atividade potencialmente de maior impacto negativo do 
que a agricultura, embora atinja proporcionalmente menor extensão de áreas, 
pois, adicionalmente à erosão e suas consequências mencionadas anteriormente, 
pode ocasionar a remoção do solo (por meio da escavação), a cobertura da 
camada fértil pela deposição de grandes quantidades de estéreis e rejeitos 
(que podem inclusive conter substâncias radioativas, metais pesados e outros 
poluentes), derrames de óleos, graxas, ácidos e outros produtos utilizados ao 
longo da operação, que levam à contaminação do solo e das águas superficiais 
e subterrâneas. Esses impactos negativos resultam do processo de exploração 
mineral e disposição de seus resíduos. Além disso, uma vez exaurido o minério, 
muitas vezes as áreas não são recuperadas de forma adequada, aumentando ainda 
mais os processos de degradação. Por exemplo, cavas remanescentes, parcial 
ou totalmente inundadas, servem como depósitos de resíduos e criadouros de 
vetores de doenças, oferecendo riscos às populações vizinhas (MECHI; SANCHES, 
2010; SCHMIDT; SILVA, 2000). 
Figura 1.2 – Desastreem Mariana (MG) após o rompimento da barragem de rejeitos de 
mineradora
Fonte: Alves/TV Senado, 2015.
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Urbanização e fatores associados 
• Disposição inadequada de resíduos industriais e urbanos: podem acarretar 
em degradação visual e estética, poluição do ar (emissão de gases do efeito 
estufa), das águas (superficiais e subterrâneas) e do solo, devido ao acúmulo 
de produtos tóxicos de elevada persistência no ambiente, como os poluentes 
inorgânicos (ex. metais pesados, como o chumbo, mercúrio e zinco) e orgânicos 
(tais como os derivados de petróleo). Quando a disposição dos resíduos é feita em 
encostas, acarreta ainda a erosão, escorregamentos de terra, assoreamento dos 
rios, e consequentemente, as enchentes. Em áreas de “lixões”, podem ser citados 
ainda os problemas sociais e de saúde humana, sendo foco de contaminação e 
de vetores de doenças infectocontagiosas (CUNHA; CONSONI, 1995; ALBERTE; 
CARNEIRO; KAN, 2005; JACOBI; BESEN, 2011). 
As áreas que receberam grandes quantidades de resíduos, mesmo após a retirada 
destes, podem ainda oferecer riscos iminentes devido aos produtos resultantes 
da sua decomposição, tais como o chorume, e especialmente o metano, que é 
explosivo (ALBERTE; CARNEIRO; KAN, 2005). 
• Ocupações irregulares 
As edificações em encostas, nas margens de corpos hídricos e mananciais, 
intensificam os processos de degradação (perda de biodiversidade, contaminação, 
erosão, assoreamento), colocando em risco a saúde e a segurança das pessoas, por 
exemplo, aumentando as chances de inundações, que podem ser intensificadas 
ainda pela baixa preservação de áreas verdes e impermeabilização dos solos. 
Embora muitas vezes associada aos assentamentos da população de baixa renda, 
o uso inadequado de áreas de interesse ambiental pela elevada susceptibilidade à 
degradação também pode ser observado, por exemplo, por edificações nobres, 
particulares ou mesmo públicas, em áreas de nascentes, margens de rios, topo de 
morros e outras áreas de preservação (FERREIRA; SAMPAIO; SILVA, 2005). 
No Capítulo 3 do seu livro-texto (ARAÚJO; ALMEIDA; GUERRA, 2007), você 
encontra maiores informações sobre os impactos negativos relacionados à 
urbanização.
• Obras relacionadas ao suporte de infraestrutura, como a construção de 
estradas, hidrovias, hidroelétricas, entre outras.
Áreas degradadas
Assim como o termo degradação, os conceitos atribuídos às áreas degradadas 
também podem variar, vamos descrever a seguir os mais difundidos. De maneira 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
T1
14
geral, podemos identificar uma área degradada quando (SANCHEZ, 2006):
• Os processos naturais estão em condições de desequilíbrio, impossibilitando 
seu uso sustentável. 
• Foram suprimidos elementos essenciais para a manutenção das funções 
ecológicas do ecossistema.
• Sofreram qualquer perturbação percebida como danosa ou indesejável.
• Ocorre a presença de substâncias perigosas para a saúde humana ou para 
o ecossistema e a comunidade associada. 
Neste último caso, a denominamos de áreas contaminadas, também chamadas 
de “sítios contaminados”, “terrenos contaminados”, “solos contaminados” e “solos 
poluídos”. Segundo o MMA (2016), 
Como discutido anteriormente, uma área pode ser contaminada, por exemplo, 
pelo depósito de resíduos industriais e urbanos, tais como áreas de lixões, postos 
de combustíveis e uso intensivo de herbicidas (PIRES et al., 2003).
Numa visão mais ecológica, vale a pena conhecer as seguintes definições, 
dadas por Kageyama (1994), que distinguiram “área degradada” como aquela que 
sofreu distúrbios intensos, com eliminação de seus meios de regeneração natural, 
e, portanto, incapaz de se reestabelecer sem a interferência humana, de “área 
perturbada”, considerada aquela que sofreu distúrbios, mas permaneceu com 
meios de regeneração natural. Essa distinção é importante de ser realizada, pois 
interfere diretamente nos meios de recuperação a serem utilizados em cada caso, 
como veremos oportunamente.
Recuperação de áreas degradadas e termos correlatos
 Na literatura voltada à recuperação de áreas degradadas podem ser 
encontrados diversos termos correlatos, tais como recuperação ambiental, 
reabilitação ambiental, remediação e restauração de áreas degradadas. Alguns são 
frequentemente utilizados como sinônimos, mas nem sempre significam a mesma 
coisa, guardando certas especificidades, diferindo especialmente no que tange 
aos objetivos pretendidos com as ações de recuperação. Portanto, é necessário 
conhecê-los para que possa emprega-los adequadamente. 
