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UCA001_Lideranca_Tema9

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Tomada de decisão
Tiago Barbosa da Silva
Introdução
Nesta aula, estudaremos a tomada de decisão nas organizações, para garantir que problemas e 
melhorias em processos sejam geridos da maneira adequada. O ato de tomar decisões faz parte da 
nossa vida pessoal e da rotina das organizações. E, destaca-se que, para uma boa tomada de deci-
são (com o menor grau de risco), faz-se necessário buscar informações consistentes e relevantes.
Objetivos de aprendizagem
Ao final da aula, você será capaz de:
 • compreender a importância da tomada de decisão, a partir das informações disponíveis;
 • entender os conceitos de assertividade e eficácia para a tomada de decisão.
1 A importância das informações para a tomada 
de decisão
Diariamente, nos deparamos com situações que demandam, de nós, decisões. Essas podem 
ser simples (escolher a cor da camisa para trabalhar, por exemplo), ou mais complexas (quando 
um executivo precisa definir se deve abrir uma nova unidade de negócios em outra cidade, 
por exemplo). 
É necessário ter maturidade para tomar decisões, pois é a maturidade que auxilia o indivíduo 
a perceber de que maneira atuar para obter retorno positivo (que pode ser social ou financeiro). 
Para correta tomada de decisão, uma análise criteriosa deve ser realizada.
FIQUE ATENTO!
Destaca-se que nem sempre todos concordarão com o que é correto. Pessoas dife-
rentes podem pensar de maneira diferente apesar de terem em mente os mesmos 
objetivos. O que é correto para João pode ser incorreto para Maria. Isso porque 
as diferenças culturais e as experiências de cada profissional variam, contribuindo 
para que haja divergências de opiniões.
Para se tomar uma decisão é necessário analisar diversos fatores – destaque o fator compre-
endido como ‘as informações’, pois elas facilitam a tomada de decisão. Porém, muitas vezes, elas 
não estão disponíveis, o que dificulta o processo. 
Assim, o tomador de decisão precisa investigar, com o intento de buscar subsídios, para ter 
certeza que está decidindo adequadamente. Estes subsídios podem estar associados aos conhe-
cimentos disponíveis em relatórios de origens diversas, registros de problemas, reportes de situ-
ações atípicas, registros de processos de melhorias implementadas, de solicitações dos clientes, 
dados do histórico da empresa etc.
EXEMPLO
Para tomar decisões é comum que o “tomador” realize um levantamento das in-
formações necessárias. Por exemplo, se um empreendedor pensa em contratar 
mais funcionários, antes de decidir sobre contratá-los ou não, deve-se verificar se a 
produção tende a aumentar nos próximos meses, qual será o custo desse aumento, 
quais serão os custos associados às novas contratações, se precisará buscar re-
cursos na área de treinamento para treinar os novos contratados (em caso positivo, 
precisará pensar também nos custos envolvidos nestes treinamentos) etc.
Vale ressaltar que, quanto maior o número de informações, menor será o grau de risco. Por-
tanto, se a decisão for tomada sem muitos subsídios, o grau de risco será maior.
Figura 1 – Informações: quanto mais, melhor
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
No artigo “Elementos intervenientes na tomada de decisão”, o autor aborda a 
importância das informações na tomada de decisão. Acesse: <http://www.scielo.
br/pdf/ci/v32n1/15969.pdf>
2 A tomada de decisão
O processo de tomada de decisão pode ser percebido como aliado das organizações na 
procura pelos melhores e mais rentáveis meios para a execução dos trabalhos. Assim, Gomes e 
Gomes (2014. p.1) explicam:
“Uma decisão precisa ser tomada sempre que estamos diante de um problema que possui 
mais que uma alternativa para sua solução mesmo quando para solucionar um problema, 
possuímos uma única ação a tomar, temos as alternativas de tomar ou não essa ação. 
Concentrar-se no problema certo possibilita direcionar corretamente todo o processo”.
Tem-se assim que, em uma organização, a tomada de decisão está relacionada à necessi-
dade de solução de um problema e esta tomada de decisão é, normalmente, de responsabilidade 
de alguma liderança organizacional. Entretanto, é preciso desmistificar o fato de que o processo de 
tomada de decisão é acionado apenas por lideranças organizacionais formais. Isso porque funcio-
nários de todos os escalões, no intento de executarem seus trabalhos, tomam decisões diariamente.
EXEMPLO
Dois funcionários que trabalham em uma linha de produção de bolas de couro iden-
tificaram que uma máquina faz um barulho estranho, apesar de operar normalmen-
te. Nesta situação, os funcionários têm que tomar a decisão de chamar a manuten-
ção para arrumar o equipamento ou continuar com a produção, correndo o risco de 
a máquina quebrar e paralisar a produção.
A tomada de decisão pode trazer grandes êxitos, mas se a situação não for analisada da 
maneira adequada, também pode trazer sérios riscos, tanto para a organização, quanto para o 
funcionário. Para que a tomada de decisão aconteça é necessário analisar o conjunto de opções 
possíveis para resolução daquela situação. Assim, deve-se escolher a opção mais atrelada aos 
ganhos (que podem ser financeiros, mas não precisam ser, necessariamente, financeiros).
FIQUE ATENTO!