Os termos mais genéricos e equivalentes entre si são Recuperação ambiental e 
Recuperação de áreas degradadas, utilizados para designar a intenção de melhorar 
as condições ambientais de um ecossistema degradado, podendo ser incluídas 
ações de reabilitação ecológica ou restauração ecológica, que são distintas em 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
T1
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seus objetivos e técnicas. Portanto, por gerar ambiguidade com relação aos seus 
objetivos, o emprego desses termos (recuperação) deve ser evitado em projetos 
técnicos e instrumentos legais quando a discriminação da técnica a ser utilizada se 
faz necessária (ARONSON; DURIGAN; BRANCALION, 2011). 
[...] uma área contaminada pode ser definida como uma 
área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição 
ou contaminação causada pela introdução de quaisquer 
substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, 
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma 
planejada, acidental ou até mesmo natural. 
Na Lei Federal n. 9.985/2000 (BRASIL, 2000), conhecida como Lei do Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), o termo Recuperação 
é definido como a “restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre 
degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua 
condição original”. De acordo com o Decreto Federal n. 97.632/1989, relacionado 
à regulamentação de empreendimentos que se destinam à exploração de recursos 
minerais, “a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a 
uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do 
solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente” (BRASIL, 1989).
Note que a meta da recuperação é pouco especificada, ou seja, assume que 
uma área degradada pode ser recuperada mesmo que ao final ela se encontre 
com aspectos diferentes do ecossistema natural. Da mesma forma genérica, é 
definido o termo “reabilitação” de área degradada, que prevê o “restabelecimento 
das principais características da área, conduzindo-a a uma situação alternativa e 
estável, atribuindo a ela uma função adequada ao uso humano” (IBAMA, 1990). 
Esse termo é abundantemente utilizado quando se trata de recuperação de áreas 
mineradas e/ou em situações em que não é possível o retorno das condições 
originais do ecossistema, quando se torna a melhor (ou única) opção, por exemplo, 
em locais com nível de degradação elevado, como no caso de extração de grandes 
quantidades de minerais, os quais nunca mais retornarão ao local original. 
 Pode referir-se também à recuperação da produtividade de áreas de 
pastagens ou agrícolas por intermédio, por exemplo, de práticas agrícolas ou 
implantação de sistemas agrossilvopastoris. O enfoque das ações é no sentido 
de recuperar os processos e funções do ecossistema para aumentar o fluxo de 
serviços ambientais e benefícios às pessoas (SER, 2004). Diversos parques, tais 
como o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e a Pedreira Leminski, emCuritiba/
PR, são resultados de projetos de reabilitação de áreas degradadas por atividades 
de mineração. 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Figura 1.2 – Sistema Silvopastoril na Austrália. A implantação desses tipos de sistemas 
agrossilvopastoris pode constituir a reabilitação de uma área degradada
 
Fonte: Lamiot, 2009.
 
O objetivo mais específico está definido no conceito de Restauração, que 
prevê a “restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada 
o mais próximo possível da sua condição original” (BRASIL, 2000). Portanto, as 
ações devem considerar, além da estabilidade ambiental, aspectos relacionados à 
biodiversidade, tendo em vista atingir uma comunidade equivalente a que existia 
anteriormente à degradação, por exemplo, a recomposição de uma mata ciliar. 
Assim, diferentemente da reabilitação, o uso de espécies exóticas deve ser evitado 
durante as intervenções para recompor a vegetação. 
Note que a restauração possui, então, uma meta mais difícil de ser atingida, 
especialmente em ambientes originalmente com alta diversidade, visto que nem 
sempre será possível conseguir que os diversos atributos, tais como topografia, solo, 
vegetação, fauna, hidrologia, entre outros, voltem a apresentar as características 
existentes anteriores à degradação (TAVARES, 2008). 
Segundo Engel e Parrotta (2003), o termo restauração ecológica passou 
a ser mais claramente definido a partir da década de 1980, quando a ecologia 
da restauração se estabelece como ciência, e passou a ser o mais empregado 
mundialmente. Quando se trata de recuperação de áreas contaminadas, entre 
outros, por deposição de lixo, derramamento de óleo acidental ou por meios 
inadequados de contenção em postos de combustível, deve-se adotar o termo 
“Remediação”, que se refere a ações e tecnologias que visam eliminar, neutralizar 
ou transformar contaminantes presentes em subsuperfícies (solo e águas 
subterrâneas), empregando-se métodos de tratamentos predominantemente 
químicos e biológicos (ABNT, 1999). Os tratamentos podem ser empregados, in situ 
e ex situ, sendo que, segundo o MMA (2016), “para garantir a compatibilização do uso 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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futuro da área com a contaminação existente, destacam-se o tratamento térmico, 
solidificação, estabilização, biorremediação, fitorremediação, transformação 
química e atenuação natural”. 
Para saber mais sobre remediação e suas técnicas acesse o artigo de Anjos, 
Sánchez e Bertolino (2012), disponível nas referências ao final do tema. Apesar das 
tecnologias já disponíveis para remediação, poucas áreas são de fato reabilitadas, 
tal como registrado por Vasconcelos et al. (2014) em um levantamento sobre áreas 
contaminadas por postos de combustível no município de São Bernardo/SP. 
A escolha para recuperar uma área entre as ações de restauração, reabilitação ou 
remediação depende, especialmente, das condições locais, recursos econômicos 
e da legislação ambiental aplicável ao local, assunto que trataremos no nosso 
próximo tema.
Reflorestamento 
 Comumente observamos o emprego deste termo (Reflorestamento) como 
sinônimo de recuperação haja vista a importância da vegetação nesse processo; 
todavia, reflorestar tem um sentido genérico da atividade de plantar árvores em 
locais desmatados, que pode ser realizado tanto para fins de restauração ecológica 
(por exemplo, plantio de árvores nativas) quanto silviculturais (por exemplo, plantios 
homogêneos de espécies exóticas como o pinus e o eucalipto para posterior 
utilização de madeira), quando este termo é mais adequado. 
Depois de muito tempo, hoje é reconhecida a relação direta entre ambiente 
saudável e qualidade de vida, e que o único modelo possível de garantir condições 
adequadas para a nossa e as futuras gerações é através do desenvolvimento 
sustentável. Não podemos esperar a exaustão dos recursos naturais para 
começar a agir; além de reduzir o consumo, considerando os níveis elevados de 
degradação atual, torna-se evidente a necessidade de recuperar as áreas que já 
foram danificadas, degradadas ou destruídas, seja para aumentar sua produtividade 
(por meio de mecanismos de conservação do solo, por exemplo) ou para retornar 
à paisagem os ecossistemas e sua biodiversidade (e funções) associada. No Brasil, 
apesar do enorme montante de terras abandonadas, em processo de erosão ou 
subutilizadas, ainda é notável a expansão das fronteiras agropecuárias. Segundo 
estimativas, se tais áreas fossem recuperadas, no sentido de reabilitação, o país não 
necessitaria de novas áreas para agropecuária (IPEVS, 2012).
Vamos terminar este tópico com o seguinte questionamento, apontado por 
Cortez (2011, p. 5):
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Bacia do Rio Doce é monitorada após rompimento das barragens em Mariana 
- Youtube 
• A reportagem trata do desastre que ocorreu em novembro de 2015 
no município de Mariana/MG: o rompimento de duas barragens de rejeitos da 
mineradora Samarco, lançando um mar de lama, contendo inclusive substâncias 
tóxicas, em toda a bacia do Rio Doce, que ocupa parte dos estados de Minas 
Gerais e do Espírito Santo. Os estragos ainda estão sendo analisados, e há um 
alerta sobre a possibilidade de enchentes na região. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qWVXgP-NaSU>. 
Acesso em: 25 abr. 2016.
Piscicultura em áreas degradadas no município de Poxoréu/MT – TV RECORD 
MT 
• A reportagem expõe a experiência de reabilitação de áreas degradadas por 
mineração de diamantes realizada pelos proprietários rurais. Para isso, formaram 
uma associação e buscaram apoio dos programas de governo, especialmente 
aqueles voltados à agricultura familiar. Reabilitaram a área, ou seja, não tiveram 
a pretensão de restaurar o ecossistema tal como era antes da degradação, por 
intermédio de ações com a finalidade de estabilização do terreno e instalação 
de pesqueiros, já que na área fluía muita água. Dessa forma, conseguiram mudar 
a realidade local; onde a população antes só tinha como alternativa o garimpo – 
atividade altamente impactante e com pouco lucro para os garimpeiros – agora, 
com uma boa produtividade da atividade pesqueira, os moradores vislumbram 
uma melhor qualidade de vida. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A1LvwAvpoXc>. 
ACOMPANHE NA WEB
[...] quanto maior o conhecimento humano e o nível 
tecnológico de suas sociedades, maior seria a degradação 
dos ambientes ocupados por essas sociedades? A tecnologia 
mais causa impacto negativo ao meio ambiente ou pode ser 
uma ferramenta de recuperação para áreas e ecossistemas 
degradados?
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Acesso em: 25 abr. 2016.
Biorremediação
• O vídeo descreve resumidamente as técnicas de biorremediação, que 
consiste na utilização de seres vivos para despoluir água e solo contaminados por 
compostos tóxicos e persistentes, como petróleo, metais pesados e poluentes 
orgânicos. Essas substâncias estão presentes em diversos produtos que utilizamos, 
como agrotóxicos, derivados de petróleo (sacos plásticos, por exemplo), pilhas, 
detergentes, e podem chegar ao meio ambiente, afetando a saúde das pessoas e 
das outras espécies, via uso/descarte inadequados ou desastres ambientais, como 
derramamentos. Também são apresentados os distintos organismos que podem 
ser utilizados, in situ ou ex situ, para decompor ou tornar o poluente em uma 
forma não tóxica: bactérias, fungos e plantas (isso é chamado de fitorremediação). 
OBrasil, devido a suas condições climáticas, favorece o uso dessa tecnologia.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Td6hTIKsq2U>. 
Acesso em: 25 abr. 2016.
Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes, diz ONU 
(FELLET, 2011)
• A reportagem traz um alerta descrito no Relatório de Desenvolvimento 
de 2011 do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) 
sobre o fato de que se as atuais tendências de degradação ambiental no planeta 
persistirem, pode ser esperado, antes mesmo de 2050, uma redução no Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH), especialmente nos países em desenvolvimento. 
A deterioração do ambiente dificulta o acesso a bens e serviços essenciais, e afeta 
diretamente o aumento e a volatilidade dos preços dos alimentos, atingindo as 
pessoas mais pobres, as quais contribuem menos efetivamente para o problema, 
pois utilizam menos recursos para sobreviver. Entre os indicadores ambientais 
são citados o aumento das emissões de dióxido de carbono (que ocasiona 
modificações climáticas, intensificando o efeito estufa) e a perda de qualidade do 
solo, da água e da cobertura florestal.
Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/11/111102_
pnud_ambiente_jf.shtml>. 
Acesso em: 25 abr. 2016.
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Fitorremediação de solos contaminados com herbicidas (PIRES et al., 2003)
• O artigo apresenta um levantamento sobre as técnicas de fitorremediação, 
que consiste na descontaminação de solo e água de poluentes tóxicos orgânicos 
e inorgânicos por meio de plantas. O enfoque é dado para a remediação de solos 
contaminados pelo uso de herbicidas. As plantas são selecionadas de acordo com 
diversos atributos relacionados à capacidade, natural ou desenvolvida, de degradar, 
tornar menos tóxicos ou inócuos os poluentes. É chamado de fitodegradação 
o mecanismo em que a planta metaboliza a substância em um composto 
menos tóxico ou inócuo (por exemplo, incorporando os compostos orgânicos 
tóxicos em seus tecidos ou liberando ao ar por meio da volatização), enquanto 
a fitoestimulação é o mecanismo em que a planta libera exsudatos pelas raízes, 
que estimulam a atividade microbiana ao redor para que essas possam agir sobre 
os poluentes. O uso das plantas para fitorremediação pode ser in situ e ex situ, 
quando o tratamento é realizado fora da área contaminada, sendo já conhecidas 
algumas plantas daninhas e espécies agrícolas que possuem características 
fitorremediadoras.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/pd/v21n2/a20v21n2.pdf>. 