Quando se trata de tomada de decisão em grandes organizações é comum que 
as responsabilidades sejam divididas. Assim, os riscos podem ser encarados de 
diferentes pontos de vista e, portanto, acabam mais controlados.
Para facilitar a tomada de decisão, costuma-se, entre outras coisas, realizar uma análise de 
cenários, como cita Gomes e Gomes (2014, p.5):
A ideia central da análise de cenários é, após detalhado estudo dos vários aspectos do 
problema de decisão que se pretende resolver, a construção de diferentes contextos – os 
cenários – alternativos passíveis de materialização. [...] Haverá, assim, cenários aparente-
mente mais prováveis e menos prováveis de se materializar. Da mesma forma, deverá ser 
estruturado um possível inter-relacionamento entre estratégias de implementação de alter-
nativas, de tal modo que, à medida que a realidade for sendo desvendada, tanto os cenários 
elaborados previamente como as estratégias sejam reavaliadas.
Portanto, a análise de cenários (ou simplesmente ‘cenários’), ferramenta de planejamento, 
possibilita a visualização das possíveis decisões, seus possíveis efeitos (e riscos) e custos. A aná-
lise de cenários não vai garantir que a decisão tomada esteja correta, até porque diversos impre-
vistos podem acontecer durante a execução do projeto – situações que nem sempre podem ser 
previstas. Assim, pode-se dizer que a análise de cenários auxilia nas tomadas de decisão, mas não 
garante automaticamente sucesso.
Figura 2 – Análise de cenários
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com 
No processo decisório destacam-se três personagens fundamentais: o decisor, o facilitador e 
o analista. Estes podem ser incorporados pela mesma pessoa ou por pessoas diferentes. A seguir, 
vejamos a descrição de cada um:
 • decisor: não tem, necessariamente, o poder de decisão, porém, tem a função de influen-
ciar no processo de decisão por meio de juízo de valor a respeito de aspectos diversos 
(que podem mudar ao longo do processo);
 • facilitador: são líderes que têm grandes experiências e se mantêm focados na res-
olução do problema, analisando as situações sinalizadas pelo decisor.
 • analista: faz uma análise para que seja possível a avaliação do problema com os demais 
participantes do processo, fazendo com que todos visualizem o problema de maneira 
adequada.
Figura 3 – Participantes de um processo decisório
Fonte: Trueffelpix/Shutterstock.com 
FIQUE ATENTO!
No processo decisório, esses três personagens podem ser incorporados por ape-
nas uma única pessoa, que pode ser um gerente, um líder etc. 
3 Assertividade e eficácia
Precisamos entender os conceitosde assertividade e eficácia e, posteriormente, a aplicação 
destes no processo decisório. Segundo Houaiss (2009), a assertividade é uma característica de 
quem é assertivo, ou seja, de quem expressa sua opinião, afirma algo. Já a eficácia é fazer com 
qualidade o que produz o resultado esperado. Desta forma, ser assertivo e eficaz tem a ver com 
expressar-se da maneira adequada, com qualidade, a fim de produzir o resultado adequado, espe-
rado (meta, objetivo).
Na tomada de decisão, esses dois conceitos fazem-se presentes e contribuem para que o 
processo decisório seja feito de maneira adequada, afinal, o objetivo é: encontrar solução clara, 
segura, de qualidade (rentável) e viável para problema identificado. 
Vale ressaltar que, mesmo quando se toma uma decisão de maneira assertiva e eficaz, não 
há garantias de sucesso, mas há mais confiança no trabalho realizado (visando atingir o resultado 
esperado pela empresa).
Figura 4 – Foco no objetivo organizacional
Fonte: Cilonphoto/Shutterstock.com 
A eficácia na tomada de decisão tem por propósito a solução adequada dos problemas, para 
que seja possível o ‘atingimento’ do objetivo esperado (ou objetivos esperados) pela organização. 
Destaca-se a importância da prévia avaliação do objetivo (ou objetivos) para que se possa saber 
aonde a decisão tomada levará a organização.
Portanto, destaca-se novamente a importância das informações nesse processo - ou seja, 
caso não haja subsídios suficientes para análise, não será possível ser eficaz e assertivo na 
tomada de decisão.
SAIBA MAIS!
No artigo “O processo decisório nas organizações”, os autores apresentam diversos 
modelos de tomada de decisão. Acesse: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/
anais_13/artigos/980.pdf>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender a necessidade da tomada de decisão dentro da organização, como potencia-
lizadora de melhorias em algumas situações;
 • compreender como a assertividade e a eficiência contribuem para o processo de 
tomada de decisão;
 • reconhecer como as informações são importantes no processo de tomada de decisão.
Referências 
ANGELONI, Maria Terezinha. Elementos intervenientes na tomada de decisão. Ci. Inf., BrasÌlia, v. 
32, n. 1, p. 17-22, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n1/15969.pdf>. Acesso 
em: 9 fev. 2017.
GOMES, Luiz Flavio Autran Monteiro; GOMES, Carlos Francisco Simões. Tomada de decisão geren-
cial: enfoque multicritério. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
PORTO, Maria Alice Guedes; BANDEIRA, Anselmo Alves. O processo decisório nas organizações. 
In: XIII SIMPEP – Simpósio de Engenharia de Produção da Unesp. Anais eletrônicos... Bauru: 
Unesp, 2006. Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/980.pdf>. 
Acesso em: 06 abr. 2017.

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