Acesso em: 25 abr. 2016.
Manual de Impactos Ambientais: orientações básicas sobre aspectos 
ambientais de atividades produtivas (BANCO DO NORDESTE, 1999)
• Neste manual estão descritos os principais impactos negativos oriundos 
das atividades produtivas no Brasil. Para cada uma delas, são apresentados os 
aspectos mais relevantes a serem considerados numa análise ambiental, bem 
como são sugeridas medidas que possam minimizar, mitigar ou compensar os 
danos causados. É importante ressaltar o cuidado em relação às leis expostas no 
Manual, visto que podem ter sido alteradas, como é o caso do Código Florestal: na 
época da publicação, vigorava o criado em 1965 (Lei n. 4.771/1965), e agora temos 
o novo Código, Lei n. 12.651/2012. Constitui como um bom material de apoio 
para estudos e práticas voltadas à análise de impactos ambientais por atividades 
antrópicas. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/
manual_bnb.pdf>. 
Acesso em: 25 abr. 2016.
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará 
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os 
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
Disponível em: <http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/13/economia-ambiental.hmtl>. Acesso em: 08 abr. 
2016).
Explique como a degradação ambiental pode afetar negativamente a qualidade de 
vida das populações humanas, e como podemos, pessoalmente, contribuir para 
minimizá-la. 
Questão 2
Muitas vezes, os termos utilizados no âmbito da gestão ambiental fazem parte 
de um vocabulário comum. No entanto, é relevante que os profissionais da 
área conheçam com clareza os conceitos de determinadas expressões, como 
degradação, contaminação ambiental, entre outras. Analise as sentenças a seguir 
e assinale a que expressa adequadamente o termo e o conceito associado.
a) O conceito de “degradação ambiental” refere-se à perda dos recursos naturais, 
AGORA É A SUA VEZ
As mudanças ocorridas no meio ambiente acompanham a 
evolução do ser humano enquanto ser social. Essas mudanças 
ocorrem no uso de novos meios, novas tecnologias e novas 
técnicas tanto referentes à produção econômica quanto a 
mecanismos para a melhoria do bem-estar social. Entretanto, 
algumas dessas mudanças vêm provocando problemas para 
a sociedade e, dentre essas, um grande destaque dentro 
do debate sociopolítico atual é a questão da degradação 
ambiental (PINTO M. N.; CORONEL, D. A. A degradação 
ambiental no Brasil: uma análise das evidências empíricas. 
Observatorio de la Economía Latinoamericana, n. 188, 2013. 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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sem implicações com os aspectos socioeconômicos. 
b) Os termos Degradação, Poluição e Impacto ambiental são sinônimos, podendo 
ser utilizados indistintamente. 
c) Pode ser considerada como degradação da qualidade ambiental a alteração 
adversa das características do meio ambiente.
d) São consideradas como áreas degradadas apenas aquelas com presença de 
poluentes no solo e na água. 
Questão 3
A literatura técnica e os textos da legislação ambiental brasileira em vários 
níveis deixam dúvidas e contradições sobre as definições exatas dos termos: 
recuperação, reabilitação e restauração, que em muitos casos são apontados 
como diferentes, e em outros, como sinônimos. [...] Observa-se que os termos 
recuperação, reabilitação e restauração têm sido usados não apenas nos aspectos 
que caracterizam suas execuções, mas principalmente em função dos seus 
objetivos e metas. De modo geral, os termos se referem ao caminho inverso à 
degradação e é importante para facilitar a comunicação entre os interessados na 
escolha do processo a ser adotado na área degradada. 
(Adaptado de: <http://files.woodtechnology.webnode.com.br/200000217-c42dcc5283/
Recupera%C3%A7%C3%A3o,%20Restaura%C3%A7%C3%A3o%20e%20Reabililta%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 
15 jul. 2015.)
De acordo com o vocabulário técnico e as definições dadas na Lei do SNUC 
(2000), analise as afirmativas a seguir, colocando Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto 
ao uso correto dos termos recuperação, reabilitação e restauração.
( ) A recuperação de uma área é definida como a “restituição de um ecossistema 
ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição 
original”. 
( ) A restauração ambiental é definida como a restituição de um ecossistema ou 
de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode 
ser diferente de sua condição original. 
( ) A reabilitação de uma área pode consistir na recuperação da produtividade de 
pastagens degradadas mediante o uso de técnicas relacionadas à conservação do 
solo. 
( ) A transformação de antigas pedreiras em parques recreativos, como o Ibirapuera, 
em São Paulo, é um exemplo clássico dos resultados da prática das ações de 
restauração ambiental. 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciênciada recuperação de áreas degradadas
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Agora, assinale a sequência correta:
a) V – V – F – V. 
b) V – V – F – F.
c) F – V – V – V.
d) F – F – V – F.
Questão 4
Dentro da biorremediação insere-se a fitorremediação, que é uma “alternativa aos 
métodos convencionais de bombeamento e tratamento da água, ou remoção 
física da camada contaminada de solo, sendo vantajosa principalmente por 
apresentar potencial para tratamento in situ e ser economicamente viável” (PIRES, 
Fábio Ribeiro et al. Fitorremediação de solos contaminados com herbicidas. Planta 
daninha, v. 21, n. 2, p. 335-341, 2003. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pd/v21n2/a20v21n2.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2016.
Descreva: 
a) biorremediação; 
b) tratamento in situ; 
c) dois mecanismos possíveis de ação da fitorremediação: fitodegradação e 
fitoestimulação.
Questão 5
Verifica-se que o aumento da produção agrícola tem ocorrido às expensas de 
aumentos da produtividade, utilizando, além de outras técnicas, o uso intensivo 
do solo, uma vez que na agricultura moderna existe a preocupação da escala de 
produção, o que leva ao emprego da mecanização intensiva [...] mesmo adotando-se 
tecnologia compatível com a monocultura, resultando em produtos padronizados 
e lucro certo, torna-se, todavia, frágil em relação às pragas e doenças, promovendo 
maior risco ambiental. O uso intensivo da mecanização, mais fertilizantes e 
agrotóxicos, compromete a cobertura do solo, as bacias hidrográficas e demais 
ecossistemas, afetando a sustentabilidade ecológica, com significativa tendência à 
degradação ambiental”. (Fonte: CUNHA, Nina Rosa da Silveira et al. A intensidade 
da exploração agropecuária como indicador da degradação ambiental na região 
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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dos Cerrados, Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, Brasília, v. 46, n. 2, p. 
291-323, 2008. 
Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/resr/v46n2/v46n2a02.pdf>. Acesso em: 08 abr. 2016.
Descreva os principais processos de degradação ocasionados pelas atividades 
agropecuárias, destacando as práticas inadequadas que os potencializam.
Neste tema discutimos como a degradação ambiental altera o meio físico e 
biológico, reduzindo ou inviabilizando o desenvolvimento socioeconômico, 
podendo ser causada pelas diferentes atividades antrópicas, em especial aquelas 
relacionadas a agropecuária, mineração, disposição de resíduos, uso e ocupação 
humana irregulares. A perda da biodiversidade, erosão, assoreamento de corpos 
hídricos, contaminação da água e do solo estão entre os principais processos 
de degradação, colocando em riscos às populações humanas e das demais 
espécies. Você também conheceu os distintos termos associados à recuperação 
de áreas degradadas: reabilitação, restauração e remedição, diferenciados e 
utilizados conforme as condições da área degradada e das metas pretendidas 
para uso futuro do local. Entre estes, o mais ambicioso é a restauração ambiental 
que visa o retorno de um ecossistema o mais próximo ao original, enquanto a 
reabilitação prevê uma maior estabilidade ambiental sem a preocupação em torno 
de biodiversidade. Já em situações de contaminação, há necessidade de se fazer 
a remediação ambiental por meio de técnicas biológicas ou físico-químicas para 
retirar, imobilizar ou tornar menos tóxico ou inócuo os poluentes. A respeito disso, 
as metas que caracterizam cada uma dessas concepções também devem ser 
observadas em relação às exigências impostas pela legislação ambiental, da qual 
trataremos no nosso próximo tema. 
Até lá.
FINALIZANDO
Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
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Contaminação: Introdução, no meio, de elementos em concentrações nocivas à 
saúde humana, tais como organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou radioativas 
(MMA, 2016). Este termo, ao menos na área da saúde, é muitas vezes utilizado como 
sinônimo de poluição.
Espécie exótica (ou não nativa): Para uma determinada região biogeográfica, 
uma espécie oriunda de alguma outra região e que ali não ocorre naturalmente. 
Compreende espécies cultivadas (ornamentais ou comerciais) e espécies invasoras 
(ARONSON; DURIGAN; BRANCALION, 2011). 
Estéreis: Substâncias minerais que não têm aproveitamento econômico geradas 
durante a extração do minério (lavra). 
GLOSSÁRIO
T1
30 Degradação e Recuperação: terminologia e conceitos utilizados no contexto da ciência da recuperação de áreas degradadas
Mata ciliar: Vegetação situada às margens dos rios e mananciais, também chamada 
de vegetação ribeirinha, mata de várzea, mata de galeria. 
Meio ambiente: Segundo a PNMA (Lei Federal n. 6.931/1981), designa o “conjunto 
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Rejeitos: Minerais descartados durante o beneficiamento do minério, por terem alta 
incidência de defeitos ou impurezas.
Serviços ecossistêmicos: Produtos e processos naturais promovidos pelos 
ecossistemas que contribuem direta e indiretamente para a vida humana, tais como 
purificação do ar e da água, alimentos etc. 
Sistemas agrossilvopastoris: Sistema que integra, numa mesma unidade de área, 
árvores (por meio do plantio, regeneração ou manutenção de indivíduos já existentes 
no local) com lavouras e pastagens. 
Tema 2
Por que Recuperar Áreas 
Degradadas? Aspectos Legais e 
Socioambientais
Não é de hoje que a humanidade se preocupa em recuperar áreas degradadas, 
especialmente quando seus efeitos atingem diretamente a população. Na 
antiguidade, os povos romanos, gregos e persas já sofriam com problemas 
relacionados à escassez de água e perda de terras produtivas devido à erosão do 
solo, sendo esses problemas apontados como causas que colaboraram para a 
queda e supressão de grandes civilizações. Até mesmo os problemas ambientais 
urbanos, tais como os relacionados aos resíduos gerados pelas grandes populações 
e a higiene, também não são recentes, sendo registrados desde a Idade Média 
(LIEBMANN, 1979). Entretanto, é evidente que a frequência, extensão e grau de 
degradação ambiental do planeta vêm aumentando a níveis alarmantes em função 
não apenas do elevado número de pessoas a “consumir” os recursos naturais, 
mas também do elevado poder de destruição dos mecanismos e tecnologias 
utilizados nas atividades antrópicas. Por isso, o desenvolvimento sustentável torna-
se fundamental, lembrando que este conceito, além dos pilares econômico, social 
e ambiental, inclui os direitos humanos, tal como o direito a um meio ambiente 
limpo e seguro, que deve ser assegurado para as gerações futuras (ELKINGTON, 
2001, p. 99).
Nesse contexto, é evidente a importância da recuperação de áreas degradadas, 
legitimada pela ética que devemos ter em relação à nossa e às demais espécies, 
pelos benefícios diretos e indiretos gerados pelos ecossistemas em equilíbrio e 
para o cumprimento das exigências legais, que passaremos a discutir a seguir.
POR DENTRO DO TEMA
T2
32 Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
Retorno dos Serviços Ambientais (ou serviços ecossistêmicos): benefícios 
econômicos diretos e indiretos
O estímulo à recuperação de áreas degradadas pode ser dado primeiramente 
pela admissão de que a destruição dos ecossistemas está interferindo diretamente 
em nossa própria possibilidade de existência, pois estamos perdendo qualidade de 
vida por não poder mais contar plenamente com os elementos da biodiversidade 
e com os serviços ambientais proporcionados pela natureza. 
Podem ser reconhecidas quatro categorias de bens e serviços dos ecossistemas: 
serviços de provisão, regulação, suporte e cultural, tais como: abastecimento 
de água para consumo direto e indireto (por exemplo, funcionamento de 
hidroelétricas); controle de enchentes; manutenção do clima (sequestro de 
carbono, manutenção do ciclo hidrológico e de nutrientes); proteção do solo 
e controle de erosão, inclusive eólica; polinização de cultivos; fornecimento de 
espaços para atividades recreativas, intelectuais e espirituais (ARONSON et al. , 
2011; MMA, 2011). 
Dentre os ecossistemas com funções ecológicas mais reconhecidas, visto o 
efeito da degradação atingir diretamente o ser humano, podem ser citadas as matas 
ciliares, que recebem este nome devido à equivalência da função de proteção 
exercida pelos cílios aos olhos. As matas ciliares são encontradas em todos os 
biomas brasileiros, embora com composição e estrutura distintas em cada um 
deles. Elas agem diretamente na regulação da quantidade e qualidade da água, já 
que contribuem para conter enxurradas devido à barreira física, protegem as redes 
de drenagem e aumentam a infiltração de água no solo devido à camada de raízes, 
além de ajudar a reter os sedimentos, agrotóxicos e excesso de nutrientes oriundos 
do uso de fertilizantes. Quando preservadas, ou recuperadas, as matas ciliares 
formam naturalmente corredores de biodiversidade, ampliando as chances de 
conservação das populações de espécies da fauna e da flora. 
A recuperação de áreas degradadas também pode trazer benefícios econômicos 
diretos, tais como os listados a seguir:
• Aumento da produtividade da colheita (considerando tanto o retorno 
obtido através da recuperação de solos aráveis degradados como a manutenção 
de polinizadores próximos a área de cultivo através da recuperação de vegetação 
nativa).
• Redução de gastos com fertilizantes no caso de reabilitação de áreas de 
cultivo ou pastagens degradadas.
• Fornecimento de produtos florestais comercializáveis, tais como frutos, 
resinas, mel.
T2
33Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
• Fornecimento de madeira (exceto no caso de Áreas de Preservação 
Permanente (APP) restauradas, onde, em geral, não pode ser extraída).
• Lucros obtidos com a utilização de área recuperada para fins recreativos.
• Obtenção de incentivos e pagamentos ao reflorestamento como forma de 
promover o “sequestro de carbono” e, dessa forma, contribuir para a redução do 
efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global. Isso porque as árvores, 
durante o processo de fotossíntese, retiram carbono da atmosfera, em forma de 
CO
2
, e o incorporam à sua biomassa (troncos, galhos e raízes). Várias empresas e 
eventos que emitem grandes quantidades de gás carbônico (CO2) têm realizado 
compensações (ou neutralizações) ambientais por meio do financiamento de 
projetos de recuperação de áreas degradadas. 
O plantio de árvores para o “sequestro de carbono” também está incluso como 
um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que é um dos mecanismos de 
flexibilização criado no Protocolo de Quioto como forma de contribuir para reduzir 
as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa. O MDL permite a certificação 
de projetos de redução de emissões nos países em desenvolvimento e a posterior 
venda das reduções certificadas de emissões – RCEs –, também chamadas de 
“créditos de carbono”, para os países desenvolvidos como modo suplementar para 
cumprirem suas metas de reduçãopreconizadas nos acordos climáticos. No Brasil, 
os créditos de carbono são negociados em leilões promovidos pela BM&FBOVESPA 
a pedido de entidades públicas ou privadas, sendo um dos países expoentes na 
participação desse mercado (MMA, 2012). 
O Brasil já aprovou projetos de reflorestamento para gerar créditos de carbono 
no mercado regulamentado pelo Protocolo de Quito, todavia, não é muito simples 
nem muito promissor, sendo exigidos altos custos de investimentos, diversos 
procedimentos e grandes áreas para que possam valer a pena economicamente. 
Já no mercado informal de “créditos de carbono”, os projetos de recuperação de 
áreas são mais promissores (MMA, 2011).
Níveis críticos de degradação, perda de biodiversidade e ética
O interesse em recuperar áreas degradadas poderia ser apenas pela ética que 
devemos ter de que todas as espécies têm o direito de existir. Hoje a perda e 
a fragmentação de habitats naturais são consideradas as principais causas de 
extinção de espécies no planeta. No Brasil podemos citar a Mata Atlântica, que 
foi altamente desmatada e fragmentada, contando atualmente com apenas 7% de 
sua vegetação original, distribuída, em grande parte, em pequenos remanescentes, 
isolados entre si (VARJABEDIAN, 2010). No artigo de Seoane et al. (2010) você 
encontra a descrição dos efeitos provocados pela fragmentação. 
T2
34 Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
A rápida e contínua degradação ambiental que estamos vivenciando está levando 
ao esgotamento (ou perda de função) dos recursos naturais e ao desequilíbrio 
socioambiental, sendo cada vez mais necessário (e com maior intensidade) 
interferências antrópicas no sentido de recuperar o meio ambiente degradado. 
Isso porque estamos afetando diretamente o poder de assimilação dos impactos 
e a autorrecuperação da natureza, ou seja, os ecossistemas estão perdendo sua 
capacidade de resistência e de resiliência, definidas, respectivamente, como a 
capacidade de sobreviver ao distúrbio sem perder suas propriedades e processos, 
e a capacidade de recuperar ao longo do tempo suas condições anteriores ao 
distúrbio, sem intervenção humana. 
Antigamente, devido à menor utilização do solo (incluindo menor intensidade 
de uso sobre determinada área, bem como mais áreas naturais disponíveis), a 
recuperação de uma área poderia ocorrer mais facilmente do que hoje. Por 
exemplo, uma grande clareira aberta numa floresta para atividade agrícola por certo 
período e depois abandonada, num tempo relativamente curto, se restabeleceria, 
denotando sua resiliência. Agora, imagine a seguinte situação: grandes áreas 
degradadas pelo uso intenso do solo, sem a presença de remanescentes florestais 
próximos. Como tal área poderia se recuperar sem a interferência humana? De 
onde poderiam vir as sementes das espécies florestais?
A restauração ambiental permite ampliar os habitats, restaurar a biodiversidade 
em remanescentes degradados, bem como interligá-los, por meio da implantação 
de corredores ecológicos (faixas de vegetação), contribuindo para aumentar o 
trânsito das espécies e o fluxo gênico entre as populações, e consequentemente a 
conservação da biodiversidade.
Figura 2.1: Corredor Florestal – Pontal do Paranapanema
Fonte: IPÊ/Laury Cullen Jr., 2015.
T2
35Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
Cumprimento da legislação ambiental
A despeito da importância dos motivos anteriormente discutidos, a maioria dos 
projetos de recuperação é executado atualmente a fim de atender às exigências 
legais e, dessa forma, reduzir custos com multas ou outras penalizações, como 
acesso a créditos, financiamentos etc. 
O Brasil possui uma legislação ambiental avançada, contando com diversos 
instrumentos que visam à proteção do meio e à regulação das atividades antrópicas, 
potenciais fontes de degradação do meio ambiente. A União tem a responsabilidade 
de fixar as leis de caráter geral, complementadas por leis mais específicas dos 
Estados e Municípios. Por isso, as legislações estaduais e municipais podem ser 
mais restritivas do que as federais, mas nunca ao contrário. 
Você, futuro gestor, deve ficar atento à legislação das três esferas quando for 
realizar algum trabalho sobre a recuperação para que possa atendê-las a contento. 
Vamos aqui apresentar os principais instrumentos legais no âmbito nacional. 
A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 225, que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e 
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
[...]
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado 
a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei. 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, 
a sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. (BRASIL, 1988, p. 1).
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) - Lei n. 6.938/1981
Diante da necessidade crescente de compatibilizar o desenvolvimento 
socioeconômico com a qualidade ambiental, em 1981 foi criada a Política Nacional 
do Meio Ambiente. Entre os instrumentos mais eficientes por ela assegurados, cabe 
T2
36 Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
mencionar a exigência do licenciamento ambiental, bem como da avaliação de 
impacto ambiental, para atividades que efetiva ou potencialmente possam causar, 
sob qualquer forma, degradação ambiental. Além dos estudos de impacto ambiental 
(EIA), dependendo do caso, o órgão ambiental pode exigir, como subsídios ao 
processo de decisão, outros documentos, tais como o relatório ambiental (RIMA), 
plano e projeto de controle ambiental, plano de manejo e o plano de recuperação 
de área degradada (BRASIL, 1981).
O dever de recuperar áreas degradadas está mencionado diretamente nos 
artigos 2 e 4, como segue:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições 
ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida 
humana, atendidos alguns princípios (BRASIL, 1981; Art. 2º)
Entre os meios para atingir esse objetivo está a recuperação de áreas degradadas 
(Art. 2º, inciso VIII). Também são citados como objetivos a “preservação e restauração 
dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade 
permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à 
vida” (Art. 4, Inciso VI).
O Decreto n. 97.632/1989 que regulamenta a recuperação de áreas citada no 
Artigo 2 da PNMA, descreve que:
[...] os empreendimentos que se destinam a exploração de 
recursos minerais deverão, quando da apresentação do 
Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório do Impacto 
Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental 
competente, plano de recuperação de área degradada 
(BRASIL, 1989)
Cita ainda que:
Lei de Crimes Ambientais - Lei n. 9.605/1998 
Esta lei foi criada como forma de consolidar a legislação ambiental e penalizar 
os infratores que danificam o meio ambiente (BRASIL, 1998). As penas podem 
ser bastante rígidas quando os atos lesivos ao ambiente acarretam perigo à vida 
humana, animal ou vegetal, podendo consistir de multa ou pena de um a três 
T2
37Por que Recuperar Áreas Degradadas? AspectosLegais e Socioambientais
anos de reclusão, tempo que pode ser estendido dependendo das condições de 
agravo. É possível que a pena privativa de liberdade, dependendo das condições 
legais, seja substituída pelo custeio de projetos e programas ambientais, tais como 
de recuperação de áreas degradadas. Após essa lei, pôde ser observada uma maior 
fiscalização no campo e aumento das denúncias evocadas pelo Ministério Público, 
lembrando que o poder público também pode ser passível de penas. 
O Decreto n. 3.420/2000 dispõe sobre a criação do Programa Nacional de 
Florestas (PNF), que visa, entre outros objetivos, “fomentar as atividades de 
reflorestamento, notadamente em pequenas propriedades rurais” e recuperar 
florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas alteradas (BRASIL, 
2000).
Código Florestal
Uma das leis mais atuantes no âmbito da restauração de áreas degradadas no 
Brasil é o Código Florestal Brasileiro, que foi a primeira lei voltada à regulamentação 
do uso do solo e conservação dos ecossistemas naturais. Ela foi criada pelo 
Decreto n. 23.793/1934, época de plena expansão da agricultura, especialmente 
do café nos estados do sul e sudeste. A preocupação era o elevado desmatamento 
que ocorria nas propriedades rurais, o que levava a uma escassez de lenha – fonte 
de energia bastante utilizada na época – e a problemas relacionados à falta de 
água, sendo exigido, portanto, que cada propriedade mantivesse um percentual de 
vegetação nativa. Este Código foi editado em 1965 através da Lei n. 4.771/1965, que 
passou a considerar todas as vegetações existentes no território nacional como 
bens de interesse comum a toda a população brasileira (BRASIL, 1965). Nessa Lei 
também são definidas, em substituição as então denominadas florestas protetoras, 
as APP e Reserva Legal (RL), que podem ser consideradas como uma das principais 
formas de proteção ambiental atualmente.
Após inúmeras polêmicas, o Código de 1965 foi substituído pela Lei n. 12.651, 
de 25 de maio de 2012 (BRASIL, 2012), conhecida como novo Código Florestal, 
e alterado pela Lei n. 12.727, de 17 de outubro de 2012, mantendo as principais 
diretrizes, tais como a obrigatoriedade de conservação ou recomposição das áreas 
de preservação permanente e reservas legais (Artigos 7º e 17º), no entanto, foi 
flexibilizado em algumas situações, especialmente relativas às áreas consolidadas 
[...] a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio 
degradado a uma forma de utilização, de acordo com um 
plano preestabelecido para o uso do solo, visando a obtenção 
de uma estabilidade do meio ambiente. (BRASIL, 1989).
T2
38 Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
e pequenas propriedades ou posses rurais (agricultura familiar). Vejamos alguns 
aspectos do novo Código Florestal (Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651compilado.htm>, acesso em: 11 jun. 
2016) que são importantes para nossa disciplina, sendo indispensável a leitura 
deste. 
No Artigo 3º são definidas as APP e RL. Veja: 
Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta 
ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de 
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de 
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das 
populações humanas (BRASIL, 2012, art. 3º, inciso II). 
No artigo 4o estão descritas as áreas que são consideradas como Área de 
Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, tais como as margens dos 
rios (numa faixa de no mínimo 30 a 600 metros dependendo da largura destes), 
nascentes (no raio mínimo de 50 metros). Cabe ressaltar que, no Código de 1965, 
os rios eram medidos a partir do nível mais alto em faixa marginal, passando 
agora a serem calculados a partir da borda da calha do leito regular, o que na 
prática, diminui o tamanho dos rios, e, portanto, a largura de vegetação à margem 
requerida. Também foram excluídas como APPs as faixas marginais de reservatórios 
naturais ou artificiais menores que um hectare. Além das matas ciliares, são inclusas 
como APPs outros diversos ambientes, tais como, encostas íngremes, restingas e 
mangues.
Figura 2.2: Vista da Serra do Mar, em Ubatuba-SP. A vegetação situada na planície arenosa 
de deposição marinha é chamada de restinga, considerada como APP devido à sua 
fragilidade e importância para estabilização das dunas
Fonte: Fonseca, 2009. 
T2
39Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
Segue agora a definição de Reserva Legal:
[...] área localizada no interior de uma propriedade ou posse 
rural, delimitada nos termos do artigo 12, com a função de 
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos 
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação 
dos processos ecológicos e promover a conservação da 
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna 
silvestre e da flora nativa (BRASIL, 2012; art. 3º, inciso III).
Sendo dada a seguinte descrição no Artigo 12:
[...] todo imóvel rural deve manter área com cobertura de 
vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo 
da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação 
Permanente observadas, com algumas exceções, os seguintes 
percentuais mínimos em relação à área do imóvel:
I - Localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de 
florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área 
de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos 
gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por 
cento). (BRASIL, 2012)
Diferentemente do Código de 1965, agora é permitido computar as APPs para 
compor o percentual exigido de RL (Art. 15). 
Entre os critérios descritos para a localização da Reserva Legal, estão:
A formação de corredores ecológicos com outra Reserva 
Legal, com Área de Preservação Permanente, com Unidade de 
Conservação ou com outra área legalmente protegida; áreas 
de maior importância para a conservação da biodiversidade; 
e as áreas de maior fragilidade ambiental (BRASIL, 2012; art. 
14º). 
Note que as finalidades das APPs diferem das RLs, sendo que as últimas podem 
ter exploração mediante manejo florestal sustentável, previamente aprovado pelo 
órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente [CBS1] - Sisnama. O 
T2
40 Por que Recuperar Áreas Degradadas? Aspectos Legais e Socioambientais
manejo com propósito comercial deve seguir alguns critérios, tais como, não 
descaracterizar a cobertura vegetal, assegurar a manutenção e conservação da 
vegetação nativa, e conduzir o manejo de espécies exóticas por meio de medidas 
que promovam a regeneração das espécies nativas (ver Artigo 22).
Um dos pontos debatidos do novo Código Florestal de 2012 foi a instituição 
das “áreas rurais consolidadas”. Nessas áreas, aplicam-se normas diferenciadas em 
relação ao uso e recomposição das APPs e RLs, por exemplo, a admissão, em 
pequenas propriedades, do uso por atividades antrópicas em APPs (Artigos 61-A e 
63), e a redução das faixas marginais de rios a serem recompostas (que pode ter um 
mínimo de apenas 5 metros até no máximo 100 metros, dependendo do tamanho 
da propriedade), bem como das nascentes (permitindo a recomposição do raio 
mínimo de 15 metros). A redução das faixas marginais a serem recompostas foi uma 
das críticas dos conservacionistas, visto que áreas muito estreitas são ineficientes 
para suportar populações viáveis das espécies da fauna e da flora, e podem ser 
completamente afetadas pelos efeitos de borda (TABARELLI; MANTOVANI, 1999).
No artigo 61-A, parágrafo 13, é previsto que em APPs consolidadas em pequenas 
propriedades ou posses rurais familiares, a recomposição pode ser feita pelo “plantio 
intercalado de espécies

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